Mike estava numa sala infestada de luzes muito clara, não dava pra ver muito bem o q estava a sua volta. Andando pra frente, ele nota parecia mais um corredor do que uma sala. seguindo mais a frente, ele nota uma figura entrando em seu curto campo de visão: uma garota loira com um vestido branco, leve, e pelo visto, um pouco transparente. Não dava pra ver seu rosto, devido à luz forte. Mike chegou mais perto pra vê-la melhor. O foco dela não parecia melhorar mesmo chegando perto, mas Mike tem a impressão de que a vira em algum lugar. A garota vinha caminhando ao  emcontro dele.

   - Quem é você? - pergunta Mike a garota que vinha ao seu encontro. Ela andava mas não saia do lugar. Sem poder chegar mais perto, ela parou. Estendeu os braços e abriu a boca, parecendo que ia gritar. Mike estava pronto pra ouvir a resposta prontamente. Ao se curvar levemente, as palavras saíram de sua boca:

   - ACORDA!!!

   - AHHH!!! - Acorda Mike na sala de aula.

   - Se você quiser recuperar o tempo perdido, poderia pelo menos ficar acordado? - resmungou o professor de Português, Leonardo.

   -Hahahahahaha... - Riu a turma inteira. Peter apenas cobriu o rosto.

   -Ah... Calem a boca! - gritou Mike, mas foi abafado pela risada geral.

   -Se deu mal, Moinho! - grita Leon, o garoto mais brigão da sala. Magro, loiro, cabelo espetado, boa pinta com as garotas... As pessoas da sala tenta não mexer com ele pra não parar junto na coordenação mas ele não liga pra isso. Sua principal vítima é Mike.

   -É isso aí! - disse Walter, companheiro de Leon, ou braço direito se preferir, estendendo a mão a Leon que nem liga. Nem tão magro, cabelo preto, liso, vive na cola do Leon, como um capanga. Juntos, vivem pegando no pé dos alunos procurando se divertir. O pior pesadelo escolar de Mike na opinião do próprio.

   No resto da aula, Leon e Walter ficaram jogando bolinhas de cuspe em Mike que perdia a paciência a cada estante. Quando estava a ponto de sair na porrada, James fez um sinal como se fosse um aviso. Mike entedeu o recado e voltou pro seu lugar. Não podia se descontrolar. Isso iria chamar a atenção de todos e aí, adeus identidade secreta.

   - Alguém viu a Samanta? - perguntou James após a aula.

   - Não olha pra mim! - disse Mike um pouco surpreso.

   - Peter? - Direcionou-se James a Peter.

   - ... Não sei. - disse ele sem prestar muita atenção.

   - Ela deve estar no banheiro... - disse Maria. O trio olhou pra ela, que ficou muito avermelhada com tal repentinidade. - E-ela ficou lá... O dia i-inteiro... P-parecia triste...

    - Banheiro feminino... Valeu! - disse Mike correndo depressa pro local.

    - Muito obrigado, Maria! Te devemos essa! - Disse James correndo atrás. Maria fora deixada ao lado de Peter toda sem graça.

    - Como é que ela tá? - perguntou Peter após alguns segundos. Maria ficou com vergonha, mas logo baixou a cara e tentou se conter.

    - Ela... Estava chorando... - disse indo embora em seguida.

    Peter olhou ela indo embora um pouco surpreso. Não sabia que tinha a magoado tanto. Mas não podia negar o fato de que ela fora um tanto impertinente agindo daquela maneira, achando que ele era o namorado dela sem ao menos conhecê-lo direito. Peter pegou suas coisas e foi embora.

    - Banheiro feminino, banheiro feminino... AHA! - disse Mike correndo pro local.

    - Tem certeza desta vez? - disse James, com um pouco de sarcasmo.

    - Claro! Olha a placa! - disse indicando a placa onde está uma figura feminina.

    Mike se aproximou da porta aproximou mais a mão e quando foi bater, a porta escancarou em seu rosto, fazendo-o cair. Do banheiro emergia uma figura familiar.

    - Soraya? - disse James ao vê-la. - O que você tá fazendo aqui?

    - Vim checar a Sam. Ela não tava se sentindo bem... Por que o Mike tá no chão?

    - Só quis me deitar pra admirar o teto... - disse Mke sarcasticamente. - Como ela tá?

    - Não sei. Quando vim ver, ela já tinha saído.- Disse Soraya preocupada.

    - A cara... Acho que o Peter exagerou desta vez...

    - Foi o Peter que deixou ela assim?!! - disse Soraya enfurecida. - Vou acabar om a raça dele!!! - gritou pegando suas coisas e correndo pulando as escadas.

    - Cara, ela dá medo... - disse Mike.

    - Afirmativo - concordou James.

    - Acha que ela concegue alcançá-lo?

    - Talvez...

No telhado da escola...

    - Kukuku... Olhe só, Lucy. Carne fresca!- Disse um garoto apontando para as pessoas saindo da escola. - O que você acha? Hã? Qual é... Quem liga pra esse negócio de ser discreto! São humanos, não são?! Que que há de errado? O quê? Outro fragmento? Hmmm... Interessante... Parece que também estamos na presença de esferas... É... Que acha de irmos nos divertir um pouco heim...? Aw... Qual é! Nunca enfrentei um guardião ou seja lá o que forem... O que importa é: Eles protegem os humanos. E se eles os protegem, o novo mundo fica mais distante!! Affe...

    O garoto entediado deu uma volta no telhado olhando as pessoas em baixo. Seus olhos se voltaram para uma garota loira que andava depressa pela rua.

    - Ora, ora, ora. O que será que temos aqui? Ela parece apressada. Vamos dar uma olhadinha Lucy!- disse o garoto pegando uma pá e pulando do prédio em seguida sumindo de vista.

   Samantha estava andando pela calçada até Peter aparecer na frente dela. A garota baixou a cabeça e continuou em frente. Peter não tentou impedí-la. Após alguns passos, ela parou costa-a-costa com Peter.

   - Me desculpe. - disse ela contrangida. Peter não demosntrou expressão. - Eu... Não devia ter agido daquela maneira... Acho, que você nunca mais vai falar comigo né?

   Passaram-se alguns segundos silenciosos. Samantha se virou pra ver se Peter se fora, mas ele continuava ali, imóvel.

   - Eu disse que não era seu namorado. - disse Peter severamente. Samantha se sentia culpada. - Mas isso não quer dizer que não podemos ser amigos. - disse baixando um pouco o tom na voz. Ainda de costas.

   Samantha se sentia aliviada. Sentia que ainda tinha chance de se redimir. A fecilidade era tanta que ela quase chorou. Estava tentada a se jogar em cim dele de alegria. Mas antes que fizesse, Peter se virou.

    - Mas isso não quer dizer que você pode ficar me agarrando feito uma doida varrida!

    - Ah~... Tá legal! - Disse ela voltando a se posicionar normalmente.

    - Até manhã. - disse Peter dando um breve sorriso.

    - Até manhã. - disse Samantha Revivida. Os dois partiram caminhos.

    Virando a esquina, Peter deu de cara com a Soraya. Ela parecia séria, mas pensativa.

    - Eu vi o que você fez com a Sam.- Disse ela abrindo os olhos. Peter continuou seu curso. -  Parece que ainda tem cura pra você...

    - Só fiz o que tinha que ser feito. - disse Peter sério. Depois parou. - Além do mais... Acho que você também tava naquela multidão... - disse voltando para Soraya que ficara vermelha e em seguida continuou seu curso.

    -I-isso é o que você pensa!!! Volte aqui e diz isso na minha cara!!! - gritara, mas Peter continuou a deixando de cara emburrada.

    No caminho de casa, Samantha ouve um ruído vindo de um beco. Curiosa, ela resolve checar. Prosseguindo até uma parede, ela encontra um garoto com uma roupa preta, esfarrapada, ao lado de uma pá. um de seus olhos estava coberto pelo cabelo.

   -Olá. - disse o garoto. Samantha recuou assustada.- Por acaso você seria humana?

   -M-mas que pergunta é essa? - disse ela dando passos pra trás.

   - Por que se você for...- Disse o garoto se levantando.- Sinto informar que terei que fazer coisas horríveis contigo. - disse chutando uma garrafa quebrada que passou de raspão pelo rosto de Samantha deixando um leve corte.

   Samantha correu o mais rápido que pôde mas antes mesmo de dar um passo, o garoto pegou seu braço não ousando largar.

   - Me solta! Me soltaa!!! PETER!! - gritou desesperada, mas ninguém veio ao seu socorro.

   - Peter? Então esse era o nome daquele cara com quem você estava falando?- disse agindo como se nada tivesse acontecido. Samantha ainda tentava tirar o braço, sem sucesso. - Hm... Interessante... Acho que podemos formar um pequeno jogo com isso. O que você acha, Lucy? - Disse se direcionando a pá em sua mão.

   - Você é louco! - Disse Samantha Amedrontada com o fato dele estar se referindo a pá com tanta familiaridade.

   - Prazer, Lucas. - disse ele pondo a pá no pescoço de Samantha. - E você, minha cara, é a prisioneira.- disse olhando com seu olho escondido diretamente aos olhos de Samantha. Esta perdeu as forças e em seguida, desmaiou.

   - Ah... Elas sempre desmaiam ao meu encontro... Acho que devo colocar isso no meu paredário... O que você acha, Lucy? - disse carregando Samantha no ombro, deixando sua bolsa de lado.