Teenage Dream escrita por dancehalldrug


Capítulo 8
I must be dreaming.




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POV Katie

Aviões atrasam. É normal. Certo? Talvez eu tenha anotado o horário errado. Talvez eles tenham me ligado ontem para avisar que o horário tinha mudado. Talvez o tempo estivesse ruim e eles não tivessem decolado. Estava tudo bem, eu não precisava entrar em pânico.

Eu estava no aeroporto, sentada em uma das cadeiras desconfortáveis ao lado de um senhor que parecia muito o George Clooney, mas talvez um pouco mais velho. Os olhos alternando entre o relógio, o telão de horário dos vôos e a pista, como se o avião deles fosse se materializar ali a qualquer momento, sem nenhum aviso prévio.

O vôo estava marcado para 14h, e já era perto das 16h e nada ainda, nem alguma noticia. Resolvi ir até o balcão da companhia.

Uma senhora baixinha e gorda, com a maquiagem extremamente carregada carimbava papeis sem prestar atenção em mim quando me aproximei.

- Com licença, você poderia... – comecei cautelosa.

- Cancelado. – ela falou.

- Como? – estranhei.

- O vôo do seu irmão foi cancelado. – ela ainda não tinha olhado pra mim. Como ela sabia o que eu viera perguntar? Como ela sabia que era meu irmão?

- E quando eles chegarão? – perguntei.

- Não chegarão.

- O que aconteceu? – eu estava perdendo a paciência.

- Acidente. - ela respondeu naturalmente. Eu com certeza tinha entendido errado.

- O que?

- O avião caiu. – ela repetiu.

- Como assim? – pedi que ela explicasse. Como assim? Como assim “o avião caiu”?

- Acontece o tempo todo. – ela deu ombros.

- O que aconteceu com eles? – eu quase gritei. – Alguém pode me falar o que está acontecendo? – perguntei para as pessoas em volta, que me olhavam como se eu fosse anormal.

- Olha, garota, se você começar a fazer escândalo eu não vou poder te ajudar. – a mulher largou os papéis, me olhando com um sorriso cético.

- Eu só quero saber o que esta acontecendo. – falei, sentindo minha garganta fechando e uma vontade insuportável de cair no choro.

- Ah, você não vai chorar, né? – ela perdeu a paciência de vez. – Alguém tira ela daqui. Alguém tira essa garota daqui! – mandou, voltando a se concentrar nos papéis que carimbava. No segundo seguinte, senti mãos me prendendo e me carregando.

- ME SOLTA! – gritei, sentindo as lágrimas escorrendo pelo rosto. – ME SOLTA! ME EXPLICA O QUE ACONTECEU. PORQUE ELES NÃO ESTÃO AQUI?! – eu me debatia tentando me soltar, mas as mãos eram muito fortes. Eu não conseguia ver seu rosto, mas eu sabia que era alguém muito grande.

- Para com isso. – ele mandava, me apertando com mais força.

- ME LARGA. – gritei de novo. E então ele me largou. E eu cai. Mas não atingi o chão como esperava. Meus olhos abriram e eu senti uma contração rápida nos músculos da perna. Levei alguns segundos para entender que eu tinha acordado e mais do que alguns minutos para voltar a respirar normalmente. Eu sentia meu coração batendo em algum lugar na minha cabeça. Certo. Tanta coisa para sonhar e eu sonho com isso?

Eu sorri ao pensar quão ridículo aquilo tudo parecia agora, mas foi tão real que eu quase sentia o desespero do momento. Eu sabia que, caso alguma coisa acontecesse, eles não iriam me deixar sem noticias, muito menos seria uma velha quem me diria que “o avião de seu irmão caiu”, e eu provavelmente não seria carregada para fora do aeroporto por um segurança enorme, mas na hora tudo parecia fazer perfeito sentido.

Isso sem contar que eles já estavam em casa. Eu já tinha ido ao aeroporto recebê-los e tudo tinha corrido completamente bem. Eu já tinha esmagado todos eles com uma semana de abraços acumulados, já ouvira várias histórias sobre Nova York enquanto comíamos pizza. Estava tudo bem, com todos eles. Eles estavam em casa e eu não estava sozinha.

Levantei para tomar um copo de água. Mesmo sabendo que era apenas um sonho (um sonho ridículo, diga-se de passagem), a cama parecia muito desconfortável pra mim. 

Assim que abri a porta, vi que a TV da sala ainda estava ligada, provavelmente esquecida por algum dos garotos. Caminhei silenciosamente até a cozinha, pegando a água. Escutei vozes na sala. Uma delas era Logan, eu tinha certeza.

- Vocês não podem ficar nessa por muito mais tempo... – ele falava.

- Eu sei, mas ela não quer... – A outra voz era James. - ... E falar vai estragar tudo.

- Ta, mas você não acha que vai ser pior se ele descobrir? – Logan insistiu.

- Eu não sei, Logan. – Dava para notar que James estava cansado.

- O que vocês estão fazendo acordados? – perguntei aparecendo na sala com o copo na mão. Os dois se assustaram ao me ver ali, mas eu notei que o olhar de James se iluminou.

- Só estávamos conversando. – Logan falou, dando ombros. Certo, se eles não falariam qual era o assunto, eu fingiria que não sabia.

- Ta tudo bem? Porque você ta acordada? – James perguntou, fazendo sinal para que eu fosse sentar com ele.

- Eu tive um... Sonho bizarro. – expliquei. Não sei se dava para classificar aquilo como pesadelo. Ele riu fraquinho, me abraçando quando eu sentei ao seu lado.

- Quer saber, James? A gente pode continuar essa conversa outro dia. – Logan falou, levantando-se. – Vocês devem ter bastante coisa para... Conversar. – ele brincou.

- Boa noite, cara. – James concordou. Logan beijou a minha cabeça antes de ir para seu quarto. 

- Você sabe que a ultima vez que você resolveu tomar água durante a noite não acabou muito bem. – ele provocou, sussurrando perto da minha orelha, com um sorriso bobo no rosto. Eu o abracei com mais força, pra se certificar de que ele estava ali. – Quer me falar sobre o seu sonho? – James perguntou.

- É ridículo. – eu avisei. Ele deu ombros. – Eu estava no aeroporto esperando por vocês e uma mulher gorda e muito feia me disse que vocês não iam chegar porque o avião tinha caído, mas ela não me dizia mais nada, só que tinha um acidente e eu pedi pra ela me explicar o que tinha acontecido e ela mandou um segurança me tirar de lá. E ele era muito forte. – falei, sem parar nem para respirar - E eu acho que tinha um cara parecido com o George Clooney do meu lado. – acrescentei. Ele ria, rolando os olhos.

- Chega de televisão pra você. – falou, me fazendo rir também.

- Na hora parecia real... –fiquei mais séria. – Sei lá... Eu realmente achei que vocês não iam mais voltar. – eu falei baixinho, como se não quisesse que ele ouvisse. Ele me olhava como se eu fosse a coisa mais fofa do universo.

- A gente ta aqui, não está? – falou, afastando a franja que insistia em cair no meu olho. Eu dei ombros, como se não fosse nada. – Eu to aqui, não estou? – ele perguntou mais sério de novo. Eu me aproximei o bastante para tocar seus lábios. Ele estava ali, aquilo era só um sonho patético. Deixei minha cabeça cair em seu ombro.

- Eu estava com saudades. – falei. Ele riu fraquinho, brincando com o meu cabelo. 

- Eu também. – falou. – Da próxima vez eu vou te levar no meu bolso. – ele brincou. Eu não sei se estava muito tarde ou eu estava com muito sono, mas aquilo me pareceu muito engraçado. 

- O que você ta fazendo? – estranhei quando ele levantou-se e puxou meu braço pra me levantar também. Sem responder, James colocou as mãos em minha cintura, me empurrando para que eu andasse. – James, o que você...? – sussurrei de novo.

- Te levando pra cama. – ele explicou no mesmo tom, aproveitando para beijar meu pescoço. Eu parei de andar no mesmo momento e me virei pra ele.

- Não. – pedi. Ele suspirou impaciente.

- Você precisa dormir. – insistiu.

- Não preciso. – afirmei. Ele me encarou sério por alguns segundos e então sorriu fraquinho.

- Você não precisa ter medo. – falou, encostando a sua testa na minha. Eu sabia que não. Eu não precisava me preocupar com nada, muito menos com aquele sonho patético, mas ainda assim... Parecia tão real. Eu suspirei, desistindo, deixando que ele me empurrasse até o meu quarto.

James me colocou na cama, certificando-se que eu estava bem coberta e confortável, mas em vez de me desejar boa noite e me deixar ali, como eu achei que ele faria, ele deu a volta na cama, sentando-se ao meu lado. Me virei pra ele, intrigada.

- Que foi? – perguntou despreocupado, como se aquilo fosse completamente normal.

- Você vai ficar ai? – estranhei. Ele deu ombros.

- Você não vai dormir se eu for embora. – ele explicou, como se fosse obvio. Eu senti uma vontade inexplicável de abraçá-lo naquele momento. – Dorme, Katie. Ta tarde. – ele insistiu de novo, ligando a TV com um volume baixinho.

Eu rolei na cama, abraçando-o e apoiando a cabeça em seu peito. Ele pareceu surpreso no inicio, mas logo se ajeitou, me abraçando de volta. Senti seus dedos voltando a brincar pelo meu cabelo.

- Você sabe que o Kendall te mata se te ver aqui, né? – perguntei, já sentindo o sono se aproximando.

- Não se preocupe com isso. Só durma. – ele beijou o topo da minha cabeça. Eu fechei os olhos. Por mais que eu quisesse continuar acordada, eu sabia que seria inútil e em pouco tempo eu já tinha adormecido. 

xx


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Notas finais do capítulo

Ninguém morreu do coração não, né? hahahah Desculpa >



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