Malfeito Feito escrita por Miller


Capítulo 3
Aposta Marota - Capítulo Três.


Notas iniciais do capítulo

Opa, terceiro capítulo dando as caras e, cara, tenho MESMO que agradecer à todos os comentários. Eu rio litros todas as vezes que leio o que vocês comentam, sério. Parecem até mais malucas do que eu, sem ofensas uahauhauhuah
Fico muito feliz em saber que estão gostando da história!
Vou deixar vocês lerem em paz e nos encontramos nas notas finais, tá certo?



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Aposta marota - Capítulo Três

Lily Evans

Lily encontrava-se correndo desembestada pelos corredores de Hogwarts. Seus cabelos presos de qualquer jeito em um rabo-de-cavalo começavam a se desprender devido aos movimentos bruscos enquanto suor brotava em suas têmporas.

Segundo dia após a volta as aulas e Lily conseguira se atrasar. Jogada de mestre, pensou.

Não havia conseguido dormir direito, seus sonhos eram agitados demais para que ela pudesse realmente descansar. Ficara toda a noite anterior sonhando com um maldito sapo que se transformava em um príncipe de vermelho com cabelos escuros que usava uma máscara preta sobre o rosto. Toda vez que Lily se aproximava o suficiente para tentar tirá-la ele desaparecia e reaparecia novamente em um lugar diferente. Em resumo: passara a noite inteira tentando descobrir quem era a droga do garoto, mas sem sucesso algum.

Acordara cansada como se houvesse corrido uma maratona, suada e meia hora atrasada.

Xingando Petúnia de todos os adjetivos chulos derivados de equinos, assim como a sua imaginação por fazê-la sonhar com sapos e príncipes ridículos enquanto vestia-se, Lily sabia que precisava correr antes que Filch – o zelador caquético insuportável de Hogwarts – fechasse os portões impedindo-a de adentrar a escola.

Ela chegara ao exato momento em que Filch estava se posicionando para fechar os portões, sorrindo de forma marota para ele enquanto ele resmungava qualquer coisa sobre odiar adolescentes.

Então, correndo como se não houvesse amanhã, Lily estava quase chegando às portas do ginásio, onde teria sua primeira aula de Educação Física depois das férias.

Pelo menos, pensou, já estaria com os músculos aquecidos.

Quando faltavam menos de dez metros para chegar, porém, Lily bateu com tudo em outra pessoa que vinha do lado oposto do corredor também em alta velocidade. O impacto a fez cair de costas, derrubando a pessoa que atropelara sobre ela, fazendo com que sua cabeça batesse com força no chão de pedra enquanto todo ar escapava de seus pulmões.

– Outch! – gemeu quando a dor latejou em sua fonte. – Mas que mer... – começou a resmungar, mas parou logo em seguida ao perceber quem era o maldito ser que estava esmagando-a contra o chão – POTTER!

O garoto – sem se mover um centímetro de cima dela, aliás – sorriu marotamente, apoiando o rosto sobre uma de suas mãos como se aquele fosse um encontro casual.

– Ruiva? E aí beleza? Linda manhã para nos esbarrarmos por ai, não acha? – comentou aumentando o sorriso um pouco mais.

– Tudo beleza sim Potter. Extremamente beleza – retrucou de forma irônica, irritada ao extremo com o começo maravilhoso de seu dia. – Não durmo direito a noite inteira, minha irmã cara-de-cavalo decide não me chamar, chego atrasada e sou obrigada a ouvir os resmungos de Filch e, como se tudo isso já não fosse ruim o bastante, ainda tenho que dar de cara logo com você. Porque motivo NÃO estaria tudo beleza?

Potter arqueou uma sobrancelha, encarando-a de forma avaliativa.

– Sabe ruiva, acho que seria bom se você começasse a tomar alguns calmantes, sabe? Vai acabar nascendo cabelos brancos antes do tempo se você continuar estressada desse jeito – disse em um tom jocoso.

O que somente piorou o já-não-tão-bom-assim humor de Lily.

– Meu nome é Evans! E... Potter? – ela chamou-o, encarando-o com uma sobrancelha erguida.

– Que foi ruiva? – perguntou, utilizando o apelido idiota no claro motivo de irritá-la. Funcionou.

– Já disse que você fica mais interessante quando cala a boca? – ela adicionou com seriedade, acabando com o sorrisinho debochado que estava em sua boca.

Potter estava prestes a responder quando o berro do professor fê-los sobressaltarem-se:

– SERÁ QUE DÁ PARA O CASALSINHO AÍ LEVANTAR DO CHÃO E ENTRAR DE UMA VEZ PARA A AULA?

Tão absorta que estava em sua discussão, com o susto, Lily sentiu seu coração quase saltar pela boca, encarando o professor com os olhos arregalados.

– S-sim professor – Potter respondeu mais rápido do que ela, recuperando-se do susto.

Ótimo– disse o professor em um tom mordaz, voltando para o ginásio e deixando a porta aberta atrás de si numa clara mensagem de que eles deveriam entrar o mais rapidamente possível.

Por alguns instantes eles não se moveram, até que Lily percebeu que ainda estavam na mesma posição na qual haviam caído: com Potter em cima dela, praticamente esmagando-a contra o chão. Foi constrangedor.

Automaticamente Lily empurrou seu peito, praticamente esmurrando-o na tentativa de fazê-lo sair de cima dela.

– Outch! – ele resmungou, encolhendo-se para longe das mãos de Lily, porém sem sair do lugar. – Para quê tanta violência mulher?

– Saia... De... Cima... De... Mim... AGORA! – berrou, fazendo-o finalmente olhar para onde estavam e levantar-se rapidamente.

Assim que os dois estavam em pé – Lily mais rubra do que um tomate -, adentraram o ginásio em um silêncio tenso. Até que Potter decidiu falar mais uma das suas baboseiras:

– Sabe de uma coisa Evans – começou a falar, fazendo-a encara-lo – a maior parte das garotas teria ficado, no mínimo, muitíssimo alegres por ter James Potter caído sobre si, mas ao que parece...

Ao que parece – ela começou, parando de andar para poder fuzilá-lo melhor com os olhos – eu não sou uma retardada como elas – acrescentou de forma mordaz, fazendo-o estreitar os olhos. – Sabe de uma coisa Potter? – continuou. – Posso até não ser super gostosa como as líderes de torcida ou as desmioladas com quem você está acostumado, mas eu tenho uma coisa da qual me orgulho muito: cérebro! Portanto não fique esperando que, por algum milagre dos deuses, algum dia eu vá ficar babando porque um idiota como você decidiu dirigir a palavra a mim. Por favor, se enxerga! Você, no máximo, é bonitinho. Não tá com a bola toda não Potter. Agora se me der licença.

Dito isto, Lily deu as costas para um Potter com a expressão de incredulidade estampada no rosto, indo em direção ao vestiário a fim de trocar de roupa.

Alguns colegas que estavam próximos o suficiente para ouvi-los soltaram risadinhas debochadas para Potter.

Bem feito, pensou.

James Potter

Bonitinho? Como alguém poderia dizer que James Gostoso Potter era apenas bonitinho?

Pelo que sabia bonitinho era um adjetivo utilizado para definir um feio arrumado. E James Potter jamais – JAMAIS! – poderia ser definido por tal adjetivo que não dizia respeito a nem mesmo um terço de sua beleza.

Evans, definitivamente, precisava de óculos. Isso ou ela deveria possuir algum parafuso a menos – o que James não duvidava, afinal de contas era a Evans! – porque até mesmo a professora McGonagall achava-o lindo.

Bonitinho. Hmpf, até parece.

Depois de ter falado aquele monte de bobagens, Evans deu as costas para ele encaminhando-se para o vestiário. Alguns alunos que estavam por perto riram de James, fazendo-o corar.

Quem aquela gente pensava que era para trata-lo daquela forma?

Era óbvio que ele não deixaria barato para o lado de Evans. Ela não podia sair falando aquelas inverdades sobre ele onde todos podiam ouvir e ainda achar que não seria castigada.

James então teve uma ideia.

Naquele dia eles iriam praticar tênis em duplas. Como o professor já havia separado a todos os alunos em duplas antes de James e Evans chegarem atrasados, acabou sobrando para os dois jogar juntos.

O que, para James, havia sido uma ótima contribuição para seu plano.

Evans, porém, não parecia muito feliz. Bufando feito um rinoceronte toda vez que olhava para ele. James revirou os olhos.

– Gostando do que vê Evans? – perguntou em uma dessas olhadelas que ela lançou em sua direção.

– No dia que eu gostar de ver você Potter, por favor, me interne porque estou louca – respondeu. Foi a vez de James bufar.

Que ridícula.

O professor, então, chamou-os. Era a vez deles de jogar contra Sirius e McKinnon.

James achou que aquela era a hora perfeita para colocar seu plano em ação: fazer Evans irritar-se o suficiente para aceitar fazer (mais) uma aposta com ele. A sorte de James era que uma de suas especialidades era fazer aquela ruiva ficar irritada rapidamente.

– Ruiva? – chamou-a logo após rebater uma bola de Lene.

Evans encarou-o pelo canto do olho, desviando logo em seguida para rebater a jogada de Sirius.

– Quê? – perguntou com descaso.

– Achei a fantasia perfeita para você ir à festa da Clair – James comentou de forma leve, sorrindo enquanto marcavam um ponto pela boa mira da garota.

– Eu até poderia perguntar qual fantasia você se refere, mas não vou te dar este gostinho – Evans disse, afastando o cabelo dos olhos e preparando-se para sacar.

– Vou te contar de qualquer forma. Sei que está morrendo de curiosidade por baixo desta máscara de indiferença – respondeu de forma teatral, ouvindo-a soltar um suspiro. Sorriu. - Uma lata de cerveja. Acho que o caimento seria perfeito em você – disse e cuidou-a pelo canto do olho, notando a vermelhidão subir por sua face, deixando-a com a aparência de um pimentão.

Dorcas que estava jogando na quadra ao lado junto de Remus, riu e disse:

– Viu Lily! Até o James concorda comigo.

Parecendo estar prestes a soltar fogo pela boca, Evans respirou fundo, mas ainda assim não respondeu.

Seguiram o jogo, James cada vez mais empolgado com o nível de dificuldade em fazê-la irritar-se.

Adorava aquilo. Era simplesmente um de seus divertimentos preferidos.

– Evans – chamou novamente.

– Pelo amor de Deus, o quê Potter? – ela perguntou e daquela veza vez um quê de irritação transpareceu em sua voz.

– Você fica gostosa jogando – James fez a observação quase sem querer. Estava falando apenas para irritá-la, embora pudesse perceber as curvas da garota enquanto suas roupas de ginástica suadas grudavam em sua pele deixando à mostra curvas realmente interessantes.

– Cale a boca.

– Estou falando sério. Até te pegaria. Isto se você não fosse nerd demais para mim – James falou, sabendo que havia ganhado o jogo. Evans odiava quando ele a chamava daquela forma.

A garota parou de jogar, virando-se para encará-lo.

– E quem disse que eu iria querer que você me 'pegasse'? – Evans disse fazendo aspas no ar ao pronunciar a última palavra.

– E quem é que não iria querer? – James perguntou retoricamente, é claro.

Evans gargalhou, estreitando os olhos.

Eu não quero – disse de forma fria.

Foi à vez de James rir.

– Duvido. Se eu quisesse, você já estaria aqui ó, na minha mão – e apontou para a própria palma. Evans aproximou-se, sua expressão para lá de irritada.

– Eu não ficaria com você nem que você fosse o último homem do Universo – ela disse abrindo os braços para expressar-se. – Não! Nem que você fosse o último homem de tudo o que existe! – disse, seus cabelos abóbora soltando-se do rabo-de-cavalo em sua nuca.

Ela parecia capaz de mata-lo. James sorriu.

– E como você pode ter tanta certeza? – perguntou enquanto se aproximava também.

– Porque eu jamais sairia com alguém tão arrogante e egocêntrico como você! E que age como se pensasse que garotas só existem para somar na sua listinha idiota de quantas já “pegou”! Você é um babaca Potter!

– Eu não acho isso das garotas! – James negou de forma veemente, indignado com o comentário.

– Ah não? Então o que você acha? – Evans perguntou com a sobrancelha ruiva arqueada em indagação.

– Eu acho que as mulheres são... São... Gostosas - Cara, pensou, que resposta mais horrível para dar à Evans. Alguém me mate!

– Você é um estúpido Potter – Evans disse com o repúdio explicito em seu tom de voz.

– Eu sei Evans, eu sei – James concordou revirando os olhos. - Mas para te falar a verdade, eu é que JAMAIS – e falou a última palavra pausadamente – ficaria com você. Mesmo que não fosse uma nerd.

A garota estreitou os olhos.

– Por quê? – perguntou, franzindo a testa como se estivesse confusa com o rumo que a discussão estava tomando.

James deu um sorriso maroto

– Porque você é muito sem sal.

– Sem sal é a sua...

– Opa. Não metam mães no meio. – Sirius, despertando-o por alguns instantes da briga acirrada, levando-o a perceber que absolutamente todas as pessoas no ginásio os observavam (incluindo o professor), intrometeu-se enquanto os observava em diversão. - Só a minha.

Evans revirou os olhos para o garoto enquanto James a encarava em expectativa.

– Faço uma aposta com você Evans – ele disse lentamente, prendendo a atenção dela.

– E por qual motivo você acha que eu aceitaria apostar qualquer coisa com você? – ela perguntou de forma irônica.

– Porque o perdedor desta aposta terá de pagar um mico muito grande E pedir desculpas públicas para o vencedor. quem perder vai ter que pagar um mico muito grande e pedir desculpas para o outro – ele falou – falou.

Evans pareceu avaliar a proposta, sorrindo então.

– De joelhos? – perguntou, fazendo-o hesitar.

– Ah... – James não queria ter de se ajoelhar para ela, mesmo que a hipótese de ela ganhar aquela aposta fosse muito remota.

– Com medo Potter? – a garota provocou-o.

Bufou.

– Tudo bem, de joelhos – concordou.

– E qual seria a aposta?

Toda a sala pareceu prender a respiração. Eles estavam observando a mais uma aposta feita pelos dois. Todos sabiam que elas, normalmente, não davam muito certo.

– Se você me surpreender na festa da Clair, prometo fazer uma serenata de desculpas para você - disse ele.

Evans franziu o cenho.

– Surpreender de que jeito? – ela perguntou meio receosa.

– Irreconhecível – ele disse. – Se eu não te reconhecer na festa, você ganha.

Ela pareceu avaliar a proposta, encarando-o com um brilho estranho nos olhos logo em seguida.

– Feito – concordou, estendendo uma mão para selarem o acordo.

– E se você não me surpreender o que eu ganho? – James perguntou antes de retribuir o gesto.

– O que você quer?

Ele fingiu parar para pensar por alguns segundos, antes de encará-la de forma marota.

– Quer que você se vista da latinha de cerveja por uma semana.

– QUÊ? – Evans praticamente berrou.

James arqueou uma sobrancelha.

– Acha que não consegue.

Evans, mais uma vez, ficou vermelha, sorrindo logo em seguida ao encará-lo.

– Não sabe do que sou capaz Potter – respondeu de forma inescrupulosa – Fechado.

James aceitou seu aperto de mão, mas não pôde deixar de ficar com medo do sorrisinho que ela lançou para ele.


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Notas finais do capítulo

Aaaaaah, aquela bendita aposta entre dois opostos que se odeiam, huh? O que será que vai acontecer?
Só posso dizer que isso ainda vai render MUUUITA dor de cabeça, para ambos os lados muahahahahahah
Espero que tenham gostado do capítulo minhas flores e que deixem seus comentários por aqui para eu saber o que estão achando e saber no que preciso melhorar, tá bom?
Beijos e até amanhã!