POV Ashley

Tudo estava normal e tranquilo aqui no acampamento, bom pelo que me contaram de como era antes isso aqui é um mar de rosas. Mais rosas com espinhos porque o treinamento de um meio-sangue é demais, muito cansativo, temos que pegar no pesado... Parei.

Voltando ao que eu pretendia dizer antes, Sátiros e alguns semideuses iam atrás de outros semideuses para trazê-los em segurança ao único lugar em que se manteriam a salvo e ensinaria como sobreviver sem virar espetinho de monstros fora do Acampamento, esse lugar é o acampamento só para saberem.

Hoje, para quebrar a monotonia do Acampamento, Quíron resolveu fazer o jogo de capture a bandeira. O que fez muitos, filhos de Ares, gritarem de felicidade e outros, filhos de Afrodite, por exemplo, reclamarem que iam quebrar as unhas.

Os últimos raios de sol em poucos minutos iam desaparecer e o jogo iria começar logo após o por do sol. Eu estava terminando de colocar minha armadura quando Mandy chegou reclamando.

– Nem uma misera mensagem de Íris. – bufou minha nova amiga.

Bom, eu não conhecia a Mandy antes de ela vir para o acampamento. Annabeth me pediu para mostrar o acampamento para ela e os outros dois, Edwin e Marvin. Os três são muito legais e viramos muito amigos.

Fiquei mais amiga do Marvin, por que... Bom, a Mandy e Edwin não param de se agarrar então eu e o Marvin vamos para outro lugar e conversamos em paz sem nem um agarramento ao nosso lado.

– Que amigos desnaturados eu fui arranjar. – disse Mandy. Ela não para de reclamar de não ter encontrado Percy e Annabeth aqui no acampamento quando chegou.

Quando os três chegaram aqui no acampamento pensaram que veriam o Percy e a Annie aqui. Mais quando só viram eu e o centauro do Quiron ficaram chateados. Não pensem mal, eles não conheciam ninguém além do Percy e da Annie que frequentam o acampamento.

Contei para eles sobre a missão que eles tinham que ir, mais mesmo assim a Mandy não parou de reclamar nem se quer um segundo. Já reparei que ela é meio maluquinha mesmo, mais isso fica entre nós, ok?

 Todos os três se deram bem com seus irmãos e irmãs e alguns outros campistas.

– Quando eles voltam mesmo? – me perguntou Mandy. Acho que essa foi à milionésima, não estou exagerando não, vez que ela me faz essa pergunta.

– Não sei. – respondi pela milionésima vez. – Liguei para o meu pai mais cedo e ele me disse que a Annie, o Nico e o Percy tinham chegado a Orlando ontem e ele os convidou para almoçar. Depois não viu mais eles.

Por lembrar do meu papai. Ele disse que gostou muito do Nico, achou ele tímido, mais apoia totalmente nosso relacionamento, quando existir esse tipo de relacionamento, porque somos só amigos, ele até ajuda se a mamãe der pit.

– Essa é nova. – disse Mandy estreitando os olhos em minha direção me fazendo voltar à realidade. Depois ela relaxou e me olhou com os olhos brilhando. – Acha que essa roupa está boa para o caça torneira...

–Capture a Bandeira. – a corrigi. De onde ela tirou torneira? Deve ser porque rima.

– Certo. Bandeira. Então está boa a roupa?

Mandy estava com uma regata justa, uma calça jeans justa e sapatilha, essa não estava justa ou apertada, eu acho.

– Você vai mesmo participar? – perguntei desconfiada.

Nada contra, juro. É só que, filhas de Afrodite não gostam de participar do Capture a Bandeira. Sinceramente de todos os jogos até agora que eu joguei, não foram muitos eu confesso, filhos de Afrodite sempre ficam em algum canto e só atacam quando são homens ou mulheres muito lindos para usar seu “charme” de filhos de Afrodite.

Mandy achou muito interessante o Capture a Bandeira, nem ligou para a parte, morte certa, roupa suja, unha quebrada, cabelos desgrenhados e tudo mais que pode ser repugnante para um filho de Afrodite.

– Acho melhor você colocar um tênis. É mais confortável na hora de correr.

Ela fez cara de desgosto, mais antes de qualquer comentário de filha de Afrodite que ela fosse dar Edwin e Marvin apareceram com suas armaduras e espadas nas bainhas presas na cintura deles.

– Oi meninas. – cumprimentaram os dois juntos.

– Oi meninos. – os cumprimentamos juntas.

– Posso falar com você um pouco Ash? – perguntou Marvin sorrindo torto.

Edwin não perdeu a oportunidade e nos lançou seu melhor olhar malicioso enquanto ia para o lado de Mandy e a abraçava por trás.

– Claro.  – respondei também sorrindo ignorando completamente Edwin e suas insinuações nada cabíveis.

Marvin abriu mais seu sorriso e estendeu a mão para mim. Peguei sua mão e juntos fomos em direção à praia. Já estava escurecendo, logo começaria o jogo.

– Façam tudo que eu faria se fosse eu e a Mandy saindo. – preciso dizer quem gritou? Edwin, esse menino é igual ao pai, mais pelo menos é fiel à namorada.

Marvin e eu não demos bola para o que Edwin havia dito e continuamos indo em direção à praia, mais esse comentário fez a gente soltar nossas mãos. Eu até que estava gostando.

Nico. Tinha que vir o nome dele logo agora. Eu acho que eu amo o Nico, mais o Marvin é tão legal. Ai que confusão, vamos esquecer isso e aproveitar a paisagem.

Caminhamos em silencio por um bom tempo. Um silencio até que agradável depois do meu pensamento Niquiano, tinha até me esquecido do porque de eu estar caminhando na praia com o Marvin.

– Lembra de hoje cedo? – perguntou ele de repente.

Olhei para ele com uma sobrancelha arqueada claramente dizendo que eu não estava entendendo o que ele estava falando. Marvin abriu um sorriso constrangido, que o deixa mega fofo, e indicou com o dedo o céu.

Lembrei-me do que ele estava falando.

Geralmente costumo acordar bastante cedo e hoje, assim como ontem também, Marvin me fez companhia. Ele não estava muito familiarizado com o acampamento então ele dormia muito pouco.

Nesses dois dias a gente caminhou e conversou bastante nessas horas com quase nem um campista acordado.

Como estava dizendo, ou pensando, sei lá isso é um pouco confuso. Marvin e eu estávamos caminhando pela arena e conversando sobre nossas teorias sobre como ajudar no aquecimento global.

Minha mãe é a Deusa da primavera e isso quase não está existindo mais. Parece que só tem duas estações o ano todo. Verão e Inverno. Isso é meio que injusto. Destruímos nosso próprio planeta lentamente e são poucas as pessoas que realmente se preocupam com ele.

Muitos podem dizer que querem mudar isso, mais MUITO poucos fazem realmente. Sabia que por onde você passar e apagar a luz, nem que seja por poucos segundos isso ajudaria bastante.

Como diz o velho e bom ditado.

De grão em grão a galinha enche o papo. De pouquinho em pouquinho podemos fazer a diferença e eu fugi novamente do assunto.

Enquanto Marvin e eu conversávamos escutamos barulhos de hélices, propiciamente de helicóptero. Olhamos para cima e vimos um helicóptero todo preto sobrevoando o acampamento.

Não demos muita importância para isso no começo. Afinal de vez em quanto passam por aqui um ou outro helicóptero. Mais quando vimos que o helicóptero não foi embora ficamos intrigados.

Depois de um tempo o helicóptero foi embora e nos dois decidimos contar isso a Quíron, porque não é normal um helicóptero sobrevoar o que seria um campo de morango por tanto tempo.

– Ai tem coisa. – disse Marvin quando íamos até a casa Grande.

Quíron escutou atentamente tudo que falamos e disse que conversaria com o Sr. D, Dionísio, sobre isso. Nos dispensou falando que era hora da gente ir tomar nosso café da manhã. Não relutei, eu estava com muita fome.

– Sim. Oque que tem? – perguntei me sentando na areia.

Marvin sentou ao meu lado e bufou antes de deitar na areia. Ele passou as mãos atrás da nuca e ficou olhando para o céu.

– Conversei com Quíron agora pouco e ele disse para não nos preocuparmos. Era só um cara querendo ver o terreno. Estava interessado em compra-lo. – respondeu irritado.

E ele tem motivo para isso.

– Mentiu na cara dura. – dissemos juntos e rimos.

Ficamos em silencio por um tempo.

– Porque será que ele mentiu? – perguntou ele quebrando o silencio.

Pensei um pouco sobre isso. Das historias que Annabeth e Nico me contaram percebi que Quíron adora guardar segredos sobre algumas coisas que envolvem historias perigosas demais para um semideus.

Quíron demorou muito para contar á Percy sobre o a ex-grande profecia, já tem uma nova grande profecia que eu não sei qual é e a Annie e nem o Nico me contaram, se não me engano ele só contou uma semana antes do Percy completar 16 anos.

Então provavelmente ele não vai nos contar nada sobre o que realmente aquele helicóptero estava fazendo aqui. Porque Quíron sabe o que aquele helicóptero estava fazendo aqui.

Porque ele teima em não nos contar coisas importantes?

Melhor esquecer esse assunto por hora. Marvin esta me olhando esquisito e esta tentando segurar o riso e isso é muito chato.

– Que foi? Perdeu alguma coisa? – perguntei fingindo estar emburrada.

– Não, mais bem que eu gostaria. – respondeu sorrindo torto.

Senti minhas bochechas esquentarem muito. Tipo assim, eu não tenho culpa. Ele é um cavalheiro, lindo, educado, atencioso... Para por ai mesmo dona Ashley, esta pensando demais no Marvin.

Marvin se levantou e estendeu a mão para mim. O sol já tinha se posto, nem tinha reparado, e o jogo já ia começar.

– Nós não podemos nós atrasar. – falou ele gesticulando sua mão para me ajudar.

Peguei a mão dele e me ajudou a levantar. Tirei um pouco da areia que ficou na minha calça e fomos para a arena.

Ganhamos o capture a bandeira bem rápido, afinal a equipe que tem no time o chalé de Atena e o de Ares é bem difícil de perder. Malcolm fez estratégias dignas de Annabeth Chase, ou Atena se preferir.

Minha amiga Annie é uma estrategista brilhante, não é atoa que alguns dizem que ela é uma mini Atena.

Clarisse, líder do chalé de Ares, esbanjou força no ataque e consegui a bandeira junto com os Stoll. Eu tive que lutar quase nada, fiquei o tempo todo com o Marvin, a Mandy e o Edwin. Esses dois últimos ficaram se agarrando enquanto eu e o Marvin tirávamos alguns filhos de Apolo e Hesfesto do caminho.

Agora você pergunta por que o Edwin esta fazendo do nosso lado se o chalé dele estava contra o nosso? Simples é só ver ele se agarrando com a Mandy que sua resposta esta respondida.

Depois da comemoração voltei para o meu chalé, que é a cara da minha mãe. Tomei um banho e troquei de roupa e fui para a cama dormir, mais antes de pegar no sono um barulhinho me chamou atenção.

Levantei bem devagar minha mão e abri a primeira gaveta do criado mudo do lado da minha cama e peguei o celular que Annabeth me deu, especial para meios-sangues. Tinha uma mensagem não lida, a data era de hoje à tarde.

Assim que li a mensagem levantei correndo e peguei um roupão e me enrolei. Sai do quarto e corri para o chalé de Atena. Precisava falar com Marvin, nem me importei com as pessoas em que eu esbarrei, só pedi desculpas e continuei meu caminho.

A mensagem da Annie respondia a nossa pergunta sobre oque aquele helicóptero estava fazendo aqui sobrevoando o acampamento.