Dangerous Feelings escrita por Razi


Capítulo 6
Dor


Notas iniciais do capítulo

Alguém chega na area.



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Passei boa parte da minha noite sentada assistindo um filme que passava na TV sem nem muito animo.

Ainda não tinha me esquecido daquele nome e dos acontecimentos do dia inteiro alias.

Sinto uma leve ardência nas minhas costas que me faz soltar um grunhido e depois me levantar sobressaltada com fios do meu cabelo deslizando por meu ombro com a respiração ofegante.

Tinha dormido no sofá.

-Angel – disse Mikelly aparecendo na sala parando na minha frente me olhando preocupada – Está tudo bem?

Balanço a cabeça assentindo e depois vejo que suas roupas eram próprias para uma balada.

-Quando chegou? – pergunto ajeitando meu cabelo.

-Algumas horas atrás – respondeu ela me encarando – Você parecia um anjinho dormindo aqui, que preferi não acordar.

Mordo meu lábio inferior a encarando, o que faz com que ela ria.

-Aonde pensa que vai? – pergunto num tom de brincadeira.

-Jordan quer me levar a uma boate que recém inaugurou no centro – respondeu ela erguendo-se – Estarei de volta daqui a pouco, assim sendo vá direto para sua cama.

Reviro meus olhos e me levanto só que no mesmo instante sinto uma intensa dor nas costas que me faz ajoelhar colocando as mãos no chão e ofegar bastante.

-Angelique – disse minha irmã colocando sua mão nas minhas costas – O que foi?

Abro a boa para responder, mas um grunhido de dor escapar em vez de palavras.

Desabo de vez no chão vendo turvamente Mikelly me olhando preocupada.

Encolho-me, sentindo a queimação ir para todos os cantos do meu corpo. Viro-me de lado tentando respirar.

-Não sei – ouço Mikelly dizer com alguém no telefone – Ela não está bem, Jordan. Não está.

Solto outro grunhido de dor, minhas costas realmente estão doendo muito.

Afinal de contas o que era isso agora?

Viro-me para o outro lado sentindo algo gélido deslizar de meus olhos queimando minha pele.

Lagrimas.

Cerro meus dentes impedindo que outro grunhido saia de minha boca, mas é em vão, pois ele sai mesmo assim e logo depois sinto que alguém me pegava e colocava nos seus braços.

De resto não me lembro de nada até o instante de estar em um outro ambiente completamente diferente.

Um campo.

O céu era um misto de azul com alaranjado com nuvens rosadas. O cheiro que invadia minhas narinas era de jasmim que logo identifiquei em alguns pontos do campo, mas o que me chamara mais atenção foi o homem sentado em uma rocha sob o sol escalarte que lhe dava uma tremenda expressão de respeito e poderio.

Aproximei-me lentamente.

Primeiro por não saber quem era e segundo pela minha própria segurança

Ele tinha o cabelo longo, liso e branco cintilante que deslizava por seus ombros, os olhos verdes escuros caiam como contraste de sua pele meio alva. Os braços e o tórax eram cobertos por ataduras que deslizavam de maneira negligente no corpo atlético.

Prendo a respiração diante dele, não havia um homem como aquele em minha vida.

Na verdade jamais tinha visto alguém como ele.

Enquanto estava submersa nesses pensamentos, ele voltou seu rosto na minha direção deixando que suas pedras esverdeadas caíssem sobre meu semblante que deveria ser de surpresa.

Recuo um passo ao segundo que ele já está na minha frente ainda com a curiosidade opaca em seus olhos.

Ele tomba a cabeça para o lado, depois franzindo a testa antes de um meio sorriso aparecer em seus lábios delineados.

-Finalmente – disse ele por fim com a voz mais suave que encontrei ao longo dos anos.

Ao mesmo segundo, abro os olhos, sobressaltando-me novamente e acostumando com o ambiente familiar que era o meu quarto com Mikelly, Jordan e mais um homem que inclina-se na minha direção fitando-me com suas pedras negras.

-Está tudo bem? – ele indaga numa voz sussurrante – Teve algum pesadelo?

Olho para ele confusa antes de voltar a olhar Mikelly abraçada a Jordan silenciosa.

-Poderiam nos dar um minuto á sós? – sugeriu o homem virando seu rosto para o lado como se quisesse olhá-los – Não demorarei muito.

Deixo meu olhar ir de encontro ao de Mikelly que morde o lábio inferior antes de assentir para o homem e puxar Jordan para sair sem antes de me darem sorrisos reconfortantes.

Logo depois de sua saída e porta se fecha me deixando sozinha com o homem que não é muito velho se for considerar. Ainda seu cabelo tinha a cor negra apesar de haver fios grisalhos, meio calvo, o rosto triangular, a pele morena no corpo que estava parcialmente acima do peso e deveria ser apenas cinco centímetros mais alto que eu.

Ele deu um suspiro e se voltou completamente para mim.

-Pode me contar o que você viu, Cross? – ele pediu numa voz cálida e aconchegante ainda não deixando passar de um sussurro.

-Não me recordo direito – menti, não iria contar aquela estranha imagem para ele, não mesmo – Mas, estava em um campo com um céu de misto de azul com laranja.

-Havia alguém lá? – ele indagou pensativo.

-Era para ter? – retorqui, tinha que fugir do assunto alguma hora.

-O mais provável que sim – disse ele dando de ombros – Desculpe minha grosseria, mas me chamo Anthony, prazer em conhecê-la, Cross.

-O mesmo – concordo com um aceno de cabeça – É nosso vizinho?

-Não – ele nega balançando a cabeça – Estava fazendo uma visita a uma amiga quando sua irmã saiu da casa pedindo ajuda.

-Ah – suspiro ainda o encarando – Ela tende a ser um pouco dramática.

-Já notei – disse ele com um meio sorriso de concordância antes de se levantar e parar com a mão na maçaneta da minha porta – Espero que fique melhor, Cross.

-Também espero que sim – concordei com certa convicção – Obrigada.

Ele deu um sorriso e depois saiu do meu quarto fechando a porta atrás de si.

Desabei na minha cama levando a costa de minha mão a testa sentindo minha respiração compassada.

O que está havendo aqui afinal de contas?

Não poderia ser coisa boa certamente.

Sinto uma leve pontada no coração que me faz arquear minhas costas para frente. Prendo o grito que ameaçou sair de minha boca, apesar de um filete de sangue escorrer pelo canto.

Peguei minha toalha para limpar.

Quando novamente a dor se fez presente.

Tranquei o grito apertando com minhas mãos o lençol abaixo de mim e me remexendo toda.

-Acalme-se – me tranqüilizou uma voz que não sabia de onde estava vindo – Pare de fazer isso, Sean.

Um forte tremor percorreu meu corpo antes de tudo voltar a ficar como antes.

Respiro com um pouco de rapidez, mas nada preocupante.

A ardência em minhas costas já tinha passado e todo o resto também.

Seja lá o que estava acontecendo.

Sean era o culpado.


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Notas finais do capítulo

Next!



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