A Pedra da Noite escrita por luizaac


Capítulo 5
Revelações.


Notas iniciais do capítulo

hã, criatividade fail, mas espero qe gostem *-*, desculpa qualqr demora.



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    - Anda, Leon ! – começava a ficar impaciente. Esse mistério todo me deixava nervosa, fora o barulho desconhecido que estava complementando. – Bora, homem ! Que mundo é esse ? Me explica isso !

    - Calma Claire. – ele sorriu. – Estou procurando palavras para te explicar e não te deixar paranóica, sei lá.

    - Sou bem forte, sabia ? – eu o encarei.

    - Mesmo ? Então por que saiu correndo e chorando com a ameaça de Oliver ? – ele falou em tom de desafio e eu revirei os olhos.

    - Não muda de assunto, por favor.

    - Ok. – ele respirou fundo. – Claire, existe um mundo fora do conhecimento humano. Um mundo onde todas os sonhos e seres “imaginários” dos seres humanos existem.

    - Você quer dizer... Fadas, duendes, vampiros... ? – eu estava levemente confusa.

    - Sim. Exatamente. – ele mexeu no cabelo. – E, entre esses seres, existe um – ele me pareceu engolir em seco – que se destaca. Mais do que vampiros e lobisomens. São os anges de la nuit.

    - Como é que é ?

    - Anjos da noite, no português. – ele riu e analisou minha reação. Eu continuava na mesma, apenas impaciente de tanta demora. – Anjos da noite são criaturas relativamente raras no mundo sobrenatural. São praticamente indestrutíveis, mais fortes e mais rápidos que a maioria dos outros sobrenaturais.

    - Praticamente indestrutíveis ? – eu tombei a cabeça de lado.

    - Sim. Só há uma maneira de destruí-los. – Leon estava com um brilho no olhar indescritível. – Somente a bala de uma arma enfeitiçada pode matar um deles. Posso te dizer que esse tipo de arma é bem difícil de ser encontrado. – Ele sorriu ainda com o brilho nos olhos. – Além disso, tem a morte natural. Eles duram 80 anos humanos. Considerando que um ano humano equivale a 50 anos dos anjos, então... Faça as contas. – ele deu de ombros.

    - Quatro mil anos. – Eu fiquei perplexa. Ele riu abafadamente.

    - Além disso, são bem difíceis de reconhecer, já que podem tomar a forma do animal que quiserem. O mais comum delas é a de humano. – ele sorriu de um jeito que me fez arrepiar.

    - Mas... Há muitos deles entre nós ? – perguntei, apreensiva.

    - Por aqui, não muitos. – ele encarou o teto.

    - Eu conheço algum ? – mexi no cabelo.

    - Mais de um, até. – Leon evitava o meu olhar, estava claro.

    - Deixe-me adivinhar. Oliver é um deles. – revirei os olhos.

    - Certíssima. – eu o encarei, esperando que ele falasse quem era o outro.

    - Quem é o outro ? – Leon olhou para o teto, evitando encontrar o meu olhar. Será que... ? Provável. De que outra maneira ele saberia tanta coisa sobre esses anjinhos ? – Leon, você é um anjo da noite ?

     - Sim – ele falou bem baixo, quase envergonhado. Eu senti um aperto. – Por favor, não me odeie. Te digo que existem anjos bons. Raros, mas existem. – eu sacudi a cabeça, tentando organizar minhas idéias.

    - V-você... Voa ? – ele me olhou, confuso. Cinco segundos depois, começou a rir. Gargalhava com vontade.

    - Voar ? Voar ? – Leon repetia o que eu tinha dito entre pausas para respirar - Você é muito engraçada, Claire. – ele chorava de tanto rir. – Não, Claire, nós não voamos.

    - Ai, desculpa. – abaixei a cabeça, envergonhada. Leon parou de rir quase instantaneamente.

    - Me desculpa você. – ele mexeu no cabelo – Eu só estava nervoso, e você me surpreendeu com essa. – eu o encarei e não pude deixar de rir um pouco.

   - Então, Leon, você tem... 850 anos ?

    - Na verdade, tenho 866 anos. – ele sorriu. – 866 anos com carinha de 17 e corpo de 18 – Leon piscou de brincadeira. Eu ri.

    - Que velho ! – ele revirou os olhos. Isso desviou um pouco a atenção para o assunto. Fizemos piadinhas um com a cara do outro e nem vimos o tempo passar.

    Ficar rindo e implicando com Leon era genial. Uma boa maneira de extravasar e deixar o tempo passar. Mesmo com todas aquelas revelações... Mas tinha alguma coisa que me tirava do sério. Aquele barulho, como se fosse um despertador ou um alarme, não sei. Só estava me irritando.

    – Cara, que barulho infernal ! – ele ficou quieto. Não entendi sua reação. – Isso me lembra... Leon, o que essa pedra tem a ver ?

    - La nuit pierre. – ele olhou para cima e depois para mim, com um sorriso. – A pedra da noite. Poucos sabem o real poder dessa pedrinha. – eu o encarei, como se tivesse pedindo para prosseguir. Mas ele não entendeu.

    - E você...Sabe ? – eu olhei nos seus olhos. – Sabe o real poder dela ?

    - Não. – ele abaixou o olhar para os meus olhos – Não sei tudo o que ela pode fazer. Mas te digo, é forte. Ela é extremamente forte.

    - Isso eu já percebi, ela estava bem escondida. Mas o que ela faz, basicamente ? – eu estava um pouco envergonhada do jeito que ele me olhava.

    - Basicamente, dominação. – eu deixei, mais uma vez, minha cabeça tombar de lado. – Ela controla, hipnotiza, entra na mente das pessoas. Deu para entender ?

    - D-deu – eu estava assustada. Aquela pedra, a pedra da noite. Eu estava em posse de um objeto poderoso. Será que eu fiz alguma besteira, ativei alguma coisa sem querer ? Meu coração disparou. – Mas... Serve para qualquer um ?

    - Não. Claro que não – ele revirou os olhos. – Apenas com sobrenaturais. No quesito ser controlado, claro. Quanto a controlar, apenas os mais desenvolvidos. – ele deu de ombros.

    - Tipo... ?

    - Vampiros, bruxas, feiticeiras, alguns lobisomens e anges de La nuit. – ele sorriu, misterioso. Minha respiração acelerou.

    – Por que “Pedra da noite “ ? – fiz aspas com os dedos.

    - Porque ela só pode ser utilizada a noite. – ele deu de ombros. – E do jeito certo, é claro. Não adianta possuí-la e não saber usar, é uma total perda de tempo. Além disso, ela faz um barulho muito irritante quando detecta a presença de um sobrenatural.

    - Esse barulho. – eu revirei os olhos.

    - Exatamente.

    - Eu só não entendi uma coisa.

    - Pode dizer – o sorriso misterioso se transformou em um sorriso bem simpático.

    - Por que essa pedra é tão importante, tão poderosa assim ? Ela controla, e daí ? – ele parecia reprimir uma risada.

    - Claire, eu sinceramente achei que você fosse um pouco mais inteligente. Não vê o perigo de ter essa pedra em mãos ? – eu balancei a cabeça, negativamente. Ele revirou os olhos. – Uma vez com essa pedra e sabendo o jeito de usá-la, o ser pode controlar um exército sobrenatural. Pode destruir e causar um caos não só no nosso mundo, mas como no seu. – ouvi-lo dizer isso me deu um nó na garganta. – Muitos sobrenaturais desejam ter o mundo só para eles, se não todos. Inclusive anges de La nuit.

    - Isso parece meio maquiavélico de mais, Leon...

    - Mas é a verdade. – eu olhei para cima. – Não acredita ?

    - Tento. Mas confesso que é difícil. – meus olhos se encheram de lágrima.

    - Eu sei. Mas não precisa chorar por isso. – ele tocou o meu rosto com as costas da mão, me fazendo arrepiar de leve.

   - Eu não to chorando. – eu dei um passo atrás. Incrível minha capacidade de estragar momentos. Parabéns, Claire.

    - O criador dessa pedra percebeu que todo esse poder podia ser usado para o mal. E escondeu-a. – ele olhou para mim – A partir daí muitos enfrentaram muitos perigos só para conseguir essa maldita pedra. Enquanto isso, ela estava... Onde mesmo ?

    - Dentro de um livro, na seção de mitologia grega. – eu me encolhi um pouco.

    - Eu sabia que estava naquela biblioteca. – ele mergulhou em pensamentos. – Acho que Oliver também. E ele sabia que você tinha pegado. Não haveria outro motivo para ele estar nessa escola e namorar a sua irmã...

    - Peraí, você acha que Oliver só está namorando com a minha irmã por causa dessa droga dessa pedra ?

    - Acho não, tenho certeza. – ele me pareceu pesaroso.

    - Então quer dizer que você só é meu amigo por causa dessa pedra ? – eu me afastei um pouco.

    - Não ! – Leon pareceu indignado. – Não, claro que não. Eu sabia que aquela pedra estava na escola. E eu estava na escola naquele dia exatamente por isso. Mas minha amizade com você não tem nada a ver com isso – ele segurou meu rosto com as duas mãos, delicadamente. – Eu nem sabia, até hoje, que La nuit pierre estava com você. Acredita em mim.

    - Eu, eu acredito – eu sentia seu hálito de menta. Era... hipnotizante. Eu apenas olhava para ele. Era como se... Eu não sei. Era como se isso tudo fosse um sonho. Um sonho cheio de mistério e que acabava com um final feliz. Porque não podia ser real alguém como Leon estar na minha frente, tão perto assim, fazendo meu coração disparar.

    - Tem alguém em casa ? – meu pai gritou. Ele tinha voltado do pré-natal com Keila.

    - Tô aqui em cima ! – respondi. Leon deu um passo para trás e botou as mãos no bolso.

    - Claire, acho melhor eu ir embora. – ele mexeu no cabelo.

    - Talvez. – eu evitava seu olhar.

    - Eu... Eu vou ver o que vamos fazer com essa pedra, ok ? – eu assenti com a cabeça. – Você não deixa ninguém chegar perto dela. Principalmente o Oliver.

    - Pode deixar, Leon. – eu me senti meio arrogante e corei. Descemos, eu na frente. Vi meu pai olhando de um jeito meio cômico para Leon e Keila sorrindo, satisfeita.

    - Pai, Keila. Esse é o Leon. Leon, meu pai e minha madrasta. – fiz as apresentações.

    - Oi – ele cumprimentou os dois, com um sorriso, e se virou para mim. – Hã, preciso ir.

    - Não, querido. – Keila sorria de um jeito meio estranho. – Fique e lanche com a gente.

    - Hã, obrigada pelo convite, mas eu não posso. – ele mexeu no cabelo mais uma vez – Tchau, senhor e senhora De Bellefort. Tchau, Claire.

    - Tchau Leon, até segunda. – eu o levei até a porta.

    - Até – ele saiu exatamente do mesmo jeito que da última vez. Eu sorri.

    - Muito educado esse menino, não é, Claire ? – Keila continuava com o mesmo sorriso arrepiante. Acho que ela pensava que Leon era mais do que meu amigo apenas. Talvez porque eu nunca trouxesse nenhum amigo aqui. Apenas Jane.

    - É. – eu comia uma maçã. Subi para o meu quarto e ouvi meu celular tocar. – Alô ?

    - Olá sunshine – o tom fofo de Jane me fez sorrir. – Como foi o encontro com o Leon ? Conta-me tudo, não esconda-me nada.

    - Jane, fala sério. Não foi um encontro, a gente só... saiu.

    - Um encontro, amiga. Final point. – eu ri. Não dava para discutir com Jane. – Peraí, você foi com a roupa que eu te mandei, né ?

    - Claro, amiga.

    - Acho bom. – eu ajeitei meu cabelo. – Tirou foto ?

    - Não. Por que tiraria ?

    - Para eu ver como você estava, que tal ? – Jane fez uma pausa – Você ainda tá com a roupa ?

    - Tô, quer que eu tire uma foto ? – eu dei uma risadinha.

    - Quero. Me manda por mensagem. – ela riu baixinho – Hã, preciso ir amiga, tchau.

    - Tchau amiga, até segunda – e desligamos. Tirei a foto e enviei para ela.

    Levantei e fiquei andando pelo quarto, digerindo tudo o que Leon tinha me contado hoje. Era... Inacreditável. Sim, a palavra certa era inacreditável. Mas era real. Tudo o que eu acreditava que era só imaginação se mostrou real para mim hoje. Eu estava sonhando ? Acho que não.

    Agachei na frente da minha cômoda, abri a gaveta e peguei o livro. Abri exatamente onde estava a pedra e peguei-a com cuidado. Ela deu o mesmo flash roxo e eu sorri. E pensar que essa pedrinha de aparência insignificante poderia dominar o mundo. Era muita ironia.

    Fiquei analisando-a por um bom tempo. Fui retirada de meu mar de pensamentos pelo meu celular tocando de novo. Peguei-o e vi quem chamava. Era Leon. Guardei a pedra da noite dentro do livro e este dentro na gaveta à chave.

    - Alô ? – atendi o celular, mais tranqüila.

    - Claire ? É o Leon. – eu coloquei o cabelo atrás da orelha. – Já sei o que faremos.

    - P-pode falar. – eu gaguejei, não sei o porquê.

    - Mas... Isso pode te encrencar.

    - Como assim ? – engoli em seco.

    - Vamos ter que viajar.

    - Viajar ? – engoli em seco. Já vi que isso ia dar em problema.


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Notas finais do capítulo

Comenta e ajude uma pobre menina qe escreve com tanto carinho *-*



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