Voldemorts Daughter escrita por NatyAiya


Capítulo 39
Capítulo 39 - Morte inesperada


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, mil desculpas pela demora.
Vou começar a me justificar.
Primeiro: na sexta, dia 20, eu tive uma prova para saber o meu nível de inglês e fiquei realmente sem tempo para postar semana passada. Fiquei a semana inteira revisando o que eu sabia de inglês.
Segundo: Eu passei mal mesmo semana passada. Enquanto não estava estudando para a prova, eu estava de cama.
Terceiro: Tive alguns problemas pessoais, que ainda não foram totalmente resolvidos, então não sei quando vou postar novamente. Provavelmente até o mês que vem tem capítulo novo.
Agora falando sobre o capítulo...
Ninguém acertou quem iria morrer nesse capítulo. Vou deixar vocês lerem agora...
Nos vemos lá embaixo.



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Capítulo 39 - Morte inesperada

Algumas semanas depois, a neve começou a cair nos terrenos de Hogwarts cobrindo lentamente os jardins com ela.

Três semanas depois do meu desmaio, Harry falou para mim que Lupin tinha concordado em ensinar a ele como afastar os dementadores, mas só depois das férias. Expliquei para ele resumidamente o que eu sabia sobre os dementadores e sobre o Feitiço do Patrono.

– O seu tem uma forma? - ele perguntou quando eu falei sobre os patronos corpóreos.

– Um unicórnio. - eu respondi. Isso era realmente irônico, já que eu não tinha nada de pura, e o unicórnio é um dos animais mais puros de todos.

Eu e Alexia tínhamos nos aproximado um pouco mais nessas últimas semanas. Ela já estava sabendo sobre minha descendência e sobre a ligação com meu pai.

No começo de dezembro, os alunos a partir do terceiro ano tiveram novamente autorização para ir até Hogsmeade. Fred e Jorge tinham conversado comigo antes disso e eles concordaram em dar o Mapa do Maroto para mim, mas sinceramente, achei que Harry poderia utilizar melhor o Mapa do que eu, então convenci os dois a darem o Mapa para o Harry.

Em Hogsmeade, me encontrei com Anna e conversamos por um tempo no Três Vassouras, já fazia algum tempo que nós estávamos lá, quando Cornélio Fudge, Ministro da Magia entrou no lugar junto com Minerva, Hagrid e mais alguns professores da escola.

Observei a árvore de Natal que estava no centro do estabelecimento flutuar alguns centímetros escondendo a mesa de Hermione e Rony dos olhos dos professores e do Ministro.

– Anna, eu volto logo. - eu falei para ela me levantando e indo até onde os dois estavam. - Posso saber o que vocês estão aprontando? - eu perguntei me apoiando na mesa.

– É a Katherine? - escutei a voz de Harry perguntar.

– Harry? - eu perguntei.

– Sim. Estou embaixo da mesa. - ele respondeu.

– Minha pergunta já foi respondida. Estou ali atrás com a Anna. - eu falei voltando para a mesa onde Anna me observava.

– O Ministro aqui? - ela comentou.

– Eu escrevi nas cartas sobre os dementadores para você. - eu falei.

– Sim, é mesmo. Eu tinha me esquecido.

Pouco tempo depois, os professores e o Ministro começaram a conversar sobre Sirius Black, os Potter's e Peter Pettigrew. Lancei olhares perocupados para a mesa onde Harry estava coberto com a capa quando eles falaram sobre Black ser o padrinho de Harry e sobre ele ter traído os Potter os entregando para meu pai.

Minha vontade era de ir até os professores e ao Ministro falar tudo o que eu sabia, e ir até Harry e explicar tudo. Mas quem iria acreditar em mim? Os professores de Hogwarts que estavam aqui? Talvez. Fudge? Não mesmo.

– O que está te preocupando, querida? - a voz de Anna me tirou dos devaneios.

– Nada demais. - eu menti.

– Posso não ter passado muito tempo com você Katherine, mas você e Luna possuem a mesma expressão de quando está preocupada com alguma coisa e não pode falar com ninguém sobre isso. - ela falou sorrindo. Por um minuto pensei que ela tinha entrado em minha mente para saber de tudo isso. - Sabe que pode contar comigo.

– São problemas que definitivamente eu devo resolver sozinha, Anna. Não vou envolvê-la nisso. - eu falei.

– Você é quem sabe.

Tentei afastar o assunto sobre Sirius Black de minha mente, mas sem sucesso. Tinha ido na noite anterior até a Casa dos Gritos falar com Black. Ele estava bem, mas estava ficando impaciente com o fato de ainda não ter conseguido entrar no castelo para pegar Pettigrew.

Fiquei por mais algumas horas em Hogsmead com Anna antes de voltar para o castelo.

Mais tarde no mesmo dia, Harry veio me falar que Fred e Jorge tinham dado o Mapa do Maroto para ele e ensinado a passagem da Bruxa de Um Olho Só para ele ir até Hogsmead. Aparentemente ele estava bem com o fato de ter descoberto que Black era seu padrinho e também ter descoberto que, supostamente, Black tinha traído os Potter e depois matado Pettigrew. Mas sua mente era um turbilhão de perguntas e sentimentos, principalmente raiva e ânsia de vingança.

Na segunda depois da visita até Hogsmead, os diretores das casas passaram a lista para saber quem ficaria em Hogwarts durante as férias. Da Sonserina, novamente, eu seria a única.

Duas semanas depois, o castelo estava praticamente vazio, as férias tinham começado.

Alguns dias depois do início das férias e antes da véspera do Ano Novo, recebi uma carta no meio do almoço que mudou o rumo das minhas férias.


"Cara Srta. Riddle,

Peço desculpas por estar enviando essa carta durante suas férias escolares, mas a saúde de Anna Broadmoor piorou nos últimos dias.

Os médicos estão dizendo que o fim dela está próximo.Anna, como minha cliente e amiga, pediu para que eu mandasse essa carta para a senhorita.

Ela disse que gostaria de vê-la uma última vez antes de partir.

Espero que a senhorita possa vir vê-la.

Richard Smith."


Levei um tempo para me lembrar quem era Richard Smith, e tive que ler duas vezes a carta para compreender o que estava escrito nela.

Foi então que o choque chegou até mim. Eu estava sentada na mesa da Grifinória junto com Harry, Rony e Hermione.

– Katherine, o que foi que houve? - Harry perguntou sentado a minha frente.

– Katherine...? - Hermione chamou ao meu lado.

– E..eu preciso ficar sozinha. - eu falei, e com a mão tremendo, peguei o envelope de cima da mesa e saí correndo do Salão Principal.


POV Snape

Estava observando Katherine na mesa da Grifinória desde que aquela carta chegou na hora do almoço.

Talvez eu e nem os outros professores tivéssemos notado a carta se ela tivesse chegado de manhã, junto com as outras, mas na hora do almoço já era uma história completamente diferente.

Observei Katherine abaixar o pergaminho com as mãos tremendo e murmurar qualquer coisa para o trio com quem ela estava, pegar o envelope sobre a mesa e sair correndo do Salão.

Meu impulso foi de ir atrás dela, mas Minerva me impediu.

– Deixe ela sozinha, Severo. Seja lá o que for que estava escrito naquela carta, era algo que a abalou.

– Mas... - eu tentei argumentar.

– Espere mais alguns minutos, Severo. - Dumbledore que falou agora olhando para as portas do Salão preocupado.

Voltei a sentar. Procurei pela mente dela nos corredores da escola, mas o que encontrei não me ajudou.

Vi Potter se levantar alguns segundos depois de Katherine e sair do Salão indo atrás dela.


POV Harry

– O que você acha que estava escrito naquela carta? - Rony perguntou para mim voltando a comer.

– Como você pode continuar comendo? - Hermione perguntou incrédula.

– Eu vou atrás dela. - eu falei me levantando e saindo do Salão atrás de Katherine. Ela não estava mais a vista em nenhum lugar. - Pense Harry, para onde você iria se fosse a Katherine? - eu murmurei fechando os olhos e tentando pensar como a Katherine. Talvez o dormitório dela.

Fui até o dormitório particular dela pensando que poderia encontrá-la ali, mas parei ao vê-la chorando perto do quadro que levava até seu dormitório.

– Katherine... - eu a chamei me aproximando.

Ela olhou para mim assustada e se levantou ficando de costas para mim pude ver ela enxugar o rosto com a manga da blusa.

– O que faz aqui, Harry? - ela perguntou com a voz trêmula.

– O que estava escrito na carta? - eu perguntei me aproximando mais ainda.

– Nada demais. - ela falou ainda de costas para mim.

– Então por que saiu correndo do Salão Principal e por que estava chorando? - eu perguntei e vi ela desabar no chão. - Katherine! - eu gritei assustado. Nunca tinha visto ela assim.

Eu não sabia o que fazer, então a abracei tentando reconfortá-la, mas ao invés disso, ela começou a chorar mais ainda.

– O que houve? - eu perguntei baixo.

Eu nunca imaginei que eu estaria no meio do corredor do sétimo andar, abraçando-a enquanto ela chorava.

– Quero sair daqui. - ela pediu entre as lágrimas.

– Para onde? - eu perguntei e ela apontou para o quadro dos quatro animais de Hogwarts, o quadro do dormitório dela. Ajudei ela a se levantar e antes que eu pudesse falar a senha o quadro se abriu.

Não esperava que ela pudesse chorar mais ainda, mas foi o que aconteceu assim que eu me sentei ao lado dela em um dos sofás em frente a lareira.

Ela estava agarrada em minha blusa e não parava de chorar, passei o braço ao redor de seu corpo puxando-a mais para mim.

– Está tudo bem. Se acalme e me conte o que estava escrito na carta. - eu pedi a apertando contra mim.

Ela não se afastou de mim, mas não falou nada. Algum tempo depois, pareceu que ela tinha se acalmado um pouco e se afastou de mim tirando o envelope de dentro do bolso me entregando.

Li em silêncio o que estava escrito no pergaminho.

– Katherine... Eu sinto muito. - eu falei olhando para ela.

– Não sinta. Eu sabia que isso aconteceria. - ela falou deixando várias lágrimas caírem.

Reprimi o impulso que tive de abraçá-la novamente, o que estava acontecendo comigo?

– Não chore. - eu pedi colocando a mão em seu rosto e tirando as lágrimas que insistiam em cair. - O que vai fazer?

– Vou falar com Snape e Dumbledore. Preciso ir vê-la. - ela respondeu depois de alguns minutos em silêncio.

– Acha que eles irão autorizar? - eu perguntei.

– Não sei, mas não custa nada tentar. - ela respondeu colocando sua mão sobre a minha em seu rosto. - Obrigada, Harry. - ela falou tirando minha mão de seu rosto. - Desculpe por ter mostrado esse meu lado para você. - ela falou sorrindo fracamente e deixando uma última lágrima descer pelo seu rosto.

– Esse seu lado é fofo. - as palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse segurá-las.

– Vou procurar Snape, preciso pedir permissão para sair da escola. - ela falou rindo e se levantando. - Obrigada por ficar comigo, Harry. - ela agradeceu novamente antes de sair me deixando sozinho no dormitório dela.


POV Katherine

Saí de meu dormitório deixando Harry sozinho, e fui direto para as Masmorras, para a sala de Severo.

– Entre. - ele falou quando eu bati na porta. - Katherine, o que foi que houve? - ele perguntou olhando preocupado para mim assim que me viu. As marcas das lágrimas ainda estavam em meu rosto e meus olhos ainda estavam vermelhos e inchados por causa do choro.

Não falei nada, apenas entreguei a carta para ele. Se eu começasse a falar, meus sentimentos me trairiam e eu voltaria a chorar novamente.

Severo leu em silêncio e quando ergueu os olhos do pergaminho e voltou a olhar para mim, a preocupação em seus olhos tinha aumentado.

– Vou falar com Dumbledore, posso levar essa carta? - ele perguntou e eu assenti. - Espere aqui. - ele falou se levantando e indicando a cadeira para mim antes de sair da sala. Era tão fácil falar com Severo, ele me compreendia e sempre estaria me apoiando.

Mas o que tinha sido aquilo que eu senti ao ser abraçada pelo Harry? Não tinha sido surpresa, isso eu tinha certeza. Foi algo... novo.

Antes que eu pudesse continuar a pensar nisso, Dumbledore e Severo entraram.

Dumbledore tinha preocupação nos olhos assim como Snape.

– Vá arrumar suas coisas, querida. - Dumbledore falou. - Iremos enviá-la através da Rede de Flú amanhã de manhã. Gostaria de poder enviá-la hoje, Katherine. Mas eu preciso da autorização do Ministério. Falarei com Cornélio dentro de alguns minutos. - ele falou.

Assenti e saí da sala. Severo me acompanhou.

– Como se sente? - ele perguntou quando entramos no Salão Comunal.

Respirei fundo algumas vezes antes de responder.

– Um lixo. - eu falei me jogando no sofá mais próximo e jogando a cabeça para trás. - Eu tinha falado para Anna que ela ainda teria quatro anos de vida, Severo. Ela só tinha mais um. - eu falei afundando o rosto nas mãos.

– Existem maldições que mudam com o tempo, Kath. - ele falou se sentando ao meu lado e me puxando para um abraço. Aceitei de bom gosto. - Não se culpe se algo acontecer com ela. Vá arrumar suas coisas, estarei te esperando. - ele falou me afastando.

Assenti e subi as escadas que levavam até o dormitório que eu dividia com as meninas no tempo normal, mas que agora estava vazio apenas com as minhas coisas. Respirei fundo e tirei uma bolsa grande o suficiente para várias mudas de roupa e alguns objetos pessoais. Com um aceno de varinha as coisas se arrumaram dentro da bolsa e com mais um aceno, o quarto ficou arrumado e eu desci as escadas para encontrar com Severo.

– Dumbledore falou para você ficar em seu dormitório essa noite. Amanhã de manhã, eu vou te buscar antes do café para você ir para a casa de Anna através da Rede de Flú. - ele falou abrindo a passagem e saindo na minha frente. - Vou escrever para Lucius avisando que...

– Não! - eu o cortei.

– Mas Kath... - ele começou.

– Lucius não deixaria que eu ficasse com a Anna. Se ela está morrendo, eu quero estar com ela.

– Tem certeza? - ele perguntou.

– Sim.

Depois dessa pequena conversa, fomos até meu dormitório no sétimo andar em silêncio. Harry não estava mais lá quando nós entramos. Severo saiu me deixando sozinha depois de verificar se eu estava bem e se eu iria ficar bem acomodada aqui.

Ainda não era nem duas horas da tarde, mas eu me deitei na cama e dormi até a manhã seguinte, quando fui acordada por Harry e Hermione.

– O que fazem aqui? - eu perguntei abrindo os olhos.

– Você vai para a casa da Anna? - Hermione perguntou.

– Sim. - eu respondi.

– Quando?

– Antes do café, por quê?

– Eu, Rony e Hemione ficamos preocupados com você depois que você não foi jantar ontem a noite. - Harry falou.

– Rony só não está aqui agora porque ele é um grande preguiçoso. - Hermione falou bufando irritada.

– Não queria preocupar vocês. - eu me desculpei.

– Vá com cuidado. - Harry falou para mim me dando um beijo na bochecha e um abraço apertado.

– Estaremos te esperando. - Hermione falou fazendo o mesmo.

– Obrigada. Acho melhor vocês voltarem para o Salão Comunal da Grifinória antes que o Snape apareça aqui. - eu falei sorrindo para os dois.

– Claro. - Hermione falou. - Vamos Harry. - Hermione falou jogando a capa sobre eles.

Depois que eles saíram do quarto, não tive muito tempo para pensar. Severo não demorou para vir.

Fui levada para o gabinete de Dumbledore e dali, fui para a casa de Anna.

– Mila! - eu chamei a elfa de minha tia assim que entrei no apartamento pela lareira.

– Senhorita Katherine! - a elfa saiu correndo do corredor mais próximo.

– Onde está minha tia? - eu perguntei.

– A Senhora está no apartamento do mundo trouxa. Já faz um tempo que ela não vem para cá. - ela respondeu com a voz fina e triste.

– Vou para lá. - eu falei passando pela elfa e saindo do apartamento com a bolsa na mão. Desci as escadas até o terceiro andar do prédio. Anna mantinha os dois apartamentos no mesmo prédio. O trouxa no terceiro andar e o bruxo no oitavo.

Bati na porta e esperei que alguém viesse atender. Uma mulher que eu nunca tinha visto abriu a porta e ficou me olhando.

– Quem é você? - ela perguntou arrogante.

– Meu nome é Katherine. Sou sobrinha da Anna. - eu falei. - Ela pediu para me ver e aqui estou. - eu falei dando de ombros.

– É a Katherine? - escutei a voz de Anna perguntar fraca em algum lugar de dentro do apartamento.

A mulher na minha frente deu um passo para trás deixando espaço para que eu entrasse.

Fiquei paralisada assim que entrei no quarto de Anna e vi como ela estava. Imaginei que a encontraria fraca e talvez de cama, mas ao contrário disso, eu a encontrei na cama, pálida como um fantasma, com vários aparelhos trouxas ligados a ela. Seus cabelos tinham perdido o brilho assim como os olhos e ela já não possuia a mesma postura que um dia ela tinha possuído.

– Anna? - eu perguntei, não conseguia acreditar que a mulher a minha frente na cama era minha tia.

– Sim minha querida. - ela falou sorrindo fracamente. - Victoria, poderia sair? Gostaria de ficar com minha sobrinha. - ela falou se dirigindo para a mulher.

– Estarei na cozinha. Qualquer coisa me chame. - ela falou saindo do quarto e fechando a porta.

– O que faz ela e você fazem aqui? - eu perguntei deixando a bolsa no chão ao lado da porta e indo até a cama.

– Se eu fosse para o St. Mungus, eles iriam me prender lá. Então, quando eu comecei a enfraquecer, fui para um hospital trouxa. Seja lá qual for a maldição que seu pai lançou em mim, ela é parecida com o câncer trouxa. Segundo os médicos trouxas, eu já estava nos estágios finais do câncer, em outras palavras, já estou morrendo. - ela falou.

– Mas por que está aqui?

– Se for para mim morrer Katherine, eu quero morrer na minha cama, em minha casa. - ela falou séria. - Como conseguiu sair da Mansão Malfoy? - ela perguntou.

– Eu não fui para lá. Fiquei em Hogwarts. - eu respondi.

– Por quê? - ela indagou.

– Agora que já estou em Hogwarts, acho que posso dar uma folga para o Lucius e para a Ciça. - eu respondi dando de ombros. - Anna, me desculpe. - eu pedi depois de alguns minutos em silêncio.

– Pelo o quê? - ela perguntou assustada.

– Eu disse que você teria mais quatro anos de vida há dois anos atrás. Você só tinha mais um, como meu pai falou. - eu falei me sentando na beira de sua cama e afundando o rosto em minhas mãos.

– Você não tem culpa de nada, querida. - ela falou colocando a mão sobre minha cabeça. - Eu espera a morte desde que meu filho morreu, Katherine. Seu pai só acelerou o processo de tudo.

Eu ergui a cabeça questionando-a com os olhos.

– Katherine, eu perdi o motivo de viver quando eu filho morreu. Quando eu descobri que você ainda estava viva, eu ganhei novamente um motivo para continuar a viver, mas então seu pai apareceu e me amaldiçoou. Eu não te culpo. Se eu culpo alguém, esse alguém é seu pai. Ele tirou minha irmã de mim no passado, e agora está tirando minha vida, a vida que eu usaria para cuidar de você, para me aproximar de você, querida. Você não tem culpa de nada. - ela sorriu. - Posso te pedir um favor? Abra a segunda gaveta daquela cômoda. - ela falou apontando.

Fui até lá e abri.

– Tem um envelope aí dentro, não?

– Sim. - eu respondi.

– Pegue-o e traga a caixa que está sob ele. - ela pediu.

Peguei ambos e voltei para a cama.

– Abra a caixa. - ela pediu. Ali estava as outras peças do conjunto de jóias que Anna tinha falado no ano passado para mim. - São suas. - ela falou sorrindo diante meu espanto. (N/A: Capítulo 27 - Novo ataque e férias de inverno)

– Obrigada, Anna. - eu falei olhando para ela. - E o que é esse envelope. - eu perguntei fechando a caixa e erguendo o envelope.

– Quero que você só abra esse envelope depois que eu morrer, Katherine. Você deve me prometer, me jurar que não abrirá esse envelope até que eu não esteja mais nesse mundo. - ela falou segurando meu braço firmemente.

– Eu... eu prometo. - eu gaguejei ao responder.

Ela relaxou e voltou a deitar nos travesseiros e sorriu.


Três semanas depois, já nos últimos dias das férias, eu já estava pronta para dormir, quando Victoria abriu a porta de meu quarto com violência e entrou.

– Senhorita Katherine, a senhora Broadmoor está morrendo e está pedindo para falar com você. - ela falou com pânico nos olhos.

– Eu estou indo. - eu falei pegando uma blusa e colocando por cima da camisola que eu estava usando. Assim que ela saiu do quarto, eu peguei a varinha e a adaga de cima da cômoda e fui para o quarto de Anna.

Enquanto estava indo para lá, pensei no quanto Anna tinha piorado desde o dia em que eu cheguei. Agora ela já não tinha mais forças nem para se sentar na cama sem ajuda, tinha ficado muito mais magra e pálida. Era preocupante ver o estado dela e não poder fazer nada.

Entrei no quarto e vi Victoria ao lado da cama de Anna passando um pano úmido sobre seu rosto.

– Kath... - ela ergueu a mão para mim assim que viu eu entrar no quarto.

– Victoria, eu posso ficar sozinha com ela? - eu perguntei olhando para a enfermeira.

Ela olhou para mim e me puxou para um canto do quarto.

– Ela não passará dessa noite, você só tem quinze anos. Acha que conseguirá suportar isso sozinha? - ela perguntou com a voz em um sussuro.

– Quero ficar sozinha com ela por alguns minutos. Volto a chamá-la depois. - eu falei.

– Tudo bem. Ela está com febre alta e está começando a delirar. - ela falou para mim antes de sair do quarto.

– Katherine, eu estou morrendo não é? - Anna perguntou assim que a porta se fechou.

– Está. - eu respondi indo para perto dela.

– Quero que as minhas lembranças sobre a Luna e sobre seu pai, fiquem com você. - ela falou tirando a varinha debaixo do travesseiro e encostando a ponta em sua têmpora. E então foi afastando a varinha lentamente.

Compreendi o que ela queria fazer e conjurei um frasco para colocar o fio prateado dentro. Ela colocou o longo fio prateado dentro do frasco com a mão tremendo e o soltou ali. Sua mão caiu ao lado de seu corpo pelo esforço e ela sorriu fracamente.

– Obrigada. - agradeci guardando o frasco dentro do bolso da blusa.

Poucas horas depois, Anna deixou esse mundo. Estava ao seu lado, assim como Victoria. Não pude evitar as lágrimas que escorreram pelo meu rosto.

Victoria me puxou para fora do quarto quando o sol estava quase nascendo.

– Eu sinto muito senhorita. - ela falou me abraçando com força.

Me sentei no sofá da sala com ela ao meu lado e ficamos ali até o sol nascer e o médico vir ver Anna como todos os dias.

Após o médico constar a morte de Anna e assinar o óbito de morte, Richard Smith foi chamado.

Ele sorriu para mim solidário quando entrou no apartamento.

– Sinto muito pela sua perda. - ele falou deixando uma lágrima descer por seu rosto.

– Tinha me esquecido que o senhor era amigo dela. - eu falei aceitando as palavras dele.

– A senhorita voltará para Hogwarts amanhã? - ele perguntou.

– Tinha me esquecido que amanhã começa o segundo semestre de Hogwarts. Mas não pretendo voltar amanhã. Não com a morte de Anna. - respondi.

– Esperava que a senhorita respondesse isso. Tomei a liberdade de mandar uma carta ao professor Dumbledore avisando sobre a morte de Anna. Acho que ele estará aqui em breve. - Richard falou em tom de desculpas.

– Tudo bem. - eu dei de ombros. - Pediria para que você fizesse isso de qualquer forma.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Sinceramente, eu não queria matá-la ainda. Mas devido algumas circunstâncias isso foi necessário.
O que acham que está escrito na carta que a Anna fez a Kath prometer que não iria abrir antes da morte dela? Que tipo de lembranças que envolvem a Luna e o Voldemort que ela deixou para a sobrinha?
O próximo capítulo já está em andamento. Se depender de mim, eu vou responder algumas poucas perguntas que a Kate sempre faz para o Voldemort sobre a Luna no próximo capítulo. Mas ainda não tenho certeza.
Adiantando uma coisa sobre a Luna...
A Katherine já conhece a Luna. Só não sabe que ela é a mãe dela. Outro detalhe... A Luna ainda não apareceu. Mas a Katherine já a conhece.
Uma amiga minha reclamou que nessa história falta romance. Só para adiantar... Romance vai aparecer depois que o Voldemort retornar.
Já dei spoilers demais aqui...
Espero que tenham gostado e que comentem.
Até os reviews.