The Bakery escrita por melisica


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Como foram de final de ano??
Enfim, desculpem a demora, mas sabem como é né, final de ano, férias, preguiça...
Fiz duas one-shots, se quiserem ler e mandar reviews agradeço *-*

Beijos e boa leitura. Desculpem pelo capitulo sem graça, mas o próximo vai ser melhor, promessa.



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(Frank POV)



-É, eu tenho certeza que esse cara usou algum tipo de alucinógeno nos seus pais! -Gates concluiu e eu o olhei confuso -Como assim, o cara chega aqui numa quarta e diz que você vai pra Itália com ele na sexta, que no caso já é hoje? -perguntou indignado -Sua mãe não deixou você ir comigo pra Virgínia visitar minha avó e deixou você ir pra Roma com um cara que ela mal conhece?



-Meus pais são amigos dos pais dele desde os vinte anos. -sorri.



-Mas Itália Franks? -Synyster disse pausando o jogo -Não é a rua na de trás, é em outro continente!



-Ah, eu sei! -exclamei me jogando na minha cama -Mas eu vou com ele. -pude sentir meus olhos brilharem.



-E o que você precisa levar? -Zacky perguntou -Posso te ajudar a fazer as malas... -se ofereceu.



-Ele me deu isso... -estendi o papel -Tem os documentos que eu preciso pra entrar na Europa e também o tipo de roupa que é bom levar nessa época do ano.



-Agora deve ser calor lá. -Zacky concluiu -Esse aqui é o nome dele? -apontou para o nome abaixo do meu no formulário.



-É sim... -afirmei -E combina com o meu. -sorri -Frank Anthony Iero Way... Que lindo.



-Way?! -Synyster engasgou -Como é o nome desse cara?



-Gerard Arthur Way. -Zacky falou lendo.



-O quê? -Gates se levantou e largou o joystick no chão -Você tá com o vampirinho?



Eu franzi o cenho e Zacky, confuso, me acompanhou.



-Eu faço faculdade com esse viadinho! -Synyster quase gritou -Ele é um idiota.



-Não é não Syn. -o defendi -Eu gosto dele.



-Esse cara é um filho da puta! -Synyster continou falando -Odeio ele.



-Foda-se. -Zacky se intrometeu -Quem tem que gostar dele não é você e sim, o Frank. E você nem deve ter motivos convincentes pra não gostar dele. -Sabe o que deve ter acontecido? -perguntou olhando nos olhos de Gates -Ele deve não ter te obedecido de cabeça baixa como todos e te questionou. Deve ter te desafiado... Não foi? 



-Aquele cara não mede as palavras com quem deve! -Synyster estava ficando vermelho de raiva.



-Com você? -Zacky parou em sua frente e o encarou nos olhos cerrando os punhos -E sabe, é por isso que você não tem amigos de verdade naquela faculdade de merda. -fez uma pausa -As pessoas só te respeitam por medo, porque sabem que uma surra vinda de você é muito mais do que palavras. Porque pode ter certeza Gates, muita gente te ganhava fácil usando argumentos.



-Não me importo com amizades. -ele fez pouco caso -Foda-se.



-Então sai da minha casa! -falei apontando para a porta irritado -Acabou de dizer que não se importa com amizades, não é mesmo? -perguntei já nervoso -Então você tá afirmando que todos esses anos que eu dividi tudo contigo não valeram de nada?



-Foda-se! -ele andou em direção à porta -E boa viagem com esse viadinho.



-Vai ser ótima! -provoquei e ele bateu a porta com força.



-Cacete, o que ele tem contra o cara? -Zacky perguntou sentando-se na cama ao meu lado.



-Não ligo, ele devia ao menos ficar neutro sabe? -falei me sentando -Se não apóia, também não precisa criticar.



-Ah Frankie... Deixa pra lá. -Zacky falou se levantando e me puxando para que eu fizesse o mesmo -Vamos arrumar suas malas porque o Gerard não tem nada a ver com isso, que a gente tenha como amigo um cara tão idiota quanto o Syn.



-Você tem razão Zac... -lhe sorri concordando e ele abriu a porta do armário.



-Bem, oito dias não é? -perguntou e eu assenti -Você vai precisar de oito combinações de roupas, porque você sabe, não precisa levar oito looks completos diferentes. -explicou -Leva umas camisetas diferentes e umas três ou quatro bermudas porque daí, é só trocar a camiseta que ninguém se lembra do que você usava na parte baixo. Isso sem contar, aquelas camisetas de turista que você com certeza vai comprar. Aquelas que têm a foto do Coliseu ou sei lá mais o que tem em Roma...



-Tem tanta coisa em Roma Zac! -sorri empolgado -Até parece que você não ouve a aula de história... O Coliseu, o Panteão, o Circo Máximo, o Palácio de Chigi, a Fonte de Trevi, o Palatino... É como entrar dentro da aula de história!



-Eu sabia que você gostava de história, mas não tanto assim. -comentou -Espero que aproveite muito cara.



-Ah, eu vou sim. Por nossa amizade. -prometi rindo e estendi minha mão a ele. Zacky apenas rolou os olhos não acreditando que eu poderia ter feito uma piada com o fato que havia acabado de ocorrer. 



Arrumamos as malas e Zacky revelou seu lado expert de moda que sabia fazer inúmeras combinações de um look completo com apenas catorze peças para oito dias. Se eu tivesse feito a mala sozinho, decerto estaria levando umas vinte e tantas peças e não usaria nem a metade delas.

Também coloquei na mala roupas intimas, meias e itens de higiene pessoal. Quando fechamos a mala, um espaço enorme ficou vazio e Zacky logo aproveitou para lançar:



-Trate de trazer presentinhos para o seu amiguinho viu? Tem um espaço bem vazio nessa sua mala enorme! -Zacky disse rindo e bagunçando meu cabelo -Ih, são quase seis horas. Já tá na hora, não é?



-Tá sim! -respondi ainda empolgado -Vem, me ajuda a levar a mala lá pra baixo.



Nós descemos a mala sem muita dificuldade e minha mãe, que me aguardava ao pé da escada, começou a falar:



-Quero que se comporte muito nessa viagem Frank. -ela apontou o seu fino e comprido dedo na minha direção -Senão, nunca mais. E aqui estão os documentos. -estendeu-me uma pequena e simples pasta cinza -O Donald já deve estar chegando pelo horário... Infelizmente seu pai ainda tá trabalhando e você não vai poder se despedir dele.



-Então manda um abraço pra ele. -sorri meigamente.



-Eu sei que você tá adorando ficar fora por oito dias... -ela disse e eu concordei mentalmente -Mas aproveita muito Frank, porque as aulas já estão chegando menino.



"Diga-me uma maneira mãe, pelo menos uma, de não se aproveitar uma viagem a sós com o Gerard.", pensei.



-E isso aqui - deu-me um cartão com meu nome e meus olhos brilharam -, tem três mil dólares. É uma parte que eu achei que podia tirar da sua poupança, todo aquele dinheiro que você guardou com seus trocos e também um dinheiro que eu e seu pai liberamos.



-Ah, valeu mesmo mãe! -a abracei com força -Tenha ótimos oito dias de paz sem mim.



-Ah sim filho! -ela sorriu -Mas que bicho mordeu o Synyster? Ele saiu tão irritado...



-Nós -apontei para mim e Zacky - brigamos com ele. Ele falou uma grande idiotice e ficou insistindo nisso. Eu me irritei e mandei ir embora.



Ela deu de ombros e depois sorriu de leve, apenas repuxando minimamente os seus lábios. Após ficar olhando alguns minutos para mim e Zacky, uma buzina foi ouvida vinda da rua. Ela caminhou até a porta e a abriu quando Gerard estava para tocar a campainha. Ele sorria lindamente e eu acabei por sorrir comigo mesmo ao ver a cena.

Ele me abraçou amigavelmente para não atrair suspeitas e me ajudou com a mala. Fomos indo para o carro e eu cumprimentei o Sr. Way com um leve aceno, mas ele logo me abraçou paternalmente e eu, confuso, olhei para Gerard que ria e deu de ombros, como se aquele comportamento fosse o normal do pai.



Despedi-me mais uma vez de minha mãe e de Zacky, que insistia para que eu o trouxesse muitos souvenires para ele. Entrei no carro e me sentei no banco de trás tendo a visão da nuca de Gerard à minha frente e seu pai dirigindo no banco ao lado.



Conversamos sobre o que deveríamos fazer para manter o contato, como nos virar lá e todo o blá blá blá de documentos. Eu não consegui prestar muita atenção, já que eu simplesmente não via à hora de desembarcar na Itália e aproveitar aqueles oito dias em Roma com o Gerard. 



Chegamos ao aeroporto, mais precisamente na asa sul de vôos internacionais e depois de nos despedir do pai do Gerard, fomos em direção ao check-in da Air Italy. Demorou uns vinte minutos entre ficarmos na fila, sermos atendidos e as malas serem despachadas. Após isso, andamos até o detector de metais e o processo foi rápido, menos de cinco minutos para chegarmos até o amplo saguão de embarque.



Haviam vários bancos cinza almofadados e em sua maioria, ocupados por famílias inteiras. Várias crianças correndo pelo saguão e algumas mais calmas, sentadas ao lado dos pais, caladas e imersas em seus DS's e PSP's. Havia também alguns homens de negócios segurando suas finas pastas de couro pretas, e talvez, cheias de contratos milionários. Haviam também alguns casais apaixonados, abraçados, trocando sorrisinhos cúmplices, indo para suas luas-de-mel.



Estávamos em frente ao portão três, mas o nosso era o dezessete, que ficava numa área mais afastada, no fim do corredor que estava vazio. Fomos indo em direção ao tal portão e para falar a verdade, estava quase tudo vazio, salvo umas poucas pessoas sentadas nos bancos.



Gerard carregava apenas uma mochila de costas em que colocou itens de valor, como a câmera, cartão o voucher do hotel - que eu ainda não sabia o nome - e mais algumas poucas coisas. Já que não queríamos muita bagagem, acabei por aproveitar e coloquei meus documentos, meu iPod e meus cartões na mochila também.



Percebi que já estávamos há quase uma hora e meia juntos e ainda não havíamos trocado sequer um selinho. Minha vontade era beijá-lo ali, no meio do saguão, sem me importar com o que qualquer um pudesse falar, mas como eu não sabia como seria a reação dele, me conti. Na verdade, eu nunca me importei muito com a opinião dos outros a cerca da minha sexualidade muito bem resolvida e assumida desde os meus treze anos.



Eu estava crente de que estávamos andando em direção aos bancos quando ele desviou o trajeto e foi para um curto e estreito corredor. Eu o segui confuso até ver a placa acima da minha cabeça que indicava que ali ficavam os banheiros.



Entramos no banheiro que estava deserto e Gerard largou sua mochila no chão se aproximando de mim suspeitosamente. Sorri-lhe ingenuamente e ele simplesmente me agarrou pelos cabelos colando nossos lábios. Escorregou sua mão pelas minhas costas e ficou acariciando minha cintura com as pontas dos dedos. Passou sua língua pelo meu lábio inferior e pediu passagem, que logo concedi. Levei minhas mãos até sua nuca e fiquei afagando a área levemente, apenas para não deixar minhas mãos paradas ao lado do meu corpo. Foi um beijo violento, quente e apaixonado, totalmente inebriante e que fez minha cabeça girar.



Quando nossas bocas se separaram, ele sorria travesso e ainda continuava com os carinhos em minha cintura, mas dessa vez, por baixo da camiseta, me arrepiando. Deu-me um longo selinho e caminhou até a pia arrumando os cabelos com os dedos. Eu, todo idiota, fiquei estático, parado no mesmo lugar em que nos beijamos, olhando agora para suas costas. Ele riu me observando abobado pelo reflexo do espelho à sua frente e movimentando a cabeça minimamente, indicou para que saíssemos do banheiro.



Depois de algum tempo conversando sobre Roma e seus pontos turísticos, eu e Gerard embarcamos com mais um oceano de gente que eu podia jurar que não estava lá, no avião enorme da Air Italy. Nossos lugares eram, por coincidência, na fileira dois da primeira classe, assentos G e F. Desatamos-nos a rir no meio do corredor e sim, infantilmente, me sentei no assento F e Gerard no G, que era na janela.



Estávamos numa daquelas aeronaves em que as poltronas são agrupadas em dois, três e dois, portanto, na havia ninguém ao nosso lado para atrapalhar, mesmo que não fôssemos fazer muita coisa... Mas do outro lado do corredor havia uma garota loira de olhos azuis, com talvez dezessete anos, usando uma camisa rosa com desenhos psicodélicos em azul celeste, amarelo ocre e verde bandeira, uma saia lápis preta, uma fina meia calça também preta e um sapato de salto agulha preto em verniz, estava acompanhada de seus pais, provavelmente numa tediosa viagem em família. Ela nos olhava de canto por algumas vezes e talvez chegou a perceber que Gerard me deu a mão e ficou acariciando minha coxa de leve. Ela desviou o olhar quando a olhei e ficou fitando a tela individual que cada passageiro tinha no encosto da pessoa a frente. Ela fazia uma expressão de genuíno interesse, apesar de estar apenas passando o comercial da companhia aérea.



Quando todos os passageiros finalmente se acomodaram todos em suas respectivas poltronas, a aeronave deu partida e tornou a se mover em direção à pista de decolagem. Ouvimos todas aquelas orientações da aeronáutica mais uma vez e eu e Gerard ficamos tirando sarro dos gestos da aeromoça que ensinava como se colocava as máscaras e onde ficavam as saídas de emergência.



Quando o avião decolou, a luz automaticamente diminuiu no ambiente, assim, o passageiro que quisesse dormir dormiria com a iluminação baixa e quem quisesse fazer qualquer outra coisa, ligava apenas sua luz individual, sem incomodar tanto a pessoa ao lado. Para deixar o ambiente ainda mais escuro e convidativo para uma boa soneca e, parecendo combinado, as maiorias das janelas permaneceram fechadas, impedindo que qualquer claridade vinda de fora iluminasse a cabine, porque mesmo que já fosse oito da noite, o sol ainda não havia se posto totalmente e o céu estava alaranjado.



Gerard pegou um livro de capa branca e uma figura de uma árvore com algumas folhas ao vento e uma silhueta ao fundo que já havia deixado no bolso da poltrona para não ter que se levantar e incomodar os outros abrindo e fechando o bagageiro acima de nossas cabeças. O folheou algumas vezes até encontrar o ponto em que havia parado anteriormente e começou a ler. Ele estava tão concentrado e parecia tão imerso na trama, que não tive coragem de interrompê-lo para iniciar uma conversa. Apenas me inclinei um pouco ao seu lado para que pudesse ler o título e fiz uma nota mental do nome do livro para que eu o lesse posteriormente: O Jogo do Anjo.



Peguei meu IPod que já havia deixado entre minhas pernas e coloquei uma música calma, me esparramando na enorme poltrona da primeira classe. Começou a tocar Wonderwall do Oasis e eu coloquei a música para repetir e a ouvi seguidas vezes de olhos fechados. Depois de ouvi-la cinco vezes, considerando que a canção tem quatro minutos, já haviam se passado vinte minutos de viagem. Ainda haviam no mínimo sete horas e meia de viagem sem considerar que faríamos escala em Lisboa, Portugal.



Comecei a prestar a atenção na letra da música e senti que se identificava com o momento que eu estava vivendo com o Gee... Ah sim, passar oito dias com ele na Itália seria minha mini maravilhosa vida. 



Ele continuava lendo e ainda estava deveras concentrado no livro. Tirei meu fone do apoio da poltrona e desligando meu iPod, comecei a ver que filmes que haviam na programação da companhia e esperava que não fosse tudo em italiano porque eu não sabia praticamente nada.

Mas para a minha sorte, achei várias séries que eu gostava e felizmente, todas ou pelo menos com legenda em inglês. Fiquei nessa de assistir séries uma hora até que a comissária de bordo nos ofereceu o jantar: risoto de queijo brie e gorgonzola. Aceitei já que eu estava morrendo de fome e só tinha no estômago o almoço que fora à uma da tarde.



Eu e Gerard comemos conversando silenciosamente sobre sua faculdade e então o assunto Synyster Gates veio à tona.



-Bem, eu sabia que vocês eram amigos... -Gerard falou mexendo a comida com o garfo -Eu vi vocês juntos aquele dia na balada.



-E eu te vi beijando aquele cara... -falei da cena que ainda me causava náuseas.



-Podemos esquecer isso? -ele falou visivelmente incomodado -E além disso, naquela época a gente nem se conhecia direito.



-Tudo bem. -sorri e meio sem graça por ter tocado no assunto, me remexi na poltrona e meu olhar se encontrou novamente com a garota loira ao lado.



Quando percebeu meu olhar, desviou o seu para a comida mas de tempos em tempos nos olhava, principalmente a Gerard, o que já estava me enciumando. Talvez o Gee também tenha percebido os olhares indiscretos e libidinosos da garota e intercalou nossos dedos, demonstrando que estava comigo. Senti meu coração derreter com o gesto dele, fazendo sentir-me importante.



Acabamos de comer e depois de todo o lixo ser retirado, liguei meu iPod novamente e senti que o sono estava começando a me invadir. Ouvindo a mesma música, encostei minha cabeça no ombro de Gerard e fechei os olhos, quase adormecido.



Segurando o livro com apenas uma mão, ele ficou acarinhando a minha perna suavemente até eu adormecer por completo com minha cabeça enterrada em seu pescoço. Seu perfume exclusivo e seus carinhos embalavam meu sono em direção ao continente antigo. 




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Notas finais do capítulo

Alguém daqui tem tumblr? Se tiverem, deêm um s2 nesse comic que eu fiz?
Eu sei que tá uma merda, os dois ficaram feios, e que eles estão bem old times, mas enfim...
É frerard :)
http://themandelgroove.tumblr.com/#2632204974
Beijos.