simplesmente Amor escrita por Bellsmarti


Capítulo 6
Capítulo 6 - Pizza e Vinho -


Notas iniciais do capítulo

Garotas

Acho que vão me adorar e odiar neste cap.

Mas que posso fazer a vida é assim.



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Denis estava ali, em pé, com os braços esticados e um maço de mini rosas estendidas para mim e um sorriso lindo no rosto.

- Obrigado por tudo. Por não desistir. – Deu um grande sorriso. Fiquei ali parada sem me mexer, nunca tinha recebido flores de ninguém. Percebi que meus olhos se encheram de lágrimas.

- Não gosta de rosas? – Perguntou quando viu que não me mexia.

- Não! Quer dizer sim! É que nunca ninguém me fez uma surpresa assim. – Obrigada. – Não sabia mais o que dizer. Me aproximei e lhe dei um beijo no rosto. Apesar de todas as vezes que ficamos juntos nunca estivemos tão próximos. O contato com sua pele fez meu coração disparar ainda mais, precisei respirar várias vezes, senão ia ter um treco. As lágrimas insistiam em cair.

- Porque está chorando?

- Porque sou uma boba sentimental. E as flores são lindas.

- Você não é uma boba, é apenas sensível. – Se aproximou e enxugou minhas lágrimas com uma de suas mãos. Senti a gentileza e a maciez de seu toque e meu corpo estremeceu, então, por impulso me afastei.  

- Estou indo para casa, quer me acompanhar e por as flores no vaso.

- Tudo bem. Eu vou com meu carro e nos encontramos lá.

- Até já então.

Só quando já estava dentro do carro que percebi que não havia pego as rosas, quando olhei para Denis ele já estava saindo. Cheguei no meu apartamento mas ele ainda não estava lá. Deixei a porta aberta e fui tomar um banho. Coloquei um vestidinho simples bem fresquinho. Pois ainda estava muito calor. Ouvi a campainha e fui até a porta, mesmo sabendo que era ele, sentia uma emoção que não conseguia definir. Respirei profundamente e abri a porta.

- Oi. Acho que esqueceu isto. - Acho que corei no mesmo instante.

- Me desculpe.

- Só se tomar um vinho comigo. – Mostrou a garrafa na outra mão. Mil coisas passaram por minha mente, inclusive sua imagem caída entre os pinheiros e seu cheiro forte de bebida.  

- Não sei se é uma boa idéia. – Disse quase num sussurro.

- Prometo que vou me comportar, só uma taça.

- Só uma taça?

- Palavra de escoteiro.

- Uma pizza e uma taça de vinho?

- Perfeito.

Ele fez o que prometeu, tomou apenas uma taça ao contrário de mim que tomei três, não estava de porre, mas me sentia leve e alegre.

Depois que comemos sentamos no sofá para ver um filme, era de comédia e bem divertido, riamos muito e nos jogávamos um em cima do outro de brincadeira, nem sei bem como aconteceu, em certo momento ele jogou uma almofada sobre mim eu tentei agarrá-la e me desequilibrei, estava indo direto para o chão quando agarrei em sua camisa e ele caiu sobre mim e de repente ele estava tão perto, e se aproximando e quando percebi estávamos nos beijando.

Seu beijo era quente, doce, fazia meu corpo todo estremecer. Seus braços eram fortes e me envolviam delicadamente. Era tão diferente do meu ex. Um sentimento estranho e desconhecido tomou conta de mim.

Todas minhas emoções vieram a tona, tudo que até aquele instante eu negava e me enganava querendo negar surgiu tão avassalador que não tive qualquer dúvida, estava perdidamente apaixonada por ele, e sem pensar, sem resistência me entreguei, naquele momento era tudo que eu mais desejava. Podia sentir que ele sentia o mesmo, a forma com que me beijava e me abraçava era tão verdadeira. Estar com ele foi maravilhoso. Não tive medo, ele foi delicado, amoroso, e dizia que eu era a garota por quem ele procurou toda a sua vida.

Olhei ao meu lado e Denis dormiu tranqüilo, e as vezes parecia sorrir. Será que estava sonhando? Fiquei pensando no que tinha acontecido aquela noite. Muitas e muitas noites ficava imaginando como seria  minha primeira vez, e sentia medo. Medo de me decepcionar, medo de decepcionar a pessoa que estivesse comigo, medo de não saber o que fazer, medo, medo, medo. Mas nada foi como eu imaginara. Eu não senti medo em nenhum instante, senti sim desejo de ter seu corpo junto ao meu, seu calor, suas mãos me acariciando e seu beijo doce e quente. Ele sabia que eu nunca havia estado com alguém, agindo assim delicadamente e me guiando nas horas de maior prazer.

Definitivamente nunca imaginei que fazer sexo poderia ser tão bom e proporcionar tanto prazer e sensações que jamais poderia imaginar que um dia sentiria.     

Passamos o final de semana juntos, comendo, bebendo e fazendo amor. Ele prometeu que nunca mais se entregaria a bebida, que ia novamente procurar emprego e ajeitar sua vida. Parecia feliz e decidido.

Nunca uma segunda feira foi tão feliz para mim. Eu estava nas nuvens, mal sabia que iria cair dela em tão pouco tempo.

Já era quinta feira e não tinha mais visto Denis em nenhum canto e comecei a ficar preocupada. Liguei para Dolores e ela me informou que a alguns dias não aparecia por lá.

Agora era mais fácil ter informações sobre ele, pois Dolores estava trabalhando em tempo integral no apartamento em frente ao dele, e pelo menos três vezes por semana dava uma ajeitada na bagunça que ele deixava, e de vez em quanto eu lhe mandava algum dinheiro para abastecer a geladeira e pagar pelos seus serviços. É claro que ele não sabia de nada.

Na quinta feira meu chefe pediu que entregasse uns documentos para seu cliente ali perto, resolvi fazer isso na saída. Eu errei o caminho e entrei em uma rua que não devia, quando ia fazer o retorno vi Denis com mais três rapazes que não conhecia conversando e rindo, do outro lado da calçada, fiquei ali parada observando seu comportamento, será que ele estava bem? A princípio parecia que sim, mas não tinha certeza, resolvi estacionar o carro e continuar observando precisava tirar essa dúvida.  

Eles ficaram mais alguns minutos conversando, e depois se dirigiram para um bar do outro lado da calçada, então percebi que ele já estava cambaleando, isso queria dizer que já havia bebido antes. Minha vontade era de descer e arrancá-lo dali, mas eu tinha que entregar aqueles documentos, sabia que eram importantes então saí cantando pneus, deixei a encomenda e peguei o caminho de casa.

- Que se dane. Não me importo, não mesmo! Ele que vá para o inferno com a sua bebida. – Minhas lagrimas escorriam pelo rosto, e por mais que eu pensasse assim meu coração me dizia outra coisa.

Eu estava com muita raiva, ele havia prometido mudar, procurar emprego, e de novo estava bebendo. Quase que inconscientemente virei a direção e voltei, aquilo não podia ficar assim. Entrei no bar, estava cheio, pois era final de tarde e fazia muito calor, e quase que inconscientemente arranquei o copo de sua mão.

- Hei o que pensa que está fazendo? – Disse com a voz embolada.

- Vamos embora? – Ordenei já me virando para sair, acreditando que ele viria atrás de mim.

- Ei garota, pensa que só porque dormimos juntos uma noite, pode mandar em mim? – Estanquei no lugar, não acreditei no que estava ouvindo.

- O que disse? – Perguntei.

- Virou surda agora? Eu disse que só porque já era a sua virgindade, não tem nenhum direito de mandar em mim.

Todos me olhavam, tinha a impressão que estavam rindo, como dizendo, como é possível alguém ser virgem nessa idade, ela devia ter algum problema. Devia agradecer por aparecer uma alma caridosa. Meu sangue subiu, voltei até onde ele estava, e o encarei.

- É assim que você me retribui toda a ajuda, me expondo na frente de todo mundo?

- Nunca pedi para me ajudar, fez porque quis.

- É verdade fiz porque quis, por que achava que não merecia o que estava passando, porque todos os seus amigos te abandonaram.

- Eu não preciso de ninguém, e já tenho novos amigos, então vá embora, e depois acho que está bem pago pela noite que passamos juntos.

- Agora entendi! As flores, o vinho, tudo o que me disse, foi tudo planejado, qualquer sacrifício para tirar o atraso.

- Esta vida é feita de sacrifícios. E se foi idiota ao ponto de acreditar em tudo que eu disse. – Ele falou com um sorriso irônico nos lábios, sacudindo os braços. As lágrimas corriam pelo meu rosto.

- E eu fui a idiota da vez. Sabe que eu acho? Que eu estava mesmo enganada, que você merece o que está passando, e que talvez tenha feito aquilo mesmo, e está tentando enganar todo mundo se fingindo de santo e na verdade é um grande cafajeste. E seu pai deve saber exatamente porque faz o que faz, pois conhece muito bem o filho que tem.

- Você não está falando sério?

- Nunca falei tão sério em minha vida, e sabe o que mais? Pra mim você pode morrer, e espero que morra na sarjeta, sem ninguém, não me importa, nunca mais quero ver sua cara, e nunca mais vou ajudá-lo. Já era.

Ele me olhava espantado, não acreditava naquilo em que eu falava, e fiquei com a impressão que até a bebedeira havia desaparecido por milagre. Sai correndo de lá, veio atrás de mim e segurou meu braço.

- Bella, eu ...

- Me solta Denis, esquece que eu existo, nunca mais quero ver você. – Ele ainda segurava o meu braço e o apertava com força. Sua expressão me pareceu de sofrimento, mas não me importei. Não me importaria mais.

– Dei um puxão e ele soltou meu braço. Corri para o meu carro, e saí em toda a velocidade. Alguns metros na frente parei, não conseguia enxergar nada na minha frente. Não sei por quanto tempo fiquei ali, as lágrimas teimavam a cair. Eu ainda não acreditava que tudo aquilo havia acontecido, como ele pode me tratar daquele jeito e dizer todas aquelas coisas, devia ser um sonho ou melhor um pesadelo e logo ia acordar. Infelizmente era tudo verdade. Cheguei em meu apartamento, tudo me lembrava ele e nosso final de semana. Eu precisava falar com alguém, senão ia explodir.

- Vi, será que pode vir até aqui.

- Bells, você está bem? Chego aí em dez minutos não faça nenhuma besteira.

Vitória era a minha melhor amiga, nós não tínhamos segredos, e ela me conhecia muito bem para saber que estava mal, e eu estava arrependida de não ter contado sobre Denis. Exatamente em dez minutos ele tocou a campainha. Assim que ela entrou desabei a chorar novamente.

- Meu Deus, o que aconteceu Bell. – Ela esperou que eu me acalmasse, pegou o resto de vinho que estava na geladeira, sobra de nossa noite feliz, e ordenou que eu bebesse tudo. O vinho me deu uma relaxada. Assim que me acalmei um pouco, contei tudo para ela, desde o primeiro dia, até hoje. Ela não me interrompeu nenhuma vez, só soltava algumas palavras como.

Minha nossa! Não acredito! Meu Deus! Cafajeste!

Ela não me recriminou, não brigou, ficou ali comigo me confortando até eu cair no sono. 

Não conseguia pensar direito, então pedi uma licença de alguns dias para meu chefe alegando que minha mãe não estava muito bem e queria ficar com ela. Precisava de um tempo para colocar minha cabeça em ordem, se é que isso fosse possível.

Aqueles dias na fazenda me fizeram muito bem, e apesar de tudo, a vida continuava. Especialmente quando passava de sexta feira pelos pinheiros, meu coração acelerava, mas depois daquele dia nunca mais o vi.  Sempre que passava por um bar olhava, mas ele não estava lá, onde teria se metido.

A maioria das noites tinha pesadelos, com ele rindo de mim, e dizendo como eu caí como um patinho na sua armadilha, outras vezes, com ele caído nos pinheiros quase morto, e então quando ia ajudá-lo ele se levantava rindo, como um louco.

   

Os dias foram passando, e os meses também, e ninguém mais tinha visto ele. Dolores me ligou algumas vezes, e me contou que pediu a ela que cuidasse do apartamento enquanto estivesse fora, mas ele nunca mandou qualquer notícia e nem dera qualquer pista para onde ia.

Quando a dor aumentava, quando meu coração apertava de saudades, quando as lágrimas insistiam em cair sem qualquer motivo, eu ia até os pinheiros, me sentava embaixo da árvore onde ele costumava ficar e lá ficava durante um longo tempo, relembrando tudo o que passei ao seu lado.

Eu não tinha qualquer esperança que ele voltasse, apenas ficava imaginando se ele havia conseguido se livrar da bebida ou se havia se afundado ainda mais nela. Tinha medo desta segunda hipótese pois na maioria das vezes a bebida leva também às drogas, e a uma vida miserável.

Pensei, algumas vezes em ligar para seus pais e perguntar se tinham alguma notícia sobre ele, mas nunca tive coragem.   


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Notas finais do capítulo

My God

O QUE VAI ACONTECER AGORA?

A OPNIÃO DE VOCÊS É MUITO IMPORTANTE E NÃO VAI CAIR O DEDO DE NINGUÉM COMENTAR.

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