O que Vem depois da Tempestade? escrita por Nammyee


Capítulo 2
Capítulo II




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-Você sabia que é um monstro? – Disse um Akito pequeno.

Uma Miyuki pequena ergueu a cabeça, seus cabelos não deixavam ver a cor de seus olhos.

-Monstro? Por quê?

-Porque é, e só por isso – Akito riu.

Miyuki caiu de joelhos e começou á chorar. Hatori, Ayame e Shigure chegaram correndo surpresos com o choro. Olharam para o lado e viram Akito sair caminhando cantarolando uma música qualquer.

-Miyu-chan! – Shigure ajudou a menina á se erguer – O que Akito disse á você?

-Me chamô de monstro! Miyu-chan não é monstro! UAHHH! – Miyuki não parava de chorar e levara as mãos aos olhos tentando esfrega-los.

Hatori alisou o cabelo da menina e sorriu.

-Claro que não. Miyu-chan é uma flor. Flores são carinhosas, diferentes dos monstros... Certo Ayaa, Gure?

-Er... – Ayame e Shigure se entreolharam ao ver a cara de bravo de Hatori – Claaaaro!

-Odiei esse tom – Murmurou Hatori. – Isso não ajuda em nada na hora de consolar a menina.


Acho que... Foi nesse dia que me toquei o quão gentis eram eles

Naquela noite, todos deixaram Miyuki descansar. Tohru ainda tinha curiosidade em saber o motivo de Kyo andar bem preocupado com a garota mesmo não querendo demonstrar.
Shigure ia de um lado para o outro tentando acalmar a fúria de Akito pelo telefone... Realmente, a briga entre o Patriarca e Miyuki deveria ter sido terrível á ponto de Hatori ter que dar calmantes para ele.
No dia seguinte era um domingo bem frio e todos da casa de Shigure faziam o que podiam para se esquentar. Incluindo Kyo que parecia muito assustado com a possibilidade do gelo derreter e ficar apenas enormes poças de água por todos os lados.

-Ela já acordou? – Perguntou Yuki ao ver Tohru descer as escadas.

-Ahh... Não – Respondeu ela calmamente – Ela parecia bem abatida. A briga com o senhor Akito deve ter sido muito grande.

-não, pior que não foi tão assim – Disse Shigure enquanto lia o jornal – Segundo Hatori, Akito estava bravo não por causa da briga, mas sim porque Miyuki estava procurando Kyo.

Kyo cuspiu o leite que tomava e correu para perto de Shigure.

-O QUE!? – Gritou o gato surpreso – mas eu pensei que a Miyuki...

-Talvez ela possa ter recuperado. – Interveio Yuki – Até hoje não foi comprovado, mas...

-Impossível! – Kyo se sentou depressa e ficou pensativo – Ela não... Não agora...

Tohru não estava entendo o motivo da maneira de Kyo estar se expressando. Ela se aproximou do gato e se ajoelhou diante dele.

-Kyo... Será que seria muito ruim perguntar o motivo de tamanha preocupação com a senhorita Sohma?

Kyo ergueu a cabeça e corou de leve. Era bom ver Tohru preocupada com ele, mas esse assunto era grave demais.

-Perguntar pode, mas... – Kyo fungou – A resposta é mais complicada do que você pode imaginar.

Shigure respirou fundo e abaixou o jornal, olhou para Kyo de relance.

-É simples. A senhorita Sohma é na realidade mais uma das pessoas que Hatori apagou a memória – Dizia Shigure calmamente.

-Ahhh, então ela descobriu o segredo dos 12 foi? – Perguntou Tohru curiosa.

-Não – Responderam Shigure, Yuki e Kyo em coro.

-Além do mais Honda-san, a família Sohma não tem tanto problema. Se eles descobrirem o segredo, não há muito com o que se preocupar... Eles são da nossa família mesmo. – Dizia Yuki.

Kyo abaixou sua cabeça tristemente, Tohru jurava ter visto o gato chorar... Mas seria imaginação sua?

-Kyo... Kun? – Tohru chamou ao perceber que o rapaz estava no mundo da lua.

-Ahh... Bem... – Kyo coçou a cabeça um pouco incomodado – Miyuki na realidade faz parte da minha família. Ela é minha irmã.

-EH!? – Gritou Tohru pasma.

(OoOoO)

-Que garota mais insolente. Veio procurar o monstro... Que monstros são! – Akito dizia enquanto estava sentado observando um pequeno pássaro beber água.

-Sente-se melhor, Akito? – Perguntou Hatori entrando na sala.

-Ahhh... Melhor? Sim... Mas ficaria melhor ainda se apagasse a memória daquela menina. – Disse Akito nervoso – Ela teve a coragem de perguntar pelo irmão... Ela é um monstro assim como ele! Há, há... Me pergunto como ela se lembrou do monstro?

Hatori balançou sua cabeça.

-A hipnose era para ser irreversível, talvez alguém tenha lhe contado sobre seu parentesco com Kyo – Disse Hatori. – Talvez.

Akito parou de rir e encarou Hatori que parecia estar em outro mundo. O médico estava tão distraído se recordando dos olhos daquela menina que nem percebera Akito olhando-o surpreso.

-Hatori? Você não está pensando naquele monstro, está? – Perguntou Akito se erguendo e puxando a gravata do médico.

-Eh? – Hatori voltara para o presente – Monstro? Refere-se á Miyuki Sohma?

-Não fale este nome! – Akito exclamou enojado. – O que o faz pensar naquele monstro e não em mim?

Hatori balançou a cabeça e continuou pensativo sem lembrar que Akito estava diante dele.

-Eu finalmente vi os olhos dela. – Murmurou distraído – Pareciam estar tristes, mas... Por que ela chorava?

-Hatori... Hato... – Akito levou as mãos no rosto dele – Você vai se iludir mais uma vez? Não se esqueça daquela inútil...

Hatori arregalou os olhos lembrando-se de Kana afastou o sentimento bom que estava tendo.

-Kan... – Ele parou de falar e abaixou a cabeça.

Akito apenas sorriu e soltou a gravata do médico. Sem dizer mais nada, Hatori saiu da sala de Akito deixando-o só.

-Ele... Há, há, há! Ele acha que vai se iludir de novo! – Akito caiu na risada – Muito bem... Muito bem... Mas eu sou um Deus, não sou? Meu dever é impedir que desgraças ocorram.

(oOoOo)

-Ir-Irmã?! – repetiu Tohru ainda surpresa. – Como?!

Yuki colocou a mão no queixo e foi explicando calmamente.

-Você pode não entender, mas... Momiji deve ter lhe dito que quando nascemos com a maldição. Ou temos pais super-protetores ou temos pais enojados com a nossa forma.   – Dizia o rato um pouco inconformado – Lembra-se Honda-san?

-Sim! – Tohru concordou se sentando próxima dos três amaldiçoados.

-Onee-san é vítima disso – Disse Kyo de braços cruzados.


...
...
...

-NÃO QUERO! – Gritou um homem completamente enojado.

A mãe de Kyo levou as mãos na boca e deixou lágrimas escorrerem.

-Mas... Querido... – Murmurou ela segurando um pequeno filhote de gato nos braços que mal tinha pêlos.

O filhote que ela segurava era bem pequeno, pequeno demais... Parecia ter acabado de nascer. Nem abria os olhos direito, miava sem parar... parecia estar com fome.

O filhote mal se movia, respirava pouco... Mas parecia estar confortável nos braços da mãe.

-Eu... Não posso deixar de notar que isso é nojento – Disse o pai de Kyo completamente assustado. Ele levou á mão na boca – Veja para isso! É um monstro! Olhe! Não pára de miar!

Dessa vez a mãe de Kyo caiu de joelhos. Ela não parava de chorar. O gatinho á miar mais alto.
Uma pequena menina que deveria ter lá seus 3, 4 anos entrou na cozinha após ouvir a confusão.

-Papa... Mama, que aconteceu? – perguntou uma Miyuki bem jovem e com cabelos curtos.

O pai de Miyuki olhou para a filha. Era bem nítido. A garota havia puxado ao pai, tinha o mesmo jeito que ele... Os mesmos cabelos...
O pai sorriu para a filha de maneira cansada.

-Miyuki, não se preocupe querida. Papai não deixará que fique neste lugar cheio de monstros... Papai não... – O pai de Kyo e Miyuki se ajoelhou – Me diga que não é... Verdade...

-Papa?

-Querido... Veja... Ele é lindo. – Tentou a mãe de Kyo em vão – Não é um monstro.

-Ele é um amaldiçoado. – Disse o Pai de Kyo ainda chocado – Não quero que Miyuki cresça ao lado dele! Ela só sofrerá perto daquele Patriarca e desse... Monstro.

-Querido! Miyuki não!

-Miyuki – Chamou o pai da menina – Vamos visitar seu amiguinho Hatori-kun, certo?

-Haa-kun? – Perguntou Miyuki sorrindo – Hatori-kun está esperando a gente? IHHH! – Completou animada.

-Sim... – O pai de Kyo lançou um último olhar á esposa – Mate-o por nós querida. Eu não quero me lembrar mais deste monstro... Nem deste casamento... Só de minha filha...

-Como pode dizer isso!  Ele é seu filho também, não teve culpa...

-Não... Não... A culpa é minha, por isso corrigirei meu erro ao visitar Hatori-kun e seu pai.

O pai de Kyo se afastou da esposa que estava mais desesperada do que nunca.

-Querido... MIYUKI!!! – Gritou mãe de Kyo se erguendo para tentar parar o marido, mas ele já tinha saído de casa – NÃO! NÃOOOO!

Ela caiu de joelhos e começou á chorar mais ainda.

-Meus preciosos... Não...

E o pequeno gatinho finalmente se transformara num bebê usando um pequeno colar em volta de seu braço.

....
...
...

-Isso é... – Tohru conteve as lágrimas.

-Eu estava presente no dia em que o pai de Kyo e Miyuki chegaram à sede. Haa-san, eu e Ayame estávamos estudando para algumas matérias quando eles chegaram – Disse Shigure calmamente.

-mas... – Tohru disse surpresa – Kyo, por que não a procurou?

-É difícil – Kyo coçou a cabeça. – Shigureeee... Continua essa história vai!

...
...
...

Após a briga na casa do gato, o pai e Miyuki chegaram á casa grande onde várias crianças brincavam entre si, e outros estudavam do lado de fora.

-Eh? – Hatori se ergueu da mesinha cheia de livros – É o senhor Sohma, pai da Miyu-chan e do filho mais do novo que nasceu á uns dias atrás, não?

-Eh? – Ayame e Shigure se ergueram também – O que fazem aqui? – Completaram em coro.

-Haa-kun! – Miyuki abraçou Hatori que sorriu de canto para a menina. – Papa disse que iríamos ver hoje você por causa de algo especial!

Hatori arregalou os olhos e encarou o pai de Kyo com surpresa. Entretanto, a expressão do mesmo estava bem triste e muito chocada.
Ele viu seu pai ao lado do de Miyuki e já imaginara o motivo da visita.

-Senhor... – Hatori murmurou enquanto via Miyuki ir brincar com Shigure e Ayame. – Deseja mesmo perder tudo isso?

-Eu não quero me lembrar daquele monstro Hatori. Não quero mais, nem eu e nem minha filha. Quero esquecer de tudo. – Disse ele com lágrimas – Sei que isso é egoísmo, mas não quero que minha filha sofra ao saber que o irmão é um amaldiçoado rejeitado.

Shigure e Ayame arregalaram os olhos com as frases frias ditas por aquele homem. Talvez porque ele não soubesse que os três ali eram amaldiçoados também.
Miyuki brincava sem perceber nada. Hatori sem poder negar, andou calmamente até Miyuki e se ajoelhou diante dela.
Colocou as mãos sobre seus olhos e percebeu que nunca havia visto os olhos daquela menina.

-Miyu-chan. Vai acabar em um momento, fique em silêncio sim? – Disse Hatori tristemente. – Pode fazer isso por mim?

-Ta! - Miyuki sorriu. – A gente ta brincando?

-Sim. – Hatori concordou.

-Tem certeza? – Perguntou Shigure preocupado – Miyuki é jovem demais para se lembrar do irmão. Ela não precisa esquecer do Kyo, da mãe e nem de nada! Além do mais, pode ser perigoso, não Ayaa-san?

-É! – Apoiou Ayame.

-É minha decisão – Disse ele.

Hatori continuou com aquela hipnose, mas antes que ele apagasse a memória... Miyuki disse:

-Haa-kun, quando terminar de fazer isso. Quer conhecer meu irmãozinho? Ele nasceu á pouco tempo, mas Mama disse que ele é um gatinho muito fofo. – Miyuki abriu um sorriso – Haa-kun... Você vai brincar com nós dois, neh?

-Ah... – Hatori ia dizer, mas...

Mas a hipnose havia feito seu trabalho e Miyuki fora jogada para trás desmaiada sob os olhares de todos os presentes incluindo o pai de Hatori que permitira que apagassem a memória dos dois.

-Agora o senhor – Disse Hatori se erguendo e fitando o pai do rapaz.

Shigure se virou para Miyuki que estava desmaiada no chão.

-Miyu-chan. A gente brinca com você – Sorriu Shigure

...
...
...

-Há um tempo atrás eu havia pedido ao Hatori ver como estavam Miyuki e o pai dela. – Dizia Shigure tristemente – Eu sei que o pai dela morreu á alguns anos atrás... Miyuki está na faculdade de Educação Física e quer ser professora...

-Minha irmã... – Kyo murmurou – Não imaginava que a veria de novo. Minha mãe sempre me falava que ela estava longe, que ela havia viajado. Mas eu sabia que haviam apagado a memória dela junto do meu pai.

Tohru encarou Kyo com tristeza.

-Mas Kyo! Pode tentar reatar seus laços familiares com a senhorita Sohma! – Disse ela com firmeza – Por que não faz isso?

-Eu não vejo minha irmã desde que nasci, só a conheci por meio de fotos que minha mãe me mostrava. Acho que seria meio difícil. – Explicou Kyo – mas ela está bem, então se isso é o máximo de contato que possamos ter, então estou como diria... Feliz.

-Já imaginava que esse gato idiota agiria assim – Murmurou Yuki.

-REPETE RATAZANA! – Gritou Kyo destruindo a mesa onde estava o jornal de Shigure.

O Cachorro desviou de uma mesa voadora que atingira Yuki na cara e em seguida ela voltara com tudo contra Kyo.

-Ahhh... Minha preciosa casinha... – Murmurou Shigure com lágrimas.

Tohru percebeu que aquela briga havia começado pela preocupação de Yuki com Kyo. Ele parecia preocupado ao ver o gato pela primeira vez triste.

-Eu tenho que ajudar a senhorita Sohma! – Murmurou Tohru com firmeza – Preciso ajudá-la. Preciso aproximá-la de Kyo e... De todos da família Sohma!

Mamãe. Eu sei que será difícil, mas agora vendo que a história de Kyo e Miyuki é triste, eu preciso junta-los de novo...
Eu sei que Akito-san pode não gostar nem um pouco disso e que talvez todos os membros do signo dos 12 não queira ver outra Sohma sofrer, mas preciso fazer isso. Pelos dois.

-Tohru você pode fazer as coisas lentamente, respeitando seu ritmo... – Sorriu Kyoko.


Próximo Capítulo:

-Akito-san? – Yuki disse surpreso deixando cair uma travessa de sopa que iria deixa na mesa – O-O que aconteceu?

-Quer saber Tohru-chan? Miyuki foi o primeiro amor do Haa-san!

-E VOCÊ QUER SER UM MONSTRO TAMBÉM!? – Rebate Akito nervoso.

-QUE GRITARIA É ESSA!? – Gritou Hatori do outro lado da porta.

-AKITO! ABRA A PORTA! – Gritou Shigure em seguida.

-Veja? Está atraindo mais confusão... – Disse Akito – Tem certeza de que é isso que quer? Atenção?





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