Diário de Um Cupido Revoltado escrita por Brasi Blue


Capítulo 19
Dia 7 - parte 1: O Garoto do Sonho


Notas iniciais do capítulo

Mais história, mais revelações... E espero teorias! :D



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  Mais um dia da minha pseudo-folga do caramba. Eu ainda tinha que terminar aqueles exercícios. Os meninos ainda estavam dormindo. Eu só abri meus olhos, mas eu não levantei. Eu fui ver como eles estávam. Kaito estava quase esmagado pelo corpo do mexicano que o abraçava. Eles estava quase se beijando. Eu decidi levantar e me arrumar pra continuar aqueles deveres infernais. Quanto mais cedo, mas trabalho eu teria feito e mais tempo eu teria para descansar. O Andrew acordou e viu que não estava mais no colchão. Ele chegou perto e deu um beijo no japonês adormecido.


  "Bom dia, Andy."


  "Bom dia Eros. Dormiu bem?"


  "Não muito bem... Eu tive um sonho esquisito."


  "Aham... Com quem?"


  "Com... Um menino que eu vi no álbum de fotografia meu. Um garoto em pele de ursa que eu nunca descobri o nome."


  "Ele era seu amigo?"


  "A gente viveu junto por pouco tempo. Tadinho, ele era todo arranhando e não sabia dizer uma palavra."


  "Como ele era?"


  "Eu não consegui ver direito como era o cabelo dele. Mas eu lembro que os olhos dele eram azuis."


  "Conta o sonho! Conta o sonho!"


  Eu me sentei, e tentei contar o mais rápido que eu podia, pra não fazê-los se atrasarem. Antes de começar a contar o Kaito acordou e percebeu que nós já estávamos acordados. Ele resolveu se arrumar enquanto eu contava o bendito do sonho (eu prefiro virar um suicída eterno após isso.)


  - Início do Sonho -


  Eu estava com a minha roupa de deus grego (o manto que o meu avô me deu e não a fralda de menino mijão e pirralho ¬¬') e eu estava perto do local em que eu estava lanchando com a minha família. O garoto estava enfrentando uma ursa bem grande! Ele não estava vestindo nada e tinha os mesmo arranhões do garoto que eu encontrei quando eu tinha catorze anos!


  "Cuidado! Eu pego ela pra você!" - eu atirei uma das flechas, mas eram flechas normais e fui enfraquecendo a ursa.

  "...! AAA!! ..." - ele estava tentado gesticular que havia alguma coisa atrás de mim. Quando eu olhei, era outra ursa. Eu desviei, mas o meu manto saiu rasgado.


  "M%&*! Foi a roupa que o meu avô me deu quando eu completei 16 anos! Sua ursa idiota!" - o garoto me impediu de atacar e tirou de mim uma das flechas. Ele atacou as duas ursas com a mesma flecha. Eu fiquei surpreso. Mas o garoto caiu fraco... - "Garoto!"


  Eu cheguei perto dele vi que ele estava realmente fraco. Os olhos dele estavam cobertos de lágrimas e o corpo muito dolorido.


  "Agüenta garoto! Eu vou te ajudar! Não fraqueja! Reaja! Reaja!" - ele segurou na minha mão e sorriu. De uma forma misteriosa... Ele falou! Eu achei aquilo estranho. Mas levando em cosideração que em sonho tudo pode acontecer, até quem não fala em português falar em português."


  "Você é o único que me amou..."


  "Quem é você? De onde você veio?"


  "Eu..." - ele me beijou, que nem quando ele me agradeceu quando dei meu arco. - "... Sou parte de você. Sou a parte que você mais odiava."


  "Você está querendo me dizer que... Não! Para de me confundir! Não pode ser você! Se você é a parte que eu mais odiava... Prove-me!"


  "Sua travessura causou muitos amores, e você, por ser novo, não tinha ninguém pra amar... Dias e dias vivendo sozinho enquanto a sua mãe fazia os outros amarem e não lhe permitia achar alguém para amar. Estou mentido?"


  "PAAAARAAA!" - Eu corri e o atingi com a minha flecha. Quando eu fui ver... Fiquei surpreso! - "Eu te odeio mais do que tudo! Não sou você!"


  "Está enganado... Existe algo em você... Que te faz amar."


  "Cala a boca!" - eu apertei o seu pescoço até que o sufocasse... Mas eu não completei... Eu o abracei e comecei a chorar. Do nada começou a nevar e ele retribuiu o meu abraço."


  - fim do sonho -


  "Sinistro, 'chico'. Bueno... Tenho que me arrumar, se não eu me atrasarei para a aula. Tenha um bom trabalho enquanto estivermos fora."


  "Valeu, Andy."


  "Andrew, se arruma logo! Ou iremos chegar atrasados!"


  "Já vou! Vai lá cara!"


  Eles saíram e eu fui arrumar o meu quarto (que bagunça ele estava desde ontem né?). Aquele sonho confuso me deixou muito intrigado. Eu tinha quase certeza de quem seria o rapaz da pele de ursa... Mas eu precisaria confirmar sobre a sua existência. Eu tomei o meu café da manhã e recebi uma carta que o meu pai me mandou. Era um aviso... O CASAMENTO FOI ADIADO PRA HOJE À NOITE!


  "Caceta! Se eu não impedir isso, eu vou ter um treco!"


  "O casamento da sua professora né? Aquele noivo dela é um sujeito bem... Irritante. Nem parece ser um homem de verdade. Verdadeiros homens mostram a sua força, principalmente durante as guerras. Na guerra de Tróia, eu adorei ver aqueles homens lutando, massacrando e..."


  "Pai. A guerra de Tróia aconteceu tempos atrás! O Aquiles, nem existe mais! E nem me conte sobre os trezentos de Esparta."


  "Aquilo sim foi uma guerra. Eu simplesmente adorava os Espartanos e seu estilo militar de ser. Eles eram exemplos de verdadeiros homens. Sim... Aquilo sim era vida..." - Aquilo sim era ESPARTA! - "Eu gostava quando você gostava de usar a armadura que eu te dei Eros. O que você fez com ela?"


  "Hoje em dia, você não vê um homem em armadura, Pai. Dificilmente você encotrará."


  "Os tempos não são mais os mesmo... Até a sua mãe mudou. Olhe só para ela! Não usa mais aqueles mantos que..."


  "Pai. Mamãe andava NUA!!" - adoro esses lapsos de memória dele.


  "É mesmo?"


  "Você nunca leu um livro de mitologia!? Onde será que enfiaram a sua..." - ele começou a me ameaçar com a espada. Eu não posso falar mal dele na sua frente - "Não precisa me ameaçar! Desculpa! Desculpa! Desculpa!"


  "Olha o que fala, rapaz! Vá continuar os seus trabalhos."


  Eu fui fazer o resto do meu dever de casa. Continuei o maldito dever de física e continuei o resto daquela pilha de dever. Odeio dever de casa, odeio dever de casa, odeio dever de casa, odeio dever de casa, odeio dever de casa, odeio dever de casa, odeio dever de casa, odeio dever de casa, odeio dever de casa e odeio dever de casa (sem Ctrl+C Ctrl+V!). Eu fiquei deitado um pouco na minha cama... Até que a hora do almoço chegasse. Dormi mais um pouco e... Fiquei pensando no sonho, fiquei pensando na aula de artes, fiquei pensando na professora, fiquei pensando no poema do Pablo Neruda e fiquei pensando naquele infeliz que me deu um beijo! (besteira a gente sempre lembra, né?). Chegou a hora do almoço a minha mãe havia chamado todo mundo. Meu irmão já havia chegado e os meninos também. A gente arrumou a mesa. Eu só não esperava uma notícia.


  "O senhor Cedric vem almoçar com a gente. Ele teve que vir sem a esposa por que ela daria aula extra hoje de tarde."


  "NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOO!!!" - é... Era um problema mesmo!


  "Eros, tá tudo bem? Você ficou totalmente..."


  "Arrasado, eu? Não, Anteros... Eu estou é maluco porque aquele idiota vem almoçar aqui em casa!"


  "E qual é o problema dele almoçar aqui. Relaxa, cara! Ele não vai arrumar nenhum problema enquanto a família estiver aqui."


  "Ele não vai tentar arrumar problemas quando vocês estiverem por perto! Quando ele estiver sozinho comigo ele..."


  "... Vocês dois sozinhos meu irmão? Calma... Ele não irá te fazer mal."


  Aí é que está... Eles achavam que o Cedric, Cleph sejá lá que nome ele goste de usar, seria a maior encrenca da minha vida! A campainha tocou e o sujeito entrou. Aquele cabelo negro, os olhos azuis-cinzentos, a pele da mesma cor que a minha e o jeito de... Vilão de novela mexicana. Essa eram as melhores palavras para descrevê-lo. Ele se sentou conosco (na minha frente para variar). Me encarou e eu encarei ele.  Eu via dois raios partindo de nossos olhos.


  "Senhor Cedric, espero que não ligue pela nossa simplicidade. Sabemos que o senhor mora em um bairro nobre da cidade."


  "Eu não me importo com riquezas, senhora Afrodite. Eu gosto muito de coisas simples. Coisas luxuosas chamam muita a atenção. A senhora dá conselhos amorosos incríveis, é verdade?"


  "Sim. Eu gosto de trabalhar dando recados, atendendo pedidos... Eu sou aquela que está à serviço do amor." - enquanto eu estou a serviço de chutar a bunda desse cara. - "Por que você não se serve? Eros, poderia pegar um prato pra ele?"


  "Tá mãe." - eu deveria ter dito 'porque ele não levanta essa bunda dessa cadeira e pega?'?. Só não falei porque mamãe iria me matar, como sempre!


  "Como você conheceu a professora do meu irmão? Ela é uma pessoa muito bonita."


  "A gente se conheceu na escola em que eu estudo. Eu sou muito badalado lá. Algumas garotas me madavam cartas, convites. Mas aquela professora... Ela era uma deusa-mortal na minha frente..." - maldito... Eu precisava fazer alguma coisa - "Mas aquela mulher uma vez me disse que eu lembrava muito um aluno dela... Um aluno mequetrefe que a agarrou e ficaram aos beijos e..."


  "Na verdade aquele aluno mequetrefe que você fala não agarrou ela. Ela que simplesmente caiu em cima dele e ambos acabaram se beijando." - Oh! Sh*T!


  Todo mundo me olhou feio... Seriam aqueles os meus últimos momentos de imortal e me tornar um mero humano mortal que tem uma vida normal e sofrida?


  "Irmão, como você soube dessa história?"


  "É que eu conheci o garoto e ele me contou isso. Ele disse que a professora estava desesperada e que precisava de ajuda. Ela tinha se apaixonado por um cara, mas ela não lembrava o rosto." - EU SOU O SER MAIS MENTIROSO DA FACE DESSE MUNDO!!!


  "Que triste! A sua professora deveria ser uma mulher sofrida."


  "Nem te conto mãe!"

  E o nosso almoço continuou, normalmente. Quando terminamos a minha mãe recolheu a louça e o meu irmão foi lavar. Meu pai foi treinar com suas armas do lado de fora. Eu fui pra sala assistir um pouco de televisão. Fiquei vendo um filme que estava passando na hora. Eu estava realmente tirando um tempinho enquanto isso. Aquele cara me perseguiu da cozinha até a sala, da sala até o corredor, do corredor até a porta (só não me perseguiu até o banheiro! xD).


  "Para de me perseguir!"


  "Vai deixar a visita sozinha?"


  "Não era para você estar conversando com a minha mãe?"


  "Segundo ela, precisava fazer algumas coisa em relação ao meu casamento. Consultas, livros... Só sobrou você aqui."


  "Eu tenho dever de casa pra fazer."


  "No seu quarto?"


  "Sim, e eu irei trancar a porta."


  "Eu posso te ajudar. Eu sei muitas coisas. Desde gramática até sociologia." - aquilo era tentador demais! Eu não... Eu não...


  "Hum... Não. Eu tenho so meus amigos pra me ajudar. Eles devem estar me esperando no quarto."


  "Eros! O que você está fazendo,a gente tem que continuar os seus deveres."


  "Kaito... Vem cá. Acho melhor a gente deixar isso aí para uma outra hora. Eu estou com visita e... Não posso deixar as visitas sozinhas." - olhei com um ar de raiva pra ele. - "Está feliz?"


  "Por que eu não estaria?"


  "Eu te odeio."


  "Eu te amo."


  Os meninos desceram e viram nós dois, os perfeitos constrastes... Correção porque isso não pegou bem: Os contrastes lado-a-lado. Eu com roupas simples, uma camisa de botão preta e calça branca e o ele com uma camisa de botão azul e calça branca também. Mas a minha tinha suspensórios e eles estavam baixos. Os meninos nos olharam com um jeito de... "Eles se parecem."


  "Eros, tem certeza que ele não é o seu irmão, principalmente gêmeo?"


  "Talvez... Sejamos?"


  "Ou... Não. Talvez... Alguém seja uma parte de mim. Como uma costela."


  "O que está insinuando?"


  "Outra hora eu explicarei, meu jovem e odioso chato."


  "Puxa... O jeito dele se vestir também é parecido... 'No'... Espera um pouco, necessito de 'tiempo' para pensar... COMO É QUE VOCÊS NÃO SÃO IRMÃOS!?!? SE VOCÊS NÃO FOREM EU VOU CASAR VESTIDO DE BRANCA DE NEVE!!"


  "A verdade é que eu não sei..." - que canalha! Ò_ó - "Eu até suspeito da sombra dele."


  "Eu sou o Kaito e ele é o meu namorado, Andrew."


  "Vocês são assumidos?"


  "Somos. Eu e o japonês aqui somos um casal nada normal." - ele quis dizer que os dois são doidos. O Kaito é normal, mas o Andy...


  "Você não tem medo de se beijarem né?"


  "Que pergunta idiota. xP"


  "Cedric... Eu vou fazer um suco de limão."


  "Eu quero ajudar."


  "Você não!"


  "Deixa ele ajudar, 'chico'. Se quiser a gente até faz brigadeiro."


  "É uma excelente idéia!"


  "Oh... Que m%&*!"


  Vai um "Lemon Juice" aí? Sinceramente... Suco de limão é bom! Principalmente limonada suíça. Só que como ia ficar muita bagunça, os meninos decidiram fazer uma outra coisa... Eles foram locar um filme! (eu não podia sair da porcaria da minha casa mesmo... u.u). Minha mãe deixou e perguntou o que o Cedric estava fazendo. Ele disse que iria me ajudar a fazer suco de limão e que não demoraríamos muito porque a minha mãe estáva terminando.


  "Isso deverá ajudá-los a se entenderem. Espero que dê certo. Não demore muito, nossa conversa ainda está de pé."


  "Não se preocupe, Afrodite. Dará tudo certo."


  "Ai ai ai..."


  Fomos pra cozinha e eu peguei a jarra e os limões. Depois eu pequei o expremedor e liguei. Fui expremendo os limões enquanto o cara iria pegar o açúcar. A gente foi seguindo passo a passo da receita. Depois quando eu fui misturar o açúcar, em sem querer deixei expalhar na cara dele. Aí começou uma guerra de açúcar entre nós dois. Ele pegava o açúcar e jogava na minha cabeça e expalhava. A gente deixou açúcar expalhado pela cozinha inteira.


  "Não acha melhor limpar essa bagunça antes que a sua mãe veja. Eu nãoe estou aqui para brincadeiras. Eu vou resolver o caso do meu casamento."


  "Não vou deixar você casar. Não mesmo! Você pode tentar fazer qualquer coisa, menos casar com a minha professora. Não sei o que você está planejando, mas fique longe dela."


  "Você é ciumento demais... Gosta de proteger a sua professora."


  "Cedric podemos... Eros, o que vocês tramaram?" - droga! Alerta de mãe, alerta de mãe!


  "É... Guerra de Açúcar, mãe! A gente fez guerra de açúcar."


  "Limpem isso. Estarei te esperando no escritório Cedric."


  "Sim."


  A gente teve um senhor trabalho de limpar todo aquele açúcar. Pegamos as vassouras e varremos tudo. Eu continuei a lembrar do sonho de novo... E sem querer, acabei falando uma parte dele:


  "...Sou a parte que você mais odiava..."


  "O que foi que disse, Eros?"


  "Nada, nada... Eu lembrei de uma coisa."


  "Que coisa?"


  "Não te interessa!"


  "Que limão nos seus olhos?"


  "Force-me!"


  "Seria um desperdício colocar nesses seus cristalinos olhos verdes. O que esconde de mim, Eros? Vamos... Diga..." - eu estava sem saída! Eu queria dar um berro, mas na hora os meninos chegaram com os filmes. Bem... Nem tudo era o que parecia...


  "Chegamos com os fil... Se a gente estava atrapalhando alguma coisa era só falar que a gente saía."


  "Na verdade, vocês chegaram na hora certa."


  "Pra ver vocês se beijarem?"


  "Claro que não! Eu já beij..." - ih! Lascou...


  "Vocês... Se beijaram? Sério?"


  "Sim..." - droga...


  "Você é Bi, Eros?"


  "Não! Ele me beijou porque quis me beijar! Mas ele havia me beijado na escola!" - é?


  "Eu terei uma conversa com a sua mãe agora. Comporte-se meu rapaz. Não vou demorar muito."


  "Teu rapaz nada. Não sou seu escravo."


  "Imagina se fosse." - Andrew idiota! Foi falar m$%&* logo na hora errada!


  "CALA A BOCA ANDREW!!!" - Ò///Ó


  Como eu não podia atrapalhar a minha mãe na conversa, então o jeito era esperar que eles terminasse a conversa. Mas eu já tinha posto o meu plano em prática. Infelizmente com algumas alterações, devido ao término do meu namoro e ao meu castigo de ficar em casa por causa da suspensão... É isso aí!


  See Ya!


  P.S. Extra: Engraçado... Agora eu percebi que nas duas vezes que o Cleph me encontrou na escola, tinham sido dois encontros no banheiro... Isso pega mal! =x


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Notas finais do capítulo

Essa coisa que o Cupido falou foi verdade. Confira nos capítulos em que o Cupido conheceu a Claris e no que o Cleph voltou pra encher o saco. São duas vezes, mesmo! *se morre*. Deixem suas teorias e seus comentários! :D