Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 7
Passado




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Sem pensar direito, porque eu mudaria de ideia se pensasse, eu sai do salão e fui procurar Harry Potter, ele saberia alguma coisa. Quer dizer, era óbvio, ele teria que matar Você-Sabe-Quem alguma hora, então devia saber coisas sobre ele… Certo?

Os olhos arregalados me acompanhavam, temendo por mim, e provavelmente pensando que eu era louca de desobedecer Alvo Dumbledore, o que, em partes, era verdade.

Pelo corredor, ouvia vários “Ei, Dumbledore quer te ver.”, como se esperassem que eu não tivesse ouvido nas outras quinze vezes, e mudasse de idéia. Eu não ia.

Finalmente, achei o eleito e me aproximei, convicta de que eu falaria tudo que queria e ele me responderia.

- Ei, Harry? – perguntei, interrompendo sua conversa com Rony e Hermione, seus amigos inseparáveis e insuportáveis. Ok, estou exagerando, Rony é legal, mas a outra é realmente irritante sendo sabe-tudo.

- Oi… Elizabeth, não é?

- Sim. Posso falar com você em particular? – perguntei prontamente.

O vi dando um olhar suspeito para os amigos e depois acenar com a cabeça, depois de Hermione acenar com a dela.

- O que foi? – perguntou quando já estávamos sozinhos.

- É… Então, eu queria saber se você conhece um tal de Tom Riddle. – joguei verde, eu sabia que ele sabia quem era Você-Sabe-Quem, só perguntei pra ver se ele colaboraria.

Ele franziu a testa e ficou um tempo me fitando, provavelmente pensando na mentira que contaria.

– Onde você ouviu esse nome? – ele indagou surpreso.

– Eu perguntei primeiro. – disse. Não ia cair naquela de responder as perguntas dele e não ter as minhas respostas.

- Elizabeth, onde você ouviu esse nome? – Harry perguntou novamente, agora com a face mais suave.

Revirei os olhos, eu não ia responder até ele me responder.

- Escuta Harry, não importa, ok? Eu preciso saber o que você sabe dele e eu sei que é muito, por mais que você finja que não. É muito importante pra mim… É sobre meu passado.

Eu sabia que Potter sabia muito bem como é ter que desvendar o seu passado, então esperei que ele compreendesse e me ajudasse.

- Eu acho que você devia ver o diretor. Eu vou com você, se quiser.

Agora estava claro que ele estava ficando preocupado e confuso. Provavelmente achou que eu estava louca, como todo mundo.

- Ele não pode me ajudar. Por favor, você não entende… Ele não vai me contar. – eu apelei.

Infelizmente, para mim, Harry era tão teimoso quanto eu, e não descansaria até saber o que eu estava “tramando”.

- O que ele não vai te contar? – perguntou novamente.

Certo, eu fui atrás de respostas e ganhei milhares de perguntas. Naquele instante eu percebi que talvez fosse melhor eu contar toda a verdade para o Potter, afinal, ele era quem iria destruir Você-Sabe-Quem, talvez as informações que eu tivesse fossem valiosas para ele.

Mas alguma parte de mim dizia que eu não devia falar com ninguém, seria por isso que eu estivesse aprendendo Oclumência? Para ninguém saber do meu passado negro? Não, aquilo não era motivo suficiente para o Prof. Snape estar me ensinando, ele não perderia seu tempo com tão pouco.

- Desculpe Harry, acho que eu não posso te dizer. Talvez você
devesse ver o diretor. Eu estou indo pra lá, vamos?

Decidi na última hora que ia sim ver Dumbledore, apesar de ainda estar furiosa e cansada de ser feita de boneca, eu senti que deveria dar-lhe uma chance. Mas se me deixasse sem respostas novamente, eu nunca mais voltaria lá. E dessa vez era mesmo verdade. É sério.

Andamos juntos em silêncio, mas eu sabia o que ele estava pensando. “Por que essa menina louca quer saber sobre Você-Sabe-Quem?”

Não que eu me importasse com que ele estava pensando, mas eu não queria que achasse que eu fosse uma aspirante a Comensal da Morte, ou algo assim, então falei sussurrando:

- Dumbledore me falou dele, é por isso que eu sei.

- Ah.

Continuamos em silêncio total e assim que chegamos na gárgula, soltamos ao mesmo tempo “Acidinhas” e eu ignorei o olhar desconfiado de Harry pairar sobre mim.

- Boa noite diretor, o senhor me chamou? – falei assim que entrei, com Potter atrás.

- Sim… Oh, Harry, você também veio? Sentem-se, sentem-se.

Revirei os olhos discretamente e me sentei em uma das cadeiras a frente da escrivaninha de Dumbledore. Ao meu lado, estava Harry olhando para mim, como se eu fosse um tipo de monstro. Olha quem fala…

Dumbledore ficou trocando olhares com ele, achando que eu não estava notando. Ok, eu sei que eles eram íntimos e tudo – o que era bizarro - , mas eu também estava lá e queria respostas, então cruzei os braços e perguntei:

- Então, o que o senhor queria me dizer?

- Claro… Será que poderia nos dar licença Harry? – ele disse, voltando o olhar –cheio de duplos-sentidos- para o Potter.

- Mas eu… - ele começou a protestar, mas se calou com a intensidade do olhar do diretor. Se levantou a contra-gosto e foi embora. Toma essa, senhor preferido.

– Me desculpe, Elizabeth, eu precisava ter certeza de alguns fatos antes de te contar tudo. – ele disse. Eu não acreditei em nada daquilo, pra mim ele só estava sendo maldoso desde o começo.

- Claro. – respondi, tentando não ser irônica.

Ele suspirou e eu notei seu olhar cansado e a sua mão cada vez mais machucada. Ergui os olhos depressa e o fitei, esperando.

- Onde paramos da última vez? – perguntou, voltando ao olhar confortante.

- Quando o senhor falou que Você-Sabe-Quem é meu tio e eu desmaei de dor de cabeça. – falei, seca. Aquilo era rídiculo. Quando tudo iria se explicar mesmo
?

Dumbledore deu um meio sorriso totalmente irritante e eu continuei com a mesma expressão de indiferença. Nem preciso dizer que era só aparência, certo?

- Provavelmente você quer saber o porque das suas dores cabeças repentinas…

- Seria ótimo. – dessa vez não consegui conter meu famoso tom irônico.

De novo, o olhar do diretor mudou e dessa vez, era como se ele estivesse tentando entrar na minha cabeça e saber dos meus segredos mais profundos. Mas não era nada como oclumência, não era mágica, apenas o olhar dele, completamente confiante, para tirar qualquer informação de mim. Não seria tão fácil, eu não ia ceder assim.

- Assim que eu te conheci, eu percebi, Elizabeth. – ele começou, ainda com o seu olhar penetrador. – Você tinha um brilho sombrio no olhar parecido com o de Voldemort.

A menção do nome me fez estremecer. Apesar de ser apenas uma palavra, parecia que tinha o poder de envocar a presença de Você-Sabe-Quem na sala e deixar o clima tenso.

Dumbledore dizer que eu tinha o brilho sombrio dele também não ajudou muito para que eu ficasse a vontade.

- Depois de sua avó e a sua mãe escaparem daquela casa antes do ataque de Tom Riddle, elas se mudaram para bem longe. Não tenho muitas informações dessa parte, mas posso afirmar que a sua avó, mulher do Tom Riddle pai, morreu depois de descobrir que a filha dela, sua mãe, também era bruxa, no caso, mestiça.

“Não tenho registros dela em Hogwarts, então provavelmente nunca se educou ou estudou em outra escola. Gostaria de enfatizar que são apenas suposições, Elizabeth, eu construi a história a partir de alguns fatos, mas os detalhes podem ser incertos.”

Eu acenei com a cabeça, aquilo era óbvio. Mas quando iria chegar nas minhas dores de cabeça? Quer dizer, Você-Sabe-Quem era meu tio, não tinha como a situação piorar.

- Então, ela se casou com um bruxo de sangue puro e você nasceu.

Ele se calou. Eu pisquei rapidamente e fiquei esperando a continuação, eu já não estava mais com tanta raiva por ele ter mentido pra mim a vida toda, talvez eu não estivesse pronta para saber a verdade quando criança.

Mesmo assim, ainda estava irritada pelo fato dele me contar aos poucos e omitir fatos importantes. Era o meu
passado, eu merecia saber tudo.

- No dia que você nasceu, o seu pai morreu, não sei ao certo o motivo. Sinto muito. – completou, como se fizesse alguma diferença, eu nem o conheci. Meu pai ainda era o que me criou, sendo ele biólogico ou não. Isso não mudaria.

Eu não era daquelas que sairia atrás dos pais biólogicos, eu já estava satisfeita em saber que eu não era a única sangue-ruim da Sonserina, apesar de não poder sair por ai contando.

– Após alguns anos, eu encontrei você em um orfanato, infelizmente não sei o que houve com a sua mãe. Quando te vi, imediatamente notei que tinha coisas em comum com Tom Riddle. O seu olhar revelava a mesma sede de poder, a mesma vontade de seguir pelo caminho mais fácil e mesmo assim ser a melhor em tudo que fazia.

De novo, eu não me via na pessoa que ele estava descrevendo. Isso de “sede de poder” já estava me tirando a paciência.

- Como eu não me lembro disso? – perguntei. Aquilo era impossível, eu deveria lembrar de crescer em um orfanato e ser coletada para uma escola de bruxaria aos onze anos.

- Eu apaguei a sua memória antes de você entrar. Tudo que você lembrava até então da sua vida, passou a não existir, implantei memórias falsas, como se seus pais adotivos tivessem te criado, quando na verdade, apenas a adotaram depois disso.

Arregalei os olhos e levantei subitamente. Que direito ele tinha de fazer isso?! Isso era um absurdo, alterar as minhas memórias assim, sem mais nem menos!

- Por que o senhor fez isso?! – eu perguntei perdendo o controle, já de pé.

- Foi naquele ano que eu tive a certeza absoluta de que Voldemort voltaria e se eu não fizesse nada, ele logo perceberia que você era uma Riddle e te mataria na primeira oportunidade. – explicou, no tom mais calmo possível.

Como ele conseguia manter a calma? Aquilo estava me deixando louca, eram muitas informações ao mesmo tempo. Eu ainda não acreditava que ele havia alterado as minhas memórias, que tipo de pessoa faz isso? E porque Você-Sabe-Quem iria querer me
matar? É para isso que Harry Potter existe!

- E essa é a explicação das suas dores de cabeça constantes, as suas memórias antigas tentam sair sempre que você entra em contato com alguma coisa daquele passado. – disse, agora abrindo um sorriso e ajeitando seu óculos.

Como se aquilo esclarecesse tudo. Eu ainda tinha milhões de dúvidas e eu não sairia de lá sem elas, como tinha decidido antes. De repente, as dores de cabeça eram o meu menor problema.

- Por que Você-Sabe-Quem iria querer me matar? – perguntei. Era essa a que mais me aflitava, seria por isso que eu estava fazendo as aulas de Oclumência,? Se ele descobrisse do meu passado, ainda
iria querer me matar?

- Porque ele não queria mais nenhuma ligação com a sua parte trouxa, que seria os Riddle. Por isso ele matou seu próprio pai aquele dia.

Nossa, era tudo tão horrível que eu já não sabia se conseguiria ouvir mais por muito tempo. A minha cabeça já estava no limite da dor, eu desmaiaria em breve se eu não a controlasse.

Tentei controlar a minha dor o máximo que pude para poder fazer uma última pergunta:

- Se ele soubesse… Ainda iria querer, sabe… Me matar?

Logo depois, senti tudo girar e as cores se esvaiando… Não, eu tinha muito mais perguntas, não podia desmaiar aquela hora! Tentei me manter acordada e a última coisa que ouvi foi:

- Creio que sim.


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Notas finais do capítulo

Oooie, ta aí mais um capítulo para vocêees (:
Espero ter esclarecido algumas dúvidas e que vocês tenham gostado ^^

Beeijos :*