Capítulo 2 – Bêbado É Foda

Passei o resto da semana em casa. Se eu não estivesse de castigo, até gostaria dessa folguinha das aulas. Porém, graças ao idiota do Cullen estou sem meus bebês: os meus cartões de credito.

Eu realmente estava com vontade de pedir ao meu pai para mandarem expulsar aquele favelado da escola, mas como eu sou boazinha não fiz nada.

Rose e Jazz vinham todos os dias depois da aula aqui em casa, e claro que por diversas vezes tive que expulsar Jacob daqui. Qual é? Já não basta me encher na escola tem que encher em casa também? Aff! Eu não mereço esse encosto!

–A nerd está fazendo tudo direito? –Perguntei a Rose. Ela e Jazz já haviam chegado da escola e estávamos no meu quarto conversando e brincando.

A nerd em questão era Angela Weber, uma idiota que como os outros fazia o que eu mandava. Ela estava cuidando das minhas coisas, não deixando que eu ficasse atrasada na matéria enquanto eu estava de suspensão. Era ela também que fazia meus trabalhos e provas. Como eu disse: uma idiota.

–Sim, ela estava me perguntando hoje se você queria que ela fizesse um trabalho de crédito extra para você. –A loira disse, distraída com as unhas que lixava.

Dei de ombros. Crédito extra podia ser bom.

–Pode ser. Diz para ela que eu a mandei fazer. –Eu disse, terminando de arrumar meu cabelo. Jazz estava deitado na minha cama, jogando uma pequena bola para cima com uma expressão entediada.

–Hey meninas, vamos sair? –Jazz perguntou com uma cara de tédio, porém ansioso pela resposta. Eu ri.

–E você acha que eu estava me arrumando para quê? –Perguntei com as sobrancelhas levantadas. Meu amigo revirou os olhos e Rose riu.

–Vamos. –Abri a porta do quarto e desci as escadas, com Rose e Jazz atrás de mim.

–Aonde vamos? –O questionamento da loira me fez parar.

–Sabe que eu não tinha pensado nisso? Vamos aonde, Jazz? –Passei a bola para ele, que revirou os olhos novamente e riu.

–Será que eu sou o único que pensa? –Dei uma bolsada nele. Jazz poderia ser mais prepotente que eu quando queria. Ele riu. –Tudo bem, tudo bem. Que tal irmos aquele barzinho que inaugurou no centro? Dizem que é bom. –Jazz disse, dando de ombros.

Repeti seu ato e saímos de casa, nos deparando com nossos três carros: meu volvo, a BMW de Rose e a Ferrari de Jazz.

–Quem dirige? –Perguntei, olhando para os dois. Jazz deu de ombros e Rose foi quem respondeu.

–Considerando que eu não bebo e que com certeza vocês vão encher a cara, acho melhor eu dirigir. –Após sua fala, ela simplesmente foi em direção à BMW vermelho sangue. Coloquei a mão no peito fingindo estar ofendida.

–Bom saber o que pensa da melhor amiga aqui. –Então cruzei os braços na frente do peito segurando o riso. Jazz não se preocupou e pulou para dentro do conversível gargalhando. Rose correu e me abraçou.

–Você sabe que eu te amo, minha bêbada preferida.

Lhe lancei um olhar mortal e entrei no banco do carona do carro. Não valia a pena discutir, mas eu não era bêbada!

Eu quase nem bebia.

(...)

–Aiai, Jazz! Meu irmão, você sabe que eu te amo, cara! Obrigado por tudo! –Chorei, me apoiando no meu melhor amigo. Ele me abraçou.

–Eu também te amo B! Você não sabe o quanto significa pra mim, meu! –Disse ele, também chorando. Cara, bêbado é foda, ainda bem que eu sei meu limite e não fico agindo assim que nem o Jazz.

–Cara, Jazz, você está bêbado, Best. –Eu disse rindo da cara do gambá.

–Estou nada! Você que está, sua esponja! –Disse Jazz gargalhando. Então, Rose apareceu, com uma cara preocupada na nossa direção.

–Estão os dois bêbados e é melhor irmos para casa de uma vez! –Sibilou Rose, parecendo nervosa.

–O que houve, minha rosa? –Tentei parecer séria enquando falava, mas não consegui. Sem sucesso, já que o bêbado do meu amigo estava fazendo a mesma coisa e de tão bêbado estava quase gargalhando.

Rose rosnou e, bufando, tentou nos puxar para fora do bar.

–Argh, bêbado é foda mesmo! Só eu para aturar vocês assim. –O tom irritado de Rose me fez rir.

–Ah, qual é, loirosa? Entra na brincadeira! Amo você, você me ama.... –Comecei a cantarolar e então, Jazz que dançava e continuava a gargalhar, me puxou, e eu rindo e achando tudo aquilo muito legal, o acompanhei. Qual é? Bêbado é divertido!

–Bella! –Rose me puxou junto com o Jazz, parecendo em pânico. Tentei prestar atenção no que ela dizia. –Bella, o Edward está aqui! Se ele te ver nesse estado, tem noção do quanto ele vai te humilhar amanhã na escola? Vamos embora!

Estaquei ao ouvir o nome de Edward. Ele não podia me ver nesse estado! Mesmo que eu estivesse bêbada, e eu não estou, estava descabelada e suada. Sem chance de ele me ver assim.

–Ora, ora, se não é a rainha do mundo? –Alguém gritou atrás de mim. Ah, não! Eu conhecia essa voz, e que droga! Ela me fez estremecer! Virei-me lentamente, enqianto Rose sussurrava para mim um “eu te abisei”, e Jazz se prostrava ao meu lado sério e com os braços cruzados.

–Ora, ora, se não é o favelado e sua prole! –Eu repliquei a ele, no mesmo tom que ele havia usado, notando que sua irmã e seu amigo estavam ali também.

–Cala boca, sua patricinha mal comida! –Exclamou a anã, irmã dele. Olhei para ela com a boca escancarada e ia xingá-la de todos os nomes que me viessem à cabeça, mas Rose tomou a frente.

–Não fala assim com a minha Best, sua pintora de rodapé! –Disse a loira, dando um passo na direção de Alice. Ih, ia dar merda!

–Não fala assim com a baixinha não, ô loira aguada. –Berrou o grandão, que parecia mais o roupeiro que dava passagem para Nárnia. Emmett, eu acho.

–Olha como fala com a minha amiga, armário ambulante! –Jazz falou. Ou tentou, porque sua fala estava mais enrolada do que a minha! E olha que eu não estava bêbada!

–Deixa Emm! Deixa que eu me viro com a oxigenada aqui. –Rose rosnou. Todos os que ousavam falar mal do cabelo dela se arrependiam amargamente. Pobre Alice.

–Oxigenada é a tua mãe! Meu loiro é natural, tá? Natural! –Rose queria se controlar, mas não conseguiu. Perder as estribeiras e, em poucos minutos, Emmett e Jazz rolavam no chão, enquanto Alice e Rose se estapeavam e puxavam o cabelo uma da outra.

E eu e Edward? Bom, a situação não estava nada amigável também.

–Sua patricinha metida a besta! –Gritou Edward, me apontando o dedo. Já disse que odeio que coloquem o dedo na minha cara? Eu odeio!

–Enfia esse dedo no cu, seu veado! –Por favor, ele achava que estava falando com quem? Eu era Isabella Swan!

–Veado é o teu pai, sua vadia!

–Vadia é a senhora sua mãe!

–Não fala da minha mãe, sua rodada!

–Rodada? –Abri a boca, totalmente chocada e ofendida! Ah, não! Ele não disse que eu era rodada!

–Isso mesmo! Você é mais rodada que pneu velho de caminhão!

–Rodada é essa tua irmã tampinha, seu queima rosca!

–Puta mal comida!

–Vai para a puta que te pariu, favelado! –Eu avançaria em cima dele nessa hora se pudesse, mas fomos interrompidos.

–O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? –Gritou um cara mal encarado. Eu e Edward calamos a boca no mesmo instante, mas nossos amigos não deram atenção. Então, o cara, que deveria ser um segurança do bar, foi tentar separar Jasper e Emmett. Sem sucesso, pois acabou levando um soco ainda. Então, tentou separar Rose e Alice, mas levou uma bela unhada de uma das duas.

–JÁ CHEGA!PARA FORA DAQUI OS SEIS! –Credo. Aquele segurança só sabia gritar? Apareceram mais três armários maiores que o mal encarado, que separaram as brigas, e carregaram os quatro para fora. Ele mesmo pegou Edward pelo colarinho e eu pela cintura e nos atirou porta afora.

Constrangedor, muito constrangedor.

–Isso é tudo culpa sua, patricinha ridícula! –Disse Edward, com o dedo apontado para a minha cara de novo. Será que essa criatura não havia entendido?

–Eu já não disse para você enfiar esse dedo no seu cu!

–Olha aqui, sua perua...

–PAREM! –Gritaram Alice e Jasper em uníssono. Eu e Edward viramos para eles, e cara, o estado deles não era nada legal.

–Eu estou com dor de cabeça, porra! –Resmungou Jazz.

–Eu disse para não beber tanto. –Rose falou, também em um estado deplorável. Mas claro, não pela bebida. Quem diria que aquela baixinha da Alice era boa de briga? Eu bufei.

–Vamos dar o fora daqui. –Falei determinada, saindo e puxando Jazz e Rose junto até o carro.

No fim, acabamos todos dormindo na minha casa, atirados em cima da minha cama enorme.