Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 8
Surpresa




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Uma semana depois…

Tá, esse lance de desmaiar toda hora que eu descobria alguma coisa não estava ajudando em nada a minha situação. Quer dizer, eu precisava dar um jeito nas minhas dores de cabeça, que aparentemente eram causadas pelas minhas memórias tentando voltar.

Eu já estava bem mais compreensiva em relação a tudo o que Dumbledore havia feito e dito, eu finalmente tinha entendido suas intenções, quer dizer, depois de ter ficado alguns dias revoltada e gritando com todo mundo depois do que ele me explicou em seu escritório.

Em uma semana, pouca coisa mudou, Draco estava cada vez mais misterioso e sombrio –não que eu estivesse notando- e Cece ainda estava brava comigo por nenhum motivo aparente.

Eu também ainda não tinha evoluido em nada nas minhas aulas de oclumência, que eu descobri que serviam para que Você-Sabe-Quem não pudesse entrar na minha mente e recolher qualquer memória útil. Me perguntei diversas vezes que memória minha poderia ser útil para alguém como ele, mas nunca se sabe….

Suzanna estava sendo uma ótima amiga, mas ela não compreendia completamente o que estava acontecendo, era fácil falar que tudo ia ficar tudo bem quando  Você-Sabe-Quem não é seu tio psicopata.

De qualquer modo, nada havia acontecido de notável, até eu descobrir o verdadeiro motivo da atitude de Malfoy. Ai as coisas complicaram.

Eu estava passeando pelos corredores, pensando em um jeito de como falar com a Cece sem que ela me acusasse de coisas que eu não sabia, quando o vi entrar –de novo- em uma sala que surgiu do anda. Dessa vez, eu não hesitei e o segui para dentro, eu precisava saber o que estava o deixando daquele jeito.

Sendo a ótima espiã que era -nos meus sonhos-, consegui entrar sem fazer nenhum barulho e me escondi atrás de uma pilha de tralhas, muito comum naquele lugar. Eu ainda não sabia onde estava, nunca tinha visto tal lugar em Hogwarts, parecia um depósito de tudo que as pessoas queriam se livrar.

Vi Draco se esgueirar por um canto e finalmente chegar no seu destino, um armário preto de aparência velha, que rugiu alto quando aberto. Aparentemente, era um móvel comum, mas, estranhamento, eu sabia que não era.

Quer dizer, por que ele ia atrás de um armário em uma sala desconhecida? Obviamente era algum artefato mágico proibido.

Claro, como eu não percebera antes?! Eu já havia visto aquele armário antes… Mas não conseguia lembrar onde, nem quando… Minha cabeça começou a doer novamente. Eu não ia deixar ela me controlar dessa vez. Percebi que era uma memória antiga apagada e que, se eu me esforçasse um pouco, talvez lembrasse o que aquele armário era.

Fechei os olhos e me concentrei na minha mente, lembrei das lições de Snape e fiz o contrário. Após muita dor, finalmente me veio uma imagem, era como se fosse um sonho:

“- Como você chegou aqui, garotinha? – um senhor velho perguntava para mim, que tinha aproximadamente oito anos.

– Eu não sei… Estava passeando com a governanta do orfanato quando de repente apareci aqui. – choraminguei, aparentemente assustada.

– Aqui é bem perigoso, eu te levo para um lugar mais seguro. – o senhor se ofereceu, colocando as mãos sobre meus ombros e me conduzindo para fora da Travessa do Tranco.

- Não, obrigada, eu acho que devo ficar aqui e esperar ela vir me buscar… - eu disse sábiamente, possivelmente evitando um sequestro.

O homem suspirou e me soltou, deve ter ficado comovido com a minha inocência. Eu continuei vagando pela Travessa, sendo apenas acompanhada pelos olhares de diversas pessoas que claramente estavam surpresas com a minha presença ali.

Passei pela frente de várias lojas sem notar nenhuma específica, mas, de repente, uma chamou a minha atenção e o meu senso de aventura infantil me conduziu para a porta da “Borgin & Burkes”.

Assim que entrei, fui bombardeada pelo olhar de um homem completamente assustador que me analisou, perguntando-se se podia tirar algum proveito de mim.

Não notando o evidente perigo, o ignorei e comecei a passear saltitante pela loja, me perdendo nos diversos objetos complexos, que se mexiam sozinhos. Eu não compreendia como eram seus mecanismos… Como poderia saber? Ainda não sabia o que era bruxaria.

Completamente entretida e encantada, encontrei um ármario que aparentemente não fazia nada e fiquei intrigada. Por que todas as coisas se mexiam ou faziam alguma coisa legal e aquele ármario não?

- Com licença, senhor? – perguntei com a minha voz doce e suave de criança – O que isso faz?

Ele arregalou os olhos, se surpreendendo com a minha pergunta. A princípio, ficou na dúvida se devia ou não responder, mas achou que não tinha nada a perder, então disse:

- Um armário Sumidouro, só tem mais um igual a ele… Serve como teletransporte.

Eu o olhei admirada e sem pensar duas vezes, entrei no ármario, fechei as portas, disse algumas palavras e sumi.”

Depois disso, eu não lembrava o que aconteceu. Para onde eu teria ido? E como cheguei a Travessa do Tranco, sendo uma orfã? Como eu sabia o feitiço para me teleportar?

Ah, eu odiava como as perguntas pareciam se acumular cada vez mais! Mas, de repente, percebi. Voltei para a realidade e comrpeendi o que estava acontecendo, Draco estava usando o ármario para sair de Hogwarts…Ou deixar alguém entrar. Dumbledore esclareceu no primeiro dia de aula que tinha dobrado a segurança, e Malfoy estava tentando burlá-la. Só podia ser isso.

Mas, se assim fosse, por que ele continuava mexendo no móvel e não se teletransportando ou trazendo pessoas?

Não resisti e sai do meu esconderijo, eu ia resolver aquilo de uma vez por todas, estava cansada dos mistérios que me envolviam.

- Ei Draco, acho que você não vai conseguir consertar esse ármario tão facilmente. – eu disse, me supreendendo com as minhas palavras. Como tive aquela idéia tão rapidamente?

Malfoy virou-se rapidamente, completamente inconformado por ter alguém a mais na sala. Juntou as sombrancelhas e apontou a varinha pra mim. Julgando pela sua expressão, estava pronto para soltar algum feitiço que me deixaria inconsciente ou me mataria.

- Eu posso te ajudar. – soltei antes de qualquer coisa. De novo, me peguei de surpresa, desde quando eu era tão astuta? Normalmente, eu pegaria minha varinha e sairia gritando socorro e nunca pensaria em uma solução como aquela, a de mentir para ganhar tempo.

A expressão de Draco amenizou um pouco, mas a sua mão ainda segurava firme sua varinha.

– Espera… Você é aquela sangue-ruim que entrou na Sonserina! – ele exclamou, lembrando-se de mim. O que devo admitir, me deixou comovida. Quer dizer, ele lembro
u de mim!

Mais do que nunca, naquela hora quis dizer que eu era sangue puro e que Você-Sabe-Quem era meu tio e eu podia chamá-lo para me defender. Bom, pelo menos era o que eu desejaria que fosse verdade naquele momento.

– Er… É, eu sou. Meu nome é Elizabeth. – falei, a contra-gosto. – Escuta, eu sei o que esse ármario faz e entendi o que você está tentando…

- Você não sabe de nada do que está acontecendo! – ele berrou me atingindo com um feitiço que me jogou para longe. Aquilo teria doido muito se eu não tivesse caído em um monte de colchões velhos.

Me levantei, eu estava perto da porta, poderia facilmente escapar. Uma parte de mim estava pronta para correr e avisar a todos que Draco estava tentando burlar as regras, mas a outra dizia que eu devia ficar ali e tentar ajudá-lo, talvez assim eu o salvasse de si mesmo. Talvez ele só precisava de um amigo.

- Não, não sei. – falei, me levantando com dificuldade. – Mas eu sei o que esse ármario faz Draco, e se me lembro bem, é contra as regras da escola… Se Dumbledore ao menos souber disso, ele…

- Eu não tenho medo de Dumbledore! – ele vociferou soltando faíscas com o olhar.

Como alguém em sã consciência não tinha medo de Dumbledore? Aquilo era só um disfarce, era óbvio que ele temia o diretor, só não queria admitir por algum motivo… Algo que era muito
maior que sua tentaiva de consertar o armário.

- Eu não disse isso. – afirmei erguendo as sombrancelhas. Peguei a minha varinha, ele não ia me atingir desprevinida novamente. – Eu só quero ajudar…

- Eu não preciso da sua ajuda, dá o fora daqui! – Draco gritou apontando a porta com a cabeça.

– Sabe, eu sou uma péssima mentirosa. – menti. Ah, que ironia. – Se por acaso Dumbledore me perguntar o que eu estava fazendo esse horário, eu posso mencionar você sem querer… Mas não se preocupe, já estou saindo.

Não sei quando havia me tornado tão persuasiva também. O que estava acontecendo comigo?

- Cale a boca! Você não vai falar nada!

- O que você vai fazer Draco? Me matar? – perguntei, me aproximando. Apesar de todos os motivos a favor, eu não tinha medo dele. – Me deixe ajudá-lo.

Ele desviou o olhar e bufou, não tinha escolha.

- Por que você quer me ajudar? – perguntou, afrouxando a mão.

Eu suspirei de alívio e disse, calma:

- Eu estou tentando desvendar o meu passado. E talvez esse ármario me ajude.

Não era uma mentira completa, eu queria mesmo desvendar o meu passado e talvez o ármario me ajudasse, mas o principal motivo era ele. Por que eu não era capaz de dizer isso? Eu queria ajudá-lo para salvá-lo de qualquer coisa que o estivesse o aprisionando e o deixando tão miserável.

Ele pigarreou e me olhou desconfiado.

- Se eu permitir que você me ajude, você não vai contar para ninguém, certo? – perguntou, ainda com a voz alterada de raiva.

- Claro que não. – disse aparentemente indiferente, mas pulando e comemorando por dentro. Finalmente poderia passar mais tempo com Draco Malfoy.

- Você tem que prometer. – ele disse, ainda com a varinha apontada para mim.

Eu suspirei, como era lindo. Ainda mais quando falava sério e como adulto. Eu sabia que ele era só um garotinho assustado.

- Eu prometo.

Draco se aproximou e ergueu uma sombrancelha.

- Isso não basta. – afirmou, pegando o meu braço. Nem preciso dizer que fiquei completamente arrepiada, né?

Arregalei os olhos, apesar de estar gostando, não entendi porque ele pegou meu braço tão subitamente.

- O que você quer dizer? – perguntei, depois de um tempo tentando achar a minha voz.

- Faça o voto perpétuo. – Draco disse simplesmente.


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Notas finais do capítulo

Oiie, capítulo novinho para vocês ^^ - desculpem a demora, tá complicado D: -

Espero que gostem (:

Beeijos :*