Tom me levou pra casa, alegando que eu não estava em meu perfeito estado mental, só por ter pedido desculpas a ele; e sinceramente, eu preferi não reclamar, estava cansada demais de brigar com todo mundo. Chegando à porta do meu quarto, onde ele estava prestes a entrar também, eu me virei pra ele e falei:

- Bem, obrigada por ter me trazido pra casa, foi gentil de sua parte, priminho. – apertando as bochechas dele – Agora eu vou dormir, bom dia!

         Eu tinha a leve impressão de que Tom ficou um tanto decepcionado, e me senti extremamente satisfeita com isso, então fui dormir, cambaleando.

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         Acordei com uma dor de cabeça insuportável, a luz do sol que passava pela janela atingia meus olhos com força de bala. Levantei devagar, e – que susto! – dei de cara com Tom sentado no meu pufe, às sombras do quarto. Ele vestia as mesmas roupas do dia anterior, o que indicava que...

- O que você ta fazendo aqui a essa hora? – perguntei, esfregando os olhos.

- Bom dia pra você também, priminha querida. – respondeu ele, calmo.

- Bom dia, o que você ta fazendo aqui a essa hora? Não ouvi você entrar. – falei, azeda.

- Claro que você não me ouviu entrar, dormia como uma pedra. Passei a noite aqui, a mando da sua mãe. – engasguei. A mando da minha mãe? Desde quando mamãe mandava rapazes passarem a noite no meu quarto?

- Como é? A minha mãe mandou você passar a noite aqui? Pra quê?

- Pergunte a ela, eu só fiz o que ela mandou.

Ah, é claro que ele havia feito.

- Ok, vou perguntar. Agora, se me der licença, vou tomar um bom banho, então, apreciaria se você se retirasse, sim? – falei, sarcástica como sempre.

- Hum, acho que não, aqui está bem confortável, na verdade. – respondeu Tom, com cara de deboche. Como assim estava bem confortável? Ele iria sair do meu quarto ou eu teria que ‘chutá-lo’ de lá?

- Tom, dá o fora.

- Não.

- Hã, por acaso este é o MEU quarto, e eu ainda tenho alguma autoridade sobre quem fica aqui ou não, certo? Então, eu quero tomar banho e me vestir. Dá pra sair ou eu vou ter MESMO que tirar você daí? Não esqueça que você já me viu quebrar o nariz de um cara. – falei, ameaçando.

- Fique à vontade para tentar. – respondeu ele, espreguiçando-se.

Ali já era demais! Parti pra cima dele, com uma mão, agarrei a camisa GG dele, com a outra, puxei os dreads. Ele meio que deu um gemido de dor por causa do cabelo, e pareceu um tanto surpreso pela minha força. Eu o havia tirado do pufe! Mas assim mesmo ele ainda era mais forte que eu – e maior, também, mesmo que não fosse muito, afinal 3 centímetros não são muita coisa, são?

Foi uma cena, no mínimo, hilária. Eu tentava empurrá-lo pra fora do quarto, e ele, com um certo esforço, se empurrava pra dentro. Alguns minutos depois, estávamos gargalhando! Rindo daquela cena idiota, e acabamos perdendo a força.

- Essa cena devia ter sido filmada, Tom. Você perdendo pra mim! Há! – falei, debochando.

- O quê, você mal moveu meus dreads de lugar! Eu, perdendo pra você, só em sonho mesmo...! – respondeu ele, ainda sem me soltar.

Daí a gente notou que ainda estava segurando um no outro, e, com um rápido olhar entre nós, Tom meu empurrou pra minha cama. Aquilo sim é que foi força! Eu não tive nem tempo de me preparar, oras...! O que não fez muita diferença, afinal, em que eu me prepararia?

- Ei, garotão, foi pra isso que a minha mãe mandou você ficar aqui, foi? – falei, antes que ele começasse a me beijar.

- Não necessariamente, ela só disse pra eu não tirar o olho de você. Subentende-se, então? – respondeu ele, divertido.

- Bem, ela não se importaria se você não tirasse só o olho de mim, não? – falei, rindo. Daí ele começou a me beijar, repetindo a cena da praia, e, sério, o restante não precisa ser descrito aqui. Eu só digo uma coisa: o Tom era “hot”. E agora eu sabia porque ele tinha uma enorme fama de tarado!