Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 6
Intermediários




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Eu não sei se estava mais furiosa ou frustada por não ter tido as respostas que queria, aquilo era realmente bem irritante. Sai da enfermaria batendo o pé e bufando, eu iria para a aula, iria cumprir a minha detenção e a minha investigação iria começar. Eu descobriria sozinha a história de Você-Sabe-Quem, assim como a minha.

Certo, eu não fazia ideia de como iria fazer isso, mas tinha certeza que não queria a ajuda de Dumbledore. Então pensei na coisa mais óbvia que alguém pode pensar quando se quer descobrir alguma coisa: perguntar para as pessoas.

Eu sairia pela escola perguntando: “Ei, o que você sabe da família Riddle?”. Eu finalmente iria falar para a Su e a Cece as minhas aventuras no escritório do diretor.

Tinha certeza que Su iria saber o que fazer, ela sempre sabe. E apesar de uma parte de mim ainda não estar certa de que eu queria contar toda a verdade, eu sabia que era o que eu devia fazer.

Assim que eu entrei na sala de poções eu as vi sentadas na bancada de sempre.

- Liz! Você está bem? – Suzanna perguntou preocupada.

– Sim, já estou bem melhor. – menti. Eu estava melhor da dor, mas ainda estava posessa sobre tudo o que tinha acontecido.

Beatrice me olhou com o canto de olho como se não acreditasse nas minhas palavras, mas logo voltou a falar com um garoto que claramente estava dando em cima dela.

– Eu preciso falar com você depois. – declarei para Su, porque Cece não estava me ouvindo mais, ela devia estar brava comigo.

– Depois da aula a gente se fala. – disse Su gentilmente.

– Depois da minha detenção você quer dizer…

Cece voltou a olhar pra mim por um minuto, mas depois voltou ao garoto, fingindo que não estava ouvindo a nossa conversa.

– Que detenção? – Suzanna perguntou bem quando o professor Slughorn entrou, eu apenas fiz um gesto de “te conto depois” e prestei atenção na aula. Eu sempre fora péssima em pocões e aquele professor não estava ajudando muito para o meu desempenho,

Quer dizer, aparentemente Potter tinha virado um gênio em poções – de uma hora para a outra -, o que deixava Slughorn bem animado com a Grifinória, ou seja, deixando-nos totalmente de lado.

Esperei a aula acabar e fui em direção as masmorras, esperando encontrar Snape em sua sala de costume. Cumpir detenção com ele não deveria ser nada agradável, mas pelo menos ele não tirou pontos da Sonserina, o que cá entre nós, ele nunca fazia.

Bati na porta e esperei ele murmurar aquele “entre” seco e sem vida para abri-lá.

- Boa tarde senhor. – cumprimentei. – Vim cumprir a minha detenção…

Ele me analisou de cima a baixo e fez um gesto para que eu sentasse. Obedeci imediatamente e esperei ele começar a minha tortura.

- Srta. Miller, você entende a gravidade de entrar na sala do diretor sem autorização? – Snape perguntou me olhando feio.

- Sim senhor.

– Então por que você entrou… Duas vezes?

Ele tinha aumentado o tom de voz e claramente estava ficando nervoso. A culpa não era minha que Dumbledore não tinha me contado tudo e eu fiquei curiosa.

- Me desculpe, não vai acontecer de novo. Eu só queria respostas… - falei cabisbaixa.

Snape bufou e sentou-se.

– E você vai tê-las, mas antes precisa aprender uma habilidade.

Ergui a cabeça e pisquei várias vezes, ele iria me ensinar alguma coisa? Eu não iria cumprir detenção?

- Hm… Certo. – respondi, esperando que isso não o deixasse bravo. – Mas por quê?

Ele franziu a testa e pensou se deveria ou não responder a minha pergunta. Acho que Snape concluiu que não porque a única coisa que me disse foi:

- Eu vou te ensinar Oclumência.

Eu já tinha ouvido falar disso, era uma habilidade que impedia as pessoas de entrarem na sua mente, mas por que eu iria querer aprendê-la? Não tinha nada de interessante na minha mente mesmo.

Resolvi não perguntar e apenas acenei com a cabeça. Aquilo era melhor que detenção, acho.

Eu não entendia mais nada, o porque daquelas aulas estranhas, o motivo das dores de cabeça, o meu passado estranho. Só sabia que estava sentada em uma cadeira tentando impedir que o meu professor de Defesa Contra As Artes Das Trevas entrasse na minha mente.

Aquilo era a coisa mais difícil que eu já tinha feito até então. Era simplesmente impossível bloquear a minha mente, eu estava dando o meu máximo, mas eu não tinha progredido em nada.

Snape já estava ficando impaciente e eu já estava exausta. Ele encerrou e falou para eu ir lá no dia seguinte na mesma hora, certo, talvez aquilo não fosse melhor que detenção, eu sai exausta e cambaleando, pensando em como faria aquilo novamente.

Cheguei no salão comunal e me joguei em uma das poltronas, deixando o peso do meu corpo se espalhar pelo estofado.

Logo, vi Suzanna olhando preocupada para mim.

- Ok Elizabeth Miller, comece a falar. – ela disse sentando-se a minha frente.

Eu poderia mentir, falar qualquer coisa que me viesse a mente. Mas eu precisava de ajuda, eu não consegueiria aguentar tudo aquilo sozinha, então comecei a falar.

Da primeira vez saiu tudo muito rápido, ainda estava furiosa com tudo e parecia que nada estava dando certo, então eu não consegui conter as lágrimas e soluços que atropleram as minhas palavras.


- Liz, Liz, calma! Eu não estou entendendo nada. – ela falou pegando a minha mão. Suzanna fez um feitiço que impediu os outros de ouvirem a nossa conversa e suspirou. – Respira, me conta o que aconteceu desde o começo. Quer que eu chame Beatrice?

- Não. Ela está brava comigo e eu nem sei porque, deixa ela com a birra dela. – respondi.

Então comecei a contar o que Dumbledore tinha me dito no primeiro dia de aula, as minhas idas escondidas a sala dele, meus desmaios e minha falsa detenção. Depois que terminei, o peso nas minha costas diminui em, no mínimo, setenta por cento. Era tão bom poder compartilhar com alguém.

Su apenas ficava me olhando perplexa, soltando gritinhos e arregalando os olhos em algumas partes específicas, depois apenas falou:

- Vai ficar tudo bem.

Sorriu e me abraçou, o que por mais simples que pareça, me fez sentir bem melhor.

- Escuta, isso tudo é muito estranho, eu concordo. Mas eu acho que você tem que esperar o diretor te contar tudo invés de ir atrás… Quer dizer, isso parece ser uma coisa séria Liz, você pode se envolver com coisas erradas.

- Eu sei, mas parece que ele está brincando comigo Su! Por que não me conta tudo de uma vez?! Fica fazendo esses joguinhos, me deixando curiosa… É o meu passado entende? Eu preciso saber…

Assim que eu terminei, vi Cece entrando no salão de mãos dadas com aquele garoto da aula de poções. O que eu tinha dito sobre ela nunca ficar sem namorado mesmo? Pois é.

Suzanna acenou para ela e virou-se novamente pra mim.

- A Ce não tá fazendo por mal Liz, ela está brava porque você não estava mais contando as coisas pra ela, você sabe como ela é…

Revirei os olhos, eu sabia muito bem. Beatrice sempre foi tão confiante de si mesma, engraçada, extrovertida, mas tinha um defeito insuportável. Ela sempre fazia questão de que todos gostassem dela. Se alguém por acaso deixasse de confiar nela, ela já achava que a pessoa não gostava mais dela e ficava olhando feio.

- Eu sei. Eu ia contar pra vocês… Só estava esperando a hora certa. – menti. No começo eu nem pensei em contar pra elas, mas depois de tudo, eu precisava tirar aquele peso de mim.

- Eu entendo. – Su disse com seu melhor sorriso. Ela era uma ótima amiga, eu não merecia ela. – Mas acho que você deve ir falar com a Cece, você sabe como ela é orgulhosa, ela sempre vai achar que está certa até você ir falar com ela e provar que não.

Acenei com a cabeça, era a pura verdade. Suspirei e voltei a olhar para Suzanna.

- O que eu vou fazer Su? – perguntei. Eu sei o que ela iria dizer, iria repetir “espere Dumbledore te contar…”, mas eu precisava de outra resposta.

- Você sabe o que eu acho… Mas você que sabe, quer dizer, como você disse, é a sua vida.

Ela sorriu e apertou a minha mão.

– O que será que você vai ganhar de natal do seu tio-Lorde-das-Trevas? – Su disse em tom divertido.

Ok, daquele ângulo até que era bem engraçado. Eu gargalhei com ela e ficamos algum tempo soltando piadinhas daquele gênero.

Em um momento, eu vi que Beatrice olhava para a gente com o rosto vermelho como se disesse “eu não acredito que vocês estão se divertindo sem mim”. Eu me senti mal, não gostava de brigar com as pessoas, mas ela estava mesmo sendo estúpida.

Eu desfiz o feitiço que impedia as outras pessoas de ouvir e andei em direção a ela, aquilo estava ridículo.

- Cece, posso falar com você?


Ela virou-se para o acompanhante e se despediu com um abraço, depois me fitou com os braços cruzados.

- Fala.

- Escuta, eu sei que você tá brava comigo porque eu não te contei e… - comecei.

- Não é por isso, Elizabeth. – ela me interrompeu, claramente furiosa.

Eu a fitei erguendo as sombrancelhas, o que eu tinha feito então? Era só a primeira semana de aula.

- Então é por que? – perguntei perplexa.

- Você sabe. – ela respondeu e foi embora.

Por que as pessoas sempre acham que você sabe quando você não faz a menor ideia? Eu pisquei os olhos mais algumas vezes e continuei parada. O que estava acontecendo?

Eu estava prestes a ir atrás dela quando alguém – que eu não reconheci a voz - falou:

- Miller, Dumbledore está te chamando no escritório.

Ah, eu não iria dar essa satisfação a ele, não mesmo. Eu apenas sentei novamente com todos olhando para mim com cara de “como você ousa desafiar essa ordem?”. Pois eu ousava e estava cansada de ser o brinquedo dele.

Pensei melhor e iria mesmo fazer aquilo que tinha pensado em primeiro lugar, perguntaria para as pessoas. Já até sabia quem seria a primeira. Senhor-Eleito-Harry-Potter.


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Notas finais do capítulo

Oooi, mais um capítulo ^^

Espero que gostem,

Beeijos :*