Malfeito Feito escrita por Miller


Capítulo 4
Simpatias de amor - Capítulo Quatro.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas mais lindas do mundo, tudo certo?
Tia Miller mais uma vez por aqui. Viram como estou sendo boazinha e postando um capítulo por dia?
Mas, preciso dizer, a culpa é de vocês que deixam seus comentários lindos e me dão cada vez mais vontade de escrever para essa fic. Obrigada seus lindos.

Agora, focando no capítulo, quem nunca recorreu à uma simpatiazinha pra conseguir alguma coisa heim? Uma boa nota? Emagrecer? Aqueles três pulinhos quando perdemos alguma coisa?
E pra conquistar o coração daquele menino lindo? Ah dessa, com certeza, 99% das pessoas já fez, não é mesmo?
Eu sei que eu fiz. Desculpa gente, sou humana uahuahuahauha
Enfim, Simpatias de amor é o nome do capítulo então eu acho que vocês já tem alguma ideia do que está por vir. Ou não.
UAHAUAUHAUHA, boa leitura!



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Simpatias de amor - Capítulo Quatro

Dorcas Meadowes

Dorcas desceu as escadas de dois em dois degraus, pegando sua bolsa de cima do sofá da sala ao passar.

– Estou saindo mãe! – gritou enquanto saia pela porta da frente de casa. Sua mãe gritou qualquer coisa em resposta que ela não entendeu. Deveria ser “comporte-se”, ou qualquer coisa do tipo.

Estava entediada demais para ficar em casa, então decidira sair e caminhar pelas ruas de Londres. Colocou os fones de ouvido, aumentando o volume até que “Here we go again” da Demi Lovato era tudo o que podia ouvir. Estava um dia fresco, nem muito quente, nem muito frio. Uma brisa leve fazendo alguns fios de seu cabelo se soltarem.

Assim que chegou ao centro da cidade começou sua procura por algumas lojas de roupas. E algumas de sapatos também. E de bolsas. E acessórios. Dorcas realmente precisava de umas peças novas. Afinal fazia quase três semanas desde que não comprava nada, seu guarda-roupas estava quase morrendo de fome de coisas novas.

Somente quando estava saindo da quarta loja com algumas – “algumas” – sacolas penduradas em seus braços foi que ouviu seu celular tocar.

Transferiu as sacolas para apenas uma de suas mãos, puxando o celular de sua bolsa, atendendo-o sem ver quem estava ligando.

– Alô?

Dorquitchas! – a voz de Lily Evans ressoou em seus ouvidos. – Onde você está?

– Compras! – respondeu de forma animada enquanto observava a vitrine de outra loja onde uma echarpe verde parecia gritar pedindo atenção.

– Meu Deus, você vai acabar falida desse jeito! – Lily resmungou entre um suspiro. – Bem, depois que acabar com todas as lojas de Londres, o que acha de vir aqui para casa? Lene e eu estamos tendo uma tarde de meninas.

Tarde de meninas era como chamavam os dias em que se juntavam para dar um ‘tapa no visu’ – como diria Lene. Depilação, hidratação de cabelos, fazer as unhas e, é claro, colocar a fofoca em dia.

– Opa! Estou dentro! – Dorcas concordou de forma animada, afastando-se da vitrine antes que acabasse por gastar mais dinheiro do que deveria (ou mais do que já havia gastado). – Me esperem daqui uma meia hora.

TRAGA PIPOCAS – o grito de Lene pode ser ouvido à distância.

– Diz para a Lene que levo sim – respondeu sorrindo. – Até mais Lils! – e então desligou.

Deu meia volta então, dobrando à esquerda no quarteirão caminhando rapidamente pelo caminho que sabia ser o mais próximo de uma loja de conveniências onde poderia comprar pipocas para Lene.

E então, quando estava prestes a atravessar a rua, após sair com mais algumas sacolas da loja de conveniência – porque além das pipocas comprara algumas revistas realmente legais -, outra vitrine chamou sua atenção.

Era uma daquelas lojinhas de artigos exóticos com incensos e parafernálias místicas que Dorcas adorava. Possuía uma grande coleção de pedras, revistas sobre signos, mapas atrais e todo aquele tipo de coisas. Fora apenas muito mais forte do que ela caminhar até a porta, adentrando o recinto enquanto o cheio agridoce de alecrim invadia suas narinas.

A atendente jovem de cabelos escuros se aproximou de Dorcas, um sorriso de boas vindas em seus lábios.

– Boa tarde, em que posso ajuda-la?

– Na verdade eu estava apenas dando uma olhada – Dorcas respondeu retribuindo o sorriso.

– Fique à vontade.

Dorcas voltou-se para os sinos dos ventos que havia visto pelo lado de fora. O som deles era realmente calmante. Talvez comprasse um para colocar em seu quarto.

Aproximou-se da vitrine para observar mais de perto um sino dos ventos cor-de-rosa quando o viu. Remus Lupin passava lentamente pela fachada da loja, uma de suas mãos segurando o celular ao ouvido enquanto a outra estava dentro do bolso das calças.

Fazia um bom tempo desde que Dorcas começara a sentir-se atraída pelo garoto. Ele era tão calmo em comparação com Sirius e James. Inteligente, divertido e muito simpático. Sempre ajudava Dorcas nas aulas quando ela não entendia algum conteúdo (o que era quase sempre, porque ela realmente odiava aquela matéria). Remus era um fofo.

Um suspiro escapou de seus lábios enquanto observava-o se afastar.

– Sabe... – a voz da atendente arrancou Dorcas de seus devaneios. A garota observava a vitrine por onde Remus havia passado. – Nós temos uns livros de simpatias realmente muito bons que...

Dorcas então se virou para a garota, uma sobrancelha arqueada em incredulidade. O que ela estava querendo dizer ao oferecer aquilo?

– O que você está querendo dizer com isso? – perguntou de forma ríspida.

– Me desculpe não estava querendo ofender! – a atendente desculpou-se, as mãos erguidas como em rendição. – Só estava fazendo meu trabalho e, como os livros estão em promoção...

Bingo!

– Você disse promoção? – Dorcas perguntou, sentindo sua irritação evaporar. Amava promoções.

– Ah, foi exatamente isso que disse – a garota voltou a sorrir.

Lily Evans

Dorcas não podia estar falando sério.

– Você não pode estar mesmo pensando em fazer uma coisa dessas, não é? – Lily perguntou externando seus sentimentos.

As bochechas de Dorcas tornaram-se escarlates quando a menina dava de ombros tentando parecer casual.

– Bem, a moça da loja elogiou tanto o livro e, bem, afinal o que custa tentar? – a garota perguntou encarando-a com um olhar de desculpas.

– Bem, segundo o que está escrito aqui, custará umas boas libras – Lene comentou enquanto folheava o livro Simpatias de Amor com o qual Dorcas chegara em mãos. – Se quer mesmo fazer isso, vai ter que comprar uma vela rosa, uma vermelha, uma laranja e uma azul. Também um metro de tecido branco e um sabonete de rosas.

Dorcas ficou ainda mais vermelha enquanto Lily se aproximava de Lene para ler a página por cima de seu ombro.

– Está falando sério? – ela comentou enquanto lia o que mais parecia um livro de magia negra do que simpatias. – E por que precisaríamos de uma calcinha preta?

– Ah, você sabe. Deve ser algum tipo de pagamento para os espíritos wicca das simpatias – Dorcas disse de forma séria, fazendo com que Lily e Lene encarassem-se e começassem a rir.

Dorcas sempre adorara aquele tipo de coisa exótica, algo que, para Lily – sempre tão extremamente racional ao ponto de ser quase totalmente cética – era inexplicável.

– Pelo amor de Deus, Dorcas. Você ainda acredita nessas baboseiras? – Lene perguntou ofegante enquanto limpava uma lágrima do canto do olho.

– Tudo bem! Já entendi que vocês não estão a fim de me ajudar, não precisa rir da minha cara! – a garota resmungou e praticamente arrancou o livro das mãos de Lene.

Lily, sentindo-se compadecida do constrangimento da amiga, decidiu intervir. Afinal quem ajudaria Dorcas quando ela – provavelmente – se metesse em apuros? Que tipo de amigas elas seriam se nem mesmo uma simpatia boba poderiam ajudar a fazer?

– Tudo bem! – Lily concordou. – Contanto que não acabemos encrencadas por causa disso.

– Também estou dentro – Lene concordou e deu de ombros. – Provavelmente vai precisar de alguém para salvar sua pele.

Dorcas revirou os olhos.

– Me impressiono com a confiança que vocês têm em mim – resmungou e então sorriu. – Ótimo. Vamos às compras – e praticamente ronronou ao dizer a última palavra.

Lily sabia que, se a amiga continuasse daquele jeito, provavelmente acabaria falida antes mesmo de começar a trabalhar.

Assim que chegaram à loja sobre a qual Dorcas havia falado – cheia de artigos exóticos do jeitinho que a amiga gostava -, esperaram enquanto a garota falava com uma atendente jovem bastante animada.

Lene, inquieta enquanto observava um gnomo de jardim, murmurou para Lily:

– Sério! Eu não sei pra que um espírito wicca vai querer uma calcinha preta. Ele nem pode usar!

– Não questione Lene, nós estamos fazendo algo pra o Bem Maior – Dorcas, que havia se aproximado sem que elas percebessem, falou, fazendo-as caírem na gargalhada novamente.

Aquilo era bem o estilo dela, inventar coisas loucas para fazer.

Lily ainda tinha péssimas lembranças da vez em que a garota decidira invadir Hogwarts a noite para pegar um componente químico do laboratório alegando que “precisava para uma super-receita de hidratação de cabelos”. A garota ficara com os cabelos loiros tingidos de verde por umas três semanas depois daquilo. Sem falar no cheiro de enxofre que Lily tinha em suas mãos do qual pensava jamais ser capaz de se livrar. Isso sem falar que quase foram pegas pelo Filch.

– Sabe Dorcas, não tem como não se divertir com você – Lene comentou enquanto dava tapinhas nas costas da amiga.

Quando, por fim, tinham todos os itens em mãos, Dorcas pegou o livro de uma das sacolas de compras.

– Qual o próximo passo a partir de agora? – perguntou interessada.

– Aqui diz que o próximo item é... Uma cueca do amado – a garota disse com sua voz saindo um pouco histérica na última parte.

– QUÊ? – Lily e Lene gritaram ao mesmo tempo.

Ah não, Dorcas não as obrigaria a tanto.

Marlene McKinnon

Lene não conseguia acreditar no que estavam fazendo. Tudo bem que Remus Lupin era realmente um pedaço de mau caminho, mas daí entrar em uma missão para roubar a cueca do cara? Não conseguia lembrar em que momento havia concordado com aquilo.

Agora as três encontravam-se abaixadas sob o muro em frente à casa de Remus, localizada em um dos bairros em diagonal ao que Dorcas morava.

Aparentemente não havia ninguém em casa.

Lene levantou-se rapidamente, escondendo-se então atrás de uma árvore para observar melhor.

– Sinceramente, eu ainda não acredito que vou fazer isso, mas se queremos mesmo invadir a casa de Remus, a hora é essa – disse para as outras garotas que ainda estavam agachadas.

– Isso vai dar merda – Lily comentou enquanto ia até onde Lene estava. A ruiva empoleirou-se em um dos galhos mais baixos da árvore, prestes a pular o muro.

– Pense nisso como uma vingança por aquela vez em que os garotos invadiram nossa festa de pijama – Dorcas comentou acercando-se também. – E fale baixo Lily, se não eles podem te ouvir.

Lily que se encontrava apoiada apenas pelos cotovelos no muro, prestes a cair no jardim dos Lupin, olhou para Dorcas com os olhos arregalados.

– Eles quem? – perguntou enquanto olhava para os lados atenta.

– Os espíritos wicca.

Pelo amor de Deus, e depois Lene dizia que aquela garota era sua melhor amiga.

Lene precisava urgentemente revisar seu círculo de amizades antes que acabasse presa por furto e invasão a domicílio.

Depois de Lily entrar e sinalizar que o território estava limpo, Lene e Dorcas pularam também, olhando para a rua vazia à procura de vizinhos curiosos. Graças a Deus – ou, como dizia Dorcas, aos espíritos wicca – ninguém apareceu. Andaram pelo pátio tentando não fazer barulho e procuraram pela janela que seria o quarto de Remus.

Por fim a segunda janela do segundo andar do lado direito da casa (porque é claro que precisava ser no SEGUNDO ANDAR), logo ao lado de uma trepadeira enorme, dava para um cômodo tão absurdamente cheio de livros que mais parecia uma biblioteca. Obviamente o quarto de Remus.

Dorcas, sem nenhum escrúpulo aparente – mas, bem, não que Lene tivesse também, afinal havia concordado com aquilo -, subiu na trepadeira, engavinhando-se enquanto abria o vidro da janela para cima, pulando-a logo em seguida.

– Eles deveriam mesmo começar a trancar a casa – Lily comentou enquanto a seguiam. – Para impedir invasão e essas coisas.

– Como estamos fazendo neste exato momento? – Lene perguntou de forma retórica enquanto observava o quarto ao seu redor.

– Okay, meninas. Lene, você olha no banheiro. Eu olho nas gavetas e Lily, você cuida a porta.

– Por que eu? – Lily perguntou enquanto encaminhava-se para a porta parecendo ressentida.

– Porque você é mais rápida em dar desculpas caso ele decida aparecer e nos encontrar aqui – Dorcas comentou no que Lene concordava.

Lily, com certeza, era uma ótima atriz.

A garota meneou a cabeça até que assentiu.

– Tudo bem.

Lene então foi até a porta que dava para o banheiro de Remus, em busca da bendita cueca.

Meu Deus, como fora parar ali?

Lily Evans

Lily sentia-se tremer em expectativa. E se alguém as pegasse ali? O que iria dizer? Que estavam ali para roubar uma cueca? Pelo amor de Deus uma c-u-e-c-a!

Aquilo era somente a coisa mais absolutamente idiota e inconsequente que Dorcas a convencera a fazer. Lily perguntava-se de segundo em segundo o porquê de ainda estar ali.

Quem em sã consciência teria aceitado fazer parte dos planos malucos da Dorcas? Eles possuíam quase cem por cento de chances de acabarem mal. Sempre.

Estava espiando por uma frestinha aberta na porta, encarando o corredor que dava para as escadas, atenta a qualquer movimento ou barulho que indicasse outras pessoas na casa.

No exato momento em que Dorcas dizia: “Encontrei!”, Lily ouviu o barulho de chaves no andar abaixo.

Correu para perto de Dorcas, tentando fazer o menor barulho possível, mas não adiantou de nada: acabou dando um encontrão em Dorcas que involuntariamente caiu por sobre Lene fazendo-a derrubar uma estante.

Uma estante cheinha de livros.

Ai meu Deus, pensou, com este barulho teriam acordado até mesmo o papa.

Tudo então ficou em um silêncio mortal até que:

– Cara eu acho que tem alguém lá dentro. - a voz da última pessoa na terra que ela iria querer que a encontrasse naquelas condições soou: Potter.

Lily encarou as amigas de olhos arregalados.

Dorcas estava com a cueca do Remus na cabeça e Lene estava desaparecida em baixo dos milhões de livros que haviam caído em sua cabeça.

O que iriam fazer?


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Notas finais do capítulo

~aquela música de suspense ao fim do capítulo da novela mexicana, estilo A Usurpadora~
Quem é que se ferrou? KKKKKKKKKKKKK

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Beijooos