Ironias de Uma Vida escrita por ThatzFer


Capítulo 8
Cap. 8 – Eu não estou bêbada!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/11216/chapter/8

         Enfim, o dia da festa de Marizza havia chegado! Eu estava contentíssima, mesmo tendo “chiado” bastante contra a idéia de ser a organizadora da festa. Porque já que eu tive que organizá-la, então eu havia caprichado em tudo! E melhor, todos estavam ansiosos para o início da festa, porque eu tinha proibido qualquer um da família de entrar no salão, afinal, eu era a toda-poderosa ali!

         A noite chegou rápido, com os preparativos de última hora para a festa. Depois de uma tarde no cabeleireiro – a pedidos insistentes da mamãe, eu odiava salões de beleza –, voltei pra casa, entrando como uma bala e subindo para o meu quarto, ansiosa para me arrumar.

         Pus minha boxer larga preta, de couro, com uma camiseta vermelha colada e suavemente decotada – há, eu não deixaria minha irmãzinha ficar muito mais visível que eu naquela festa, não mesmo! – e calcei meu companheiro de todas as horas, o Adidas branco! Por fim, lápis de olho preto, rímel e um pouco de gloss. E, é claro, o sobretudo preto. Como eu era alta, ficava um tanto imponente com aquela roupa, e eu queria causar, oras!

         Depois de pronta, desci as escadas, todos já estavam lá, esperando por mim, inclusive Marizza, com seu vestido azul-marinho (?)!

- Mamma, que demora! – falou mamãe, ajeitando o xale do vestido vinho dela. Notei que os gêmeos olhavam para mim um tanto quanto petrificados, o que gostei bastante.

- Ah, mãe, escolher uma roupa demora! Eu não sou a adorável aniversariante, que tem as roupas escolhidas meses antes da festa, oras! – respondi, dando um falso sorriso em direção à minha irmã – Então, como estou?

- Uma beleza. – falou Tom, automaticamente. E alguma coisa me dizia que ele tinha dito aquilo sem pensar, han?

         Fomos para o salão de festas, então eu fiquei na frente de todos, para impedir que entrassem antes de mim.

- Esperem aí! Eu, como organizadora da festa, concedo as honras à minha querida irmã, Marizza, então, minha filha, o que está esperando? Entra logo! – e, fazendo uma mesura um tanto exagerada, abri espaço para que todos entrassem.

- MAMMA, O QUE É ISSO!? – gritou Marizza, com um sorriso encantado no rosto. É, pelo visto ela tinha apreciado a minha organização!

- Todinha pra você, maninha. – eu respondi, e logo em seguida, sumi. Fui dar uma de organizadora mesmo, indo conversar com a equipe de som, luz, essas coisas...

-------------------- ----------------------- ---------------------------

         Bem para o meio da festa, eu já estava animada, dançando como uma louca, também, tinha bebido alguns copinhos de coquetel... Enfim, dançava sem olhar pra ninguém, já tinha perdido a noção das coisas e do tempo, estava me divertindo! Então eu fiquei tonta, tudo começou a rodar, as luzes da boate eram um caleidoscópio para os meus olhos, até que, quando eu perdi as forças nas minhas pernas, alguém me segurou.

- Opa, calma aí, Mamma... – ouvi a voz de Tom no meu ouvido, ele parecia preocupado comigo. Tom preocupado comigo? Aquilo soou estranho, porque Tom era cheio de brincadeiras, e era o único da família que poderia “competir” comigo em quesito de ironia e sarcasmo. Mas eu... Cara, eu me senti bem em ver que ele tinha alguma coisa na cabeça, além de se aproveitar de garotas, claro.

- Ai, Tom! – berrei, quando ele agarrou meu cabelo, ao tentar me levantar nos braços dele.

- Fica quieta, Mamma. Quer que eu ajude a tirar você daqui ou não? – respondeu ele, malcriado.

Tom me levou para o quarto do salão, que era o local onde Marizza trocaria de roupa para as valsas e tudo o mais. Ele me colocou na cama, e sentou do meu lado, calado.

- Quer fazer o favor de apagar essa luz? Meus olhos estão doendo... – falei, meio zonza. Não estava completamente embriagada, só tonta!

- Mamma, como é que você está? – perguntou, ao apagar a luz.

- Tonta.

- Que idiotice foi essa de se embebedar? Ah, já sei! Bebeu para esquecer que não tinha um namorado, não foi? Oh, ‘tadinha da Mamma, sentindo-se rejeitada... – debochou ele, sem olhar pra mim.

- Qual é, Tom, eu não me embebedei, só quis experimentar um pouco de psicodelia. E eu não estou bêbada! – respondi, séria.

Aí ele me olhou com aquela cara sexy de preocupado, brincando com o piercing.

- Que foi? – perguntei.

- Nada, é que você fica estranha quando ta bêbada.

- Sério? Eu não tinha reparado... – respondi, revirando os olhos.

- Você ainda é malcriada...

- Ah, fica na tua, Tom, quem mandou você me trazer pra cá? Que eu saiba, você fez isso de livre e espontânea vontade. E eu não preciso de você, oras. – falei, comprovando minha malcriação. Quem era ele pra ficar dizendo essas coisas? Se eu era malcriada ou não, era da minha conta!

- Você manda, Mamma. – de novo aquilo. Era inegável que Tom tinha algum senso de humor, mas ele era tão orgulhoso! Sinceramente, fiquei com pena dele. Sério. Mamma nunca sente pena, que droga! Por que aquele cara estranho estava mexendo comigo?

- Droga, Tom! – falei, quando ele se levantou, dirigindo-se à porta.  

Ele se virou pra mim, surpreso.

- Desculpe o mau trato. Sério. – falei, sem ironizar e sem sorrir.

- Mamma pedindo desculpas? – retrucou ele, com um sorriso triunfante no rosto.

- É, Mamma pedindo desculpas. Não sou muito acostumada a fazer isso, então aproveite. – respondi, recuperando um pouco do meu sarcasmo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ironias de Uma Vida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.