Segredos do Passado escrita por liligi


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora a postra aqui, eu havia esquecido --'



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Cap VII

Rose ficou calada durante todo o café da manhã, ainda estava muito irritada pelo encontro com Scorpio Malfoy e Rosaly podia jurar que havia visto a garota falar alguns desaforos baixinho enquanto comia sua torrada e bebia um pouco de suco de abóbora. Quando o salão começou a ficar vazio, os cinco se apressaram para a primeira aula, que seria história da magia, Al ficou contente já que era sua matéria favorita, Jesse se mostrou não muito animado.

Passaram pelos corredores do castelo tentando memorizá-los, para que não se perdessem na próxima vez, conversavam animadamente tentando imaginar como seriam as aulas, os alunos, o professor...

Al, Rosaly e Aislyn sentaram-se numa mesa, Jesse e Rose sentaram-se numa mais atrás. Por todos os lados se ouviam burburinhos de animação, todas as casas tinham aulas juntas no primeiro ano, para desgosto de Rose e Al, pois os sonserinos também estavam incluídos, e Scorpio Malfoy, também.

- Quem será o professor ou professora de História Da Magia? – Alvo perguntou animado.

- Não faço idéia. – Rose deu os ombros.

Para o desgosto da jovem Weasley, Scorpio Malfoy e seus amigos, Dennis Goyle e Steve Crabb, adentraram a sala e sentaram na cadeira ao lado da turminha. Ela colocou uma expressão de irritação e virou o rosto, fazendo uma cara orgulhosa.

- Ora, ora... Parece que os nerds estão se divertindo. – Scorpio disse cinicamente.

- E o acéfalo apareceu para a aula, que surpresa. – Rose rebateu secamente.

Os outros quatro olharam para a garota de um modo estranho, principalmente Al, estava surpreso por sua prima ter dito algo tão... Mal. Rose nunca foi de falar desaforos para ninguém, mas pelo o que Al conhecia da prima, ela também não era do tipo que levava desaforos para casa, e Scorpio estava merecendo.

- Como é? – O rosto pálido de Scorpio adquiriu um tom escarlate.

- Você ouviu, Malfoy. – Rose virou-se para encarar Scorpio.

- Sua...

- Algum problema com a minha prima Malfoy? – Al perguntou, em defesa de Rose.

- E você, Potter? Algum problema em deixar sua priminha resolver os problemas dela?

- Sabe, pessoas que tem um coração fazem isso. – Rosaly disse, também entrando na briga.

- Os defensores dos fracos e oprimidos. Tsc, tsc. – Scorpio murmurou.

Rose trincou os dentes e levantou-se, preparando-se para ir até o loiro e estapear-lhe, mas nesse exato momento entrou na sala um professor pequeno e pediu para que os alunos sentassem e ficassem em silêncio. Rose obedeceu a contragosto, mas ela não era do tipo de garota que iria desobedecer a um professor.

- Sejam bem vindos! – o professor disse, após ter conseguido subir em uma pilha de livros na frente de sua mesa – Bem vindos à primeira aula de História da Magia! Espero que seja proveitoso para todos vocês, se não para todos, pelo menos para a maioria!

A sala riu.

- Bem, como hoje é o primeiro dia de aula, pensei em começar com uma introdução a nossa matéria. Vamos a uma pergunta básica. Em quantos reinos o mundo está divido?

- Em dois. – Rosaly respondeu. – O das criaturas superiores e o das superiores.

- Muito bom, srta...?

- Spen... Watson. – Rosaly se corrigiu.

- Watson? Rosaly Watson? – O professor parecia profundamente impressionado.

- Sim.

- Bem, senhorita, então saberia me dizer algumas subdivisões desses dois reinos?

- Claro. – Rosaly respondeu sem hesitar. – No superior estão os subreinos dos bruxos, das ninfas, dos centauros, dos sereianos entre outros. Do inferior estão os subreinos de fadas, duendes, gnomos e mais...

- Muito bem. – O professor disse satisfeito. – Vinte pontos para a Grifinória. Então, como já sabemos os reinos e alguns dos subreinos existentes, que tal continuarmos com a matéria, eu creio que vocês vão gostar... – O professor continuou a explicar.

Aislyn e Al se inclinaram um pouco para o lado de Rosaly e falaram baixinho:

- Nossa, como você sabia tudo aquilo? – Aislyn perguntou

- Eu estudei, só isso. – Rosaly deu de ombros.

- Você é muito inteligente. – Al disse

- Obrigado. – Ela disse um pouco encabulada.

XxX

O resto do dia não foi um desafio para eles, como era o primeiro dia de aula, as matérias eram simples, principalmente para Rosaly e Rose já que elas haviam estudando antes das aulas começarem, o maior desafio para os cinco amigos foi a aula de poções, não a aula em si, mas o professor que dava a matéria.

Damien Jackson. Um homem de uma estatura alta, sua postura tão ereta que dava a impressão de que ele se curvava para trás, e sua expressão tão amarga quanto à de um velho rabugento. Ele não parecia ter mais que trinta e cinco anos, mas as rugas em seu rosto eram profundas e seus olhos negros eram duros como pedra, imitando seu coração — De acordo com os alunos que já tinham tido aulas com ele.

Os assentos eram exatamente iguais os da aula de História da Magia, então eles não se sentiram tão intimidados com o olhar frio de Jackson.

- Bom dia, classe. – O professor disse. Seu tom tão frio quanto seus olhos. Seu olhar arrogante, superior, amargurado...

Alguns murmúrios baixos como resposta, ninguém se senti a vontade sob o olhar daquele homem.

- Espero que estejam felizes por terem tido aulas tão... Divertidas hoje, mas devo-lhes avisar, se querem diversão estão no lugar errado. Nesta aula não há espaço para coisas banais como diversão, estarão aqui para aprender e eu estou para ensinar-lhes, e é isso que farei. Se não gostarem de minhas aulas, não me importa nem um pouco se irão cabular ou não, as aulas ainda serão dadas e os exames ainda serão feitos.

A expressão de muitos alunos se tornou preocupada, era possível ver alguém suando, ou murmurando um ‘ele dá medo’ ou alguém mordendo o lábio inferior, ou tentando se conter de dizer algo que possa desagradar o professor ou incapaz de dizer algo.

- Nossa, esse aí é mal-amado. – Aislyn murmurou para Rosaly, a garota não evitou que um sorriso aparecesse no rosto.

- Silêncio vocês duas! – Jesse sibilou baixinho, olhando furtivamente para o professor que se mantinha em silêncio em frente a sua mesa – Não quero nem saber o que vai acontecer se ele escutar vocês!

- Muito bem. – Damien disse com voz clara e áspera se virando para o quadro. – Hoje vamos falar sobre como escolher os ingredientes certos para cada tipo de poção, a quantidade certa em usá-los e vou passar um exercício para a próxima aula.

- Ele é louco? É muita coisa para dar em uma aula só! – Ro falou baixinho, indignada, mas Jackson conseguiu ouvir o que a jovem dissera.

- Algum problema, senhorita Watson? – Ele se virou para encarar Rosaly. Os olhos de repente vívidos ardendo numa tentativa de assustá-la, fazê-la recuar. Rosaly encarou fundo nos olhos negros de seu professor, seu olhar tão intenso quanto o dele, não se sentindo nada intimidada com aquele olhar...

- Depende. Você fala de sua aula ou algo mais que possa estar me incomodando? – Ela disse, a voz tão arrogante quanto a dele. Ela nunca suportou gente daquele tipo, não aturaria isso nem em sala da aula.

- Bem, obviamente os únicos problemas que eu gostaria de saber seriam sobre minha aula já que não sou psicólogo nem nada do tipo.

- Sendo assim a sua resposta é sim. – Ela não desviara o olhar nem por um segundo sequer, não daria o gostinho a ele.

- Parece que não começamos com o pé direito não é mesmo, senhorita Watson?

- Mesmo? – Respondeu sarcástica.

- Mesmo. Há algumas coisas que você precisa saber sobre essa aula.

- O que seria...? – Ela deixou para que ele completasse sua frase.

- Nesta sala, nesta aula, quem manda sou eu. Eu decido o que é dado aos alunos, reclamações não serão aceitas, seu dever é apenas ouvir, absorver e transmitir tudo nas provas, entendido?

- Não sei. Acho que meu raciocínio é lento, comparado ao seu, não é? – Novamente usando um sarcasmo, dessa vez um meio sombrio. Se era guerra que ele queria, era o que ele iria ganhar.

Jackson estreitou os olhos ameaçadoramente. Ela era insolente, ele assinalou, indisciplinada, ele iria colocá-la em seu lugar. Iria ensiná-la sobre respeito. Não iria perder o controle da sala por causa dela, não enquanto todos os olhares estavam focados naquela cena, atentos a qualquer reação mínima.

- Se acha muito esperta, não? – Ele disse com a voz áspera.

- Não ouviu o que acabei de dizer? Meu raciocínio é lento... Ainda mais quando se trata de regras. – Ela continuava a desafiá-lo, confiante, forte, o fogo ardendo em seus olhos, em suas palavras, e naquele instante ele sabia do que ela era capaz, sabia o que havia despertado nela.

- Muito bem. Você veio de um mundo onde as regras podem não significar nada para você, mas aqui você tem que respeitá-las, e farei você pagar até aprender onde é o seu lugar. – Ele deu as costas à Rosaly e falou num alto e claro, para que toda a sala pudesse ouvir – Menos dez pontos para a grifinória. E aprendam: indisciplina não será aceita em minhas aulas. Espero que tenha entendido senhorita Watson. Terá que respeitar as regras, suas ações podem afetar sua casa.

Ro trincou os dentes. Ela sentiu algo em seu peito arder, intenso, quente, impetuoso. Ele tornaria sua vida difícil, huh? Bem, ela também não facilitaria. Seria olho por e dente por dente. Se ela precisava ficar em seu lugar, ele também deveria ficar no seu e não andar com o nariz empinado.

- Você está bem? – Al sussurrou para ela. Só então ela percebeu que estava apertando a beirada da mesa com força, até o ponto em que seus dedos estavam vermelhos e dormentes tamanha a força que usara.

- Estou. – Respondeu com a voz rouca. – Posso superar.

XxX

- Você é muito corajosa. – Aislyn disse depois que saíram da sala de poções e andavam pelo corredor para os dormitórios. – Eu fiquei super assustada quando ele se virou pra você, e você estava super tranqüila e ainda provocou ele!

Ro bufou. Não estava a fim de relembrar isso; sentiu novamente o ardor em seu peito, a fogo incontrolável. Ela cerrou a mão em um punho e trincou os dentes. Mas tentava a todo custo se acalmar.

- Lyn, por favor, não vamos falar daquele... Daquele... Cabeça oca. Ele é que foi muito corajoso de nos tratar daquela maneira. Não somos robôs desalmados como ele é. Somo só... crianças.

- É verdade, mas ele continua sendo o professor. – Jesse disse antes de continuar – O professor que mais dá arrepios, mas ainda o professor.

- Gente, vamos esquecer esse assunto. – Al disse vendo o desconforto de Ro.

Ela expirou aliviada. O fogo se extinguia aos poucos. Ela poderia controlar, sabia disso, mas não adiantaria. Aquele homem a faria se enraivecer mais e mais.

Eles guardaram seus materiais em seus dormitórios e desceram para o salão principal para o jantar, tudo tão lindo e inimaginável como da primeira vez, velas suspensas no ar sob um lindo céu estrelado no teto, as mesas cheias de alunos, de vários tipos de alimentos, que faziam muitos babarem (N/A: Opa, deu fome ’), ele se juntaram a seus outros amigos para jantarem em paz, deixando o dia cansativo de lado.

XxX

Ro não parava de se remexer em sua cama, em seu sonho ela via sua mãe, segurando-a em seus braços ternos, o pequeno bebê de bochechas rosadas dormia calmamente com o toque da mãe enquanto essa parecia preocupada e esquadrinhava cada canto que seu campo de visão lhe permitia ter, apavorada de que algo a estivesse seguindo. Ro sabia que rua era aquela, sabia o que acontecia depois, mas não sabia do porquê de estar sonhando com aquilo, ela era muito pequena para lembrar.

Entretanto, ela sabia que era real.

Natalie parou em frente ao portal conhecido. As luzes estavam apagadas, com exceção de algumas, ela abriu a pequena bolsa de mãe e de dentro tirou uma cestinha — feitiço de expansão, Ro, sabia — depois deitou a pequenina dentro da cesta e a cobriu bem, não queria que sua menininha ficasse doente. Seus olhos brilharam ao ter a ultima visão de sua menina, e lágrimas escorreram e desceram por sua bochechas, ela se inclinou e beijou o rostinho rosado de Rosaly uma ultima vez.

- Eu te amo, meu amor, quero que saiba disso. – Ela acariciou o rosto de Rosaly levemente, ela se encolheu um pouco com o gesto. Depois de tocar a campainha, ela desapareceu e nunca mais Ro a veria novamente. Aquela foi sua despedida. Para sempre.

Ro se virou novamente, a ardência que havia sentido em seu peito durante a tarde agora se espalhava pelo resto de seu corpo, por mais que quisesse não conseguia acordar, o rosto de sua mãe ainda estava vívido em sua mente, o sorriso triste, as lagrimas de adeus, o toque suave... Tudo tão real em seu sonho que não parecia ser apenas um sonho ou uma memória. Tudo um dia fora real, e agora ela revivia.

Lágrimas despencaram de seus olhos, mesmo inconsciente, ela chorava, a volta ao mundo à qual pertence desencadearia muito no destino de Ro, e ela sabia disso, ela podia sentir que tudo mudaria, na verdade, já sentia as mudanças começarem.


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Notas finais do capítulo

N/A: Embora eu tenha demorado, me perdoem e deixem reviews, plz *-*
Bjus
Liligi