Paraíso Proibido escrita por Bellice, deessah


Capítulo 4
O Banho de Cappuccino.




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Capítulo 4 – O banho de Cappuccino

Depois que Jazz e Rose foram embora, eu fiquei pensando no que Rose perguntou.

Edward era gostoso, isso eu não podia negar, mas ele ainda era meu inimigo mortal, então isso não mudava nada... Ou mudava?

Após um tempo decidi que não, não mudava. Ele ainda era o cara mais imbecil e babaca do mundo.

Com esses pensamentos, eu decidi tomar um banho e sair, mesmo que fosse sozinha.

Não sou passarinho para ficar fechada em uma gaiola a vida inteira!

Arrumei-me e estava passando o rímel já, quando minha mãe entrou no quarto. Ela tinha a mesma expressão de sempre, ou seja, extremamente severa. Nem um sorriso, nem um cumprimento. Não, era sempre assim. Fria.

–Chegou de madrugada e já vai sair, Isabella? –Desaprovou minha mãe, enquanto se sentava em minha cama. O que ela queria? Suspirei, e me virei para olhá-la.

Eu e minha mãe não temos o que se pode chamar de relação mãe-e-filha. Para falar a verdade, ela me odeia. Só se importa com seu dinheiro (aliás, com o dinheiro do meu pai, já que apesar de ser estilista ela nunca pegava trabalho nenhum há tempos) e nunca quis filhos. Por isso faz da minha vida um inferno.

–Só não quero ficar em casa, mãe. –Respondi calma, me apoiando na cômoda, esperando por sua reação.

–Temos que conversar. –Ela não olhava para mim enquanto falava. Ao contrário, parecia estar muito concentrada em encarar meu edredom de corações. –Você não tem dado a devida atenção a Jacob, Isabella. Vocês já foram para a cama?

Abri a boca em “o”, não acreditando no que ela tinha falado.

–Não gosto de Jacob, mãe! Ele é nojento, e claro que não fui para a cama com ele, nunca iria! –Ela pareceu não gostar da minha resposta, pois logo veio em minha direção.

–Isabella, ele é seu namorado e você tem de ir para a cama com ele, ou quer ficar com fama de corna? Homens quando não tem o que querem em casa, procuram em outros lugares, se é que você me entende... E também, não há forma melhor de pegar um homem do que pelo sexo.

Que mãe em sã consciência falaria aqueles absurdos para a filha? Ela não havia ao menos perguntado se eu estava bem antes de vir com aquela merda! Qual a parte do não gostar de Jacob ela não entendeu?

–Eu não gosto dele, mãe. Não quero nada com ele!

–Não se trata de amor, Isabella! Amor não interessa aqui! Ele é um bom rapaz, que pode dar tudo o que você quer! –Ela colocou suas mãos em meu braço, com mais força do que deveria, forçando-me a olhar para ela. Eu me desvencilhei dela rapidamente.

A quem ela queria enganar? Minha mãe não sabia nada de meus sonhos, de meus objetivos, de mim. Aliás, nem eu mesma sabia. Mas com certeza Jacob não estava nos meus desejos. Nossa, nojento!

Suspirando, peguei minha bolsa e fui para o meu volvo C30 prata, ignorando os gritos que minha mãe lançava de dentro de casa.

Rodei pela cidade rapidamente, mas ainda continuava sem saber aonde ir. Também, não havia muito lugar para ir numa cidade ovo que nem Forks! Acabei indo até um barzinho que nunca tinha entrado. Era um tal de Cavanhas , um estabelecimento pequeno, mas que parecia ser limpo pelo menos.

Respirei fundo e saí do carro. Peguei minha bolsa no banco do passageiro rezando para que não tivesse esquecido de pegar meu cartão de crédito na pressa de livrar-me da minha mãe.

Era aconchegante até, o barzinho. Arejado, embora pequeno, mas era muito bom o ambiente.

Sentei em uma mesa e esperei ser atendida.

–O que vai querer? –Eu conhecia essa voz... Ah, não! Era muito azar!

Será que esse retardado me seguia até aqui? Meu Deus, estou começando a desconfiar de que esse garoto é meu fã.

–Ora, ora, o que faz a rainha da cidade descer do trono e vir socializar com os pobres? –Perguntou Edward em tom de deboche, assim que me reconheceu.

–Ora, ora, Cullen! Encontrou um emprego, favelado? Eles não têm medo que você roube o caixa? –Foi tudo o que eu disse, com a expressão mais sarcástica que consegui. Ele estreitou os olhos.

–Para a sua informação, não que isso te interesse, mas o bar é do meu pai. –Ele disse, todo orgulhoso. Sério? Quem tinha orgulho de ter um bar?

–Devia saber que um bar xexelento desse só podia pertencer à sua família mesmo, Cullen. –Disse com o nariz empinado. Eu quase me senti culpado quando ele abaixou um pouco os olhos. Por que eu era assim com as pessoas... Com ele, afinal?

Ele respirou fundo.

–Olha aqui, sua cachaceira dos diabos...

–Edward. –Foi tudo o que um homem disse a ele, em tom de repressão. O homem que bateu em seu obro era loiro e, minha nossa... Ô homem, viu? Lindo!

–Pai, eu... –O quê? Nossa! Essa coisa linda é pai do favelado, meu Deus! Explicado de onde o estrupício tirou aqueles olhos verdes hipnotizantes, e aquele corpo lindo... Ah, concentra, Bella!

–Ela aqui é cliente, e tratamos bem os clientes. –Ver o Edward levando bronca na minha frente era impagável! Porém, era difícil acreditar que um homem daquele tinha um filho de 17 e uma de 16... –Lembre-se, o cliente sempre tem razão. –Sorri maliciosamente com essa. Ah, Cullen, isso vai ser muito engraçado.

O Sr.Cullen saiu, deixando Edward de cara fechada me encarando furioso. Sorri para ele meu tão usual sorriso sarcástico.

–Eu quero um cappuccino com bastante chocolate, não de mais, mas quero bastante, com creme e canela, não muito para não alterar demais o gosto! E ah, também umas raspinhas de chocolate, e ah, sim, um pau de canela. –Falei tudo rapidamente, num fôlego só. Edward escrevia feito um louco no bloquinho dele, cheio de raiva de mim.

–Algo mais? – Sorri ao vê-lo quase perder o controle.

–Não, só isso. –Não disse obrigada de propósito, e o vi indo até a cozinha pisando duro. Gargalhei alto e as outras pessoas que estavam no bar me olharam como se eu fosse louca. Na verdade, eu era.

Tenho que admitir que o barzinho era bem confortável, mas nunca que eu vou fala isso para ele, né? Ficaria mais insuportável que o normal.

Ri sozinha mais um pouco, olhando para as minhas unhas. Por alguma razão, irritar Edward me fazia bem, me fazia esquecer dos meus amigos traidores e dos meus pais chatos. Com ele eu me sentia como se estivesse em um mundo diferente, onde só existia eu e ... Edward.

Era difícil admitir, mas realmente, ele fazia alguma diferença nesse meu mundo... Perfeito. Bastante diferença, eu diria. E, por segundos, pensar em uma vida sem ter Edward para irritar me fez ficar triste.

–Aqui. –Ele voltou logo com o meu café, mas ainda estava rude. Quando ele colocou a grande e branca xícara na mesa, senti minha boca salivar. Cara, eu adorava chocolate, ainda mais com café! Porém, incomodaria Edward mais um pouco. Sorri, e então levei o café à boca, tomei um gole e logo fiz uma careta.

–Você quer que eu fique cheia de espinhas? Eu disse não muito chocolate, Edward!-Fingi estar indignada. Edward me olhou incrédulo.

–Eu não coloquei muito chocolate! –Cuspiu as palavras, parecia indignado e isso só me fazia ter mais vontade de rir, mas mesmo assim consegui manter a expressão séria, como se realmente tivesse muito chocolate e eu odiasse isso.

Ele bufou e pegou a xícara, indo em direção à cozinha rapidamente. Eu fiquei hipnotizada por aquela bunda redondinha e fiquei pensando se era tão dura quanto parecia.

Balancei a cabeça para espantar o pensamento. O que eu penso que estou pensando? Era de Edward que estávamos falando, por favor! Do favelado!

Penso que estou pensando? Essa era boa. Eu tinha problemas, realmente!

Logo Edward voltou com uma nova xícara, sem dizer nada. Colocou-a sobre a minha mesa e dessa vez rosnou:

–Tudo certo?

Eu sorri e tomei um gole, de novo fazendo careta e ele gemeu em frustração. Dessa vez eu fiz um esforço sobre-humano para não gargalhar. E consegui: olhei para ele com cara de nojo.

–Isso esta cheio de canela!

–Jura? Ah, por favor! –Edward meio que falou e meio que implorou para que eu parasse com aquilo, e a minha vontade de rir só ficava maior a cada momento que passava.

–Eu estou falando sério. –Fiz a minha melhor cara de moça carrancuda, e Edward novamente bufou e foi até a cozinha. Eu sorri sozinha e tentei não pensar em quanto suas costas eram largas e o quanto ele ficava lindo bravo.

Senti um arrepinho na espinha, pensando em como ele seria sob todas aquelas roupas, e bravo assim entre quadro paredes... Porra de homem gostoso!

ARGH! PARE DE PENSAR PORCARIA ISABELLA!

De novo tive que balançar a cabeça para espantar os pensamentos, e logo Edward estava do meu lado novamente, colocando outra xícara branca em cima da pequena mesa.

Eu só sorri enquanto ele me olhava como se quisesse me matar, o que com certeza queria, e eu já estava acostumada com o ódio dele, mas por algum motivo aquilo me dava um aperto no peito que eu não sabia identificar.

Tomei um gole e arregalei os olhos cuspindo nele todo o café.

Ele abriu a boca, incrédulo demais com a minha atitude, e olhou para o seu avental de garçom, agora todo sujo de cappuccino. Não pude evitar rir e ele me fuzilou com o olhar. Dei de ombros inocentemente.

–A culpa não é minha se você deixou meu café ferver demais. –Disse simplesmente. -E ah, isso até melhorou essa sua roupa horrorosa.

Ele rosnou e pegou a xicara, derramando um pouco do café na minha saia branca. Abri a boca incrédula e peguei a xicara da mão dele derrubando o resto do conteúdo na sua roupa.

–Agora sim! –Eu disse, antes de girar nos calcanhares e jogar o cabelo para trás, não me esquecendo de tirar uma nota de dez dólares da minha bolsa, que com certeza pagaria o café que “tomei”.

Soltei um riso convencido e fui saindo dali com o queixo levantado.


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