Malfeito Feito escrita por Miller


Capítulo 2
Previsões de um futuro quente - Capítulo Dois.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente gostaria de agradecer a todas as almas misericordiosas que deixaram os comentários mais lindos do mundo no primeiro capítulo da fanfic. Eu simplesmente me tornei a pessoa mais estupidamente feliz do mundo. E isso, definitivamente, não é pouca coisa. Vocês são de-mais!
Enfim, segundo capítulo por aqui e nada melhor para dar um ar de magia em uma fanfic UA de Harry Potter do que uma charlatã pseudo bruxa para estragar a vida de todo mundo, não acham?
Eu acho hehehehehhe
Fiquem à vontade e espero que curtam a leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/112061/chapter/2

Previsões de um futuro quente - Capítulo Dois

Marlene McKinnon

Lene estava muito cansada. Sentia suas pernas trêmulas ao se atirar de qualquer jeito em cima de sua cama e tirar os sapatos.

Depois de sair do último período da escola - no que já eram quase as três da tarde -, Lene, Lily e Dorcas foram às compras. Mais especificamente: à procura de fantasias perfeitas.

Após revistar pelo menos uma dúzia de lojas, Lene finalmente escolhera a sua tão aclamada fantasia: iria vestida de diabinha. Lily e Dorcas concordaram de forma enfática que aquela era a fantasia perfeita para ela. Lene revirou os olhos com a lembrança.

Dorcas, de forma completamente não intencional, havia optado por uma fantasia de anjinha, o que fez com que elas dessem boas risadas com as escolhas totalmente opostas, enquanto Lily, bem... A ruiva era um problema.

Nada parecia se encaixar no que ela queria, ou quando encontrava alguma coisa que realmente gostava, não havia seu tamanho. Por fim, depois de remexerem em cada cantinho de cada loja do centro da cidade, Dorcas, tão cansada quanto Lene, sugerira de forma brincalhona a Lily que a amiga fosse vestida de lata de cerveja ou algum derivado de bebidas alcoólicas, para combinar com o motivo pelo qual havia sido convidada.

Cansada e totalmente desmotivada, Lily desistira, apesar dos esforços de Lene e Dorcas de que continuariam procurando até encontrar, e dissera que iria procurar outro dia.

O único problema era que a Festa da Clair era completamente diferente das outras. O local, data e a hora eram sempre incógnitos até que, um belo dia, enquanto estivesse fazendo sabe lá Deus o que, uma mensagem de texto chegaria para você com as informações e, se não estivesse totalmente preparado, corria o risco de perder a melhor festa do ano.

Por este motivo, toda a vez que recebia o convite, Lene, corria para procurar alguma fantasia. Assim, além de garantir sua roupa, também evitava ficar sem opções devido a grande procura.

Tentara explicar isto para Lily, mas a garota não parecera se importar, alegando que queria ir para casa começar a fazer os deveres que a - maravilhosa - professora McGonagall decidira passar para eles logo no primeiro dia.

Lene sabia quer era porque estava nervosa, mas não havia muito o que pudesse fazer para ajudá-la.

Além de compras, Lene não sabia qual outra coisa poderia realmente acalmar uma mulher. E Lily não era muito fã de chocolate.

Depois de mais de quase uma hora deitada na mesma posição, sem parecer ser capaz de se mover devido ao cansaço, Lene estava pensando seriamente em deixar as sacolas no chão mesmo e dar uma dormidinha quando ouviu o telefone residencial tocar. Antes que pudesse juntar forças para levantar-se e ir até sua mesa de cabeceira para pegá-lo, ouviu alguém atender.

Alguns instantes depois a voz de seu irmão berrava para ela do andar de baixo:

– Lene, é para você!

Suspirando, fez o esforço de esticar-se até a mesa e pegar o fone, atendendo-o.

– Alô?

– Lene, oi – a voz de Lily cumprimentou-a de forma ansiosa.

– OII LILY! - Lene gritou no fone, assim como fazia todas as vezes que a ruiva ligava, sabendo que Lily odiava essa mania que ela tinha de falar um pouco alto demais.

A ligação ficou silenciosa, o que fez com que Lene afastasse o fone e o encarasse com confusão, por fim, voltou a colocá-lo no ouvido, no exato momento em que Lily berrava:

– OIII LEEENEEEE!

Assustada ao ponto de jogar o aparelho longe, Lene xingou baixinho quando se abaixou para pegar o telefone que havia caído embaixo de sua cama. Quando o colocou, mais uma vez, no ouvido, pode ouvir Lily rir a plenos pulmões do outro lado da linha.

Bufou.

– Para quê fazer isso? Meus ouvidos quase explodiram – reclamou.

– Para você ver como é bom quando as pessoas berram ao ponto de derreterem seus tímpanos – Lily respondeu em um tom vingativo, o que fez com que Lene revirasse os olhos. – Enfim, Lene, meu amor, acho que pre-ci-so da sua ajuda.

Lene voltou a se atirar em cima da cama, jogando o sapato longe enquanto se espreguiçava.

Minha ajuda? Não sei, estou pensando se você merece ser ajudada por mim depois de estragar os meus ouvidos para sempre – disse de forma teatral.

Podia imaginar a amiga revirando os olhos do outro lado da linha.

– Lene, meu amor, minha vida, minha paten...

Lene emitiu um riso meio sem querer.

– Tá bem, Lilica, pode falar – interrompeu-a.

– Em primeiro lugar dona Marlene, meu nome é LI-LY. Em segundo, você deveria voltar a tomar seu gardenal e, em terceiro, bem: PRECISO ACHAR UMA FANTASIA!

Mais uma vez Lene afastou o aparelho dos ouvidos, murmurando qualquer coisa sobre "ser ela quem gritava alto demais?".

– Pelo amor de Deus, Lily! Nós passamos a tarde inteira em busca de algo para você. Não sei se são os nervos, mas acho que você está sendo exigente demais na escolha. Eu mesma nunca acho algo de que goste totalmente. Sem falar que você não aceitou a ideia de Dorcas de ir vestida de bebida alcoólica e...

TUTUTU.

A ligação havia acabado. Ou, o que deveria ser mais provável, Lily havia desligado.

Com toda a paciência do mundo, Lene digitou o número – mais do que conhecido – de Lily no aparelho e esperou até ouvir a voz mal-humorada da amiga.

– Que é? – a sempre bem educada Lily Evans perguntou ao atender.

Lene segurou um riso que com certeza não melhoraria a situação e usou sua melhor voz de culpa.

– Desculpe-me, não resisti – disse.

– Que é? – Lily, ainda brava, fingiu não tê-la ouvido.

– Não fica assim Lily. Você sabe que eu te amo! Estou até fazendo a carinha do gatinho do Shrek aqui ó.

A risada de Lily foi ouvida pela linha, e então ela sabia que havia sido perdoada.

– O gato de botas é golpe baixo, você sabe – disse a ruiva de forma divertida.

E ponto para Marlene McKinnon!

– Posso saber o porquê de ter mudado de ideia? Você não ia fazer o tão aclamado trabalho da professora McGonagall hoje e por isto estava tão desesperada para ir para casa? – Marlene não pode evitar o tom de cinismo em sua voz.

Lily suspirou de forma desconfortável.

– Bem, eu fiquei pensando no que você me disse, e que talvez tivesse razão...

– Eu sempre tenho – concordou.

– E achei que seria melhor eu dar um jeito nisto logo, antes de morrer do coração por causa dos nervos. E eu já terminei o trabalho de McGonagall, se você quer mesmo saber – acrescentou a garota.

– Mas você é nerd mesmo! – Lene comentou de forma debochada, fazendo a outra bufar. – Okay, Lily, o único problema é que já fomos a quase todas as lojas que existem no centro da cidade. A única que conheço que pode ter alguma coisa diferente é de bairro, portanto não sei se vai ter muita variedade.

– Vai ter de servir, me nego a ir vestida de cerveja – resmungou.

– Sabe a casa do Luke Smeltings? – Lene perguntou para a amiga.

– Sim, ele ficava dando em cima de mim no ano passado – podia imaginar Lily retorcendo-se de asco em seu quarto ao lembrar-se do garoto acima do peso e cheio de acne que havia passado o ano anterior inteiro correndo atrás dela. Lene riu. – Não ria, por favor. Ainda tenho pesadelos com isso. E, bem, o que ele tem a ver com a minha fantasia?

– Mais ou menos dobrando a direita da casa dele, quase uma quadra de distância, tem uma loja de uma senhora um pouco, hm, estranha.

– Como assim? – Lily indagou de forma desconfiada.

Lene se lembrava da mulher de grandes cabelos bagunçados que atendia sempre com um sorriso enviesado na loja.

– Ah, Lily, isso não importa realmente. O nome da loja é Fantasy's and Dreams e se você não encontrar nada por lá, então estaremos com sérios problemas – concluiu de forma evasiva.

– Você provavelmente tem razão – a ruiva concordou e suspirou.

– Sempre tenho, já disse.

– Lene, obrigadinha! – Lily disse. – Qualquer coisa eu aviso, te amo. Beijo.

– Tudo bem. Também me amo. Beijo Lil'.

Lily Evans

Assim que desligou o telefone Lily correu a trocar de roupa.

Depois de chegar a sua casa, cansada e completamente irritada pelo fracasso total que havia sido sua caça à fantasia, Lily realmente pegara seus cadernos, tentando focar nos exercícios de álgebra que a professora McGonagall passara mais cedo em sala de aula e evitar ficar – mais – nervosa pelo fato de não ter encontrado uma roupa. Porém, quando o último x havia sido colocado na fórmula, gerando o resultado final, Lily não conseguiu mais evitar o aperto em seu estômago indicando que precisaria fazer alguma coisa antes que se atacasse dos nervos.

Decidiu ligar para Lene e perguntar o que fazer. Não conseguia nem sequer imaginar a hipótese de não poder ir à melhor festa de Hogwarts, quando finalmente a haviam convidado, porque não tinha roupa para ir.

Justamente devido a este fato – de ser sua primeira festa da Clair –, Lily não queria e não podia fazer feio. Ela queria a fantasia perfeita.

Desceu as escadas de sua casa correndo, gritando por cima do ombro para sua mãe que daria uma saída rápida, mas que voltaria logo. E voltaria com uma fantasia. Ou, era o que estava rezando para que acontecesse.

Depois de passar pela casa de Luke, dobrar a direita, Lily avistou uma loja com um letreiro bem grande onde estava escrito: Fantasy's and Dream's, e em volta das letras desenhos de máscaras enfeitavam o painel.

A euforia tomando conta, Lily adentrou o recinto, sendo atingida quase imediatamente pelo forte odor de incenso. Olhou para os lados para ver se havia mesmo entrado no lugar correto. Havia velas coloridas por todos os lados, incensos acesos soltando fumaça fedorenta e – para o completo horror de Lily – as únicas fantasias que havia ali eram realmente tenebrosas.

Com o cenho franzido, Lily deu mais alguns passos para dentro, imaginando se haveria mais cabides com roupas para dentro da loja ou qualquer coisa que pudesse salvar sua vida naquele momento.

– Precisa de alguma coisa, querida? – uma voz etérea soou logo atrás dela.

Lily pulou de susto, virando-se rapidamente na direção da voz. Deparou-se com uma mulher franzina e alta, cabelos extremamente volumosos e despenteados, com fios grisalhos aparecendo aqui e ali. Óculos fundo de garrafa davam-na um ar de inseto, ao passo que suas roupas largas e suas pulseiras e colares espalhafatosos, faziam-na retinir a cada respiração.

– Olá – Lily forçou sua voz a sair, sentindo suas mãos tremendo devido ao susto.

– Deseja alguma coisa? – a mulher aproximou-se, fazendo com que Lily desse um passo para trás quase sem querer. Agora entendia o que Lene havia dito sobre a dona ser estranha. – Veio saber mais sobre o seu futuro? – seus olhos brilhavam em expectativa.

– O futuro? Não! Eu... Bem... Vim à procura de uma fantasia – respondeu Lily, dando mais dois passos para trás. Percebendo a expressão de desapontamento no rosto da mulher, Lily perguntou, mais por educação do que qualquer outra coisa: – A senhora lê o futuro?

– Sim, sim! - disse a mulher, seus olhos emitindo um ar misterioso. – Sou muito boa, aliás – e então fungou. – Mas você veio a procura de uma fantasia então? De que tipo procura?

– Ah... Bom... – Lily disse, sem saber por onde começar a falar. Olhou para os lados a procura de algo que pudesse ser de seu agrado, mas nada a apeteceu. Para falar a verdade havia coisas realmente assustadoras por ali. Quem em sã consciência usaria uma fantasia de lata de cerveja? Perguntou-se ao ver uma dessa pendurada em um canto da loja, irritando-se ao lembrar-se da sugestão de Dorcas. Por fim, achou melhor descrever para a mulher o que queria. – Quero uma fantasia que não mostre muito o corpo, sabe? E que seja bonita, mas ao mesmo tempo inusitada. Que seja legal e ao mesmo tempo descolada. Que seja algo mais vintage, ou que remonte aos tempos antigos, mas nada muito espalhafatoso. Ah, e... – mas interrompeu-se ao perceber a expressão no rosto da mulher que a observava com as sobrancelhas erguidas.

Bufou internamente. Ela nem estava sendo tão exigente assim!

A mulher simplesmente deu as costas para ela após alguns instantes encarando-a. Lily ficou sem saber se ela havia ouvido algo do que havia dito. Ficou parada no mesmo lugar, sem saber se o comportamento da mulher queria dizer que era melhor Lily procurar sozinha, pois não havia nada em que pudesse ajudar, ou se tinha ido em busca de algo que se encaixasse na descrição dela.

Quando Lily estava prestes a desistir e ir embora, a mulher voltou de dentro de uma porta acortinada, um grande volume em suas mãos.

– Acho que tenho algo que pode te agradar – ela disse, encarando Lily com os olhos divertidos ao ver a expressão de espanto da garota.

– Sério? – Lily imediatamente aproximou-se, a curiosidade vencendo seu receio com relação a estranheza da vendedora.

Quando ela abriu o zíper da capa em que estava a fantasia e puxou-a para fora, Lily sentiu sua respiração parar. Era somente o vestido mais absurdamente lindo que já havia visto.

Todo em branco com detalhes em prata e perolado no busto, o qual era mais justo e possuía um decote em coração. Sua grande saia conferia-lhe um ar de realeza, fazendo-o parecer verdadeiramente com um vestido de uma princesa. Lily esticou a mão para tocar no tecido e sentiu-o leve e diáfano ao toque. Era perfeito.

– Uau! - foi a única coisa que conseguiu dizer. A mulher sorriu para ela.

– Se você quer mesmo saber, acho que ficará perfeito em você. Experimente – disse ela, praticamente a empurrando para dentro de um trocador – Ah, e tome isso aqui também, combina perfeitamente – e, alguns instantes depois, alcançou a ela uma máscara também branca com alguns detalhes perolados.

Lily fechou a porta do provador, começando a tirar suas roupas enquanto rezava a todos os santos e deuses existentes para que o vestido ficasse bem. Se não ficasse, ela não conseguiria encontrar nenhuma outra fantasia a qual quisesse tanto, disso tinha certeza.

– Está pronta? – a vendedora perguntou sua voz saindo abafada do outro lado do provador.

Lily teve alguma dificuldade em fechar o zíper do vestido, mas, quando por fim conseguiu, sentiu-se a pessoa mais feliz do universo: coubera.

Abriu a porta do provador, saindo e ficando em frente a mulher. Ela a ajudou a colocar a máscara, afastando seus cabelos e empurrando-a para a frente de um grande espelho.

Mais uma vez Lily sentiu o ar faltar. Ela estava linda.

O caimento do vestido parecia ter sido feito sob medida para ela, enquanto que a máscara acentuava a cor de seus cabelos, dando a ela um ar medieval.

Ela adorou.

A senhora então bateu palmas, alegre.

– Está perfeita! – disse, fazendo com que Lily sorrisse.

– Sério? Você não acha que eu fiquei um pouco clichê de mais? – perguntou enquanto virava-se no espelho, observando todos os ângulos.

– Não. Para falar a verdade eu acho q... – mas então ela parou de falar, endurecendo-se e encarando fixamente o nada. Lily apavorou-se.

– Tia? Ei, tudo bem ai? – perguntou desesperada. A mulher nem sequer piscava.

Lily estava procurando com os olhos alguma coisa que pudesse tirar a mulher do transe, e cogitando a ideia de ligar para o hospital, quando a ela voltou a si, encarando-a com olhos arregalados.

– Você encontrará alguém muito especial em um evento próximo – ela disse de forma suave e etérea, fazendo com que Lily se arrepiasse. – O garoto estará vestido de vermelho e parecerá com o príncipe de seus sonhos.

Lily beliscou-se para ter certeza de que aquilo não era um sonho muito estranho.

– P-príncipe? – perguntou quando teve certeza de sua lucidez.

– Sim – a mulher assentiu, os olhos distantes. – Te convidará para dançar e um beijo ocorrerá e, então... – mas interrompeu-se de forma abrupta, fazendo com que Lily arqueasse uma sobrancelha.

– E então...?

– E então que minhas consultas não são de graça, portanto se quiser saber sobre o que falta, cobro £30,00 por hora – disse-lhe, chacoalhando suas pulseiras enquanto se afastava na direção do caixa.

Lily encarou-a de forma indignada. Ela começava a falar uma coisa daquelas e então, quando as coisas estavam realmente interessantes parava de falar? Bem, então talvez fosse assim que a mulher conseguia seus clientes, instigando-os a querer saber mais.

Não que Lily fosse cair na dela.

Voltou para o provador, tirando o vestido e colocando-o de volta na capa. Vestiu suas roupas e saiu, indo até onde a mulher estava esperando-a com expectativa.

– E então? – perguntou.

– Vou ficar só com o vestido mesmo – disse Lily, fazendo-a franzir os lábios enquanto lhe dava o preço.

Pagou-a e saiu rapidamente da loja, imaginando se qualquer uma daquelas coisas que a estranha mulher havia dito tinham sido verdadeiras, ou apenas mentiras de uma velha charlatã. Decidiu ignorar o pensamento. Teria de esperar para ver o que realmente aconteceria em seu futuro. Mesmo que a ideia de um príncipe não fosse tão ruim assim.

Dando de ombros, muito mais alegre do que horas atrás, Lily sorriu.

Agora ela possuía uma fantasia.

James Potter

Depois de um treino puxado de futebol, James decidira sair em busca de sua fantasia. O combinado entre ele e os garotos era de que iriam vestidos de mosqueteiros. O que, com toda certeza, combinava perfeitamente com os três.

Ao dobrar a esquina na casa de Smeltings, James avistou a loja sobre a qual Sirius havia mencionado mais cedo.

Adentrou a loja, sentindo o forte cheiro de incenso e cera de vela no ar. Franziu o cenho ao perceber que estava cheio de coisas místicas e fedorentas para todos os lados, sendo as fantasias as coisas que menos chamavam atenção dentre todos os objetos em amostra.

Aquilo ali mais parecia sala de macumba do que qualquer outra coisa.

Dando alguns passos para a frente, até chegar em uma arara de fantasias, James, ao olhar para o canto esquerdo da loja, deparou-se com a fantasia que seria perfeita para Evans: uma lata de cerveja.

Sorriu para si mesmo, imaginando a expressão de irritação no rosto da garota quando sugerisse aquilo para ela. Evans, com certeza, ficaria mais vermelha que um pimentão.

Ainda estava rindo quando uma voz soou logo atrás de onde estava.

– Precisa de algo querido? - perguntou uma mulher completamente esquisita, com mais coisas penduradas em seu pescoço e pulsos do que uma árvore de natal. Seus cabelos realmente precisavam de uma boa hidratação, ou fosse lá o que as mulheres faziam quando os cabelos chegavam naquele estado.

– Ah, oi. E aí? – cumprimentou-a de forma receosa, imaginando se havia entrado na loja certa ou se aquilo seria mais uma das pegadinhas de Sirius.

– Veio para ler o futuro? – a mulher perguntou de forma esperançosa.

James ergueu as sobrancelhas demonstrando confusão.

– Ler o futuro? – perguntou e ela assentiu. – Ah, não, obrigado. Apenas vim ver se acho uma fantasia... – disse, percebendo que a expressão da mulher havia ficado mudado de esperança para resignação quando ele havia negado sua oferta.

– Parece que as pessoas não acreditam muito em futuro nos dias atuais – disse ela dando um suspiro. – Não sei que tipo de fantasia você procura, mas acredito ter uma por aqui que ficaria perfeita em você – disse e afastou-se para perto de onde a fantasia de cerveja estava.

Por um momento fugaz James imaginou se ela pegaria aquela, mas então ela voltou com uma fantasia avermelhada em suas mãos.

Aquilo, definitivamente, não era a roupa de um mosqueteiro.

– Ah não, acho que não – disse ele, tentando negar de forma educada a roupa que ela lhe oferecia. – Sabe meus amigos já compraram as fantasias dos três mosqueteiros e, como combinamos de ir os três assim, eu também preciso de uma porque, se não, não vão ser os três mosqueteiros e sim só dois, o que não seria legal...

Mas a mulher não parecia estar escutando o que estava dizendo. Olhava fixamente para alguma coisa que ele não sabia o que era, rígida.

James estalou os dedos na frente de seus olhos na tentativa de ver se ela reagia, mas nada. Ficou sem saber o que fazer. Depois de algum tempo, ela piscou algumas vezes e o encarou.

– Ao que parece seu futuro lhe reserva muitas surpresas – disse de repente, assustando-o devido ao rumo completamente estranho do assunto. – Parece que encontrara uma garota de branco, que será sua princesa em um evento próximo – acrescentou.

– Princesa? – James perguntou certo de que a mulher devia ter algum parafuso a menos para vir com um assunto desses do nada.

– Ah, sim, e ela lhe dará algo que ninguém jamais lhe deu – ela disse e virou-se para ele, encarando-o de forma sonhadora.

Bem, James não podia negar que aquilo tudo até que estava ficando interessante – tirando o fato de ser muito estranho.

– E o que mais? – perguntou de forma curiosa, quando percebeu que ela não continuaria.

– E aí que o resto da consulta é £30,00, se você quiser que eu prossiga com minhas predições.

James encarou-a abismado. Ela era, definitivamente, muito louca.

Pegou a roupa das mãos da mulher, a qual percebeu se tratar de uma fantasia de príncipe, ignorando a pontada de culpa que sentiu ao vê-la ficar, mais uma vez, decepcionada por sua falta de interesse no futuro.

– Vou experimentar esta, obrigada – disse e entrou no provador, trocando-se.

Ao sair, depois de ter encontrado a fantasia de mosqueteiro – auxiliado pela estranha atendente – James decidiu que levaria as duas fantasias, só por precaução, afinal havia ficado lindo com ambas.

Ou melhor, as fantasias apenas acentuaram sua já acentuada beleza.

Então pagou a mulher que estava em um péssimo mau humor ao ter suas tentativas de predições completamente ignoradas e foi para casa pensando que a ideia de uma princesa não era muito ruim, afinal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo tanto quanto eu gostei de escrevê-lo.
Deixem seus comentários e nos vemos no próximo capítulo!
Beijocas da Carol :*