4. Snow White Queen

You belong to me

My snow white queen

There's nowhere to run

So lets just get it over

Soon I know you'll see

You're just like me

Don't scream anymore my love

Cause all I want is you

Você pertence à mim

Minha rainha branca de neve

Não há para onde correr

Então vamos acabar logo com isso

Em breve eu sei que você verá

Que você é igual a mim

Não grite mais meu amor,

Porque tudo o que eu quero é você

- Chega pessoal! – o senhor Newton voltou para classe, todos logo ficaram em silêncio e eu me virei para frente. – Irei começar a chamada.

Senti alguém me cutucando, virei levemente minha cabeça para trás, com medo que o professor percebesse.

- Isso é sempre assim? – Matthew perguntou um tanto desconfortável.

- Assim como?

- Você sabe... Esse silêncio, essa ordem... Tudo!

- Claro que é, como deveria ser? – perguntei surpresa.

- Você acha mesmo isso normal? Quer dizer, você GOSTA disso? – ele deu ênfase a palavra gosta.

- É lógico que sim! Do que deveria gostar? De um momento de gente se matando? – perguntei irônica.

- Não, de um lugar onde todos os alunos não parecem robôs programados para fazer tudo que os outros mandam. – ele bufou. – Tem certeza que uma princesinha certinha como você tem capacidade para armar alguma coisa comigo? Tenho a impressão que você não vai nem conseguir me aturar até o final do dia. – ele sorriu maldoso.

Fique irritada com as implicâncias dele, eu já devia imaginar! Um garoto que vem de Deltstone não é o tipo certo de pessoa com que eu devo andar! Virei para a frente e ignorei o que ele tinha acabado de dizer, não queria perder tempo discutindo com um idiota daquele tipo.

- Como eu disse, você até já perdeu a paciência comigo! – ele riu. – Não acredito que por um segundo eu acreditei que você não era mais uma patricinha certinha dessa porcaria de escola.

Virei bruscamente para trás e o olhei com os olhos cheios de raiva.

- Cala a boca! – eu quase gritei.

- Senhorita Foster! – o professor me repreendeu, olhei assustada para frente.

- D-Desculpe senhor Newton.

- Desculpe? Você acha que um simples pedido de desculpas me faz esquecer de tal comportamento repugnante? Stardust High School é a mais renomada e gloriosa escola do PAÍS! Como ousa sequer pronunciar palavras no intuito de ofender outro aluno? Ainda mais um novo integrante? Eu esperava mais de você senhorita Foster. Retire-se agora e vá para a diretoria, onde será devidamente punida! – ele gritou.

Senti-me humilhada e levantei contra minha vontade, com os olhos já se enchendo de lágrimas. Como eu pude ser tão tola a ponto de perder minha paciência por causa de um garoto estúpido? O que meus pais iriam dizer? Agora que eu nunca mais iria sair do meu castigo mesmo!

Fui em direção a porta, mas parei no meio do caminho ao ouvir algo que me deixou um tanto surpresa.

- Espera! – Matthew se levantou e foi até o meu lado.

- O que significa isso senhor Carter? – o professor berrou, Matthew virou-se para ele.

- Para começar, eu sou um garoto de 15 anos, não sou senhor! E a propósito, você é tão burro a ponto de não perceber que eu fiquei irritando ela o tempo todo? Eu esperava mais de um professor dessa escola de mauricinhos e patricinhas. Agora vou me retirar junto com Sophie, porque seu comportamento é mais repugnante ainda.

Matthew deixou a classe com um sorriso zombador, sai correndo atrás dele e não pude evitar, comecei a rir.

- O que foi aquilo? – perguntei ainda rindo.

- O que eu chamo de diversão. – ele sorriu. – Viu? No fundo você também não gosta dessa organização toda. Talvez eu esteja certo, você é um pouco diferente do resto daqueles estúpidos.

- Obrigada... Eu acho. – sorri.

- Pode considerar como um elogio... Quase foi um. – ele bagunçou meu cabelo com a mão.

- Chato! – gritei enquanto tentava arrumar meu cabelo.
- Mais um mês andando comigo e você nem vai mais ligar pra isso. – ele riu.

- Então acho que já está na hora de parar de andar com você. -  disse emburrada e continuei andando.

- Você pode até tentar... Mas quando eu implico com uma pessoa, é difícil me manter afastado. – ele deu um sorriso maldoso. – Então digamos que você está bem encrencada.

Dei uma risada e continuamos andando, a diretoria ficava muito longe da classe, já que a escola era enorme.

- Está mesmo afim de ir ver um velho chato que vai nos dar um sermão e nos mandar de volta para a classe, talvez com um papelzinho estúpido de advertência ou uma suspensão?

- Obviamente não. – suspirei.

- Então, que tal fugirmos? – seus olhos quase brilharam.

- O que? – olhei assustada para ele.

- Vamos, vai ser legal!

- Legal? Matthew, meus pais vão me matar!

- Pode me chamar de Matth. – ele sorriu. – Relaxa, vamos pra minha casa.

- E seus pais?

- Não ligam. Estavam até apostando qual seria a primeira vez que eu fugiria dessa escola... Parece que minha mãe irá ganhar. – ele riu.

Fiquei um pouco surpresa, como os pais dele podiam até mesmo brincar com uma coisa dessas?

- Seus pais parecem bem mais legais que os meus. – disse um pouco invejosa.

- Até que eles são legais... Quer dizer, eles já sabem que eu vou aprontar mesmo, então não é grande surpresa. Já seus pais devem achar que você é uma santinha, começando pelo jeito que você se veste. – ele riu.

- O que tem de errado com minhas roupas? – olhei brava para ele.

- Bom, você não chega a ser uma freira igual minha irmã, mas está perto disso. Está o maior calor e você está de calça jeans, isso já mostra o quanto você é uma santinha. – ele sorriu.

- Talvez eu não esteja com calor.

- E você não está? – ele levantou uma sobrancelha.

- Ok, você venceu. Como pretende fugir daqui?

- É assim que se fala. – ele riu. – Vem comigo.

Matthew pegou meu braço e saiu correndo, me puxando com ele.