Coração em Conflito escrita por Chibieska


Capítulo 9
O Tufão que veio da Itália




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O TUFÃO QUE VEIO DA ITÁLIA

Fazia pouco mais de uma semana que Haru havia se mudado para o novo apartamento e esperava ansiosa com que Yamamoto viesse visitá-la. Estranhava que ele não tivesse aparecido já no dia seguinte a sua mudança. Mas os dias se passaram e com exceção das ligações de Kyoko, mais ninguém pareceu sentir sua falta.

Sentia-se solitária, acostumara-se a agitação da mansão, mas precisava de um tempo para si. Tirar Tsuna de seus pensamentos e talvez dar espaço para Yamamoto. Gostava dele, não era muito inteligente, mas era bonito e esperto. Prático e atencioso, ela sabia que ele renderia um bom marido.

Mas por vezes suas boas impressões sobre Takeshi pareciam surgir apenas do medo de ficar só e sabia que aceitar seus sentimentos apenas para tê-lo ao seu lado quando se sentisse sozinha era muita crueldade. Por isso, ainda não conseguia saber com certeza o que realmente seus sentimentos por Yamamoto significavam.

Estava ocupada na cozinha quando ouviu batidas na porta. Deixou seus afazeres de lado e foi atender. Sentiu seu coração acelerar, era Yamamoto, sentia isso, por isso ficou pasma quando abriu a porta e deu de cara com Gokudera. Era a última pessoa que esperava ver parada a sua porta. Mal pensara nele desde que deixara a mansão. Seu ódio, irritação, comportamento explosivo, tudo isso havia ficado pra trás.

- Não vai me convidar pra entrar mulher estúpida? – disse antes mesmo que ela conseguisse esboçar alguma reação.

Fitou-o por um longo tempo, o cabelo estava bagunçado e tinha olheiras tão profundas que parecia fazer dias que ele não dormia.

- Você está bem? – perguntou instintivamente

- Vamos ficar conversando no corredor? Vai me servir o chá aqui também? – questionou com desagrado.

Irritada com a resposta atravessada, Haru deu um passo para o lado e liberou a passagem. Hayato entrou no apartamento e desabou na única poltrona da sala, tirou o maço de cigarros e isqueiro do bolso e acendeu um, inundando a pequena sala de fumaça.

- Gokudera-san, por favor, não fume aqui dentro...

Mas Gokudera não estava ouvindo, olhou para as próprias mãos, repletas de anéis e que seguravam o cigarro.

- Juudaime ainda usa a aliança – disse por fim.

Haru engoliu em seco, sabia pelas noticias de Kyoko que Tsuna decidira ir com calma em seu relacionamento com a jovem. Ele não queria se precipitar e cometer erros, então mesmo se conhecendo há tanto tempo eles ainda estavam na fase de se “conhecerem melhor”. Por isso não conseguia entender porque ainda usava a aliança de um noivado tão atribulado.

- Ainda não acredito que o deixou por causa daquele maníaco... – a voz do rapaz saiu misturada a uma onda de raiva e Haru mal conseguiu entender sua frase. Percebeu que as mãos do rapaz tremiam e ele deu uma longa tragada no cigarro para disfarçar.

- Eu não deixei o Tsuna-san, apenas fizemos o que era melhor para os dois... – mas sabia que não importava o quanto explicasse Gokudera não iria acreditar, então se calou e o observou.

Os dois se encaram por um longo tempo, como se fosse a primeira vez que tivessem se encontrado. Gokudera terminou o cigarro, jogou a ponta fumegante no chão, o que deixou um ponto queimado sobre o tapete, se levantou e parou diante da mulher.

- Gosta mesmo dele não é? – perguntou com certo descaso, como se não se importasse com a resposta.

- Gosto! Gosto muito, aliás. – Haru respondeu aos berros, irritada com a intromissão de Gokudera. Nas últimas vezes que falara com ele, o assunto sempre acabara em Yamamoto, estava cansada de ter que responder o que sentia pelo rapaz para o pianista. Estava cansada de dar explicações da sua vida para ele, fosse da faculdade que escolhera ao pedido no restaurante ele sempre a questionava e implicava com suas escolhas. Nada do que ela fazia parecia ser do seu agrado, então não entendia porque de estarem sempre próximos, se não se suportavam não era melhor ficarem afastados? – Por que vem aqui, na minha casa, brigar comigo? Tudo o que eu faço desde que nos conhecemos é motivo para você reclamar. Por que Gokudera-san briga tanto com a Haru, chamando-a...

- Porque eu me importo com você, mulher estúpida. – interrompeu, também gritando.

Um silêncio longo e constrangedor desceu sobre eles. Nenhum dos dois tinha coragem de se encarar, e embora Hayato tivesse uma vontade enorme de sair dali, sabia que se saísse pela porta estaria fugindo de novo, fugindo do que sentia a vida toda.


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Notas finais do capítulo

para quem já acompanhava, esse capítulo é novo. Espero que gostem!!!



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