Eu estava com Kate andando no corredor, indo para a aula de poções do Snape.

Kate sempre falava que ter aula com os alunos da Grifinória, com quem Sonserina dividia nas aulas de poções, era um saco.

Depois do incidente do dormitório, metade do corpo masculino estudantil de Hogwarts vinha me perguntar se aquela historia do dormitório era verdade. E o que eu falava? “Sem comentários”.

Meu primeiro tempo de aula foi normal, se você acha que normal significa Austin Hendricks do meu lado flertando sem parar. Mas tirando isso, a aula de transfiguração com a professora Mc’Gonagall foi interessante.

Ok, não vou dizer que Austin, que era da Corvinal, era feio. Bom, ninguém da Corvinal é feio. Ainda mais Austin, que tinha cabelos castanhos e olhos verdes.

Aí você chega e fala: Porque você não tascou um beijo nele?

Aí eu respondo: Porque beijar um garoto na sala de aula não era uma boa idéia, ainda mais os britânicos, quem não são muito chegados a afeto em público.

- Malfoy já falou com você hoje? – Kate perguntou, enquanto subíamos à escada em direção a sala de poções, que o Snape ensinava. Mas porque diabos ela tá me perguntando isso? Por mim eu ficaria anos sem falar com aquele albino.

-Não, por quê? – Perguntei, me controlando para não mandar Kate tomar naquele lugar. Entrei na sala, me sentando e botando o livro de poções encima da mesa. Eu sentei em um lugar privilegiado, onde a janela, que ficava atrás de mim, iluminava o meu livro, facilitando a leitura.

- Olha – Assim que ela falou, Draco Malfoy se sentou na minha frente, com um sorriso torto. Eu tinha que admitir que Draco ficava lindo com o sol batendo naqueles olhos azuis.Eu fiz uma careta, que mais pareceu um sorriso.Os alunos da Grifinória haviam se sentado em seus lugares. Snape se levantou de sua cadeira, com a mesma cara de tédio, como sempre, e pegou um vidrinho, indo para o centro da sala.

- Abram na página 402 – Ele mandou. Abri na página. Kate e Malfoy fizeram o mesmo. Argh. Snape não dá nem bom dia. Mal educado.

- Alguém sabe que poção é essa? – Ele perguntou, levantando o braço. Uma garota de cabelos castanhos levantou o braço na mesa da Grifinória. Snape ignorou. Levantei a minha mão. Ele e a sala toda olharam para mim.

- Senhorita Leeves? – Ele perguntou. Suspirei.

- Essa é a poção de Mochambrick senhor. – Eu disse. Snape levantou uma sobrancelha. O silencio ainda reinava na sala.

- E pra que serve? – Perguntou novamente. Draco me olhou com curiosidade.

- Ela impede que a menina engravide, quando ela está tendo relações... Sexuais. - Essa ultima palavra eu falei com certa vergonha. Draco e Kate riram baixinho.

- E quais são seus efeitos colaterais? – Tornou a perguntar. Pô Snape pega leve! Hoje e só o meu primeiro dia de aula! Mordi o meu lábio inferior.

- Se ingerida na gravidez, o feto pode apresentar alterações, como nascer aleijado, ou até ciclopa – Eu falei. A sala explodiu em risadas. Snape deu um sorriso.

- É ciclope. Não ciclopa. – Ele riu. Corei. Malfoy e Kate não paravam de rir, assim como a sala toda. QUE MICOO!

- Até que para uma garota que vivia na mata, você se saiu bem. - A sala continuou rindo. Malfoy e Kate riram mais ainda.

- 10 Pontos para Sonserina. – Snape finalizou. A mesa da Grifinória parou de rir imediatamente, dando espaço para as reclamações.

Depois desse mico, eu e Kimberly tivemos DCAT, defesa contra arte das trevas, com o Olho-Tonto Moody, que eu mais tarde tinha descobrido seu último nome.

Kimberly sentou do meu lado, ouvindo a aula atentamente. Essa aula nós dividíamos com a Lufa-Lufa.

- Alguém pode me dizer as três maldiçoes imperdoáveis? – Professor Moody falou. Várias duplas da Lufa-Lufa levantaram a mão. Eu é que não ia levantar. Nem vem. Pagar outro mico? Não mesmo.

- Claire Leeves? – Professor Moody me perguntou. Deus, porque você me odeia tanto? Os alunos da sonserina começaram a cochichar. Lufa-Lufa fez silencio.

-Ahn, A maldição Cruciatos, Imperius e o famoso Avada Kedavra. –finalizei. Olho Tonto olhou para mm, satisfeito.

- Muito bem. – E continuou a dar a aula.

O sinal tocou e eu encontrei Kate me esperando no corredor.

-Vamos?-Kate disse. Kimberly continuava calada, o que era estranho.

Entrei no refeitório, com os livros na minha mão. Sentei no banco da Sonserina, botando os livros no colo. Kate e Kimberly se sentaram do meu lado, enquanto eu observava a mesa da Grifinória.

Dois garotos, um de cabelo ruivo e outro de cabelo preto riam, junto com a garota de cabelos castanhos que eu antes tinha encontrado na aula do Snape.

- Quem são eles?- Perguntei a Kimberly, que estava quieta de mais. Kimberly olhou, e finalmente falou:

- O de cabelo ruivo é Ronald Weasley, o de cabelo preto é Harry Potter, a de cabelos castanhos é Hermione Granger. - E voltou a comer. Eu continuei observando.

A garota ria discretamente, enquanto os dois garotos quase caiam da cadeira. O ruivo pegou a taça e começou a beber. O garoto parou de rir e me encarou. Eu dei um tchau, discreto.

- Observando o Potter, Leeves?- Draco Malfoy sentou no espaço vago a minha frente, atrapalhando a visão que eu tinha da mesa da Grifinória. Que garoto irritante!Fica aparecendo assim, de repente...

-Vai procurar o que fazer Malfoy – Kate quase engasgou. Kimberly estava rindo. Ele fez uma careta divertida. O que eu estranhava era que ele não estava se sentando com seus amigos gordos como ele sempre se sentava.

- Pelo visto você já arrumou. - Ele falou com. Ciúmes? Ou sarcasmo? Enfim, ignorei e continuei a comer o meu macarrão. Malfoy ta com um comportamento muito estranho para mim. Kimberly também, não falou o dia inteiro. Será que eu to ficando chata? Ou eu tenho bafo?

- Leeves. - uma voz me chamou. Ignorei. Eu ainda tinha que esclarecer com Hagrid alguns assuntos, e com a minha mãe. Falando na minha mãe, porque ela ainda não chegou? Estranho. Tanta coisa acontece em dois dias, o tempo passa tão rápido...

-Leeves-A voz me chamou. Eu estava prestes a explodir de raiva.

- QUE É PORRA? NÃO TÁ VENDO QUE EU TO COMENDO?- Eu falei, ainda olhando para minha comida, enfiando um garfo com um rolo de macarrão dentro da minha boca. A mesa de Sonserina começou a gargalhar, Assim como o retardado do Malfoy. Peguei o guardanapo e limpei a boca. Kate me cutucou, apontando para cima.

Eu vi um Severo Snape me olhando com cara de tacho. Ri internamente. É o segundo mico que eu pago no meu primeiro dia. Ninguém merece.

-Ahn... Oi?-Falei que nem uma lesada. No minuto que eu falei isso, as gargalhadas aumentaram mais ainda. Eu estava me sentindo uma retardada. Nãooo, esse posto é do Malfoy. Lesada é melhor.

- Dumbledore - Snape disse visivelmente se controlando para não me dar uns tapas. –Me pediu para avisá-la que sua mãe estará chegando pontualmente daqui a dez minutos. - Ele disse, e saiu. Eu olhei para baixo, rindo. Kate parou de rir.

- O que ele tem pra ser tão antipático assim?- Kate falou. Terminei a minha comida e comecei a beber o meu suco.

- Deve ser a abstinência sexual – Malfoy falou rindo. Levantei-me, com a mão na boca. Quase que eu cuspo todo o meu suco na cara dele. Kate e Kimberly me olharam.

-Respira Claire, respira. -Kate falou, me sentando. Engoli todo o meu suco. Apontei pra cara do Malfoy.

-Nunca mais faca uma piada comigo bebendo. -Abaixei o meu braço. Malfoy levantou uma sobrancelha. Eu comecei a rir.

- Ok, foi engraçado. - Admiti. Draco deu um sorriso sarcástico. Kate e Kimberly sorriram. Meu ipod começou a tocar “Sexy Bitch” bem alto. Peguei o meu ipod e dei pause na musica.

-Desculpa. O ipod é touch, ai eu esbarrei e a musica ficou tocando e. - Olhei para cima e vi uma cambada de bizoiudos atrás de mim, olhando para o meu ipod.

“O que é isso?”

“Que negócio legal!”

“O que ele faz?” – Kim me perguntou. Até ela? Olhei para Draco, que estava rindo discretamente. – Me ajuda? – Eu mexi os lábios, mais a voz não saiu. Ele balançou a cabeça positivamente. Se levantou e apontou para a janela – Olhem! Um dragão! – Ele exclamou falso. Começou a correr em direção a porta. Eu fiz à mesma coisa. Corremos pelos corredores, fugindo da multidão. Quando nós paramos, nos encontrávamos encostados em uma pilastra, olhando um para o outro, sem fôlego.

- Já foram?- Eu perguntei baixinho. Draco espiou e depois olhou para mim.

-Já. - Ele falou. Ajeitei a minha roupa e botei o ipod enquanto seguíamos no corredor.

-Droga!- Eu falei, chateada.

- Que houve?- Ele perguntou, virando a esquerda e dando de cara com o corredor principal, onde vários alunos conversavam.

-Os meus livros. Ficaram no refeitório. – Suspirei. Ele olhou para mim, balançando a cabeça.

- Não se preocupe, Tenho certeza que aquelas suas amigas vão trazer para você. - Ele se sentou no banco, que dava de frente para o corredor principal. Algumas pessoas que passavam por nós, começavam a cochichar, coisa boa que não é.

- E você Draco, - Ele levantou a sobrancelha. Eu raramente o chamava de Draco. -Você... Não gosta de ter amigos? – Eu falei, pausadamente. Ele pousou a sua mão nas cochas, abrindo as pernas. Sabe? Como homem geralmente se senta.

-Eu sou sozinho. - Ele continuou sério. Eu olhei para o pátio, que estava nevando. De repente uma carruagem sem motorista desceu no pátio. As pessoas que estavam sentadas conversando, e as que estavam passando fizeram um tumulto. A mulher desceu da carruagem, e tirou o capuz. Eu iria reconhecer aqueles cabelos acastanhados em qualquer lugar do mundo.

Minha mãe.

- Vem Malfoy – Chamei ele, o agarrando pela manga do seu sobretudo e indo até o pátio. Enquanto atravessava o pátio a minha mãe me viu. Abriu os braços. Soltei Malfoy e corri para ela.

-Mãe! Que saudade!- Eu disse. Minha mãe alisou o meu rosto – Linda como sempre – Ela disse, suspirando. Malfoy estava atrás de mim, parado. Peguei a mão dele, fazendo com que a minha mãe o visse.

-Quem é esse querida? Seu namorado?- Minha mãe sorriu. Eu corei. Draco riu alto.

-Esse é Draco Malfoy mãe, meu amigo. - Enfatizei o “amigo” para que ela parasse de me fazer corar.

- Prazer em conhecê-la senhorita Leeves. - Draco apertou a mão da minha mãe. Draco sendo gentil?To sonhando?Ou tô tendo um pesadelo?

-Prazer Draco. - Minha mãe sorriu. Ela olhou para mim. -Eu trouxe Larry. - Eu sorri. Draco, que estava, com as mãos nas costas, olhou para mim.

Minha mãe começou a pular na carruagem, tentando alcançar as malas. Draco foi lá e pegou sem dificuldade nenhuma.

O sinal tocou,o que nós dois,Eu e o Malfoy, ignoramos.

-Obrigada Draco – Minha mãe falou, com um sorriso na cara. Que comportamento repentino é esse?Draco Malfoy, você tomou muuiita Tequila. Já mencionei o quanto Draco é alto?Pelo menos uns 1,75.

A ultima bagagem foi uma gaiola, que estava coberta com um pano preto. - - Larry! – Falei. Draco não estava entendendo nada. Saí de perto dele e me abaixei, Tirando Larry da gaiola.

Assim que eu fiz isso, Draco deu um passo para trás, alarmado. Minha mãe não, ela estava falando com Dumbledore do outro lado da carruagem.

-Leeves!- Draco vociferou. Sua cara estava tão branca tão branca, que eu poderia comparar a farinha e ninguém perceber a diferença. Olhei para o corredor, que estava quase vazio.

-Oi Larry!- O peguei, enrolando em meu pescoço. Draco continuava olhando para mim, com os olhos arregalados e a boca aberta.

-Quem é este senhora?- Larry perguntou, olhando atentamente para o Malfoy, que subitamente deu um passo para trás.

- Larry, esse é o meu amigo, Draco Malfoy. - Eu disse, Sorrindo.

-Não gostei dele.

Novidade...

Algumas pessoas, que estavam indo para a suas salas, pararam para me ver, de olhos arregalados.

-Larry,finge que você tá querendo me matar. – Mandei,olhando para Draco,que estava imóvel.Varias pessoas estava chegando para observar.Droga.Eles não podiam saber sobre o negosso das cobras.

-Porque eu faria isso senhora?

-ME OBEDECE PORRA!- Gritei. Larry começou a me apertar o meu pescoço em uma forca sobrenatural. - LARRY EU FALEI PARA FINGIR!- Mas a voz não saiu

.A ausência de ar nos meus pulmões estava começando a ser notável. Pessoas começavam a gritar. Draco sacou sua varinha e apontou para Larry, que ficou mais apreensivo e apertou mais forte.Olhei para o lado,procurando a minha mãe e Dumbledore.Eles não estavam lá.Meus joelhos cederam,fazendo com que eu caísse na neve. – Para Larry, para-mais a voz novamente não saiu. Pessoas continuavam a gritar. Uma luz branca veio em meus olhos e eu caí na neve

Ar.

O ar inflou em meus pulmões. Eu respirava devagar. Tirei a cara da neve e olhe para o lado.

Uma roda de pessoas estavam me observando, com os olhos arregalados. A falação era grande. Draco estava ajoelhado em um só joelho com a mão nas minhas costas

-Claire?Claire? Olha pra mim. - Ele falou, olhando para o circulo de pessoas envolta de mim. -E vocês?Estão olhando o que? Vão estudar!- Gritou. As pessoas saíram.

- Como você está?- Ele Falou que fitando meus olhos. – Sentei-me na neve.

-Onde está a cobra? –Perguntei. Draco apontou. Olhei por cima do meu ombro e Vi uma coisa preta na neve. Larry.

Por cima do Ombro do Malfoy, vi Harry Potter se aproximando.

-Você está bem? – Ele perguntou. Draco revirou os olhos.

-Sim.

-Porque não vai cuidar da sua vida Potter? – Draco falou frio. Harry ignorou.

-Estou aqui para cuidar da cobra. Professora Minerva quando soube do incidente, me mandou. - Draco me deu a mão, me ajudando a levantar.

-Não a machuque-Supliquei. Harry concordou, saindo dali e pegando Larry, a botando na gaiola.

Quando Larry saiu, na gaiola, senti uma pontada de culpa. E tinha o feito sofrer. Ah, porcaria. Dei um obrigado para Harry.

-Claire? – Harry me chamou. Draco continuava parado a minha frente, impaciente.

- Sim?

-Me encontre na sala de Herbologia as seis. - E saiu. Olhei para Draco.

-Esse Potter me irrita. - Foi o que ele falou. Revirei os olhos.

-Obrigada mais uma vez-Eu disse, com vergonha. Ele deu um sorriso torto.

-Eu me sinto culpado. - Culpado? Pó cara, tu salvo a minha vida!

-Por quê? –Franzi as sobrancelhas.

- Te ver sendo sufocada daquele jeito e...- Ele balançou a cabeça. Draco emotivo?Mas que infernos?

- Mas você fez a coisa certa. - E o abracei. E, por mais que fosse incrível, ele devolveu o abraço.

Lá no meio daquela chuva de flocos de neve no pátio da escola de Hogwarts,Eu estava abraçando Draco Malfoy.