Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 5
Respostas




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Já estava com meio caminho andado quando notei alguns quadros olhando feio para mim. Obviamente estavam incomodados com a minha varinha iluminada, mas eu não liguei, já estava de detenção mesmo.

Foi ai que eu o vi. Draco estava andando pelos corredores assim como eu. O que ele estaria fazendo àquela hora?

Certo, eu não tinha muita moral, mas eu tinha meus motivos. Eu estava prestes a pará-lo e perguntar o que estava acontecendo quando ele entrou em uma sala que surgiu do nada. Assim mesmo.

Eu não entrei atrás porque a minha coragem tinha acabado naquele instante, então continuei em rumo ao escritório de Dumbledore, tentando esquecer o que tinha acontecido. Um pouco da minha coragem ainda existia para o meu deleite.

- Onde você está indo? – perguntou uma voz atrás de mim, que me fez pular. Eu achei que estava perdida, competamente expulsa da escola daquele momento. Me virei, receosa, e me deparei com ninguém mais do que Harry Potter.

O analisei, ele estava com uma capa horrível e um pergaminho sujo em uma mão e a varinha na outra. Ironia do destino.

- Oi. – estreitei os olhos, porque ele queria saber onde eu estava indo? Eu também queria saber onde ele estava indo e não sai perguntando.

- Oi. – ele respondeu ainda esperando uma resposta.

- Estou sem sono. – menti. – E você?

- Também. – respondeu prontamente, mentindo também. Nós dois percebemos que não podíamos contar a verdade um para o outro e simplesmente nos contentamos com isso.

Eu estava me virando para continuar meu curso quando ele perguntou:

- Você viu o Malfoy?

- Não. – menti de novo. Eu sei que ele era o herói de tudo e todos, mas eu não confiava nele e eu sentia que se falasse aquilo, colocaria Draco em uma grande encrenca. – Por que você está procurando ele?

Ele não respondeu nada, apenas estreitou os olhos e continou andando. Provavelmente deve ter me achado uma maluca por andar por ai a noite. Mas quem é ele para achar alguma coisa?

Continuei a andar e incomodar os quadros quando finalmente cheguei na “porta” do escritório do diretor, disse “Acidinhas” e não hesitei em entrar, para a minha supresa.

Eu estava pensando em uma entrada dramática, gritando e coisas do tipo, mas Dumbledore não estava lá. Sorte minha, devo dizer. Acho que seria expulsa se eu realmente fizesse as coisas que estava pensando. Estranhei o fato dele não estar lá, onde mais o diretor velho de uma escola estaria?

De qualquer forma, fui direto para as prateleiras com os vidrinhos e procurei por algum outro frasco que estivese escrito “Elizabeth Riddle”. Quando estava prestes a pegar um, ouvi por trás:

- Se eu fosse você, não faria isso. – Dumbledore disse com a sua voz superior.

Dei um pulinho e me virei, esperando vê-lo de roupão, braços cruzados e uma carta de expulsão em mãos. Mas me deparei, completamente atônita, com o diretor completamente sujo, suado e cansado, pior do que nunca. Sua mão estava ainda mais machucada e seu rosto aparentava uma expressão horrível.

- Você está bem, senhor?! – perguntei, obviamente sabendo a resposta, mas achei bem educado da minha parte. Fui em direção a ele e coloquei seu braço sobre o meu ombro, me sentindo completamente desconfortável por estar ajudando-o.

– Estou, estou. Apenas pegue aquela pequena poção que está na minha escrivaninha, sim? – ele respondeu com a voz fraca. Assim que o coloquei sentado nas escadas, corri e peguei a tal poção.

- Obrigada. – o diretor respondeu fracamente assim que bebeu.

– Não há de que. – eu respondi. Só depois percebi o quão patético aquilo soou. – Tem certeza de que já está bem?

Aquilo era realmente estranho, como alguém como Dumbledore estava machucado, àquela hora da noite?

- Sim, muito obrigada Srta. Miller.

Acenei com a cabeça e esperei ele me expulsar. Certo, eu tinha o ajudado, mas mesmo assim eu estava em sua sala quando deveria estar dormindo, nem sei quantas normas eu estava infringindo naquela hora.

- Eu teria te explicado tudo Elizabeth, mas como uma boa sonserina, você tem sede de poder e esse excesso de confiança que faz você querer sempre saber de tudo que lhe diz respeito.

Eu teria dito que aquilo era só curiosidade, mas não podia discordar, eu já estava em uma situação bem crítica.

- Me desculpe, senhor. – disse, porque foi a primeira coisa que me veio em mente. – Eu não consegui dormir… Eu precisava saber mais sobre…

- Elizabeth Riddle, claro. -  Dumbledore me interrompeu sorrindo com os olhos. Ele sabia que eu tinha visto suas memórias, obviamente tinha descoberto qual era.

- Sim. Você poderia me falar quem é ela? – perguntei, me esquecendo da situação em que eu estava.

- Eu te contaria em breve, mas já que estamos aqui… - o diretor disse, me fitando com um olhar reprovador, como se dissesse “já que estamos aqui, mesmo quando você não devia.”

Ele ficou quieto e esperou que eu disesse alguma coisa. Não sei porque sempre fazia isso, eu nunca tinha muito a dizer.

- Elizabeth Riddle não é só a sua xará, Srta. Miller. Aquela garotinha da memória é a sua mãe. – ele disse simplesmente como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Como se ter uma memória da minha suposta mãe fosse normal também e como se mentir para mim a  minha vida toda também fosse.

– O quê?! – eu perguntei incrédula. Eu tinha tantas perguntas no momento que eu nem sabia por onde começar.

- Sim, minha querida. Aquela garotinha que você viu na memória é a sua mãe, mas para explicar a sua história, antes você deve se familiarizar com a de Tom Riddle, seu avô.

Então lembrei do pai da Elizabeth da memória, aquele seria o meu avô?

- E de outro Tom Riddle, o filho de seu avô, mais conhecido como Voldemort. – ele concluiu, pousando uma das mãos no queixo. Por mais estranho que pareça, eu não estremeci com o nome e sim com o fato de existirem dois Tom Riddle e que eram meus parentes. Ah e também um deles era o bruxo mais procurado e aterrorizante do mundo.

- Oi? – perguntei, achando que finalmente ele tinha perdido a cabeça.

– Tom Riddle era um trouxa que, por causa de um poção do amor, teve um filho com uma bruxa. – ele começou, calmo. Não sei como conseguia me passar todas aquelas informações malucas tão calmamente. – Quando finalmente conseguiu se desvinciliar da bruxa, fugiu e foi embora para bem longe, com medo dela o almodiçoar. Eventualmente, casou-se novamente, com outra bruxa, dessa vez por amor, mas sem saber o que ela era. 

– Certo… - eu falei, pensando onde aquilo chegaria em mim. Eu estava surtando. Se informação dos meus pais não serem meus pais ainda não tinha sido processada, o que Dumbledore estava falando estava apenas passando pela minha mente, complicando as coisas.

O diretor suspirou, cansado e continuou sua história ensaiada e louca:

- Logo, eles tiveram outra filha, a sua mãe, Elizabeth Riddle. Infelizmente, a felicidade deles não durou muito, o outro filho de Tom, também chamado Tom Riddle, resolveu assassinar seu pai e toda a sua família. A memória que você viu é uma noite antes dele aparecer. Sua avó percebeu o perigo e fugiu, mas era tarde demais para os outros.

Arregalei os olhos, porque o Tom filho iria querer matar toda a sua família, ele era Você-Sabe-Quem? Aquilo era simplesmente muito mais do que imaginava. Eu não acreditava.

- Então a sua mãe cresceu, se casou com um outro bruxo e você nasceu…  - Dumbledore continuou, em tom relaxado

Certo, eu surtei. Primeiro, por que tinham me escondido a verdade todo esse tempo? E outra, se aquilo fosse mesmo verdade, então….

- Isso quer dizer que Você-Sabe-Quem é meu tio?! – perguntei berrando, completamente apavorada.

Eu esqueci as mentiras, a história, minhas perguntas, tudo. A única coisa que importava naquele momento para mim era aquela resposta. Aquilo não poderia ser possível, não mesmo, eu NÃO tinha o mesmo sangue nojento de Vol… Você-Sabe-Quem!

- Sim. – ele suspirou, pelo jeito, aquilo sim era uma má notícia. Eu que o diga!

Exclamei alguns palavrões e não me preocupei em pedir desculpas, fala sério! Como ele me falava uma coisa dessas – na maior tranquilidade – depois de seis anos em
Hogwarts?

Certo, terem mentido pra mim desde que eu me lembre não era nada perto de tudo que eu sabia.

Infelizmente, eu acreditava em Dumbledore, alguma parte bem funda de mim sabia que aquilo tudo era verdade, mesmo eu não querendo acreditar de jeito nenhum. Aquilo foi demais pra mim, a minha cabeça começou a doer como da outra vez, só que dessa vez mil vezes pior.

Era como se milhões de agulhas invisíveis apertassem a minha testa com toda a força. Qual é, até onde eu sabia, eu não tinha uma cicatriz que nem a do Harry para causar essas dores. De onde elas vinham?

Com um murmúrio inaudivel, eu cai no chão e a última coisa que vi foi os olhos azuis de Dumbledore me fitando, preocupado.

Quando eu acordei, já era de manhã e eu estava confortável na cama da enfermaria. Aquele lugar estava se tornando familiar. Por um instante – maravilhoso – eu tinha esquecido das coisas que eu ouvi na noite passada, mas o instante passou mais rápido que um piscar de olhos.

Uma onda de dúvidas invadiu a minha mente, zombando da minha recente ignorância sobre o meu passado e vida. Eles não podiam fazer isso comigo. Me forcei a abrir os olhos e vi Su e Cece, novamente apoiadas sobre a cama, berrando o meu nome.

- Liz! Isso está se tornando frequente! Você fica matando a gente de susto! – Beatrice berrou e eu ri.

– Não berra Cece… - Suzanna a repreendeu dando o seu melhor sorriso para mim. Sorri de volta e disse:

- Não se preocupem, foi só mais uma daquelas dores de cabeça que eu tenho de vez em quando.

– Mas isso é muito estranho Liz, eu já te disse que não é normal, você devia se tratar. – Su falou baixando o tom de voz para a Madame Pomfrey não as expulsarem de novo.

- Eu já fui no médico, eles disseram que é stress. – eu respondi,

- Você foi em um médico trouxa. Eles não sabem de nada. – disse Cece – Eu também acho isso bem estranho, mas depois a gente se fala, a Pomfrey está olhando pra cá. Vamos Su.

Então elas sairam e me deixaram tomando aquele remédio horrível, que não adiantava nada por sinal. Mas pelo menos eu estava perdendo aula.

Depois de algum tempo, Dumbledore apareceu e sentou-se ao meu lado. Claramente ele tinha mais o que fazer do que ficar vendo se seus alunos estavam bem, dava para ver na sua cara.

- Você está bem Elizabeth? – perguntou.

- Não. – eu respondi, mesmo sabendo que ele estava se referindo a dor de cabeça. – Eu não estou senhor. Não mesmo. Não me sinto bem quando descubro que mentiram para mim a minha vida toda e que meu tio é o bruxo das trevas mais poderoso de todos os tempos. Ah, desmaiar por causa de dor de cabeça não é legal também.

Eu não estava berrando, porque, cá entre nós, não queria que ninguém soubesse. Mas o jeito que eu falei foi bem grosso. Na hora eu não me importei, estava tão brava que poderia tê-lo xingado.

- Tudo vai se explicar com o tempo, Elizabeth. Você vai entender o motivo de tudo isso. E eu te chamo da próxima vez que quiser te contar alguma coisa. – ele concluiu, me deixando ainda mais brava. Ele acha que pode ficar brincando de adivinhação comigo, aquilo era impossível de aguentar.

Eu bufei e o fitei, parecia bem preocupado apesar de tudo.

- Tá. – disse, emburrada.

- Agora acredito que você tem que ir para aula. E também sei que tem detenção depois, então apresse-se.

Se fosse um desenho animado, eu seria aquela personagem com a face completamente vermelha e com fumacinhas saindo do meu ouvido. Quando ele iria me levar a sério?

Eu precisava de respostas e resolvi procurá-las eu mesma. Não iria mais depender de Dumbledore e suas memórias idiotas.


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Notas finais do capítulo

Ooi, desculpem a demora, mas finalmente chegou, haha. Mais um capítulo pra vocês (:

Espero que gostem, me digam sua opinião ^^

Beeijos :*