Dangerous Feelings escrita por Razi
Quando acordo deparo-me com uma típica manhã de outono e uma deusa sentada na minha janela admirando o nada.
-Bom-dia – ela me cumprimenta sem voltar seu olhar para mim.
-Devo responder? – indago de mau humor.
Eva retorna seus olhos para mim.
-Tudo bem – ela disse erguendo as mãos em sinal de derrota – Fui eu que controlei suas emoções ontem, satisfeita?
-Não – discordo a encarando – Por que fez aquilo?
-Precisa dele aqui – ela responde dando de ombros – Ele deveria ajudá-la.
-Não quero ajuda de um assassino – replico cruzando os braços.
-Então posso dizer que sou uma assassina também – disse ela me encarando – Por todas as vezes que matei as pessoas por necessidade.
-Você é diferente, Eva – a encarei – Ele matou minha família e isso eu não posso perdoar.
-Sean – ela o recrimina – Pare de colocar injúrias na mente dela.
-Ele não tem nada haver com isso – o defendo – É apenas minha opinião e não será você que irá mudá-la.
Ela fecha os olhos pondo seus dedos no inicio de seu nariz e respira fundo antes de abri-los novamente.
-Não vou mais discutir isso com você – ela conclui – Se quiser ter ódio dele, beleza, mas saiba que está tendo ódio da pessoa errada.
-Obrigada pelo aviso – satirizo endireitando-me na cama – Mas, mudando de assunto o que está fazendo aqui?
-Estava velando seu sono – responde ela me encarando – Além do que preciso de algumas respostas.
-Sobre o que? – indago a olhando curiosa.
-O principal primeiro – ela começa fazendo depois uma rápida pausa – Como acordou Sean?
-Não fui eu – respondo – Uma voz masculina que se me lembro bem disse “Te encontramos, Sean” daí depois disso ele começou aparecer.
Ela morde seu lábio inferior saindo da janela e entrando no quarto.
-Viu quem disse isso? – ela indaga caminhando de um lado para outro.
-Não – digo enquanto me recordava – Estava com medo demais para me voltar para encará-lo e ainda tinha a risada da Ária e antes que pergunte foi ela que me levou ao encontro de Leon e os demais no bosque.
-Eu sei – disse ela rapidamente – Eu estava lá.
-Como é? – pergunto estreitando minhas sobrancelhas.
-Sou o que se pode chamar de inspetora dos deuses, apenas eles foram mandados para matá-la, que, aliás, já deveriam ter feito – formo uma carranca – Caso não tivéssemos recebido novas ordens...
-Que ordens? – a corto.
-Temos que mate-la inteira sem um único arranhão – conta ela solene – Em outras palavras, em vez de te matar precisamos te proteger.
-Mikelly já faz isso não? – indago retórica.
-Bem – ela coloca uma mão atrás da nuca – Ela não pode ir com você para todos os lugares como nós podemos.
-Vocês não podem ir ao Distrito 15 ou a Terceira Dimensão – friso a olhando.
-Por conta dos tratos que fizemos – replica ela – Antes que pergunte os Arrancars e os Quilins são digamos nossos filhos e não são as espécies mais confiáveis para se deixar à solta no mundo humano, assim fora criado dois mundos para que vissem e se possível se matassem.
-Mas existem humanos no Distrito 15 – argumento.
-Não – ela nega balançando a cabeça suavemente – Não existe.
Abro minha boca para discutir a questão, mas é melhor passar para a próxima pergunta.
-Por que o Sean queria tomar o controle do meu corpo? –pergunto a analisando.
-Leon e Sean se odeiam – responde ela pausadamente – Assim quando Sean notou que você estava de muita conversa para cima dele, achou melhor intervir e resolver seus assuntos com ele.
-Quer dizer que estou no meio de uma briguinha de dois retardados? – indago retórica cruzando os braços.
-Pode se ver dessa maneira – disse ela dando de ombros – O caso é que terá que aprender a controlar o Sean, antes que ele domine-a novamente.
-Do que você está se referindo? – pergunto erguendo-me
-Sean é o deus da Dor sim – responde ela encarando-me – Só que isso não quiser dizer que ele não possa assumir total e pleno controle sobre seu corpo te matando possivelmente.
-Isso muito me anima – ironizo com um meio sorriso.
Ela faz um bico antes de sua expressão ficar meio séria.
-Tem certeza que foi um homem que chamou Sean? – ela retorna ao velho assunto de novo.
-Sim – confirmo séria – Não tem como duvidar daquela voz.
-Bom saber – disse ela seca deixando seu olhar deslizar por minhas roupas – Deve ir se trocar, escola.
-Você quer dizer lugar da tortura – satirizo indo pegar minha toalha.
-Como queria chamar – ela deixa um sorriso sair de seus lábios – Até mais.
Aceno para o vento antes de entrar no banheiro e tirar minha roupa de dormir.
Que me faz relembrar de tudo.
Olho para o meu joelho que tinha ralado, mas não havia nenhum ferimento ou sequer um machucado que até me faz pensar que devo ter sonhado com aquela dor.
-Selena – grita Mikelly – Vai chegar atrasada no colégio.
-Tudo bem – devolvo no mesmo tom.
Tiro minha roupa e entro debaixo do chuveiro deixando a água morna cobrir meu corpo, não tomei meu demorado banho, mas me produzi o suficiente para descer correndo a escada e quase cair caso não me segurasse na borda da escada com a risada de Mikelly permeando meus ouvidos.
Isso porque ela era minha Protetora.
Lanço uma carranca para ela que apenas revira os olhos.
-Não vai comer? – indaga ela quando eu já saia de casa.
-No colégio – grito de volta caminhando rumo ao meu Camaro já fora da garagem.
Minha irmã é sensacional, não?
Jogo minha bolsa para o banco do carona antes de girar a chave na ignição e dar a partida depois seguindo rumo ao colégio com Liar do One ok rock povoando meu ambiente e me deixando bem mais alegre já que com os últimos acontecimentos meu humor ia descendo pelo ralo em velocidade recorde.
E iria novamente ao ver Loren ao lado de Leon que mantinha aquele sorriso perfeito nunca direcionado para mim.
Bato a porta do carro com violência, trazendo a atenção apenas de Leon que se volta completamente para mim olhando-me sério. Ajeito a alça da minha bolsa no ombro antes de seguir meu caminho.
-Vai comigo a festa não? – ouço Loren comentar com Leon.
Trinco meus dentes por conta da onda de animação que Sean fez eu sentir.
Certamente os dois se mereciam.
-Selena – me grita Mirando acenando com a mão para que me juntasse a ela que estava acompanhada de Noelle e Aiden que me olhava com um sorriso sarcástico.
Era só o que me faltava.
-Olá, Angelique – ele me cumprimenta deixando seu sorriso ainda mais aparente.
-Miranda – chama Noelle lançando-me um singelo sorriso – Vamos indo na frente.
Ela apenas me abraça e logo acompanha a morena que acena para mim antes de se voltar para frente.
Volto-me para Aiden que tinha a cabeça inclinada para o lado.
-O que foi? – pergunto educadamente.
-Não tinha notado que seus olhos são tão bonitos – responde ele numa voz suave.
Arqueio uma sobrancelha encarando-o.
-Isso foi um elogio ou uma cantada? –indago sarcástica.
-Os dois – responde ele me encarando – Mas, na verdade queria te fazer um convite.
-Não – dispenso já começando a caminhar, mas ele me segura pelo braço – Pode me largar?
-Não antes de dizer que vai comigo a festa de um tal de Riley – propõe ele me encarando com intensidade.
-Ele te convidou? – indago meio incrédula.
-Isso e pode ir comigo? – ele disse receoso dessa vez – Não conheço ninguém e...
-Noelle ou Miranda pode fazer esse favor para você – o corto livrando-me de seu aperto.
-Elas não vão a festa – conta ele me encarando tristemente mais carinha de cachorro abandonado – Pode fazer essa ação de caridade por mim?
-Metade das garotas adorariam fazer isso – ofereço uma segunda opção.
-Será que não entendeu que eu quero ir com você e não com o resto dessas garotas sem sal e sem um único neurônio bom na cabeça? – indaga ele retórico me encarando.
Abro minha boca perplexa.
Não esperava por uma atitude dessas nem tão pouco vindo de Aiden que, aliás, tinha conhecido ontem e que ainda me deixa com um pé atrás. Só que como Sean não piou com o convite não iria fazer nenhum mal ir com ele e também Mikelly ficaria com Jordan e não seria correto ficar de vela.
-Tudo bem – concordo encarando-o – Vou com você para festa.
Ele deixa um sorriso escapar de seus lábios, não tão bonito como de Leon, ah esquece.
-Passo na sua casa ás nove, tudo bem? – indaga ele radiante.
-Prefiro te encontrar na festa – disse séria – Acho melhor assim.
Ele me olha por um segundo antes de assentir e oferecer seu braço para que passasse o meu ao seu redor. Arqueio uma sobrancelha.
-Sou cavalheiro também – disse ele acabando por me fazer rir – Seu sorriso é muito bonito.
Leon e Loren passaram por nós no mesmo segundo com o romeno tocando o braço de Aiden.
-Desculpe – disse ele encarando meu parceiro com a perplexidade percorrendo seu rosto em um segundo para desaparecer em seguida – Aiden.
-Sebastian – disse Aiden com um sorriso jubiloso nos lábios – Prazer vê-lo aqui.
-Podemos conversar por alguns segundos? – pedi ele gentilmente.
-Leon – chama Loren o puxando – Vamos nos atrasar.
-Conversamos uma outra hora – conclui Aiden o encarando – Vai com sua namorada e deixa-me curtir a minha.
O olho com o mesmo espanto que estava no rosto de Leon e Loren. Dessa vez eu não ia deixar passar, bati na parte de trás de sua cabeça fazendo-o levar a mão ao local e soltar um gemido de dor.
-Não conversamos que iríamos deixar isso apenas entre nós dois? – indago com os dentes semicerrados.
-Desculpe – disse ele com um meio sorriso nos lábios – Leon já é da minha família, assim não pensei que faria diferença.
-Então quer dizer que sua família possui uma ovelha negra? – indago retórica.
Aiden me encara surpreso.
-Dobre sua língua Cross – ameaça Loren ríspida – Não vou tolerar suas afrontas para cima do meu namorado.
Viro-me para ela. Meu sangue estava fervendo e o mau humor no ápice.
-Apenas disse a verdade – disse serena – Nada, além disso.
Loren me encara gélida, ou melhor, irritada, mas apenas vira-se e sai acompanhada de Leon que não me encara, mas sim Aiden que detinha um sorriso largo no rosto e não sabia o porque.
-Tire esse sorriso do rosto – recomendo começando a caminhar – Está parecendo um idiota com ele.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bem, achei o cap. fraquinho, mas para compensar o próximo traz uma surpresa digamos nada agradável para alguns.
Até lá.
o/