Era um dia calmo e tranquilo para quem desfrutava do frescor das flores da primavera. Porém, para quem viveria o resto de sua vida trancado em um sanatório, as coisas não eram tão felizes.

Este era o caso de Alice, uma garota de 16 anos que fora internada por supostamente tentar matar sua irmã gêmea queimada. Esta é a sua verdadeira história. A história por trás do País das Maravilhas.

Aqui nós iremos mergulhar nos mais profundos pensamentos e devaneios dessa garota tão aclamada pelo público até os dias de hoje. Portanto, se tiver algo contra mutilações, sangue, dor, pessoas loucas e psicopatas, digo que é melhor fechar a janela e procurar outra fic na qual as pessoas vivam felizes para sempre. Isso é o que eu lhe aconselharia a fazer.

Também dê um jeito de fugir caso tenha alergia da palavra infortúnio, pois esta fic causará muitos espirros e te causaram uma terrível dor de cabeça enquanto a lê.

Mas, se você é suficientemente teimoso e ainda está aqui por algum motivo, então, você está completamente louco e deve ir à algum médico urgentemente para que ele te interne até o fim dos tempos.

Vamos logo à história, afinal, você, leitor, deve estar cansado de ler tantas avaliações psicológicas e idiotices de uma escritora completamente desgostosa.

Sanatório Wilblair, Oxford, Inglaterra, 16 de junho de 1876, 15:00.

Não sei para quê me deram essa droga de diário, eu não gosto de escrever, e nunca gostarei, não quero expressar meus sentimentos e não me pergunte o porque de eu estar escrevendo aqui, agora, talvez eu esteja muito contrariada com isto tudo que está acontecendo, afinal, fazem 4 anos que não vejo mais ninguém, nem meus pais, nem Dinah e muito menos minha irmã.

Há certos dias em que penso em fugir, dar um bom golpe de faca na enfermeira e em Annelisse - A garota com quem divido o quarto - e ir embora, fugir para sempre. Mas, fico me perguntando: Para onde? Ninguém aceitaria uma pessoa psicopata como eu.

Sim, eu sou bastante consciente da minha situação psicológica e não importa o que me digam, quando se convive com psicopatas, você acaba se tornando um e gostando de ver as pessoas sofrerem enquanto um sorriso se forma em seus lábios.

Hoje fizeram uma nova avaliação psicológica em mim e disseram que estou melhorando. Mal sabem que eu escondo uma faca na dobra do meu vestido.

Talvez hoje Morsche venha me visitar. Sabe, ele têm sido uma pessoa muito boa comigo e eu não faço ideia do porquê, afinal, ele é um padre, e todos os padres que me visitaram até agora têm tido a ideia de que estou sendo tomada pelo Satanás.

Sabe que às vezes eu penso a mesma coisa.

Muito sangue e água fervente,

 Alice

- Alice... Alice... Alice...

- Annelisse, me deixe dormir ou eu te corto os pulsos - Disse Alice em voz sonolenta.

- Alice, venha comigo, venha para mim.

- Você sabe que eu não gosto de garotas, vá dormir e me deixe em paz! - Retrucou abrindo os olhos e virando de frente, sem ver ninguém, nem mesmo sua companheira de quarto.

- Eu não sou Annelisse.

- Assim será melhor, pois não terei nenhum remorso ao esfaquear você. Saia de onde está, agora!

- Eu sou Cheshire....

Uma sombra se formava no meio do quarto escuro e um gato esquelético aparecia através dela.

- Cheshire!? - Exclamou Alice, pela primeira vez em anos de sua vida, assustada, faziam anos que ela não sabia notícias do País das Maravilhas, portanto, achava que era apenas mais um de seus sonhos malucos. Ela sentia falta do calor que as xícaras de chá emitiam e do criquet com flamingos. Rapidamente ela apagou estas lembranças de sua memória, ela havia mudado e nada seria bom como antes, o chá havia esfriado e os flamingos morrido, era assim e pronto.

- As coisas mudaram, Alice. Eu sei que sente nossa falta - Cheshire disse, interrompendo o falatório na cabeça da garota - Você precisa voltar.

- Não posso. Não sou mais a mesma, eu tenho medo, Cheshire, medo de você ser apenas mais um sonho e eu ter que voltar aqui neste lugar infernal.

- Não tenha medo, você não é mais uma criança, terá que voltar, nós precisamos de você.

- Não vou, me procuram apenas quando precisam de mim, não é assim que será!

- Alice, muitos morreram, morreram porque você não estava lá para ajudá-los. A Rainha de Copas se reuniu à Eragon e nada poderá detê-los se você não for para lá.

- Por minha causa? - Apesar do ponto de interrogação,  não era uma pergunta, Alice sabia que nada seria o mesmo depois daquilo que ela julgava ser um sonho.

- Sim.

- E como eu faço para ir, Cheshire?

- O único portal aberto é a toca do coelho perto de sua casa. Você terá que ir para lá - Respondeu, com um sorriso maldoso - E, para isso, vai ter que, primeiro matar todos aqueles que ficarem no seu caminho até Wonderland.