Segredos do Passado escrita por liligi


Capítulo 8
Capítulo 8




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Cap VIII

O barulho de portas se abrindo, vozes que não faziam sentido, mas seu tom era preocupado fez com que Rosaly acordasse. Ela piscou várias vezes seguidas, mas seus olhos ardiam com a claridade, demorou um pouco para que se acostumassem e ela pudesse ver o rosto de Aislyn com o semblante preocupado.

- Ela acordou! – Aislyn disse parecendo aliviada. – Você está bem?

Rosaly tentou sentar na cama, mas Aislyn não permitiu que ela fizesse o menor movimento.

- Aislyn, o que está fazendo?! – Ela perguntou mal humorada.

- Fique deitada! – Aislyn insistiu.

- Temos aula, lembra?

- Você não vai! Está com febre!

- O que? Eu não estou com febre!

- Está sim! Você passou a noite delirando!

- Como assim?

- Você não parava de repetir ‘mãe’ ou ‘não vá’, eu acordei e fui te chamar, mas você estava ardendo! Eu fiquei super preocupada!

Então, Ro lembrou-se do sonho que tivera, com sua mãe, o dia em que ela havia lhe deixado com seus pais adotivos, o dia em que ela morrera.

- Eu só tive um... pesadelo... Não foi nada demais...

- Bem, o pesadelo pode não ter sido nada demais, mas você estava muito quente mesmo, eu pensei em ir chamar algum professor, mas achei melhor não acordar ninguém, eu sabia que você iria se irritar.

- Você fez bem... Mas agora temos que nos arrumar e descer.

- Mas...

- Lyn – Ro disse num tom calmo – Eu não estou mais com febre. Eu não me sinto doente, se eu estava com febre ontem à noite, hoje eu já não estou mais. É isso.

- Uma febre não passa assim tão rápido, não sem remédio... Você não...?

- Não, Lyn, eu não tomei remédio nenhum. – Ela jogou as pernas para o lado e sentou-se, bocejou um pouco e depois se levantou. – Vou tomar banho. – Disse.

- Tem certeza? Quer dizer, você pode se sentir mal no resto do dia...

- Lyn, eu vou ficar bem... Pode ir, está tarde você vai acabar se atrasando. Eu vou daqui a pouco e invento alguma coisa. – Ro disse dando o assunto por encerrado e depois foi tomar um banho.

XxX

Ao sair do banho, Rosaly teve problemas com as escadas que se moviam constantemente, ela sabia que não conseguiria atravessar o colégio e chegar antes da metade da aula de herbologia, então foi até o salão principal e sentou-se por lá, esperando a próxima aula que seria poções.

Tentou conter a raiva ao pensar que teria que aturar Jackson novamente, não ajudaria em nada se ela discutisse com ele e ele descontasse mais pontos da Grifinória, só faria com que seus amigos ficassem com raiva dela no final do ano.

Os minutos passavam enquanto o sonho — ou teria sido um pesadelo? — de Rosaly se repetia em sua cabeça, quando passos e o barulho de conversa foi ouvida, Ro acordou de seus devaneio e notou que suas bochechas estavam encharcadas de lágrimas que continuaram a cair teimosamente.

- Okay, já chega – Ela falou para si mesma, enquanto passava as mangas de sua blusa em seu rosto – Foi só um sonho! Só isso. Eu era muito para poder lembrar daquilo...

Ro respirou fundo e depois jogou a mochila nas costas e correu até o corredor (N/A: Aff ¬¬), quando ia em direção a sala encontrou seus amigos que, quando a viram, a olharam preocupadamente.

“Ótimo. A Aislyn deu as boas noticias...” – Ela pensou revirando os olhos.

Al e Aislyn correram em sua direção, ambas as expressões preocupadas e apreensivas, ela bufou irritada.

- Como você está? – Al perguntou – A Lyn disse que você teve febre a noite toda... – Ele mordeu o lábio inferior.

- Eu estou bem. – Respondeu mal humorada – A febre passou, eu demorei no banho e não cheguei a tempo na aula.

- Tem certeza? Você não passou mal? – Lyn perguntou preocupada.

- Não, Lyn, eu não passei mal.

- Mas por que seus olhos estão vermelhos, então?

Ro se praguejou mentalmente. Por que ela tinha que chorar por um sonho bobo? Seus amigos a olhavam com ansiedade, aguardando uma resposta, mas nem pensar que ela ia falar que andou chorando!

- Entrou xampu no meu olho e irritou. – Ela tentou parecer o mais convincente possível.

Aislyn estreitou os olhos enquanto olhava para Ro completamente desconfiada, Ro sabia que a amiga não havia comprado a conversa.

- É verdade. – Ro alegou

- Gente é melhor irmos. – Rose avisou – É poções agora.

- Ela tem razão, aquele professor me dá arrepios, não quero saber o que ele vai fazer se chegarmos atrasados. – Jesse disse com um tom urgente.

- ARGH! Eles têm razão. Vamos. – Rosaly disse aproveitando para escapar das perguntas

XxX

A mulher abriu — Com certa dificuldade — a pesada porta de carvalho, um forte cheiro invadiu suas narinas, algo estava fervendo no caldeirão e ela realmente não queria saber o que era.

- Elizabeth. – A voz fria, entretanto calma, cortou o ar e assustou um pouco a mulher denominada Elizabeth, ela não havia visto o homem sentado na poltrona de couro no meio do aposento.

- Joseph. – Ela murmurou se recuperando do susto.

- Aproxime-se minha querida – A voz fria disse novamente.

Elizabeth obedeceu. As longas pernas se movendo sensualmente até seu destino, seus lábios vermelhos e carnudos aberto em um sorriso de arrasar corações, ela parou de frente a Joseph e cruzou os braços em frente ao peito, esperando que ele dissesse algo.

- Já tem a noticia sobre minha pequenina? – Ela sacudiu a cabeça confirmando.

- Rosaly já está em Hogwarts e adivinha?

- Não me deixe curiosa, minha querida.

- Sua sobrinha já conseguiu bons amigos. Aislyn Rockbell... – Ela dizia, mas foi cortada

- A filha de Victor Rockbell, o Auror?

- Sim. E Jesse Harrison, o filho de Augustus Harrison, o chefe de Operações Especiais (N/A:Bom, isso provavelmente não deve existir, mas e daí? Tem que haver alguma polícia no mundo bruxo!) do Ministério da Magia, e para finalizar, Alvo Potter e Rose Weasley.

- Potter e Weasley?

- Sim.

Os lábios de Joseph se torceram numa linha fina, e por um momento, Elizabeth não souber identificar o gesto, até que o reconheceu como um sorriso de satisfação.

- Começarei a planejar uma pequena reunião de família. – Ele sorriu maliciosamente.

XxX

- Espero que tenham entendido a teoria de como se faz essa poção. – Jackson dizia com seu habitual tom arrogante – Pois agora irão fazê-la na prática. Valendo nota.

Os alunos gemeram e protestaram, mas Jackson pareceu impassível.

- Formem duplas. – Ele disse.

- Aí, Lyn, vamos fazer juntas? – Ro perguntou.

- Ah, não vai dar, eu vou com o Jesse – Aislyn disse.

- Você vai? – Jesse perguntou curioso enquanto erguia uma sobrancelha. Ro teve quase certeza de Aislyn chutara Jesse por baixo da cadeira, disfarçadamente. – Ah, sim, é verdade.

- Okay... – Ela disse desconfiada e voltou a sentar. – Aff, agora vou ter que ir atrás de um parceiro.

- Hum... Ro? – Ela se virou para Alvo – Você gostaria de fazer comigo?

Al abaixou um pouco a cabeça, visivelmente envergonhado, Ro enrubesceu.

- Er... Claro, seria ótimo.

Caldeirões foram acesos e “ingredientes” foram distribuídos aos alunos, Al e Ro alternavam entre si, ora ela mexia o caldeirão e ele colocava os ingredientes da poção, ora ele quem mexia o caldeirão e ela quem procurava os ingredientes.

- Devagar, Al. – Rosaly pediu enquanto Al mexia no caldeirão.

- Tudo bem. – Ele respondeu – Qual é o próximo item pra se jogar aqui?

- Carpelo de flor de névoa.

- Você sabe fazer essa poção de cor, não sabe?

- Sei.

Al revirou os olhos.

- Claro que sabe. Você sabe tudo...

- Eu não sei tudo...

- Eu sei, Ro, é só um modo de dizer que você é muito inteligente.

- Hum...

- Okay, pega logo esse carpelo idiota.

- Não é tão fácil – Ro disse – As flores de névoa só se abrem quando névoa, quando não há elas se fecham e suas pétalas ficam rígidas, difíceis de quebrar, essa são as flores mais resistentes do nosso mundo, pois se alguém pisa nelas no mínimo ganha um corte.

- Nós não temos que quebrar essas pétalas, não é?

- Temos sim. – Ela pegou uma faca prateada. – Prata ajuda a quebrá-las com mais facilidade

- Não quer que eu faça isso?

- Não, obrigado, eu me viro.

Ro segurou a flor fechada na beirada da mesa e se esforçou para quebrar as pétalas, quando conseguiu se livrar de uma fez um movimento em falso e acabou se cortando.

Ela friccionou os olhos por conta da dor que sentiu e levou o dedo ferido a boca, depois que limpou o sangue ficou analisando a profundidade do ferimento, mas ela logo percebeu que havia algo estranho.

Ela olhou o corte com mais atenção e percebeu que ele brilhava um pouco, — Como uma gota de orvalho sob a luz do sol — e que, aos poucos, seu ferimento se curava.

Ro arregalou os olhos ao ver que não havia mais corte algum em seu dedo.

- Você está bem? – Al perguntou preocupado – Se cortou?

- E-Eu... Estou bem sim... – ela respondeu um pouco assombrada – Peraí que eu vou pegar o carpelo.

- Tá... – Ele murmurou de volta e continuou a observá-la enquanto ela removia as outras pétalas da flor de pétalas prateadas.

XxX

Al e Ro foram os primeiros a terminar, Jackson lançou um olhar desconfiado aos dois e os liberou. Ro andava pelo corredor ao lado de Al, muito quieta.

- Ro o que há? – Al perguntou

A garota levou um susto quando ele falou, estava tão imersa em seus pensamentos que esquecera que Al estava ali, ao seu lado.

- O que?

- O que você tem?

- Ah, nada, eu estou bem.

- Tem certeza?

- Aham...

Ele não pareceu se convencer muito com aquilo

- Você sabe que pode me contar, não é? Eu na contaria para ninguém.

- Eu sei, Al, eu confio em você. Mas eu não confio em mim, esse é o problema. – Ela encolheu os ombros

- Como assim?

- Al... E se... Se eu tivesse visto uma coisa, mas e se essa coisa fosse só... Sei lá... Minha imaginação?! As pessoas no mínimo me chamariam de louca!

- Eu não entendo, do que você está falando?

- Eu... ARGH! Esquece okay? Não é nada com que você precise se preocupar.

- Mas eu me preocupo, Ro. Eu sei que a gente não se conhece há muito tempo, mas você pode contar comigo para o que der e vier.

Al sentiu o coração querer sair do peito quando Rosaly o abraçou, ali mesmo, no meio do corredor — que por sorte estava vazio — Ele demorou um pouco para retribuir o gesto, mas sentiu-se mais aliviado quando o fez. Entretanto, o momento não durou muito e Ro logo se afastou.

- Obrigado, Al. Eu sei que posso sempre contar com você, mas isso é algo que eu preciso descobrir sozinha, você entende, não é?

- Entendo. – Ela sorriu para ela, e ele também sorriu – Vamos esperar a próxima aula no salão principal?

- Vamos.


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