Mensagens escrita por WinnieCooper


Capítulo 28
Medo




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Medo

Estava sentado no meio da escada totalmente deprimido na noite do jantar. Toda minha família havia se recolhido, ou para sua devida casa, ou para seu quarto. A Mione havia ido embora, minha mãe continuava no nosso sótão e eu com a dúvida na minha cabeça.

“Como salvá-la?”

- Ei, Rony – ouvi a voz do Harry atrás de mim sentindo ele se sentar do meu lado na escada.

O Harry... Eu ainda não sei como ele aguentava isso, quer dizer, ser um herói e todo o resto, ter todos esperando que você vença o mal sem ao menos pedir por isso.

- Harry – o chamei num sussurro – Como você aguentou tudo isso?

- O peso nas costas quando tudo dá errado? – perguntou sabendo exatamente no que eu pensava – Ás vezes eu descontava em vocês gritando, às vezes engolia, ás vezes eu só esperava...

- Como eu trago vida a uma pessoa que morreu por dentro? – questionei desesperado.

- Sei lá, acho que está fazendo a pergunta errada.

- E qual seria a pergunta certa?

- O que te faz viver? – ele revelou a resposta como uma pergunta.

Automaticamente fechei meus olhos e deixei que a resposta aparecesse nítida no meu pensamento.

“O que me faz viver?”

Minha família reunida brigando e se divertindo ao mesmo tempo, todos juntos, os gritos da torcida num jogo de quadribol.  Conversas sem a menor importância com o Harry nos tempos que nossa única preocupação era que mentira inventar no trabalho de “Adivinhação” em Hogwarts, as brigas com a Hermione que me tiravam do sério e me faziam sentir coisas que eu não fazia ideia de como chamavam, mas que agora sei que é amor.

Bom, não adianta nada eu saber o que me faz viver, se o problema principal é minha mãe não voltar a viver.

O que faz minha mãe viver?

Minha família toda reunida, mas isso eu já tentei. Eu já percebi que minha família jamais vai estar reunida por completo porque existem peças desse quebra-cabeça que se perderam para sempre.

- Sabe às vezes eu sentia um frio na barriga quando eu abria o mapa do maroto nos tempos de guerra e não achava a Gina andando pelo castelo. O medo se apoderava de mim – meu melhor amigo se pronunciou de novo me fazendo abrir os olhos – Como se sentiu quando deixou eu e a Hermione depois da nossa briga na barraca?

Porque ele está me fazendo lembrar de uma das piores memórias da minha vida?

- Eu lembro que assim que aparatei me dei conta da burrice que fiz, e vi como o mundo estava perigoso demais por causa daqueles sequestradores que tinham me achado. Eu me lembro que já na casa do Gui o que fazia era só ouvir noticias no rádio e torcer para não terem encontrado vocês dois. Eu queria encontrar jeitos impossíveis de encontrá-los porque eu estava apavorado. Morrendo de medo do pior, com medo de não me desculpar, medo de ser tarde demais.

- Isso Rony – ele confirmou com a cabeça como se eu tivesse encontrado finalmente a resposta – O medo te fazia viver?

Eu franzi a testa tentando entender o ponto que ele queria chegar.

- A vontade de encontrá-los por medo me fazia viver – respondi.

- Exato – ele sorriu levantando e dando um pequeno tapa nas minhas costas me deixando sozinho novamente.

Medo?

xx

Então eu fiz a coisa mais absurda que supôs fazer um dia e depois é claro que ia procurá-la.

 Bati na porta da casa da Mione já era mais de meia-noite, estava chovendo, então minha imagem assim que ela abriu a porta não devia ser das melhores.

Foi com o medo em sua voz que ela perguntou:

- O que aconteceu?

Desta forma, é lógico que poucos minutos depois estava sentado no sofá da sala dela explicando o que eu havia feito.

- Eu acho que fiz uma das coisas mais improváveis que poderia fazer – disse quando ela me passou um chocolate quente que havia acabado de preparar – Sabe o relógio lá de casa, aqueles que os ponteiros são os membros da minha família?

Ela confirmou com a cabeça me deixando prosseguir.

- Com um feitiço colante, mudei o meu ponteiro para “Perigo mortal” e vim pra cá.

- O que?! – ela gritou indignada.

- Me deixe ficar aqui Hermione, eu preciso da sua ajuda.

- Me explica porque fez isso em primeiro lugar. Está querendo dar susto em alguém? Já sei! – ela gritou levantando da onde estava sentada apontando e dedo indicador na minha cara – Aquelas mensagens idiotas.

- Eu preciso salvar minha mãe Hermione, e talvez o susto a desperte, sabe? – eu sussurrei cansado.

- Rony... – ela balançou a cabeça negativamente – Eu acho que...

- Por favor – peguei em uma de suas mãos – Me ajude.

- Você sabe que essa sua cara triste, seu desespero, seus cabelos molhados é totalmente injusto contra mim, eu não acho que é certo, mas...

- Mas... – pedi para ela prosseguir.

- Tudo bem Rony, pode ficar aqui.

Depois de minutos de um dialogo chato onde eu insistia que poderia dormir no sofá da sala, que não queria incomodar, fomos dormir. Eu fechava meus olhos, mas não conseguia desligar minha mente. Em algum momento da madrugada eu escutei gritos vindos do quarto dela. Lembrei automaticamente dos gritos que cortaram meu coração quando a Hermione estava sendo torturada na mansão Malfoy.

Fechei meus olhos e fingi estar dormindo assim que ouvi ela se encaminhando para a cozinha passando pela sala.

Pude a ouvir fungando ainda chorando, seja o que for o que a fez gritar daquele jeito, estava a fazendo chorar até agora. Sou um idiota completo em ficar aqui deitado fingindo estar dormindo quando poderia levantar e a abraçar, dizendo que está tudo bem, que foi só um pesadelo. Levá-la para o quarto a fazer dormir de novo, lhe dar um beijo de boa noite.

Sou o melhor em bolar as ações por pensamento, agora realizá-las...

- Rony... – o sussurro dela perto do meu ouvido fez meu coração saltar do peito, senti seus leves dedos relarem no meu rosto contornando cada traço.

Um barulho soou no fundo e ela bruscamente tirou a mão do meu rosto, segundos depois o barulho acabou e a voz dela surgiu pouco longe de mim:

- Alô. Oi Milla, noticias das buscas de meus pais?... Já disse que não tem problema, pode ligar a qualquer horário...

Ela continuava a falar com essa tal de Milla, acho que é esse o nome da auror que está procurando seus pais. Resolvi e virar um pouco no sofá fingindo estar acordando.

- ...Eu entendo, eu sei, às vezes...às vezes as investigações tem que partir para esses meios não? Ok Milla – eu me sentei no sofá fingindo confusão vendo ela em pé falando ao telefone – Me ligue assim que conseguir novas informações, boas ou más. Não importa o horário... Eu que agradeço... Tchau.

Ela apertou um botão e colocou o aparelho em cima da mesa de centro. Olhando para mim angustiada disse:

- Desculpa ter te acordado.

- Ah que isso, eu não consigo dormir tranquilo com tudo que... – parei de falar antes que começasse a soar como mentira, mesmo que fosse mentira – Quem era?

- A Milla – a Hermione sentou ao meu lado no sofá suspirando tristemente.

- Noticias de seus pais?

- Não na verdade, a auror me disse que vai passar a procurá-los pelos hospitais e cemitérios.

Eu arregalei os olhos para ela cético.

- Mas esse é mesmo o próximo passo Rony, quem estamos querendo enganar?  Meus pais não podem ter sumido, podem estar doentes, podem estar mortos.

Eu balancei a cabeça negativamente tentando afastar os pensamentos que surgiram.

- Noticias ruins chegam rápido – disse a primeira coisa que me veio a mente.

- Isso é só uma frase que a sociedade inventou para dar algum tipo de conforto a pessoas desesperadas por noticias como eu neste momento.

- Exato Mione – eu segurei delicadamente as duas mãos dela e comecei a acariciá-las – Estou tentando fazer isso, não sei a verdade sobre o que aconteceu a seus pais, mas posso acreditar que essa frase inventada pela sociedade seja verdade, não posso? Eu me agarro a ela agora, esperando que você acredite na minha verdade.

Ela deu um pequeno sorriso e entortou seu pescoço esticando uma de suas mãos e acariciando meu rosto.

- Eu acredito na sua verdade – levantou-se do sofá e me deu um pequeno beijo na bochecha – Devia voltar a dormir.

- Você também.

- Vou tentar, com você aqui me sinto muito melhor. Boa noite Rony.

E então ela virou-se e encaminhou para seu quarto. Me acomodei no sofá novamente e consegui finalmente pregar meus olhos profundamente.

Cai no mundo dos sonhos.

Estava sozinho numa colina com grama verde por todos os lados. O céu começou a se tingir diferentes cores pelo nascer do sol. E então a vi.

Estava com um vestido branco que se movimentava devido ao vento que passava, seu cabelo todo despenteado, seus olhos fechados sentindo a brisa da manhã. Seus braços esticados como se tivesse só tentando reunir todas as emoções que aquele momento proporcionava.

- Hermione! – gritei começando a correr em direção a ela – Hermione!

Ela não havia se movido nada da onde estava parada, mas quanto mais eu corria, mais parecia que eu ia para longe dela.

- Hermione! – berrava parado esperando que ela simplesmente olhasse para trás – HERMIONE!

E então ela virou e me viu, sorriu como jamais a vi sorrir e começou a se aproximar de mim.

Notei seus olhos riscados com lágrimas já secas.

Como se eu estivesse numa penseira, onde os pensamentos que assistia mudassem assim que acabasse, o cenário mudou de repente. E sem explicação eu a vi parada na minha frente pendurada numa arvore com uma corda em seu pescoço.

Esticava minha mão e mesmo próximo a ela não conseguia relar em seu corpo.

Ela estava branca e sem vida.

- HERMIONE.

Berrei no sonho sem entender nada com uma dor lancinante no coração, não queria acreditar que ela estava morta.

De repente seus olhos se abriram e inclinando sua cabeça para cima como por magia sua boca se abriu e ela disse:

- É para o bem da humanidade.

- HERMIONE! – gritei levantando de subido do sofá, acordando do pior pesadelo que já tive na vida.

- Pesadelo? – e então ela estava na minha frente falando com a voz preocupada.

- Pesadelo idiota – eu respondi sem folego me sentando no sofá.

- Tinha haver comigo? – perguntou, mas eu tinha certeza que ela já sabia a resposta.

- Sempre tem haver com você.

- Meus pesadelos tem haver com você também.

- Isso é controverso – eu exclamei me dando conta de um fato – Você é meu sonho feliz na realidade, não um pesadelo.

Ela riu e balançou a cabeça negativamente.

- Eu ainda lembro de um “Ela é um pesadelo” no primeiro ano em Hogwarts.

- Credo Hermione, jogar passado na cara das pessoas, isso não é legal, eu estava criando um clima aqui.

-Talvez não precise – ela disse seriamente.

Então seria agora? O grande momento. As palavras com segundas intenções já foram ditas, estamos sozinhos, sem ninguém ao redor. Dificilmente as coisas não iram se concretizar agora.

- Hermione! Você está ai? – ouvi uma voz gritar do lado de fora batendo na porta da sala freneticamente – Sou eu, a Molly.

- Minha mãe – sussurrei apavorado para ela – Por favor, seja o que for que ela veio fazer aqui, eu não estou com você, não sabe nada de mim.

- Hermione?!  - ela voltou a bater mais apavorada na porta.

- Rony... – ela sussurrou meu nome balançando a cabeça negativamente.

Mas eu já estava longe, pensei em aparatar, mas resolvi me esconder atrás do balcão na cozinha, se elas resolvesse vir pra cá eu ia embora sem minha mãe perceber. Estava curioso quanto se minha missão estava prosseguindo.

- Olá senhora Weasley – ouvi a Hermione dizer, sua voz saiu receosa.

Só torço para que ela consiga mentir a minha mãe.

- Oh querida – me atrevi a esticar meu pescoço e vi minha mãe se lançar para a Hermione e a abraçar fortemente – Estou tão apavorada.

- O que aconteceu?

- O Rony sumiu. Hoje de manhã quando acordei ele não estava em casa e o relógio está marcando “Perigo Mortal”. Ele está aqui, passou por aqui?!

Suspirei tristemente, encostando na bancada desviando o olhar da porta da sala.

- Sinto muito Senhora Weasley, mas não o vejo desde o jantar – a voz a Hermione soava preocupada – Na certa ele aparece rápido.

- Acha mesmo? – minha mãe fungou tristemente – Eu não posso suportar a ideia de perder outro filho. Supostamente não devia ser os pais a enterrarem os filhos.

- Pense assim, noticia ruim chega depressa, no mínimo ele deve ter saído cedo para resolver coisas na loja.

- Não – minha mãe negou veemente – Desde ontem anoite ele não aparece, eu sei disso porque passo em todos os quartos antes de me deitar e ele não estava lá. Logo corri para olhar o relógio esperando ver onde poderia estar, mas ele não se mexia do “Perigo Mortal”. Tenho medo Hermione – estiquei meu pescoço e visualizei minha mãe olhando amedrontada a garota de meus sonhos.

- O medo pode ser bom às vezes, ele nos mantem vivos, de alguma forma.

- Eu sei, eu sei – confirmou enxugando algumas lágrimas de seu rosto com a palma da mão – Eu estava morta, tão morta dentro de mim, acho que a perspectiva de perder um filho novamente, o medo, me fez acordar. Me fez viver.

- A senhora quer entrar, tentar se acalmar...?

- Não, não, só vim ver se tinha alguma noticia dele. Irei procurar em outros lugares possíveis. Só peço que nada tenha acontecido.

- Não vai ter, eu vou tentar mandar alguma carta a ele – Hermione disse – Tentar localizá-lo.

- Faça isso – minha mãe a abraçou – Obrigada.

- Não fiz nada.

- Eu espero que seus pais estejam bem – ela acariciou os cabelos de Hermione.

- Eu também – sua voz era sincera sem falsa alguma.

- Um bom dia querida.

- Bom dia senhora Weasley.

Ouvi a porta se fechar e sai de trás do balcão abalado. A Hermione virou seu rosto triste para mim.

- Odeio mentir a sua mãe. Ela estava acabada Rony. Volte.

- Não agora – neguei com a cabeça – Não quando as coisas começaram a dar certo, não é a hora.

- Sabe a dor da aflição de não saber noticias que ela está sentindo? – ela apertou os punhos fechados de frente a seu peito – Eu sei qual é. Não a faça sofrer.

- É possível que a dor seja boa no fim? – perguntei me aproximando dela – Como essa, ela tem esse medo que aflige seu coração, no fim se sente viva de novo, no fim, eu a salvo.

- Eu acho que você se preocupa demais em certos detalhes e esquece coisas importantes, como o bem estar da sua mãe em primeiro lugar.

- No fim tudo da certo não é? – eu sorri tentando quebrar o gelo – Se não deu certo é porque não chegou ao fim.

- Outra de suas verdades baratas? – ela riu pelo nariz balançando a cabeça.

- Outra verdade que irá acreditar? – respondi com outra pergunta.

- Sabe – ela começou a dizer com um sorriso lindo nos olhos – O final é agente quem faz, o destino é agente quem faz e hoje estou com uma vontade imensurável de curtir um dia a moda “Trouxa” com você, que tal? Pizza, filmes na TV.

- Eu topo.

E o dia todo fizemos coisas juntos. Não sei dizer ao certo o que me move a sorrir o dia todo, talvez seja o jeito que ela ri quando digo alguma besteira, ou talvez seja quando ela diz alguma coisa muito inteligente me deixando confuso, talvez seja só o fato dela ainda estar viva comigo. Isso é suficiente .

Tão suficiente quanto a noite, quando nós dois estamos deitados na cama dos pais de Hermione. Olhando para uma TV conectada num aparelho que reproduz o tal do “Filme”. Que segundo a Mione, era uma história fictícia contada em imagens.

Eu não me importo muito com o filme para ser sincero. Eu fico prestando atenção o tempo todo nela. Por mais que eu tente olhar para a tela e ver as imagens de uma história que não me interessa, olhar para ela é tão mais doce e fácil, que não faço a menor questão de disfarçar.

- Sabe que o filme é ali e não aqui – ela aponto pra si mesma me encarando.

- Não tenho culpa, se olhar para você é bem mais interessante.

Ela mordeu seus lábios apreensiva.

- Você acha que as coisas um dia vão voltar a ser com eram antes? – Hermione perguntou se virando de frente a mim deitada na cama, esquecendo o tal filme.

- Eu torço para que sim, eu luto para que sim – respondi automaticamente esticando minha mão acariciando os cabelos dela.

Hermione fechou os olhos e suspirou voltando a falar:

- Eu espero que uma coisa não volte a ser como era antes.

- O que? – questionei curioso.

- Nós dois.

Eu fiquei sem palavras, o que dizer? Eu também desejo com tanta força que nós dois não voltamos a ser como antes. Não sermos só amigos.

- Estou tão cansada Rony, mas tenho medo de dormir – ela confessou.

- Estou aqui.

Estiquei meu braço de modo que ela deitasse a cabeça sobre ele e encostasse seu rosto em meu peito.

- Não saia daqui – pediu já com os olhos fechados.

- Não irei, não irei.

- Me conte uma história? – pediu com a voz fraca pelo sono.

- Como os contos “Bruxos”?

- Não, como as histórias que meu pai me contava quando criança, começa sempre com “Era uma vez” e termina com “Felizes para sempre”.

Gravei meio confuso essa nova informação na minha mente, mas resolvi criar uma história para ela dormir:

- Era uma vez uma garota de cabelos esvoaçantes, com dentes grandes e uma atitude mandona insuportável. Não sei explicar muito o porquê, mas quando ela sorria eu sorria. Quando ela chorava sentia sua dor em meu coração. Quando ela gritava queria gritar mais alto e ter razão. Tudo, tudo o que acontecia com ela tinha haver comigo.

Mexi um pouco e notei que a Mione tinha um sorriso nos lábios e respirava pesadamente. Será que tinha caído no sono tão rapidamente?

- E sei que eles viviam brigando um com o outro, e só depois de anos, depois de diversas discussões com meu eu interno eu descobri. E conto este segredo para você agora: Eram nas brigas que eles mostravam que se amavam – suspirei beijando o topo de sua cabeça – Eu quero que vivamos o felizes para sempre, mesmo que o “para sempre” não exista.

Eu poderia ficar a noite toda reparando nela dormindo. O modo que seu peito sob e desce respirando. As mexas de seu cabelo caindo sob seus olhos fechados. Como seus lábios permanecem num pequeno sorriso, enquanto ela está mergulhada no mundo dos sonhos.

Será que ela sonha comigo agora, da mesma forma que sonho acordado com ela?

Minhas pálpebras pesam, eu não quero dormir agora, quero a admirar mais tempo, mas dormir, antes tão difícil para mim, parece tão simples e fácil agora.

A ultima imagem que tenho dela é sussurrando meu nome em meio seus sonhos.

A próxima coisa que me lembro é acordar com uma irritante luz forte em meu rosto. Assim que abro os olhos ela ainda está lá. Estou deitado de lado e ela está com as costas em meu peito ainda com a cabeça em cima de meus braços que estão dormentes, mas eu não irei movê-los daqui nem sob Imperius. Seu pé percorre lentamente minha perna, ela começa a se mover lentamente. A próxima coisa que gravo é seus olhos abrindo lentamente, percebendo meu braço ela parece notar de repente que nós dois dormimos a noite toda abraçados. Eu estava pronto para socos e xingamentos de como era um abusado por ter dormido na mesma cama que ela, mas assim que ela virou seu rosto um sorriso apareceu, o sorriso que confirmava que estava tudo bem, que um dia pode sim começar perfeito.

Acho que as melhores coisas, na maioria das vezes, são aquelas que fazemos sem ao menos pensar nas consequências, porque se eu tivesse pensado, com certeza não teria feito o que acabei de fazer: Inclinei meu rosto para baixo e a beijei.

Eu poderia tentar descreve-lo aqui para vocês, talvez ele tenha sido desesperado demais, já que assim que nossos lábios se grudaram nossos dentes bateram, me mostrando que eu tinha feito um erro de calculo, mas quem liga para velocidade e dentes batendo quando tenho ela me beijando? Sim! Ela está retribuindo.

Consegui retirar meu braço debaixo da cabeça dela e me levantei sentando na cama trazendo ela comigo. Meus braços passando por toda costa dela a trazendo mais perto de mim se possível. E Hermione retribuindo o beijo com tanta ferocidade, que seus dedos ficavam perdidos entre meus cabelos e apertar meu pescoço pedindo mais.

Eu realmente não entendo a necessidade de respirar, não agora. E foi com um desprezo enorme de mim mesmo que desgrudei nossos lábios.

E vi o que tinha causado a ela. Exausta ela deitou na cama. Seu peito subia e descia rapidamente completamente sem folego, sua mão direita estava pousada em sua testa, talvez tentando acreditar no que tinha acabado de acontecer, seus olhos felizes tinham um brilho incomum talvez significasse que ela queria mais? Mas nada supera sua boca, o modo que ela morde seus lábios sorrindo ao mesmo tempo, a coloração vermelha que eu provoquei.

Sem resistir, avancei de novo para ela, afim de deixar sua boca mais vermelha, sua respiração mais irregular, o brilho de desejo de seus olhos pedindo por mais.

 Eu pensei que quando a beijasse, aquele complexo enorme que tinha da necessidade de tê-la pra mim fosse passar. Mas não, pelo contrario, ele aumentou, eu quero muito mais. Tão mais que realmente não sei o que fazer com as minhas mãos, eu não as controlo, de forma que livremente uma delas percorre por dentro da blusa de Hermione, sentindo sua pele arrepiada com meu toque.

- Sabe Ronald – ela disse se levantando um pouco da cama fugindo da minha mão teimosa – Da próxima vez que demorar tanto para me beijar assim de novo, eu irei te beijar assim.

E então ela deitou sob mim desta vez grudando nossos lábios novamente. Eu me pergunto se beijos com a Hermione vão ser sempre assim, desesperados, que me fazem perder a vontade de respirar, que não alimentam a minha fome, que só me fazem querer mais e cada vez mais.

Sabe existe uma teoria idiota que afirma que quando as coisas estão maravilhosamente ótimas alguma coisa acontece para atrapalhar. Eu queria que essa teoria idiota não tivesse se confirmado, não agora.

Não quando as coisas com a Hermione estão tão fora de controle que nem estamos mais pensamos nos nossos atos.

- O telefone – ela disse sem folego saindo de cima de mim.

Só com a interrupção que pude notar o barulho irritante deste aparelho chato ao fundo.

- Eu já volto – ela ficou em pé na cama com o dedo indicador apontado para mim - Não respire, não se mexa.

Quem sou eu para desobedecer sua ordem.? Deitado na cama eu ainda tentava assimilar os últimos acontecimentos

“Isso tudo foi verdade?”

            Meu coração acelerado, e o cheiro dela impregnado em mim me avisa que sim.

            - Vou usar o viva voz – ela voltou correndo para o quarto com o aparelho de telefone na mão ainda fazendo o barulho irritante.

            Sentou na cama do meu lado e apertou um botão:

            - Alô!

- Hermione, sou eu a Milla, espero que esteja bem – a voz da suposta Auror saiu do aparelho comigo e a Hermione ouvindo ao mesmo tempo.

            - Estou ótima, mais do bem. Noticias?

            - Sim tenho noticias – a voz dela saiu meio receosa – Já abriu seu e-mail hoje? Te mandei uma foto anexada.

            - Oh não, vou abrir agora – ela saltou da cama com o telefone numa mão e me puxando com a outra.

            Fomos até o quarto dela, ela ligou um aparelho branco, em uma tela menor que a tal da televisão.

            - Mas me diga Milla – Hermione perguntou para o aparelho de telefone em sua mão – É alguma pista, os encontrou?

            - De certa forma sim – respondeu a Milla – Meu trabalho acabou, eu estou voltando para Londres amanhã, só aguardo minha chave de portal.

            - Com meus pais? – ela continuava a segurar minha mão, apertava fortemente, como se tivesse com medo.

            - Já abriu o e-mail? – questionou a Auror fugindo da pergunta.

            - Irei abrir agora – ela soltou minha mão, colocando o telefone na escrivaninha e sentando-se em frente a tela igual a da televisão.

            Fez alguns comandos numa placa cheia de letras.

            - Vou mandar imprimir pra visualizar melhor – ela falou de novo pro aparelho de telefone.

            Uma outra máquina fez barulho começando a tirar lentamente um papel em branco que ganhava cor.

            - Hermione... – Milla começou a falar enquanto a Mione pegava o papel em sua mão – Eu sinto muito.

            Quando me dei conta do que estava acontecendo, vi a Hermione desmaiar caindo da cadeira que estava sentada. O telefone agora emitia um barulho irritante de “Tu...tu...tu”

            - Hermione! – gritei agachando tentando acordá-la.

            Pegando o papel de sua mão pude visualizar a imagem que havia causado seu desmaio.

            Numa lápide cinza estava escrito:

            M.Wilkins

            W.Wilkins

            † 30 de Novembro de 1997


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Notas finais do capítulo

N/B: Bem... Sei que muitos estao emocionados com o beijo de Romione mas esse ultimo acontecimento me tirou a vontade de escrever uma nota pulando de alegria sobre o beijo =S
Geeeeente! E pensar que muita gente ficavam me pedindo pra eu nao matar os pais da Hermione na minha fic ( sendo que nem planejava isso )
E na fic que eu menos esperava, isso acontece O.o
AMEEEEI! Sei que parece loucura, mas como é uma história fictícia, adoro essa ideía de matar os pais dela... Dá um drama fantástico.
Nao me matem por isso, mas é a realidade. A história ficou ainda mais interessante agora!
Claro que na vida real eu estaria jorrando de lágrimas, maaas é uma fic... e as vezes tragédias tem que acontecer para apimentar a história =P

Ah, posso ser sincera? O beijo de Hermione e Rony me lembra meu primeiro beijo hahaha ( só nao foi tao perfeito quanto os dos dois )
E bem, terminei de betar hoje o
Dia 11/09 estarei viajando pra Itália com minha escola... tenho preguicinha de ficar sentada 20 horas em um ônibus ( pra aqueles que nao sabiam... moro na Alemanha, entao nao estranhem o fato de eu ir de ônibus )
E ficarei fora mais ou menos 1 semana!
Quando voltar, estarei já esperando ansiosamente pra betar o capítulo 29 ;D


N/A: Primeiro, eu não ia postar esse capítulo hoje, mas sabe a ansiedade de saber a opinião de vocês?
Está me corroendo, então, como essa semana eu estou boazinha, ai está o capítulo...
Segundo, esse beijo, sempre esteve em minha mente, então não é porque eu li Hunger Games recentemente que foi inspirado lá, pois NÃO foi...
Ele ta mais pra esse beijo Chuck e Sarah em Chuck: http://www.youtube.com/watch?v=nuFJYH7m9Co

O beijo deles sempre seria assim e claro aconteceria um tragédia depois para as coisas ficarem mais interessantes...
E foi a coisa mais difícil que já descrevi na vida!
Sério...
Sabe o que é pior agora? NÃO TENHO MAIS NADA ESCRITO

Então o próximo capítulo sai daqui provavelmente em um mês...
Sabem por quê? Missão da Rainha e acho que vocês imaginam quem seja, certo?

Pobre Ronald, como salva-la depois dessa noticia?

O fim está cada vez mais próximo...

Viram como minha beta é chique? *-*

Bom, acho que é só...

Beijosss