simplesmente Amor escrita por Bellsmarti


Capítulo 7
Capítulo 8 - Decisão


Notas iniciais do capítulo

:'(. :'(. :'(

SEM PALAVRAS.

Nos vemos lá embaixo.

Dedinhos apostos. Deixem uma autora feliz.

Espero muitos reviews neste último capítulo.



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Eu não sabia o que dizer, minhas lágrimas insistiam em cair, e já não enxergava mais nada. Pedi licença e fui até o banheiro. Fiquei um longo tempo lá dentro, sentada no chão, chorando. Não sabia o que dizer ou o que pensar, não sabia nem mesmo se podia acreditar no que ele estava dizendo, quanto mais perdoar.

Ouvia seus passos indo e voltando da sala, parecia estar impaciente, nervoso, sei lá.

Tudo voltou a minha mente como um filme, desde o primeiro dia que o encontrei caído, até o último dia no bar, mas tudo o que conseguia sentir era a sensação de seu beijo, e de como estava feliz por ele estar lá.

Lembrei das palavras de meu pai. – “Isso quem vai dizer será seu coração.”, mas meu coração não estava agindo certo, eu deveria sentir raiva, mandá-lo embora, dizer que o odiava por tudo pelo que estava sofrendo, mas ele insistia em bater descompassado, pelo simples fato de estar do outro lado da porta.

- Todos os corações eram assim idiotas quanto o meu? Onde estava meu cérebro e minha razão neste momento?

  Eu precisava me decidir, naquele momento meu destino seria traçado.

Quando senti que estava preparada, enxuguei as lágrimas, lavei meu rosto e saí. Ele parou imediatamente quando me viu, senti sua tensão, mas, esperou.

Segui meu coração idiota.

- Eu te perdou. – Disse baixinho.

Percebi que relaxou os ombros ao mesmo tempo que deu um grande suspiro como se estivesse segurando o ar dentro de seus pulmões por um longo tempo e sorriu. Ele veio até mim, segurou minha mão e me levou até o sofá.

- Quero que me prometa que vai me ouvir até o fim, sem me interromper, está bem? – Apenas balancei a cabeça afirmativamente.

- Eu realmente estava perdido, e por mais que tentasse largar da bebida, era mais forte do que eu, dizia para mim mesmo, só um gole, e depois que começava não conseguia mais parar. Quando encontramos o Fred, ele teve uma longa conversa comigo, e me sugeriu um tratamento em uma clinica, mas eu achava que podia parar quando quisesse. Naquele dia no bar não sei que me deu para falar tudo aquilo, acho que queria me mostrar para meus amigos. Hoje sei que não eram meus amigos. A bebida não deixa a gente raciocinar direito. Não estou me justificando, o que fiz foi errado e imperdoável. – Ele parou por alguns instantes e eu continuei quieta aguardando que continuasse.

- Depois que você foi embora, pensei em tudo que me disse, mas o que me doeu mais, foi quando disse que não se importava se eu morresse e que não queria me ver nunca mais.    

- Aquelas palavras bateram fundo, me machucaram imensamente, só então percebi o quanto eu te amava e que não queria te perder, se é que já não tinha perdido. Eu precisava escolher meu caminho, e o caminho que escolhi foi o de tentar reconquistar você. Não voltei para o bar, ao invés disso fui até o consultório do Fred. Ele demonstrou também ser um grande amigo, ligou para a clinica de seu tio em São Paulo, que cuida exclusivamente de dependentes químicos, dois dias depois parti. No começo foi difícil, mas eu tinha um propósito, e sempre que pensava em você, me sentia fortalecido. Lá também conheci o filho de um banqueiro, Ricardo, nos demos bem desde o começo. Conheci seu pai, durante as visitas, quando soube o que fazia me ofereceu um emprego, é claro que aceitei, mas pedi um tempo, para que pudesse ajeitar as coisas por aqui.           

- Isso é tudo.

- Fico feliz por você. Tenho certeza que se dará muito bem. Espero que seja feliz no novo emprego, e quanto a mim não se preocupe, eu já disse que te perdôo. Vá sem culpa.

- Você não entendeu nada do que eu disse? Ou não estava prestando atenção?

- O que quer dizer? Agora é que não estou entendendo.

Ele bufou, e sorriu.

Levantou do sofá e se ajoelhou a minha frente, segurou minhas duas mãos e olhou dentro de meus olhos.

- Bella eu te amo, fiz tudo isso por você, é com você que quero passar o resto de minha vida.

- Bella quer casar comigo? - Tirou uma caixinha do bolso e a abriu, lá dentro havia duas alianças.

Acho que naquela noite ia ficar desidratada de tanto que chorei e o meu Sim saiu engasgado. Achei até que ele ia voltar atrás depois que descobriu que eu era uma boboca chorona. Mas ele foi paciente. No final da noite estava horrorosa, de cara inchada, olhos vermelhos e fungando, mas feliz, a pessoa mais feliz deste mundo. 

Já era quase meia noite quando ele se despediu. Não forçou nada, nem sequer cogitou em dormirmos juntos. Disse que havia chegado de viagem e vindo direto para meu apartamento. Não reclamei nem sequer sugeri. Sabia que devia estar cansado.

Assim que ele saiu não resisti, liguei para Vitória.

- Que é Bells, já tá na hora.

- Acorda Vi, preciso te contar a melhor coisa do mundo.

- Não dá pra deixar prá amanhã?

- Não, não dá, e depois, amanhã não vou com vocês no passeio, tenho outro compromisso.

- Compromisso, que raios de compromisso pode ser mais importante do que sair com suas amigas?

- Sabe que é, preciso ir até a igreja, marcar a data do meu casamento.

- Casamento, que casamento, quem vai casar?

- Eu!

- Você está louca, ou eu estou sonhando! Não só pode ser um sonho.

- Está preparada para ouvir?

- O que está acontecendo Bella?

- Eu fui pedida em casamento e aceitei, nada de mais.

- Você está louca? Como nada demais? Quem é o louco que fez isso?

- Adivinha?

- Como é que eu posso saber se ainda ontem você chorava pelos quatro cantos por causa do Denis. Ai Meudeus, não me diga ....

- Digo sim. Ele voltou totalmente recuperado, com emprego, e me pediu em casamento, não é o máximo!

- Amiga, isso é demais! Vai ter que nos contar essa história todinha.- Fiz um pequeno resumo.

- Tudo bem, agora pode ir dormir, e avise as meninas porque não vou, e divirtam-se.

A cerimônia foi simples, havia apenas nossos amigos mais íntimos, meus pais, seu novo amigo Ricardo e o pai dele e chefe do Denis, Dr. Marcelo que fizeram questão de comparecer. Os pais de Denis não vieram. Nossa lua de mel foi curta, apenas uma semana, mas aproveitamos ao máximo.

Minhas amigas choraram prá caramba em nossa despedida. Iríamos direto para São Paulo, na volta de nossa viagem.

O escritório em que eu trabalhava estava abrindo uma filial em São Paulo, e quando soube que eu ia pedir as contas, meu chefe me ofereceu o cargo de Gerente da Área Administrativa, e é claro que eu aceitei imediatamente.              

A verdade vem a tona

Três anos depois

Estávamos em um restaurante simples no Alto da Cantareira que uns amigos nos haviam indicado. Nosso casamento ia muito bem obrigado, e cada dia eu amava mais meu marido. Ele estava muito bem no emprego, e nossa situação financeira agora era muito boa. Já havíamos comprado nosso apartamento em uma região nobre, cada um de nós tínhamos um belo carro do ano, apartamento na praia, e algumas economias e muitos amigos. De vez quando íamos a algum lugar pitoresco tipo este restaurante. Nossa vida não era nada monótona.

Conversávamos animadamente quando um rapaz se aproximou de nossa mesa, sua fisionomia não me era estranha, mas não sabia de onde o conhecia.

Denis - Valter! Como vai, a quanto tempo.

Valter - Como vai Denis.

Denis - Muito bem. Quero lhe apresentar minha esposa Isabella.

Valter - Muito prazer. - Ele me cumprimentou.

Denis - Está sozinho?       

Valter – Sim.

Denis – Então almoce conosco, será um prazer.

  

Valter – Não quero incomodar.

Denis – Imagine, sente aí e me conte as novidades.

Valter – Tudo bem.

Denis - Como é que vai seu emprego na corretora, fazendo muitos negócios e enchendo os bolsos de dinheiro, aposto.

Denis -  Bella, Valter era o melhor na corretora, depois de mim.

Valter – Fui despedido a alguns meses atrás.

Denis – Cara eu sinto muito. Mas o que aconteceu?

Valter – Podemos deixar esta conversa para depois do almoço, gostaria mesmo de conversar com vocês e esclarecer algumas coisas, mas em um lugar mais reservado.

Denis – Como quiser.

Chamamos o garçom e fizemos o pedido. Conversamos sobre assuntos sem importância e os dois lembraram de algumas histórias de quando estavam na corretora. Rimos bastante, e no final das contas o almoço foi bem agradável. Mas eu sentia uma tensão no ar. O rapaz parecia nervoso.

Convidamos Valter a ir até nosso apartamento. 

Denis procurou deixar Valter a vontade. Antes de falar tomou umas duas doses de whisky, acho que para tomar coragem.

 

- Denis, começou ele, eu vim para São Paulo a sua procura, e foi uma surpresa, agradável posso dizer, e uma feliz coincidência, quando vi vocês naquele restaurante.

- Mas porque veio me procurar?

- Antes de dizer, só quero que saiba que estou imensamente arrependido do que fiz, você era meu amigo e me ajudou tantas vezes, e venho me remoendo por dentro todos estes anos.

Nós não estávamos entendendo nada do que ele estava falando.

- Você foi despedido por minha causa. – Ele parou e deixou que Denis digerisse aquela revelação.

- Como assim, por sua causa?

- Duas semanas antes de você ser despedido o pai de Rose me procurou, e me propôs um acordo. Eu daria um jeito de ferrar com sua vida dentro da corretora, em troca ele passaria sua conta para mim, e Rose estaria livre para namorar comigo. Ele sabia que eu gostava dela.

- Não estou entendendo, porque?

- Vocês estavam falando em ficar noivos e casar, mas ele não gostava de você, porque o enfrentava, e sabia que casando com a filha dele iria ainda ser pior. Você nunca foi como os outros que diziam sim senhor para tudo, e ele não gostava disso, então a única maneira de Rose desistir de você era fazer com que sua carreira desmoronasse. A ambição falou mais alto.

- Como foi que fez aquilo?

- Eu tinha sua senha, lembra? Você me deu quando saiu aquela semana de férias. Eu só precisava de uma boa oportunidade, foi fácil, aquele dia estava tumultuado, nós todos estávamos alvoroçados, intranqüilos, então quando saiu para tomar café, fui até seu computador, eu já conhecia a forma como você se organizava e fiz a operação, rápido e simples.  A noite liguei para o todo poderoso.

- Algum tempo depois comecei a namorar Rose, com o apoio de seu pai. Um ano depois nos casamos. A aproximadamente seis meses atrás fiz uma operação mal sucedida, e perdi uma pequena fortuna para vários acionistas, inclusive para meu pai e de minha conta pessoal. Os investidores ficaram doidos e exigiram minha demissão, e meu pai desde então não quer falar comigo. Rose pediu a separação.  

- Espero que tenha aprendido a lição. - Eu disse e Denis me olhou atravessado. Dei de ombros. Só eu sei o quanto Denis sofreu naquela época. Apesar de que de certa forma devia agradecer, pois se não fosse essa sua atitude talvez hoje Denis estaria casado com Rose e não comigo.

- Eu sei o que está passando, e vou ajudar você.

- Depois de tudo que aprontei, porque quer me ajudar?

- Valter, eu sofri muito depois que fui demitido, e como deve saber me entreguei a bebida, perdi quase tudo que tinha, e se não fosse por uma alma caridosa que sentiu pena de mim, sem nem mesmo me conhecer, talvez hoje estivesse dormindo na rua ou quem sabe até morto. Mas apesar de no começo não reconhecer a ajuda ainda assim ela não desistiu de mim, nenhuma vez. – Ele olhou para mim, com amor profundo e me deu um beijo, e falou olhando nos meus olhos. – Garota persistente. Nesse caminho ainda encontrei outros amigos, amigos de verdade que me ajudaram a me reerguer, e hoje sou extremamente grato a eles por não desistirem de mim.   

- Eu realmente agradeço sua ajuda.

- Conheço você e sei que deve ter aprendido a lição e também sei o quanto é bom no seu trabalho, só não me decepcione.

A noite na cama pensei em tudo que Valter havia contado.

- Eu sempre tive certeza. – Disse.

- Do que?

- De que não tinha sido você.

- Apesar de descobrir essas coisas horrorosas que fizeram comigo, estou feliz por saber a verdade.

- Eu também, porque sei o quanto isso te atormentava, não que isso importasse para mim, porque meu coração sempre me dizia isso, é porque eu te amo mais do que qualquer coisa no mundo e quero só te ver feliz.

- Mesmo?

- Mesmo.

- Prove?

Aquela noite seria especial. Eu sabia que a dúvida sobre quem teria feita aquilo e porque, o atormentava. Hoje ele estava de alma limpa. Todas as sombras do passado haviam sido reveladas, a admiração que sentia por ele aumentou mais ainda, quando, apesar de tudo, se propôs a ajudar o amigo Judas.

Senti que me puxou para perto dele, e procurou minha boca num beijo ardente, e mais uma vez me entregaria a ele de corpo e alma, pois ele era todo meu, o meu marido, meu amante, meu melhor amigo, meu gostosão e de mais ninguém. 

FIM


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Notas finais do capítulo

Quero dizer que eu adorei escrever esta fic, foi minha primeira original e coloquei muita emoção nela e sinceramente estou triste por ter chegado ao fim.
Quero agradecer a todas as amigas que acompanharam esta fic e pelas recomendações. Através dela fiz muitas novas amizades.
Quero dizer ainda que recebi alguns pedidos para fazer POV DENIS, e talvez faça mesmo. Então aguardem.
Estou postando uma long-fic
"ENTRE O MEL E O FEL".
e uma que deveria ser one-shot mas como não consegui postar de uma vez só to postando em mais caps. Uma homenagem ao ator que eu também amo de paixão Robert Pattinson.
"ROBERT PAT. E EU EM: MINHA MELHOR TRANSA"
Ficaria imensamente feliz de ter vocês novamente comigo opinando e especialmente me dando incentivo para continuar.
Um grande beijo e até sempre.
:'(. :'(. :'(
*Bells*



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