Simplesmente não podia ser. Eu estava completa e totalmente ferrada. E Tom também, embora ele não precisasse carregar um bolinho de gente na barriga nem engordar toneladas. Homens serviam pra isso. Pra espalhar seus genes e só. Para divertirem as mulheres também, é claro. Tom me divertia. Acho que nossa diversão foi longe demais. E isso era um problema.

Saí do banheiro, depois de ouvir as batidas de Tom na porta. Ele estava quase transtornado com a possibilidade de eu estar grávida. E era pra estar mesmo, afinal, ele seria pai. Pai do próprio primo!

- E aí? – ele perguntou, ansiosamente, quando abri a porta do banheiro.

- Prepare-se, porque agora a gente vai enfrentar a maior barra das nossas vidas. Você vai ser pai, Tom. – falei, ainda chocada com o fato. Não conseguia ter reação alguma, porque a ficha não tinha caído ainda. Eu, grávida?

Tom ficou branco. Pálido, sem cor, enfim. Depois de alguns minutos de choque, ele conseguiu pronunciar alguma coisa:

- Estamos ferrados. Eu, pai? Com 18 anos?

- Pra você ainda está ótimo, Tom. Eu acabei de fazer 16! E olhe só, estou grávida! Você tem alguma noção do que isso significa? – perguntei, um pouco mais nervosa, a ficha estava caindo.

- Isso nunca... nunca tinha acontecido antes.

- É, mas agora aconteceu. E eu não quero ser mãe.

Essa frase o fez olhar pra mim com espanto. O quê, ele achava que eu iria querer ter um filho? Com todos esses métodos de aborto que haviam por aí?

- Você não está pensando em...

- Estou.

- Claro que não!

- Olhe aqui, é você que vai carregar uma criança na barriga? Não. Então eu decido o que fazer com ela.

- Essa criança só está aí porque eu contribuí pra isso, Mamma! Além do mais, tia Siena mataria você.

- Ah, ela vai me matar, pode ter certeza.

Estava tudo muito confuso na minha cabeça, eu não fazia a menor idéia do que fazer. Claro que eu tinha essa idéia de abortar, mas não sabia se teria coragem. Abortar seria matar. Matar um ser que estava ali por culpa minha. Eu precisava de uma solução.