Paraíso Proibido escrita por Bellice, deessah


Capítulo 15
Perdendo o Chão.


Notas iniciais do capítulo

Olá, vocês! *desviando das pedras*
Demorei, mas tô aqui devido as lindas mensagens privadas de vocês.
Eu e a Best iremos concluir a história *todos comemoram*, e o final já está mais ou menos que pronto na nossa cabeça...
Escreveremos :)
Aproveitem o capítulo de hoje.



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Capítulo 15 – Perdendo o chão.

Eu entrei em minha casa sorrindo como nunca. Não me entendam mal, era mais forte que eu. Estar com meu namorado incrivelmente lindo e favelado causava esse efeito de êxtase total em mim. Ah, claro, não só ele. Seus amassos comigo contra o meu carro também.

Já era tarde da noite, por isso estranhei quando vi as luzes de minha casa todas acesas e meus pais sentados tensos no sofá caro da nossa sala. Eu iria levar uma bronca, era isso? Por ter voltado tarde? Mas o meu pai não disse há poucas horas que estava orgulhoso de mim? O que diabos aconteceu?

O sorriso largo que eu estampava em minha face subitamente desapareceu.

—Mãe? Pai? O que foi? Eu juro que eu não estava fazendo merda! –Qual é? Poderia ter brigado com a minha mãe, mas ainda prezava pela minha vida.

—Sabemos disso, querida. –Meu pai foi o primeiro a falar. Ao contrário de minha mãe, que estava com a cabeça baixa, quieta demais. Muito, muito estranho. Charlie também parecia apreensivo e mesmo sem saber de nada, tive noção de que algo grave estava acontecendo ali. —Sente-se aqui.

Papai bateu de leve no assento vago do sofá, e eu não ousei desobedecer. Eu acho que nunca tinha visto meu pai abatido daquela forma. E eu tenho certeza que nunca vi mamãe com a cabeça baixa por nada, nem ninguém.

—Nós teremos que sair dessa casa, Bella. E talvez... Talvez você precise ir estudar em outro colégio. Em um colégio público.

Okay, onde estão as câmeras? Porque isso só podia ser uma pegadinha, não é, minha gente? Eu, em colégio público? Até Edward, meu namorado favelado, estudava em um particular! Com bolsa, mas mesmo assim...

—Mas o que está acontecendo? Mãe, por que a senhora está tão quieta? –Eu e ela nunca tivemos um relacionamento muito sólido e, sim, eu ainda achava que minha mãe me odiava, pois nunca quis ter filhos, mas de qualquer maneira, ela ainda era minha mãe.

—O seu pai! Esse babaca! Perdeu tudo, deixou que eles descobrissem! Eu odeio você, Charlie! Odeio! –Do nada, minha mãe se pôs de pé e começou a gritar com meu pai. Que história era essa de perder tudo? Quem descobriu o quê?

Agora eu entendia o motivo de minha mãe estar todo aquele tempo de cabeça baixa. Ela estava chorando. Eu não sabia que ela era capaz de tal ato.

—Mas que merda! Eu estou perdida aqui, me expliquem logo o que aconteceu! –Não me importava em estar sendo mal educada. Eu merecia respostas, porra! E iria tê-las.

—Eu perdi tudo, Bella. Nosso dinheiro. O pessoal do trabalho descobriu que eu desviava o dinheiro da delegacia. Descobriu que eu falsificava documentos, prendia alguém “no papel”, só para receber mais verba e embolsava.

Eu não sabia o que dizer. Não acreditava no que ouvia. Eu sempre pensei que meu pai fosse um homem honesto. Sabia que ele não podia ganhar tanto quanto tínhamos sendo apenas chefe de polícia de Forks, mas eles sempre me falaram que vovó Swan tinha deixado uma gorda herança para meu pai. Nada parecia fazer sentido mais. Eu realmente esperava algo do tipo vindo de minha mãe, mas meu pai?

—O senhor roubava, pai? Por quê? E a herança da vovó? É ela que pagava nosso estilo de vida, não era? –Ele baixou a cabeça, envergonhado. E eu senti as grossas lágrimas correrem livres por meus olhos. Eu fora enganada a vida toda, ao que tudo indicava. —Não era, pai?

—Sua vó nunca teve dinheiro para deixar uma herança, Isabella. Era uma mentira para todos, até para você. Para ninguém desconfiar do que eu fazia na delegacia. Só eu e sua mãe sabíamos da verdade.

—Vocês... Vocês me enganaram, pai? Todo esse tempo, eu tive orgulho de você, por ter dinheiro sobrando e ainda assim trabalhar, e agora... Agora descubro que foi tudo uma mentira? Que eu gastei o dinheiro dos outros em coisas que eu nem ao menos precisava? Isso é horrível, eu... –Estava difícil de falar qualquer frase com alguma coerência. Eu não chorava mais, apenas. Eu soluçava. Eu queria que tudo isso não passasse de um pesadelo, mas sabia que não. Que era a realidade. Que minha vida tinha sido um nada até aqui.

Todas aquelas pessoas que eu humilhei. Tantas pessoas que eu julguei pior que eu no passado por não terem o dinheiro que eu tinha... E no final, eu era pior do que qualquer pessoa daquela cidade. Meu pai era um ladrão. E isso me tornava uma também, certo? Afinal, eu bem que gastei seu dinheiro de bom grado.

—Pare de se fazer de vítima, Isabella. Bem que gostava do que o dinheiro proporcionava. Poupe-me dessas lágrimas. Eu vou embora dessa cidade o quanto antes. Nunca devia ter me casado com um fracassado como você, Charlie. Muito menos ter tido filhos com você! Vou voltar para Nova Iorque. Quem sabe, com muita dificuldade, Phil, meu ex-namorado ainda esteja solteiro, não é mesmo? –Ela subiu as escadas da nossa casa, e eu não pude falar nada.

A minha boca se abriu em um perfeito formato de “o” com as palavras de minha mãe. Ela não podia estar falando sério. Minha mãe... Ia me abandonar? Ia abandonar o meu pai, que sempre gostou tanto dela? Meu pai iria preso? E quanto a mim?

—Pai! O senhor não vai ser preso, vai?

—Não, filha. O pessoal da delegacia descobriu tudo e foi bem discreto. Disse que se eu devolvesse pelo menos a parte do dinheiro que eu ainda tinha, eles não me denunciariam à justiça. Sou um pobre, desempregado e abandonado pela sua mãe, mas não, não serei preso.

Era certo que eu estava decepcionada com meu pai, mas vê-lo daquele jeito me deixava triste demais. O que seria de nós agora?

Minha mãe desceu as escadas novamente, carregando uma mala grande e sua bolsa. Ela seguiu em direção à porta da frente, sem nem ao menos olhar para trás.

—Mãe? Você vai me deixar aqui? Vai deixar o papai? –Ela parou de caminhar e olhou para mim. Seu rosto não estava mais molhado por suas lágrimas, e ela não parecia mais com raiva. Ela estava apenas... Fria. Sem emoção alguma.

—Eu só casei com seu pai porque ele aceitou fazer esses esquemas para que ficássemos ricos. Nunca quis o amor dele, muito menos filhos. De que você me adianta, Isabella, se nem ao menos prendeu o homem certo? Afrontou-me e não quis Jacob. Agora terei que ir embora, tudo por que você não pôde arrumar o homem certo! Não, puxou a seu pai! É mais uma fracassada, que vai ficar com aquele favelado nojento e pobre para o resto dos seus dias!

Eu queria dizer à mamãe que Edward não era nojento. Que ela não tinha o direito de falar daquele jeito dele, mas não tive forças. Eu simplesmente me curvei mais no sofá e chorei ainda mais. Senti os braços de meu pai em minha volta e não me importei em estar chateada com ele. Simplesmente encostei meu rosto em seu peito, deixando que ele me consolasse.

—Pelo amor de Deus, Renée, não piore as coisas ainda mais! Apenas vá embora, se é o que quer! –Eu senti o quanto aquelas palavras eram custosas para meu pai, mas ao contrário de minha mãe, ele se importava comigo. Ele me amava. E ele estava me defendendo. Defendendo-me até mesmo da mulher que amava.

E finalmente, depois de alguns minutos, eu ouvi a porta da frente bater. Minha mãe tinha ido embora.

E o pior? Ela não iria voltar. Eu sabia que não. Nunca mais.

(...)

O dia seguinte amanheceu ensolarado. Um milagre já que morávamos em Forks, mas toda a beleza foi embora quando me lembrei do ocorrido anterior.

Assim que desci para tomar café, vi meu pai despedindo as nossas empregadas. Eu não consegui conter o choro. Elas eram da família para mim, de qualquer forma. Suprimiram a falta de minha mãe ausente muitas vezes.

—Desculpem-me. Eu realmente não sabia que isso iria ocorrer. –Meu pai deu um abraço nas duas, e logo foi a minha vez.

—Eu vou sentir saudades de vocês duas. Nunca pensem que eu considero vocês algo menos do que minha família. Vocês foram minhas mães muitas vezes. –Mary e Joanne me abraçaram, chorando junto.

—Ah, Bella. Você sempre foi gentil conosco. Apesar dessa mudança toda, você se tornou uma pessoa muito melhor nos últimos dias. Ficaremos bem. Não se preocupe.

Abracei-as com mais força ainda. Elas ficariam bem. Eu e meu pai, inevitavelmente, ficaríamos bem novamente, um dia. Superaríamos isso.

Eu não diria que havia mudado. Na verdade, eu havia me descoberto. A Bella Swan que eu via agora no espelho, era a mesma que eu via quando olhava para meu interior. Eu era Isabella Swan, mas não a menina prepotente e rica, com um namoro de fachada. Eu era a Bella Swan, a menina que amava seus amigos, seu pai e seu namorado favelado.

E embora eu soubesse que o pesadelo estava recém prestes a acontecer, eu sabia que nem todas as mudanças que viriam seriam ruins.

Eu não me importava de enfrentar nada do que viesse. Eu sabia que podia contar com meus amigos, e com meu pai. Sabia que ele fizera errado, mas dava pra ver que estava sofrendo. Ele não era um homem mau. E eu esperava sinceramente que ele estivesse arrependido.

Começaríamos novamente.

E eu seria feliz, pois, por mais que eu tenha perdido meu dinheiro e, consequentemente, meu carro, minha casa, e meus pertences de marca, eu não havia perdido o mais importante, pelo contrário. Ainda tinha o amor de meu pai, de Rose, Jazz, Alice, Emm... E o mais importante: tinha o apoio de Edward. Eu sabia que tinha.

E enfrentaria qualquer coisa com ele ao meu lado.


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Notas finais do capítulo

Eu acho que vocês não esperavam por isso, né? Hahaha
Em todo o caso, só pra vocês saberem, eu vi erros muito grosseiros nos capítulos anteriores e revisarei todos esta semana pra deixar a história certinha.
O próximo capítulo virá na próxima semana, prometo. Se a Dessa não conseguir escrever, eu escrevo.
Não falharemos mais com vocês.
Beijão ♥



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