Dangerous Feelings escrita por Razi


Capítulo 7
Antipatia


Notas iniciais do capítulo

Conversas básicas



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Acordei sentindo-me cansada, na verdade minha mente estava cansada meu corpo não.

Pelo contrario, estava muito bem.

Olhei minha fisionomia melancólica e misteriosa no espelho do banheiro.

Quem era Sean?

E qual o significado daquela visão? Daquela cena?

Os olhos acinzentados iam e saiam de foco ao que me parecia, mas a razão era obvia.

Nunca tinha me acontecido àquela dor imensa de ontem, e tudo que mais vinha de brinde.

Deixo um bocejo escapar de minha boca antes de entrar no box, deixando que a água morna da banheira tome conta do meu corpo relaxando-o.

Depois do banho, procuro em meu guarda-roupa alguma roupa confortável e que não faça com que Wade me olhe reprovativa.

Fala serio,

Estava me importando com o que uma ruivinha acharia quando nem a conheço direito?

Completamente ridículo.                                                                                        

Visto uma blusa de manga longa cinza, acompanhada de um colete preto, depois uma calça justa de lavagem clara e minha bota de cano curto chocolate. Nada de acessórios chamativos, apenas um colar tendo como pingente uma espada com sua lamina para baixo. Um pouco de perfume e o cabelo solto.

Enquanto via como o conjunto ficara no espelho oval grande que tenho ao lado de minha estante repleta de livros e outros trecos, a figura do homem de cabelo branco aparece no espelho ao meu lado, o que me faz dar um passo para trás e virar para ver se havia alguém.

Só que como era de se esperar, não havia ninguém além de mim mesma no meu próprio quarto.

Levo a mão ao peito, como se quisesse melhorar os batimentos do meu coração que ficaram mais rápidos desde ver novamente aquele homem exuberante que queria saber de onde havia saído.

-Angel! – grita Mike – Vai se atrasar.

-Já estou indo – retribuo no mesmo tom pegando minha bolsa que estava ao lado da minha cama e desço logo em seguida.

Melhor não pensar no homem ou em qualquer outra coisa pelas próximas horas.

Mikelly como ontem, terminava de colocar algumas coisas na mesa que estava menos farta do que ontem.

Apenas cereal e suco, nada de torradas.

-Não vou comer – me neguei pegando um copo.

-Tem certeza? – ela indaga levando seu copo a boca e depois o depositando na mesa – Pare de ser birrenta e coma esse cereal, não irá lhe matar.

-Pode até não me matar, mas que talvez me leve para o hospital é uma ótima possibilidade – satirizo antes de levar o copo à boca e vendo sua expressão severa – Para de ser severa comigo.

-Já reparou no seu peso por esses dias? – ela indaga retórica – Você está magra, acha que garotos gostam de meninas esqueléticas?

-Se você quer elevar minha auto estima com esse comentário, sua tentativa foi inútil – replico seria sorvendo o resto do suco do meu copo, ao segundo que ela deixa um suspiro sair de sua boca – No colégio comerei alguma coisa e quando chegar aqui me esbaldo em comida, beleza?

Ela batia o indicador na mesa me encarando, e logo depois assentiu olhando de relance ao relógio na parede atrás de mim.

-Vai se atrasar – comentou ela enquanto num pulo peguei minha bolsa e lhe dei um beijo na bochecha – Tchau.

Sai de casa deparando com meu Camaro no seu lugar na garagem de sempre.

Entrei jogando minha bolsa no banco do motorista e ficando aliviada que ele estivesse limpinho. Sem papeis de bombons e minhas quinquilharias de sempre.

Girei a chave na ignição e depois sai da garagem.

Já no trânsito, apertei o play do som deixando que a voz de Shontelle permeasse meus ouvidos com sua musica Impossible.

Procurei por uma vaga próxima ao colégio, mas estavam praticamente todas lotadas, até encontrar uma ao lado de uma Ferrari vermelha mega chamativa.

Ora está se falando de uma Ferrari.

Qual o carro mais chamativo que esse?

Talvez uma BMW.

Parei de pensar besteiras e sai do meu carrinho que parecia feio perto daquela maquina de onde descia um garoto moreno de olhos cinzas esverdeados que atendia pelo nome de Leon Sebastian Masters.

Parecia que a vida estava querendo fazer pirraça comigo.

Ele me olhou de relance, fazendo um cumprimento silencioso com a cabeça ao segundo que uma pequena duende ruiva aparecia na minha frente me dando um forte abraço.

-Selena – ela disse com euforia – Está maravilhosa.

-Obrigada Wade – agradeci meio constrangida vendo o romeno se afastar cumprimentando Seth quando passou por ele, retornei meu foco á Wade – Está uma graça com esse vestido.

-Gostou? – indagou ela rodopiando fazendo seu vestido branco com algumas flores verdes esvoaçar – Minha irmã me dera de presente ontem.

-Muito legal – comentei ajeitando a alça de minha bolsa.

-Quer que eu a leve? – sugeriu Seth estendendo sua mão na minha direção – Bom-dia.

-Não – neguei sutilmente – E bom-dia também, mas Wade não senti frio com isso?

-Frio? – sibilou ela me olhando como se eu fosse de outro mundo – Claro que não. Era para sentir?

“Claro, talvez porque estamos no Canadá! E calor não combina muito por aqui!”.

-Não – digo balançando a cabeça levemente enquanto entramos no colégio – Onde está Dythan?

-Acho que conhecendo o colégio acompanhado de alguém – respondeu Seth desligado ainda me encarando – Você não parece bem...

Por isso que abnego pessoas observadoras.

-Noite agitada – digo com um sorriso sincero, o que é bem verdade.

Ele deixa suas pedras avermelhadas sobre mim por um segundo, antes de parar no encontro de dois caminhos.

-Nos falamos no intervalo agora – disse ele serio – Até mais.

-Tchau, Selena – despediu-se Wade acenando para mim sorridente.

Acenei para os dois e segui para a minha sala.

Eles eram amáveis e contagiantes.

Talvez fosse de pessoas assim que precisasse ao meu lado agora.

Entrei na sala que já tinha metade de seus alunos conversando com seus amigos acertando detalhes para o fim de semana, mas meu olhar se deteve ao romeno que conversava com Miranda com um pequeno sorriso nos lábios que me fez tremer na base.

Não era fácil achar sorrisos bonitos, ainda mais deslumbrantes.

Só que daquele moreno combinava deslumbramento, com mistério e uma pintada de sedução.

Ah que adorável, agora sim pareço à mocinha que se derrete pelo o novato galã de cinema.

Se bem que ele estava muito mais que isso.

Deveria achar um defeito nele e rápido!

Os olhos do romeno depositaram-se em mim e o sorriso desapareceu de seus lábios no mesmo instante me encarando com uma ferocidade bastante animadora para mim.

Sim, animadora porque já sabia qual era o seu defeito.

Ele me odiava.

Formei uma carranca e depois segui para me sentar no meu lugar na carteira ao lado da parede com a vista para a janela. Sempre me sentava ali com Miranda atrás de mim, só que dessa vez ela estava sentada duas cadeiras atrás ao lado de Leon.

Pareia dura para Loren certamente.

Sim, obvio.

Miranda mandava e desmandava dentro desse colégio, ela organizava as noticias, eventos, sabia dos podres de metade ou quase todos os estudantes e por ai vai.

Uma coisa era certa ela seria a ultima pessoa que queria que te odiasse.

Retornei meu olhar para a janela onde novamente via a cena de todos os dias... Pedestres; carros e ele.

Quase cai da cadeira de tamanho assombro ao ver sua figura encostada na arvore do outro lado da avenida com as faixas mais firmes em seu tórax e braços que eram bem musculosos para ser franca.

-Selena – me chamou Miranda colocando sua mão em meu ombro fazendo meu olhar retornar á ela – Tudo bem com você?

“Não! Existe alguém do outro lado da rua me perseguindo”.

-Tudo bem – afirmei balançando a cabeça nervosa – Não foi nada de assustador.

Ela ainda me olhou por um instante antes de se voltar para o romeno, mas ele já tinha saído da sala.

Solto um respiro profundo antes de retornar a rua e principalmente a arvore onde até segundos atrás o homem enfaixado estava deixando sua expressão exuberante em minha mente.

Havia algo errado.

Por mais relutasse nisso, notei claramente que havia.


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Notas finais do capítulo

Próximo cap.
Hora se saber algumas verdades.