Voldemorts Daughter escrita por NatyAiya


Capítulo 40
Capítulo 40 - Testamento e outras coisas


Notas iniciais do capítulo

Era para mim ter postado ontem, mas no final das contas acabou não dando tempo.
Espero que vocês gostem desse capítulo.
Boa leitura...



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Capítulo 40 - Testamento e outras coisas

Não demorou muito para que Dumbledore chegasse. Depois de uma longa conversa, ficou certo que eu iria ficar por aqui até que todos os problemas fossem resolvidos.

Horas mais tarde antes do pôr-do-sol, eu estava de pé ao lado do caixão de Anna em um cemitério. Dumbledore estava ao meu lado direito e Richard do meu outro lado, ambos apertavam meu ombro como se quisessem me dar forças.

Assim que o caixão sumiu debaixo da terra, eu passei a mão pelo rosto, tirei as lágrimas que escorriam, respirei fundo e empurrei a mão de ambos.

– Richard, quero saber o que tem no testamento de Anna. - eu falei me virando para o advogado.

– Então vamos voltar para o apartamento para que eu possa abrir o testamento dela. - ele falou logo depois desaparatando.

– Virá também, Dumbledore? - eu perguntei me virando para o diretor.

– Ficaria honrado. Eu poderia? - ele falou com um sorriso bondoso e solidário.

– É claro. - eu respondi antes de desaparatar para o apartamento bruxo de Anna.

Dumbledore aparatou com segundos de diferença ao meu lado, Richard já estava ali.

– Eu preciso ir até o apartamento debaixo. - eu falei indo para a porta.

Entrei o apartamento trouxa de Anna em silêncio e fui até o quarto onde eu tinha ficado instalada e juntei todas as minhas coisas com um aceno de mão.

Tudo estava no lugar como deveria estar. Os outros quartos da casa estavam vazios e limpos. Victória, a enfermeira trouxa e todos os aparelhos médicos trouxas já tinham saído de dentro do apartamento. Agora o lugar era só um apartamento trouxa comum. Todos os objetos que um dia tinham sido de Anna, agora estavam no apartamento de cima onde Mila estava arrumando tudo.

Com um suspiro fechei a porta do apartamento e o tranquei com a chave que Anna tinha me dado ano passado. Voltei para o apartamento de cima com a bolsa no ombro.

– Podemos começar, senhorita Riddle? - Richard perguntou.

– Sim. - eu falei fechando a porta, colocando a bolsa ao lado da poltrona onde eu me sentei.

– Para minha sobrinha, Katherine Liwener Riddle: Eu deixo meus apartamentos, meus bens e minha elfa. Espero que ela seja feliz como eu não pude ser e que encontre sua mãe desaparecida.

"Para aquelas crianças carentes do mundo trouxa, eu deixo o que restou de meu dinheiro para ajudá-las. Que meu dinheiro salve muitas crianças. - Richard terminou de ler e tirou de sua pasta um envelope grande e estufado. - São as escrituras das casas que a família Liwener possui e dos dois apartamentos de Anna. - ele falou passando o envelope para mim.

– Richard, quero que você venda o apartamento trouxa de Anna. Fique com o dinheiro para você se quiser. - ele recusou com os olhos arregalados.

– Irei mandar o dinheiro para o Gringotes assim que conseguir vendê-lo. E quanto as casas da família Liwener? - ele indagou depois de escrever algumas coisas em um bloco de anotações.

– As casas que estão alugadas, não pretendo mexer. As duas casas de Godric's Hollow e a casa que está fechada aqui na Inglaterra, que me interessam. Eu gostaria de vê-las.

– Quanto tempo acha que ira demorar para isso, Katherine? - Dumbledore perguntou se pronunciando pela primeira vez.

– Uma semana no máximo. - foi Richard quem respondeu.

– Você poderá ficar até duas ou três semanas a mais por aqui se for necessário. Falarei com Severo e os outros professores para que eles fiquem cientes sobre o que aconteceu. É claro, se isso for de seu agrado. - ele acrescentou.

– Eles ficariam sabendo mais cedo ou mais tarde, então, que seja mais cedo. - falei dando de ombros.

– Voltarei para Hogwarts agora. Qualquer problema, volte a me chamar. - ele falou se levantando e sorrindo para mim e acenando para Richard antes de desaparatar no meio da sala.

– Posso mostrar para a senhorita os imóveis depois de amanhã. - Richard falou enquanto olhava uma agenda.

– Por mim, tudo bem.

– Quanto o apartamento trouxa de Anna, como pretende vendê-lo? Apenas o apartamento, ou com os móveis junto?

– As casas, elas possuem os móveis? - eu perguntei.

– Não, mas os móveis que Anna possuia no apartamento não ocuparia nem uma sala de qualquer uma das casas. - Richard falou depois que alguns minutos pensando.

– Vou querer os móveis de Anna. Por hora, ou vender apenas o apartamento. - falei depois de alguns minutos pensando.

– Colocarei o aviso de que o apartamento está a venda ainda hoje. Quanto tempo a senhorita acha que vai precisar para limpar todo o apartamento? - ele perguntou enquanto anotava.

– Farei o mais rápido possível.

– Bem, acho que a senhorita gostaria de descansar agora. - ele falou levantando-se. - Poderia ficar apenas com as escrituras do apartamento debaixo? - ele perguntou esticando a mão para o envelope que continuava sobre minhas pernas.

– É claro. - eu falei passando para ele o envelope, de onde ele tirou três ou quatro folhas. Depois que eu verifiquei que aquelas folhas eram mesmo as escrituras do apartamento debaixo ele foi embora me deixando sozinha na casa apenas com a pequena elfa doméstica.

– Senhorita... - escutei a voz fina da elfa a alguns metros de mim.

– O que foi, Mila? - eu perguntei abrindo os olhos e encarando a elfa.

– Eu gostaria de saber o que vai acontecer agora com a Mila. - ela falou apertando as mãos e olhando para os pés.

– No testamento de Anna, ela escreveu que agora você pertencia a mim, mas caso você queira a liberdade... - eu comecei.

– Não! Tu... tudo menos isso. - ela gritou assustada.

– Não estarei aqui o tempo todo, Mila. - eu argumentei.

– Não. Mila não quer ser uma elfa livre. - ela murmurou. - Por favor, senhorita... Não faça isso com a Mila. - ela pediu se aproximando mais ainda de mim.

– Não farei. - eu respondi.

– O que Mila pode fazer para a senhorita?

– Pode fazer um chá quente para mim?

– É claro. - ela se apressou a voltar para a cozinha.

– Estarei no quarto. - eu gritei para ela me levantando, pegando a bolsa do chão ao meu lado e indo para meu quarto ali no apartamento.

Com um aceno de mão, tudo que estava dentro da bolsa estava arrumado no quarto. Coloquei o envelope que continha as escrituras das casas da família Liwener em uma gaveta e a tranquei com um feitiço. Depois peguei o envelope que Anna tinha me dado no dia em que eu cheguei aqui e o frasco com as memórias dela. Coloquei o frasco sobre a cômoda e me sentei na cama para ler o que era tão importante e ao mesmo tempo a assustava tanto.

Nesse momento, Mila entrou no quarto carregando uma bandeja maior do que ela com um bule que soltava fumaça pelo único buraco, uma xícara e algumas bolachas e bolos famosos no mundo bruxo. Levitei a bandeja até a cama para facilitar o trabalho da pequena elfa.

– Obrigada, Mila. - eu agradeci me servindo de um pouco de chá.

– O que Mila pode fazer para a senhorita agora? - ela perguntou esperando ordens.

Olhei para o relógio antes de responder. Já era quase oito horas da noite, eu provavelmente não iria jantar.

– Não precisa se preocupar comigo, Mila. Vá terminar de arrumar as coisas que minha tia possuia no apartamento trouxa. Se eu precisar de alguma coisa eu irei chamá-la. - eu falei.

– Tudo bem, senhorita. - ela falou se retirando.

Finalmente abri o envelope e tirei um maço de pergaminho para ler.



"Katherine, minha querida sobrinha.

Se você está lendo isso agora, é porque eu já não estou mais nesse mundo. Não estou mais aqui para apoiá-la, não estou aqui para poder ajudá-la.

Querida, eu menti. Menti quando disse que não sabia o paradeiro de sua mãe.

Voldemort fez com que eu não pudesse contar isso para você através de palavras e nem de lembranças. Parte de minha maldição era isso.

Enquanto eu não decidisse te contar isso, eu ficaria bem. Você tinha me dado quatro anos, na época eu já desprezava minha vida. Minha vida, terminou quando meu filho morreu. Depois que eu te conheci, quando eu soube que você ainda estava viva, minha sobrinha, eu achei um novo motivo para viver.

Então seu pai veio e tirou essa alegria de mim me amaldiçoando. Hoje, enquanto eu escrevo essa carta para você, eu sei que meus dias, a partir de agora, estão contados. Katherine, eu quero que me perdoe por ter mentido para você.

Eu queria poder passar mais tempo com você, queria conhecê-la e ajudá-la como eu não pude fazer com meu filho. Mas percebi que eu estava tentando enganar a mim mesma. Você é uma ótima atriz. Sabe esconder seus sentimentos e por isso eu não desconfiei. Mas da última vez que nós nos encontramos há alguns dias em Hogsmead, e eu vi como você era parecida com Luna e como você estava desgantando-se para encontrar a verdade sobre ela na mente de seu pai, eu finalmente percebi que o melhor que eu poderia fazer para você, era contar-lhe onde Luna está.

Gostaria de contar isso olhando em seus olhos, mas seu pai sempre foi cauteloso e extremamente cuidadoso. Ele fez com que eu não conseguisse pronunciar as palavras sobre o paradeiro de Luna para você. Posso escrevê-las agora, porque você não está perto de mim, mas se você estivesse perto de mim, eu não conseguiria escrever o que vou escrever agora.

Katherine, você já viu sua mãe. Ela conhece você e se emociona ao falar sobre você. Ela mora em Hogsmeade agora e responde pelo nome de Anita Chase.

Você deve se perguntar o que aconteceria comigo se eu tentasse contar isso para você.

Seu pai me amaldiçoou, mas parte da maldição estava ligada com o momento em que eu fosse contar o que sabia sobre Luna para você. Ele me falou tudo sobre a Luna. Falou o que tinha feito com ela antes de afastar você dela e tudo o mais. Luna agora é uma mulher frágil, Katherine. Mas ela sabe sobre você e todas as vezes que te vê, tem a vontade de te abraçar e dizer a verdade, dizer que é sua mãe. Porém, ela, assim como eu, está a mercê de um feitiço de seu pai. Enquanto você não souber disso, ela não poderá se aproximar de você.

A maior parte de minha maldição, se tornou a tortura mental. Eu sempre queria te contar tudo o que eu sabia, mas por ser mesquinha e querer proteger a mim mesma, eu não fui capaz de aceitar a morte até agora.

Espero que você me perdoe, Katherine. E caso consiga me perdoar... Espero que você aceite os conselhos dessa velha.

'Não se deixe intimidar, não esconda seu verdadeiro eu. Não deixe de amar, de ser feliz. Faça as suas escolhas, erre quando precisar. Aprenda com seus erros e cresça com eles. Não se submeta às escolhas e ordens dos outros, e principalmente de seu pai. Não deixe de ser a menina inteligente, linda e poderosa que você é. Não abaixe a cabeça, quando estiver certa. Você, Katherine... Você nasceu para ser uma líder. Fique perto dos amigos e nunca, nunca mude.'

Procure sua mãe, fale com Luna. E diga a ela que eu sempre a amei, que eu nunca deixei de amar minha irmã caçula.

Espero que você cresça e possa ser uma figura importante na história do mundo bruxo. Espero que você brilhe tanto quanto os quatro fundadores de Hogwarts brilharam.

Você é descendente dos quatro, você possui o poder dos quatro. Você é a única capaz de mudar o mundo bruxo, se você não conseguir, ninguém conseguirá fazer tal coisa.

Mais uma vez, me perdoe.

Sua tia que te ama;

Anna Liwener Broadmoor."



Eram tantas coisas para organizar em minha mente que por um momento eu fosse enlouquecer. Não consegui controlar minhas emoções e nem meus poderes. Depois de destruir o quarto inteiro, eu consegui controlar meus poderes e minhas emoções.

Lágrimas de frustação escorriam pelo meu rosto. Anna tinha morrido para poder contar a verdade para mim, ela tinha morrido para me dar as respostas que eu procurava na mente de meu pai desde o começo do ano letivo.

Eu já não sabia mais o que fazer, não conseguia mais controlar a angústia e a dor que tinha se acumulado em meu coração enquanto eu lia a carta.

Fechei os olhos com força procurando me controlar ao máximo, porém sem nenhum sucesso. Desaparatei do quarto e deixei minha mente me levar para qualquer lugar. Quando abri os olhos estava em frente ao castelo de Hogwarts. Com minha raiva misturada com meus poderes, eu tinha passado pelo feitiço anti-aparatação que protegia a escola. Suspirei. Sempre seria ali o meu porto-seguro.

Mesmo sabendo que meus olhos estavam escarlate, eu entrei. Encontrei Harry, Rony e Hermione saindo do Salão Principal. Eles olharam para mim assustados, eu deveria estar realmente assustadora. Olhos escarlate, olheiras profundas abaixo dos olhos, com lágrimas nos olhos, o vestido preto que eu tinha usado no enterro o cabelo ondulado bagunçado e provavelmente vários arranhões e maquiagem borrada.

– Katherine? - Harry foi o primeiro que se atreveu a se aproximar.

Ele chamando meu nome me trouxe para o mundo real e eu voltei a desabar no chão. Senti meus joelhos baterem no chão de pedra, mas não me lembro do que aconteceu depois, devo ter desmaiado ou coisa parecida.


POV Harry

Amanhã já era o primeiro dia de aula do novo semestre e Katherine ainda não tinha retornado.

No final do dia, McGonagall falou para mim, Hermione e para os Weasleys que a tia de Katherine tiha falecido na noite passada e que provavelmente ela não iria voltar para a escola a tempo do início das aulas.

Estava preocupado com ela, mas o que mais me assustou até hoje, foi vê-la de pé no Saguão de Entrada com os olhos escarlate, com a maquiagem borrada, cabelos bagunçados, com cortes fundos nos braços, pernas e mãos com sangue saindo dessas feridas e com um vestido preto simples que também estava rasgado em várias partes.

– Katherine? - eu a chamei e me aproximei me recuperando do susto antes que Rony e Hermione.

Me arrependi no mesmo momento. Ela caiu de joelhos no chão, seus olhos fecharam e um grito terrível saiu de seus lábios também machucados, antes de cair deitada no chão e ficar imóvel.

Com o grito dela em minutos, Dumbledore e os outros professores apareceram no Saguão de Entrada. Dumbledore e Snape foram os primeiros a se recuperarem do choque ao verem Katherine naquele estado e desmaiada no meio do Saguão de Entrada.

Então antes que eles pudessem tocar nela, seu corpo sumiu como se tivessem jogado uma capa de invisibilidade sobre ela.


POV Autora

Depois do que aconteceu no Saguão de Entrada de Hogwarts, todos de perguntavam para onde o corpo de Katherine tinha ido parar, principalmente Harry que não sabia o que sentia pela amiga desde o dia em que vira ela chorando no corredor e não soube o que fazer.

Enquanto isso, Katherine acordava no meio do quarto destruído no apartamento de Anna. Em sua mão esquerda, o frasco com as memórias de Anna estava intacto.

Ela soltou um suspiro pesado antes de se levantar e com um único aceno de mão, o quarto voltou a ser o que era antes que ela resolvesse destruí-lo, tudo no lugar certo.

A descarga de poder e fúria que tinha tomado conta de seu corpo, tinha a deixado extremamente fraca e frágil agora. Ela deitou na cama, mas antes que pudesse dormir, uma labareda vermelha brilhou acima de sua cabeça e Fawkes apareceu com um pergaminho amarrado a sua pata.


"Onde você está? Se você puder responder, responda.

Deixou todos nós preocupados em Hogwarts.

Albus Dumbledore."


Ela não fazia a menor idéia do que significava aquilo, mas respondeu. Sabia que tinha ido para Hogwarts e com a mistura de seus poderes e sua raiva tinha passado pelos feitiços de proteção, mas não se lembrava do que tinha acontecido depois que ela entrou no castelo. Nem se lembrava como tinha voltado para o quarto onde se encontrava agora.

Ela ainda estava com os cortes profundos nos braços, pernas e mãos e alguns cortes feios no rosto, além de um corte fundo e grande em seu lábio inferior.

Fawkes se aproximou dela para curar todos aqueles ferimentos, mas ela o afastou.

– Isso é problema meu, Fawkes. - ela falou. Fawkes abriu as asas e com outra labareda de fogo sumiu do quarto.

Com um feitiço simples, ela fechou todos os cortes, tirou o sangue da pele e concertou o vestido antes de se deitar na cama. Não queria se lembrar de nada do que tinha acontecido nas últimas horas e nos últimos dias.


POV Katherine

Acordei no dia seguinte bem mas não saí do quarto. Mila vinha de hora em hora ver se eu queria alguma coisa. Não podia culpá-la era da natureza dela se preocupar.

O que eu sempre quis, era conhecer minha mãe ou pelo menos saber se ela estava viva. Agora que eu sabia quem ela era, que ela estava viva e que eu já a conhecia, eu não fiquei feliz, estava irritada.

Fui dormir cedo naquela noite. Não era necessário, mas eu queria estar calma no dia seguinte. Agora eu era a proprietária de tudo que pertencia à família Liwener.

Na manhã seguinte acordei com Mila mexendo nas coisas dentro do quarto.

– O que faz aqui, Mila? - eu perguntei me sentando na cama e encarando a elfa.

– Estava procurando uma roupa para a senhorita. O senhor Smith já está a esperando na sala. - ela falou abaixando a cabeça.

– Diga a ele que eu já vou. E não quero que você mexa nas minhas coisas sem permissão. - eu falei autoritária.

– Mila vai se castigar, senhorita. - ela falou indo para a porta.

– Não. Isso é um aviso. Não quero que a partir de agora você mexa nas minhas coisas sem minha permissão. - eu falei saindo da cama. - Vá avisar Richard que eu vá vou. - disse deixando que ela saísse do quarto.

Peguei uma roupa qualquer, guardei a varinha no bolso da calça e a adaga entre minha perna e a meia, como Valentine tinha me ensinado.

Fui para sala onde encontrei Richard tomando chá enquanto me esperava.

– Senhorita Riddle! - ele me saudou assim que me viu. - Podemos ir?

– Se o senhor já terminou de tomar o chá, sim. - eu falei indicando a xícara para ele.

– É claro. Poderíamos ir de carro, mas acho que demoraria muito. E pelo o que sei, a senhorita não usa os métodos trouxas de transporte. Então, podemos ir aparatando. Acredito que a senhorita nunca aparatou. - ele falou terminando a uma frase em tom de pergunta.

– Sim, eu nunca aparatei. - eu menti. Não podia falar para ele que desde os oito anos eu já aparatava.

– Segure em meu braço para que façamos uma aparatação acompanhada. - ele falou esticando o braço esquerdo para mim.

Segurei o braço de Richard e senti a conhecida sensação de ser puxada para o vácuo.

Em questão de segundos eu já estava em outro lugar. Olhei ao redor tentando me localizar mas não consegui.

– Aquela é a casa da família Liwener aqui em Londres. - Richard falou ao meu lado enquanto apontava para a mansão a nossa frente.

– Casa? - eu perguntei irônicamente.

– Sua mãe, Luna e seus avós moraram aqui no passado. Ela está fechada a aproximadamente dezesseis anos. - ele falou ignorando minha ironia.

– Eu posso? - perguntei me aproximando do portão da casa e virando para ele.

– É claro. Essa casa é sua desde o último Natal. - ele falou sorrindo.

O jardim estava bem cuidado mesmo sendo inverno, e a mansão era maior do que a Mansão Malfoy.

– Anna nunca quis alugar essa casa e nem as casas de Godric's Hollow. Mas agora que elas são suas, você tem esse direito. Ela dizia que ela tinha muitas recordações nessa casa.

Entrei na casa e andei pelos cômodos desconhecidos, mas ao mesmo tempo um tanto familiares, Richard apenas me seguia.

Quando eu voltei a sair da casa ele voltou a falar.

– Pretende alugá-la ou vai continuar a mantê-la fechada? - ele perguntou.

– Ainda não sei. Quero ver as outras duas casas de Godric's Hollow antes de dar o meu veredicto. - falei segurando seu braço. Ele desaparatou e quando eu voltei a abrir os olhos, estava em frente de outra casa completamente diferente.

Tudo ao nosso redor estava coberto de neve ao contrário de Londres. A casa era simples e idêntica a todas as outras casas ao redor. Um jardim simples que também estava coberto de neve. Olhei ao redor e vi uma casa praticamente destruída quase no final da rua do lado direito. Richard percebeu meu olhar sobre a casa.

– Aquela era a casa dos Potter's. - ele falou. - Ninguém entra ali há anos. O mato cresceu ao redor da casa impedindo a passagem de qualquer pessoa.

Do lado esquerdo da rua, uma igreja e o comércio podia ser visto e bem no meio da rua, uma praça. Ali no meio da praça, tinha um monumento que chamou a minha atenção.

Ignorei a casa a minha frente e fui até a praça. Um homem, abraçava uma mulher que segurava uma criança no colo, mais precisamente um bebê. Na testa desse um raio.

– É um monumento em homenagem aos Potter's. Eles ergueram essa estátua alguns meses depois da morte de Lílian e Tiago. - Richard falou parado alguns metros atrás de mim.

– Acho que não existe homenagem melhor para eles. - eu falei sorrindo fracamente. - Vamos ver a casa. - eu falei voltando pelo mesmo caminho.

A casa não tinha nada de especial. Uma cozinha grande, uma sala de estar, um escritório, uma sala de jantar e lavanderia no primeiro andar. No segundo andar, quatro suítes e um quarto simples. Sem contar com o porão.

Fomos andando para a outra casa de Godric's Hollow. Fiquei surpresa com a grandiosidade dela. Ela reinava sobre o pequeno povoado.

Richard riu ao ver o meu olhar surpreso.

– Dizem que essa é a casa mais antiga daqui. Pelo o que eu conheço das histórias que passavam de geração para geração na família Liwener, essa é a casa onde o próprio Godric Gryffindor nasceu e viveu. - ele falou.

– É linda e imponente. - eu falei sem tirar os olhos da casa. Sem sobra de dúvida, aquela era a maior casa daquele povoado.Não era de concreto ou qualquer outro material que se vê agora. Era possível dizer que a casa era muito antiga apenas vendo. Pedras rústicas misturadas com várias coisas que eu não podia identificar.

– Eu posso entrar? - eu perguntei.

– É claro.

Fiquei mais surpresa ainda ao ver que a casa estava com móveis dentro. Era como se eu tivesse entrando em uma miniatura de Hogwarts. Andei pela casa até ficar cansada. Dois quartos estavam cobertos de livros, todos em seu devido lugar nas estantes que iam até o teto. Então eu compreendi que os livros que estavam nas bibliotecas dos fundadores, era apenas uma parte da verdadeira biblioteca que eles possuiam. Se o resto da biblioteca de Gryffindor estava aqui, onde estaria o resto da biblioteca dos outros três? Precisaria perguntar para eles depois.


Já no apartamento de Anna, Richard voltou a me perguntar:

– Vai manter as casas fechadas ou irá alugá-las?

– Alugue a casa de Londres para um bruxo. Não vou colocar a casa nas mãos de um trouxa. Quanto as casas de Godric's Hollow, ela continuarão como estão. - eu respondi. - E venda esse apartamento também. Vou me desfazer das coisas que eu achar que não usarei e vou levar as outras coisas para a casa de Godric's Hollow. - eu falei depois de alguns minutos em silêncio.

– Como quiser.

– Até o final dessa semana eu termino de mandar tudo para lá e você terá os dois apartamentos livres para vendê-los. - eu disse encerrando a conversa.

– É claro. - ele falou se levantando. - Eu pensei que seria complicado de resolver as coisas com a senhorita, mas eu estava completamente errado. Você sabe o que quer e não demora para decidir as coisas. - ele falou antes de se retirar.

– Mila. - eu chamei a elfa.

– Sim, senhorita. O que Mila pode fazer?

– Quero saber se o apartamento trouxa de Anna já está vazio.

– Sim. Mila terminou tudo essa tarde. - ela falou.

– Ótimo. Você conhece a casa de Godric's Hollow? - eu perguntei para ela.

– A Casa Grande ou a igual as outras? - ele perguntou.

– A igual as outras. - eu respondi rindo.

– Conheço sim.

– Eu vou mandar as coisas que eu selecionar para aquela casa. Quero que você vá limpá-la, antes que eu comece a fazer isso. Quanto tempo você acha que levará para limpar aquela casa? - eu perguntei.

– Se Mila for agora, consigo limpar tudo até de manhã. - ela respondeu.

– Faça isso então. Mas descanse. - eu falei antes que ela sumisse com um estalo.


Eu também passei a noite acordada selecionando o que eu iria mandar para lá e o que eu iria jogar fora ou vender para qualquer lugar. No final de tudo, um pouco menos da metade das coisas iria e o resto seria inútil para mim.

Na manhã seguinte, quando Mila retornou avisando que a casa estava limpa e pronta para receber os móveis, eu fui descansar. Tinha passado a noite acordada, assim como ela.

Dois dias depois, o apartamento estava vazio enquanto a casa estava arrumada e pronta para que eu ou qualquer outra pessoa morasse ali.

Fiquei mais duas semanas conhecendo Godric's Hollow e descobrindo o que a 'Casa Grande' escondia. Descobri que a casa era protegida com vários feitiços, além de certos quartos estarem carregados de poderes antigos que tive de estudá-los.

Visitei várias vezes o cemitério do povoado, assim como as ruínas da casa dos Potter. Uma magia poderosa e um tanto maligna cercava o lugar, demorei um tempo para tirá-la do redor da casa. Queria corrigir pelo menos uma parte do mal que meu pai tinha causado a tantas pessoas, mas principalmente aos Potter's, ao Harry.

Era hora de voltar para Hogwarts.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Eu revisei o capítulo agora antes de postar, então não sei se deixei passar algum erro. Se encontrarem algum, me avisem.
Se a minha imaginação continuar nesse caminho, no próximo capítulo acho que a Kath se encontra com a Luna. Mas não tenho certeza. Ainda não comecei a escrever o capítulo e tudo pode mudar nas próximas horas.
Espero reviews.