O que Vem depois da Tempestade? escrita por Nammyee


Capítulo 3
Capítulo III




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Tarde de domingo. Tohru estava levando comida para Miyuki que ainda não acordara, estava de cama com um pouco de febre devido ao machucado no braço que fora um pouco profundo.

-Odeio alho... – Murmurou Kyo ao sentir o cheiro.

-Ahh, mas a senhorita Sohma deve gostar disso, não? – Indagou Tohru.

-Leva ué, nunca se sabe – Disse Kyo saindo da casa.

-Talvez os irmãos compartilhem o mesmo gosto – Tohru dizia á si mesma num riso.

Hatori havia vindo visitar Miyuki com Akito naquela hora, eles acabavam de entrar pela porta.
Yuki que vinha da cozinha arrumar a mesa para o jantar se assustou.

-Akito-san? – Yuki disse surpreso deixando cair uma travessa de sopa que iria deixar na mesa – O-O que aconteceu?

-Preciso conversar com ela. – Disse Akito que vestia um terno preto – Miyuki anda sendo um pouco inconveniente.

-Por favor, não demore muito Akito – Pediu Hatori ajudando Akito subir ás escadas – Você ainda está fraco por causa do resfriado e Miyuki está...

Ele se conteve.

-Ferida? Ela mesma fez aquilo para atrair atenção – Riu Akito.

Akito dispensou a ajuda de Hatori e subiu sozinho no quarto, Tohru cruzou com ele que nem sequer lhe dirigiu uma palavra.
Ela desceu as escadas e encontrou Hatori tomando chá ao lado de Shigure, era extraordinário ver Shigure calmo e sério.

-Acha que ele... – Hatori começou preocupado.

-Nesse momento. Se Akito estiver realmente furioso, aconselharia á ter alguém por perto – Disse Shigure cabisbaixo. – Lembra-se?

-O que aconteceu? – perguntou Tohru aparecendo.

Yuki se virou e sorriu, Shigure e Hatori por outro lado ficaram em silêncio.

-Honda-san. Não é nada – Respondeu um pouco triste – Apenas Akito veio visitar Miyuki, creio que deve ser uma maneira de ele tentar impedir que ela encontre Kyo.

-E onde está ele? – Perguntou Tohru curiosa.

-Kyo teve que ir á escola refazer uma prova – Disse Shigure – Ele disse que mais tarde estaria de volta.

Tohru se sentou ao lado de Hatori e Shigure, pegou uma xícara de chá.

-Estou preocupada com a senhorita Sohma. – Disse Tohru – Ela não quis comer, só dizia que queria rever o Kyo, o irmão sem rosto e... Queria pedir desculpas ao senhor Hatori.

-Á mim? – Hatori se virou surpreso – Por que deveria?

-Não sei bem – Tohru respondeu pensativa – Ela só dizia que a culpa era dela. Ela deveria ter pensado melhor antes de tudo aquilo... Não sei se entendi bem.

Hatori abaixou sua cabeça.

-Ela se parece um pouco com a Honda, mas é uma velha amiga de infância. Ayame, Shigure e eu costumávamos visitar a casa dos pais de Miyuki para brincar com ela... – Hatori tivera uma lembrança boa e parara de falar. – É, costumávamos.

Shigure abrira um sorriso enorme e colocou as mãos no ombro de Hatori.

-Quer saber Tohru-chan? Miyuki foi o primeiro amor do Haa-san!

Bom... Nem precisaríamos dizer que Shigure foi brutalmente espancado por Yuki e Hatori deixando Tohru completamente assustada.

-Ai... – Shigure murmurou ainda coberto de marcas.

-Isso é verdade, senhor Hatori? – perguntou Tohru tentando ignorar Shigure agonizando – se me permite dizer, o primeiro amor é algo muito bonito mesmo! Ficaria feliz se alguém como senhor tivesse amado mais alguém além da senhorita Kana, se é que posso dizer isso.

Hatori mostrou um pequeno sorriso e olhou para fora enquanto bebia seu chá.

-Primeiro amor... – Hatori disse – Tinha me esquecido disso.

-E não é bom se lembrar? – Sorriu Tohru.

-Não sei por que, mas Miyuki tinha essa fixação em mim quando pequena, se isso foi o primeiro amor... – Dizia Hatori – Dizia que gostava muito de mim, mas por ser apenas uma criança, eu não dava muita atenção á isso... Mas eu mesmo gostava de estar mais ao lado dela do que daqueles dois – Disse dando ironia ao “Daqueles dois”.

Tohru sorriu e corou.

-Deve ser bom amar alguém mais novo, não senhor? – Disse Tohru – Eu sempre acho isso. Ou melhor, minha mãe e meu pai eram um exemplo.

-Sim – Hatori disse de cabeça baixa – mas agora acho que isso acabou. Miyuki evita falar comigo, talvez ache que Kana e eu ainda estamos juntos.

-Na verdade não. – Disse Yuki sem jeito enquanto – Miyuki e eu nos encontramos uma vez quando eu estava procurando a casa do avô da Honda-san.

-É? – Tohru disse surpresa. – Foi naquela época em que eu havia voltado...

-Mas ela não reconheceu o Kyo. Disse apenas que sentia saudades de todos já que não tinha mais permissão de visitar a sede, podia apenas visitar as casas externas... – Dizia Yuki – Ela também disse:

...


-Está indo procurar aquela garota que Kagura comentou? – Perguntou Miyuki – Aquela que tem palavras bonitas?

-É, mas o gato inútil ali está perdido – Disse Yuki.

Miyuki riu deixando Kyo vermelho.

-Eu sempre achei os dois muito engraçados. Gato e rato... Deveriam parar de brigar, mas enfim... – Miyuki sorriu.

Kyo virou a cara tentando ignorar aquela frase da irmã enquanto Yuki sorriu.

– Hatori-san está bem? – Perguntou um pouco vermelha.

-Aquele inútil só cuida do Akito. – Resmungou Kyo – Nunca vem visitar a casa do Shigure, ele deveria conhecer a Tohru.

-Verdade. Hatori iria melhorar o humor se a conhecesse, desde que não apague a memória dela... – Disse Yuki. – Ahhh... – Completou ao lembrar que a garota havia perdido a memória também.

-Gostaria de lembrar de meu irmão, mas nem sei seu nome... – Murmurou Miyuki com a mão na cabeça – Estava pensando em ir visitar Akito pra ver se acho algo.

-Cuidado. Não é só Hatori que anda mal humorado – Alertou Yuki

-Hatori-san está mau humorado? Pensei que a Kana faria ele se sentir melhor – Disse Miyuki surpresa.

-Você não sabe né. – Yuki coçou a cabeça – Kana teve a memória apagada por causa de uns problemas que Akito-san provocou... E... Já faz um tempo isso.

Miyuki balançou a cabeça e deixou uma lágrima escorrer.

-Eu bem que... – Ela ergueu a cabeça e abriu um sorriso triste. – Hatori-san ficou triste?

-Nem imagina. – Disse Kyo um pouco impaciente – Anda, preciso ir atrás dela! “Não agüentaria olhar para minha irmã sem querer abraçá-la, odeio essa sensação”.

-Ele está bem melhor agora – Sorriu Yuki – Quando puder ter permissão venha nos visitar na casa do Shigure, estamos lá!

-Ah, claro – Disse Miyuki animada – Oh sim, fiquei de ir á casa em que meu pai morava, disseram que acharam uma carta dele para mim.

Antes que Yuki desaparecesse com Kyo, Miyuki gritou de longe:

-DIGA AO HATORI-SAN QUE ESPERO QUE ELE MELHORE!

...


-E foi isso. – Disse Yuki – Acho que de certa forma ela sabia que você estava ainda triste.

Hatori não dissera nada, ainda estava surpreso por perceber que Miyuki ainda se preocupava com ele.

-Mas... EH!? – Tohru se virou surpresa ao ouvir um grito.

Todos se ergueram e escutaram Miyuki gritar mais alto, o que Akito poderia ter feito?

(Minutos Antes)

Miyuki já estava vestida com algumas roupas de Tohru, ela estava mais descansada e agora olhava para a janela.
Akito entrara no quarto e trancara a porta. Miyuki se virara e finalmente arregalara os olhos de susto.

-Akito! – Ela disse surpresa.

-Então foi para cá que veio... – Akito murmurou ao guardar a chave no bolso – O que pensava? Que poderia atrair a atenção daquele monstro e de Hatori?

Miyuki continuou com medo e tentou se afastar.

-Diga. Queria chamar a atenção dos meus amaldiçoados? – Perguntou Akito observando pássaros cantarolando na janela.

-Eu... Eu só queria saber de meu irmão Kyo! Que você escondeu! E queria ter a chance de estar perto dele! – Disse Miyuki de cabeça baixa.

-O que pensava!– Gritou Akito batendo a mão contra a parede – ACHA MESMO QUE PODE FAZER O QUE PENSA!?

Miyuki respirou fundo... Iria rebater os gritos de Akito, sabia que essa poderia ser sua última chance com ele.

-Eu... Eu sei que não posso quebrar a maldição e também sei que nem sequer lembro do rosto de meu irmão! – ela disse, mas perdera a postura - MAS MEU PAI ME CONTOU QUE ELE É O GATO DO SÍGNO DOS 12! – Gritou Miyuki – Naquela carta que ele me deixou, me contou o nome de meu irmão... Kyo Sohma... Eu quero revê-lo mais do que tudo nesse mundo!

-E VOCÊ QUER SER UM MONSTRO TAMBÉM!? – Rebateu Akito nervoso. - Quer encontrar o Hatori também é?

Miyuki arregalou os olhos.

-Meu irmão não é um monstro... Você me julga errado ao entender que amar uma pessoa e encontrar a outra é algo errado! Eu tenho o direito de encontrar meu irmão mais novo e tentar quebrar a corrente que mantém Hatori-san e os demais presos á você! Seu... !

Akito esbofeteara Miyuki que caíra de joelhos no chão esfregando o local acertado.

-Você... Escute bem... Não se intrometa como aquela menina chamada Honda. Ela também será a próxima á ter a memória apagada. – Disse Akito de cabeça erguida – Cale-se, não se aproxime daquele monstro nem de Hatori. Eles me pertencessem... São meus. Não quero vê-la perto deles. Você nem merece ser chamada de Sohma... – ele riu – Merecia ser chamada de Miyu-monstro.

Miyuki se ergueu novamente e com lágrimas nos olhos rebateu:

-EU TE ODEIO! VOCÊ DEVERIA TER VERGONHA DE TRATAR OS SOHMA ASSIM!

Parecia que a gritaria havia sido ouvida... Vários passos de pessoas subindo as escadas eram ouvidos.

-QUE GRITARIA É ESSA!? – Gritou Hatori do outro lado da porta.

-AKITO! ABRA A PORTA! – Gritou Shigure em seguida.

-Veja? Está atraindo mais confusão... – Disse Akito – Tem certeza de que é isso que quer? Atenção?

-Eu quero... – Miyuki se ergueu – Eu quero meu irmão de volta, quero ter a chance de tocá-lo. E quero a chance de estar com o Hatori-san, mesmo que por pura amizade. Eu... Eu... – Miyuki contraiu os punhos.

Akito empurrara a menina que fora perto da janela. Ele fora empurrando, a moça que já estava debilitada, mal conseguia tentar se defender.

-Não se atreva a dizer isso! – Gritou Akito nervoso.

-ABRAM! – Gritou Hatori empurrando a porta.

-EU VOU QUEBRAR! – Disse a voz de Shigure – NO TRÊS!

Miyuki vermelha abaixou sua cabeça e gritou com tudo:

-EU AMO O HAT... !

Antes de poder dizer algo, Akito empurrara Miyuki que fora em direção á janela aberta. Hatori e Shigure haviam arrombado a porta com a ajuda de Yuki e Tohru que tentara ajudar.
Hatori viu Miyuki ser lançada para fora da janela e correu para tentar pega-la. Ele apenas pôde ver suas mãos desaparecendo lentamente pela janela.

-MORRA! MORRA SEU MONSTRO! – Ria Akito.

-AKITO! – Gritou Shigure segurando o Patriarca que ainda tentava avançar contra Miyuki.

Miyuki sentiu seu corpo ser jogado para fora da casa.

Minha maior vontade.
É estar com ele, mesmo que seja só por amizade.



Hatori correu ao saber que nem Yuki e nem Tohru poderiam alcançar a garota á tempo.

-MIYUKI! – Hatori saltou para fora da janela.

-Hatori! – Yuki e Tohru exclamaram surpresos.

Amizade... Mesmo que por amizade...
Posso não ser aquela pessoa, mas quero estar ao lado dele.


Miyuki abriu levemente os olhos enquanto começava á cair para o chão.

-Haa-kun? – Ela recordara-se de seus tempos de infância.

Hatori havia conseguido chegar perto de Miyuki e abraçou a garota. Uma grande fumaça amarelada cobriu o teto e Hatori se transformara com o abraço... Droga, ele havia se esquecido que abraçar alguém do sexo oposto não era bom.

-SOHMA-CHAN! – Gritou Tohru olhando pela janela. – AH!

Havia me esquecido de que ela foi meu primeiro amor.
Tão fácil assim nos esquecemos dessas coisas
Mas eu não permitirei que Akito tire o que reconquistei.

(OoOoOo)

-Haa-kun está namorando é? – Perguntou Miyuki enquanto fazia um castelo de areia na Sede.

-Hum... Não. – Respondeu o rapaz se sentando próximo de Miyuki que já tinha uns 10 anos. – Eu estou indo para a Faculdade, vou ficar fora um boooom tempo.

-Facul... – Miyuki se virou para o rapaz. – Vai embora pra sempre?

-Nem sei se Ayaa ou Shigure vão, mas eu quero ser médico. – Hatori disse calmamente – Talvez seja uma maneira de eu curar os corações das pessoas, ou... Talvez para me livrar de Akito por algum tempo...

-Quando Haa-kun sair da faculidadi, promete á Miyu-chan que vai se encontrar com ela de novo?

Hatori alisou o cabelo da menina e sorriu.

-Neh, quando eu reencontrar a Miyu-chan, vou te dar um anel beeeem bonito, certo?

E aquela foi à última vez que eu vi Miyuki e a chamei de Miyu-chan.
Depois disso, Miyu-chan mudou de casa e eu encontrei Kana.

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