Paraíso Proibido escrita por Bellice, deessah


Capítulo 17
Mudança.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e desculpem a demora.
O próximo será POV Edward.



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Capítulo 17 – Mudança.

“É tão certo que há um erro entre nós dois, e mesmo assim eu insisto em te querer
Enquanto a vida dá sinais que os caminhos são opostos, eu quis pagar pra ver.”

Como ficamos apenas conversando e tentando resolver um pouco da minha vida, decidimos matar aquele dia de aula mesmo. Era idiota, mas ficamos no estacionamento da escola, dentro do meu carro, apenas ouvindo música e lembrando dos bons tempos que passamos juntos até ali. Emm, Alice e Edward não nos conheciam a muito tempo, mas já eram nossos amigos e também tínhamos passado bons momentos com eles. A verdade era que minha vida tinha mudado para melhor desde que eles chegaram. Eu poderia ainda ser rica agora, quem sabe, se eu tivesse cedido aos desejos de minha mãe e ficasse com Jacob. Eu poderia ter fugido com ela se eu fosse uma fútil egoísta, mas meus amigos fizeram com que eu percebesse quem era a verdadeira Bella Swan. A Queen B era apenas uma fachada para que todos temessem a mim, mas a maioria nunca me conheceu de verdade. Era bom ser popular e era bom ter bajuladores sim. Porra, como era bom. Contudo, não era tudo. Há coisas mais importantes. Como o amor. Como a amizade. E eu sabia disso agora. E estava feliz com a minha vida, verdadeiramente feliz. Por mais absurdo que isso pudesse parecer.

—Cara, eu vou sentir falta da tua garagem, Bella! Ela é muito do caralho para tocar um som! Sério! –Emm me olhava meio que empolgado pela lembrança e meio triste por não poder mais fazer aquilo. Podia ser coisa da minha cabeça, mas eu tinha certeza que ele amava tocar. Tipo, muito. E eles, todos os três, eram muito bons. Bons do tipo que eu compraria vários CD’s e seria uma fã louca se eles fossem artistas profissionais. As letras de Edward, embora eu tivesse ouvido apenas uma, não eram nada certinhas ou bonitinhas, mas eram tão... Ele. A banda tinha uma personalidade, e porra, eu faria qualquer coisa para que mais pessoas vissem o talento que eles possuíam. Mas como? Nem eles acreditam em mim.

—Vocês deviam tocar profissionalmente, sabem? Acho que já foi falado isso pra vocês, mas porra, vocês são bons!

—É verdade! Eu acho que vocês fariam muito sucesso. –Comentou Alice. —Vocês têm um charme próprio, sei lá. —Essa última parte ela falou olhando para o Jazz, e eu me limitei a revirar os olhos. Aqueles dois estavam mais enrolados do que não sei o quê.

—A mulherada ia ficar louca por você, Emm. —Minha boca se abriu em um perfeito “O” com as palavras de Rose. Uau, ela estava dando em cima dele de uma forma tão direta. Essa era a minha loira!

—Parem com isso. Quem curtiria o nosso som? É totalmente sem propósito, rebelde e adolescente. Uma banda formada por dois favelados e um playboy riquinho. Nunca que ia dar certo, Bella. —Edward era tão pessimista às vezes.

—Não custa tentar. Se eu arrumar um show para vocês fazerem como, sei lá, uma tentativa, vocês topam?

—Claro! —Jazz e Emm responderam em uníssono, animados. Edward não concordou, porém não discordou, o que eu levei em aceitação. Entretanto, pensaria nisso mais tarde.

—Ótimo! —Sorri. —Agora, eu vou para casa encaixotar minhas coisas. Pelo que meu pai falou, as roupas e outras coisas eu não preciso me desfazer, o que já é um alívio. —Todos concordaram. Alice pareceu ficar eufórica com isso.

—Bella, se você for morar lá em casa, eu vou ter que dividir o roupeiro com você, e tipo, puxa! Você vai me emprestar suas roupas de marca as vezes, não vai? Ah, por favor! Eu te empresto as minhas também, embora eu só tenha as roupas de liquidação, são boas. —Alice era uma amiga tão legal. E eu nunca pensei que pensaria isso dela algum dia. Quer dizer, se ela me viesse com esse papo de liquidação na era “Queen B”, eu riria na cara da anã e debocharia dela. Agora, não. A ideia até me parecia ótima.

—Sem problemas, Alice! Amigas dividem as roupas.

—Você não me empresta suas roupas, Bella! Estou ficando com ciúmes. —Rose se pronunciou e fez um bico do tamanho do mundo, e eu bufei. É claro que eu não emprestava, não tinha como!

—Ninguém mandou você ter dois melões no lugar de seios. As minhas roupas sempre trancam em você nessa parte. Sortuda de merda! –Eu resmunguei. Sim, eu tinha um recalque enorme pelos seios lindos e cheios da minha melhor amiga. Os meus eram tão normais. Tipo, não era algo que chamasse a atenção.

—É sério isso? –Emm disse. Todos olharam para ele e, todos viram como ele estava olhando diretamente para o decote de Rose. Revirei os olhos. Homens! Aqueles dois ainda iam se pegar!

—Eu prefiro os seus. —O sussurro de Edward em meu ouvido fez com que todo o meu corpo se arrepiasse. Demorou alguns segundos para que eu me desse conta do que ele tinha falado, e eu senti meu rosto todo ficar corado. Merda, desde quando Bella Swan ficava corada?

—Você tem que conhecer algo para preferir. E que eu saiba, isso não aconteceu. —Imitando seu gesto, também sussurrei em seu ouvido. Definitivamente, essa era uma conversa que nossos amigos não precisavam ouvir.

Ainda não. —O sorriso sacana que Edward me lançou fez com que todo o meu corpo se agitasse. Para ser sincera, eu nunca pensei muito sobre sexo antes de conhecer Edward. Eu realmente nunca quis me envolver dessa forma com Jacob. Entretanto, por alguma razão, eu queria isso com Edward. Meus medos e inseguranças idiotas pareciam sumir quando estávamos juntos, talvez porque eu confiasse nele.

O assunto não teve continuidade, pois logo Rose começou a reclamar de minhas palavras sobre seus melões, quer dizer, sobre seus seios. Porém, deu para perceber como ela ficou toda boba com o interesse de Emm pelo assunto. É, pelo jeito eu não era a única apaixonada por aqui, uh?

—Bem, vamos para casa, Alice. Acho que nós temos muito o que conversar com nossos pais.

—Edward, não faz isso. Seu pai não deve gostar muito de mim, e... Não sei, não é uma boa ideia. Eu e meu pai daremos outro jeito. Ainda temos uns dias, eu acho.

—Não seja boba. Nós ajudamos quem am... Quer dizer, quem gostamos, isso. E eu gosto de você, tá legal? Agora vá para casa, arrume suas coisas e convença o seu pai! Eu vou para lá mais tarde. —Ele me deu um leve beijo nos lábios e, rapidamente, saiu do meu carro, chamando Alice e Emm para irem novamente. Eu queria chamar eles de voltar e oferecer uma carona, no entanto, eu estava meio chocada. Edward Cullen, o favelado, ia mesmo dizer que “Nós ajudamos quem amamos”, ou foi coisa da minha cabeça? Meu Deus!

—Bella, eu e Jazz vamos para a sua casa! Nos vemos lá! Tchau. –Rose e Jazz também saíram do meu carro e me deixaram lá, sozinha. Apavorada, feliz e extremamente confusa. Se Edward me amasse, e não apenas gostasse de mim, eu poderia retribuir o sentimento? Tudo era novo demais para mim e, sinceramente, eu não sabia a resposta.

Mas estava disposta a descobrir.

(...)

—Pai, chegamos! —O cheiro de comida estava pela casa toda, e eu me impressionei ao ver meu próprio pai fazendo o nosso almoço. Certo, eu nem ao menos tinha conhecimento de que ele sabia cozinhar! O que era ótimo, visto que não tínhamos mais empregadas.

—Olá, crianças. Que bom que chegaram! Eu fiz batatas fritas, ovos, bifes e salada! Espero que esteja bom, faz tempo que eu não cozinho.

—Desde que eu nasci, certo? Porque eu nem sabia que o senhor usava a cozinha até hoje! –Ele riu.

—Por aí. Sentem-se.

—Não queremos dar trabalho, Sr. Swan. Só viemos ajudar Bella a arrumar as coisas. —Jazz disse, todo acanhado, mas louco para sentar e comer aquelas lindas e douradas batatas fritas que estavam em cima da mesa. Que merda era aquela agora?

—Ah, parem! Vocês comem aqui sempre. Não é porque meu pai está em casa, ou por que ele está pobre, que vocês têm que fingir educação. Sentem e encham o bucho logo, cambada!

Meu pai riu e concordou com a cabeça, mandando que eles sentassem também, e que eu tinha razão. Para minha surpresa, ele não ficou constrangido por tê-lo chamado de pobre perto de Rose e Jazz. Acho que ele sabia que os dois eram mais que amigos para mim, e entendia isso.

—Bella, você está passando muito tempo com o Edward. Bucho, sério? Que favelada. —Jazz debochou, e eu só não mandei ele se foder porque estávamos à mesa. Mentira, me contive apenas porque meu pai estava presente.

—Ah, filha! Falando nisso, eu preciso conhecer o rapaz. Sabe, você só me fala dele, mas apresentar a seu pai nada, não é mesmo?

—Ah, Sr. Swan, acho que você vai conhecê-lo muito em breve. Não só ele, mas toda a família também. —Puta merda, será que tinha pessoa mais fofoqueira que Rose? Eu duvidava muito.

—Como assim?

—Pai, o Edward e a família dele nos ofereceram abrigo. Quer dizer, eles disseram que não se importam se nós formos morar lá por uns tempos, até arrumarmos algum lugar, sabe? O que você acha? É uma boa proposta, não?

Está bem. Os pais de Edward provavelmente só estavam sabendo da proposta do meu namorado nesse exato instante, mas meu pai não precisava saber disso. Não mesmo.

—Mas eles nem nos conhecem direito, Isabella! E você mesma me disse que eles não têm muito dinheiro. Como ofereceram a casa deles para dois estranhos? Eu não entendo.

—Eles são pessoas boas, pai. —E quando eu disse isso, eu disse com a maior sinceridade do mundo. Por mais que eu não conhecesse os pais de Edward, Alice e meu namorado favelado eram maravilhosos, e só podiam ter sido criados por duas pessoas também maravilhosas, eu não tinha dúvida disso. —Só querem ajudar. Por favor, aceite. É só até nós resolvermos a situação um pouco. Além do mais, o pai do Edward tem um bar, meio que restaurante. Você podia ajudar lá, sei lá, se não quiser morar de graça. Eu posso arranjar um emprego em algum lugar, também.

—Não. Você tem que estudar, Isabella. É sua prioridade, sim? Eu cometi erros, mas não farei você pagar por eles. Não mais do que já pagou.

—Pai, eu... —Eu quis interromper, mas ele não deixou. Ao contrário: levantou da cadeira, colocou seu prato na pia e, só então, voltou-se para mim, determinado.

—Você vai estudar. Eu arrumarei um emprego. E diga para a família do seu namorado que, se eles me deixarem ajudar como puder, aceitarei a generosidade deles. Agora comam vocês três. Já falamos demais.

Meu pai subiu, de certo indo arrumar suas coisas, e eu olhei para os meus dois amigos, que sorriam sugestivos para mim. Por alguma razão, sorri de volta, feliz. Ele tinha aceitado! E nem fora tão difícil, afinal.

Voltei a comer minhas batatas fritas que, a propósito, estavam muito boas. Deliciosas! As melhores que eu já havia comido.

Parece que meu pai teria mesmo serventia no restaurante do meu sogrinho, no final das contas!


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Até os reviews!
Beijão.



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