Was Never Enough escrita por Yunaangel, Sara Caetano


Capítulo 5
All that I'm living for


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo saiu meio diferente do que eu queria, acho que ficou meio "fofo" (como diz minha miguxinha *-*) demais.
Nos próximos capítulos acho que já vou começar a dar uma mudada no "clima" da história, que vai se tornar mais drama por um tempo.

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5. All that I'm living for

I believe that dreams are sacred

Take my darkest fears and play them

Like a lullaby, like a reason why

Like a play of my obsessions

Make me understand the lesson

So I'll find myself, so I won't be lost again

Eu acredito que os sonhos são sagrados

Pegue meus medos mais obscuros e brinque com eles

Como uma canção de ninar, como uma razão

Como um jogo das minhas obsessões

Faça-me entender a lição

Então me encontrarei, então não estarei perdida outra vez

Segui com Matth até o portão da escola, que estava fechado como sempre.

- O portão está fechado. – falei séria.

- Oh, obrigado por me avisar senhorita óbvio. – ele sorriu sarcástico. – Então...

Ele me puxou novamente e me levou até o pequeno “parque” onde havia encontrado Arielle anteriormente. Paramos de frente para um muro, alto.

- Vamos pular. – ele disse animado.

- Pular? Matth, olha altura disso! – quase berrei.

- Dá para falar mais baixo? Vão acabar ouvindo! – ele reclamou. – Sabe subir em árvores? – ele fez um gesto com a cabeça apontando para um árvore não muito baixa.

- N-Não. – respondi nervosa.

- Ótimo, então irei te ensinar. – ele sorriu. – Vem comigo.

Matthew subiu até o galho mais alto da árvore. Não tive coragem de segui-lo, apenas fiquei observando. Quando olhou para baixo e viu que eu ainda estava no chão ele riu.

- Vem logo medrosa. – ele desafiou.

- Não sou medrosa!

- Então vem logo.

Ele até que não estava errado, eu estava com medo, mas não iria admitir isso para aquele encrenqueiro sabe tudo idiota!

Com muito cuidado, fui escalando a árvore lentamente. Comecei a imaginar o que meus pais e minhas irmãs diriam se me vissem daquele jeito. Subir em árvores, correr, ou simplesmente se divertir, sempre foi visto como brincadeiras para meninos em minha família.

Estava quase chegando até o galho onde Matthew se encontrava quando meu pé acabou escapando, por causa de minha distração. Matth esticou seu braço, pegando minha mão.

- Você é muito ruim nisso. – ele começou a rir.

- Cala a boca e me ajuda! – disse já com lágrimas nos olhos, eu era sim bem medrosa.

- Admite que está com medo que eu ajudo.

- Não vou admitir se isso é mentira! – gritei.

- Então vai ficar aí pra sempre... Ou talvez eu deva te soltar. – ele sorriu maldoso.

- Nem pense nisso. – eu disse entre os dentes.

Matth começou a soltar um de seus dedos e eu comecei a tremer.

- Ok, ok, eu estou com medo! Agora, por favor, me ajuda. – disse começando a chorar.

Matthew me puxou, enquanto ria muito. Olhei furiosa para ele.

- Você é tão boba. Acha mesmo que eu sou louco o bastante para deixar você cair? – ele deu um sorriso doce.

Fiquei um pouco envergonhada, mas meu rápido encanto logo passou...

- Sua família ia processar a minha até perdermos tudo. – ele disse brincalhão.

Já devia imaginar, a questão era só dinheiro mesmo. Olhei um pouco incomodada para ele, que pareceu não perceber.

- Bom, agora vamos pular o muro.

Ele não esperou que eu dissesse nada, apenas pulou para o muro e parou exatamente em cima dele. Matthew virou, sorriu para mim e depois pulou de costas para a rua. Já devia ter feito isso milhares de vezes.

Fiquei imóvel em cima do galho durante alguns minutos, tinha medo de pular e cair.

- Vem logo Sophie. – ouvi ele gritar do outro lado, impaciente.

Juntei um pouco de coragem, fechei meu olhos e pulei em direção ao muro. Por um instante parei em cima dele, mas minha sandália de salto não me ajudou com o equilíbrio e eu cai, por sorte para o lado onde Matth estava, pois ele me segurou.

- Você está bem? – ele perguntou preocupado.

- Sim, não se preocupe, não irei processá-lo. Agora me coloca no chão. – disse brava.

- O que foi? Eu te salvei! Não mereço nem um obrigado? – ele perguntou risonho.

- Não.

Consegui me soltar dele e pus os pés graciosamente no chão, lembrando um pouco o jeito de Alicia.

Virei-me para ele que estava imobilizado, me olhando de um jeito estranho.

- Vamos logo para sua casa ou não? – perguntei brava. – Meus pais já iriam me matar só por eu ter sido expulsa de classe, quando descobrirem que eu fugi vai ser pior ainda. Então, dá para pelo menos fazermos alguma coisa que preste para compensar?

Ele não disse nada, apenas assentiu, pegou na minha mão e saiu andando. Desvencilhei minha mão rapidamente da dele.

- O que foi? – ele me olhou surpreso.

- Não sou nada sua para ficar andando de mãos dadas com você. Não sou nem sequer sua amiga. – disse irritada.

Pensei que ele fosse ficar bravo e ir embora, mas ele apenas me olhou um pouco confuso.

- Desculpa... Vamos? – ele continuou sério.

- Vamos. – soltei um suspiro.

Fomos andando calmamente pela rua, como se nem fossemos dois estudantes que haviam acabado de fugir da escola e estavam matando aula. Sabia que eu estava sendo muito grossa com Matthew, mas não gostei do fato dele me ver só como uma patricinha riquinha e mimada, afinal, nunca fui, não sou e nunca serei nada disso.

- Fiz alguma coisa? – ele finalmente perguntou.

- Não... É só que... Esquece. – disse seca.

Ele parou imediatamente e olhou para mim,

- Se eu fiz alguma coisa pode me falar. Sinceramente, você deve saber que eu não estou acostumado a lidar com garotas como você e...

- Garotas como eu? Como são essas garotas Matthew? – gritei.

- Bem... – ele tentou começar a falar.

- São fúteis, mimadas e não se importam com nada nem ninguém sem serem elas mesmo, certo? Pois fique sabendo que eu não sou esse tipo de garota Matthew Carter. Também não sou a garotinha certinha que tem uma quedinha por um bad boyzinho estúpido e vai ficar babando por você e seu jeito “perigoso e legal” de agir. Você não faz idéia de quem eu sou, não faz idéia de tudo pelo que passo e já me rotulou sem nem me conhecer por um hora direito. Não sou previsível como você. – berrei.

- Eu fiquei te rotulando? Cara, você acabou de me chamar de bad boy, encrenqueiro e dizer que eu só fico querendo me exibir. Você acha que se eu realmente te achasse uma patricinha estúpida eu sairia da classe e te ajudaria a fugir? Eu fiz isso porque eu achei você legal Sophie, simplesmente por isso. E que idéia é essa também que eu quero você babando por mim? Eu já gosto de outra garota, por mim foda-se o que você faz ou deixa de fazer na sua vida. – ele disse rápido e bravo.

Fiquei sem ter o que dizer, em cera parte ele estava certo, eu havia rotulado ele também. Por algum motivo que não pude compreender, não gostei da ultima frase que ele me disse... Senti-me um tanto incomodada. Talvez até mesmo rejeitada.

- Não vai falar nada? – ele finalmente quebrou o silêncio.

- Não tenho nada a dizer.

Ficamos em silêncio de novo, o clima estava muito pesado, comecei a ficar sem jeito.

- Como são?

- Como são o que? – ele perguntou confuso.

- As garotas como eu.

- São diferentes. E isso não quer dizer necessariamente que elas são piores ou melhores que as outras. – ele se manteve sério.

- Diferentes como?

- Como você. Que aparentam ser uma coisa, mas são outra.  Que são elas mesmas e ao mesmo tempo não são. Sempre se escondem.

- Você está dizendo que eu não sou eu mesma? – perguntei já começando a me irritar.

- Se você estivesse sendo você mesma, nem sequer teria falado comigo Sophie. Muito menos teria fugido da escola com um garoto que você acabou de conhecer. Pode não querer admitir, mas você se parece muito comigo, gosta de emoções fortes. A única diferença é que você se preocupa muito com o que os outros esperam que você seja ou faça, e se esquece que a única coisa que importa é você ser você mesma. – ele sorriu.

Pela primeira vez senti que alguém finalmente havia encontrado o que sempre me incomodava. Minha falta de identidade. Matthew estava certo, eu nunca fui eu mesma nem nunca fiz nada pela minha vontade. Sempre dependi dos outros e me apoiei neles. E por mais que isso me enojasse, aquele dia havia sido um dos mais divertidos da minha vida. Foi um dia que eu tomei minhas próprias escolhas pela primeira vez. Claro, com um empurrãozinho de um certo garoto irresponsável.

- E pra você? – ele tentou quebrar o silêncio novamente.

- Pra mim o que?

- Que tipo de garoto eu sou pra você?
- Um irresponsável e encrenqueiro que sempre desobedece as regras e nunca faz nada certo... Mas que no fundo, bem lá no fundo, é um garoto legal. – sorri, ele riu.

- Talvez eu não seja um caso perdido. – ele deu um sorriso torto.

- Talvez. – sorri.

Matthew tentou pegar minha mão novamente para continuarmos caminhando, mas se lembrou de minha reação anterior e recuou.

- Tudo bem... Eu não me importo. – tentei sorrir.

- Tem certeza? – ele sorriu abobado.

- Sim. Agora você é alguma coisa. É meu amigo.

Ele abriu um dos mais lindos sorriso que eu já vi. Delicadamente, pegou minha mão e foi andando mais devagar, dessa vez no mesmo ritmo que eu. Fomos conversando e rindo, como se fossemos velhos amigos. Talvez tivéssemos mais em comum do que eu imaginava.


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Notas finais do capítulo

Reviews, por favor? *-*



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