Amor se Escreve com Sangue escrita por Marry Black, grupo_FCC


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, foi mais complicado do que eu havia imaginado para escrever esse capítulo.
Boa leitura!



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POV Lucy

Depois que deixei o banheiro segui para a primeira sala vazia que encontrei e lá fiquei até conseguir me recompor novamente, meu peito doía, fazendo com que até mesmo o simples fato de respirar fosse algo difícil. Talvez mudar de cidade fora tolice, onde quer que eu estivesse; minha dor me acompanharia. Talvez fosse assim para sempre.

Demorou certa de meia hora para que eu conseguisse me recompor, tudo que eu queria era voltar para minha casa e me esconder debaixo das cobertas para sempre, mas de que adiantaria? Nada disso os traria de volta, eu tinha que seguir em frente, de alguma maneira.

Depois de retocar a maquiagem segui para o refeitório, eu não sentia um pingo de fome, mas já havia percebido que em cidade pequena, as pessoas gostam de falar da vida alheia, se como aluna nova eles já estavam falando, imagine se eu começasse a agir de maneira “estranha” como pulando as refeições. Eu decididamente não precisava disso.

Adentrei no refeitório ignorando completamente todos os zumbidos ou atividades a minha volta, nem mesmo me preocupei em ver quem estava no refeitório, afinal, eu não conhecia ninguém mesmo, sem nem mesmo hesitar adentrei na fila da cantina.

Não consegui nem mesmo pegar a bandeja quando ouvi uma voz familiar gritar meu nome. – Lucy! – Por instinto, me virei, procurando a garota que a pouco chorava no banheiro, mas assim que a vi, petrifiquei. Não podia ser real. Atrás dela estava...

E naquele instante, eu soube que havia enlouquecido de vez.

POV Edward

Eu estava inquieto e irritado, buscando em todas as mentes dos alunos a minha vista qualquer indicio de terem visto ou estado com Renesmee a pouco. Ela estava brava, havia sumido no instante em que o sinal tocou sem dar qualquer chance para Bella ou eu a acompanharmos sem causar alguma desconfiança para os humanos. Essa menina estava procurando um bom castigo. Eu já havia dito cinqüenta mil vezes que não a queria vagando sozinha por ai, principalmente na escola ou na cidade, mas era como falar com as paredes, pois ela nunca obedecia.

-Tente se acalmar, Edward. – Pediu Jasper utilizando seus poderes tranqüilizadores em mim. – Ela provavelmente parou para falar com algum amiguinho. Estreitei os olhos.

-Que amigo? – indaguei bruscamente, minha mente começando a vagar por cada amigo que Renesmee tinha naquela escola. Por que minha filha pararia para conversar com um amigo? Ainda mais sendo homem, já não bastava eu ter que aturar Jacob, eu não iria tolerar outro desgraçado rondando minha filha.

Ouvi Bella suspirar enquanto Alice revirava os olhos dramaticamente.  Bella tocou meu ombro gentilmente e sorriu. -Ela logo estará aqui, fique tranquilo. – Os poderes de Jasper não causaram efeito algum sobre mim, mas bastava Bella falar para que eu me amenizar minha ansiedade. De alguma maneira singular, meu corpo sempre parecia acreditar em Bella, se ela dizia que Renesmee logo estaria ali, era porque ela logo estaria ali.

-Obrigado. – sussurrei buscando com minhas mãos sua cintura e trazendo-a para meu colo. Bella sorriu e acariciou meus cabelos, no mesmo instante em que jogou seu escudo para longe dizendo-me com o pensamento “Eu te amo”. Sorri trazendo-a para mais perto de mim e a beijando com vigor.

-Eu também te amo. – Sussurrei ao nos separarmos, encostando minha testa na dela. Incrível como mesmo depois de casados a algum tempo, eu ainda me sentia enfeitiçado pela singularidade de minha esposa.

-Ah! Aí vem ela! – Rose suspirou aliviada quebrando completamente meu momento com Bella. No mesmo instante ajeitei Bella em meu colo e olhei na direção em que Rosalie olhava, Bella seguiu nosso olhar.

Em meio aos alunos vinha Renesmee andando com toda sua graça e inocência, seus olhos estavam levemente avermelhados e inchados, ela havia chorado? Senti minha testa franzir.

-Onde você estava? – perguntei assim que ela assumiu a ultima cadeira vaga em nossa mesa. – Já te disse que não a quero andando por aí sozinha. – Renesmee descaradamente revirou os olhos perante meu comentário. Irritando. Quanta petulância!

Percebendo meu olhar severo, ela respondeu. – Eu estava no banheiro, ok? Não é porque vocês não precisam ir ao banheiro que eu também não preciso! – Ela passou as mãos pelos cabelos, frustrada.

-Por que saiu correndo? – Insisti. – Sua mãe ou uma das suas tias teria ido com você de bom grado! – Apoiei meu queixo no ombro de Bella enquanto ela recostava sobre meu peito. – Não havia necessidade de ter ido sozinha!

-Eu queria ficar um pouco sozinha pai, só isso. – Fiz careta, por que ela queria ficar sozinha?

-Pra que? Foi encontrar alguém? – Minha cabeça novamente girou buscando cada uma das amigas de Renesmee, pelas reuniões sociais que Nessie tinha para ir e até mesmo os trabalhos de escola.

-Arg! – Resmungou ela apoiando a cabeça em suas mãos e os cotovelos à mesa. Desviando minha atenção para ela – Parem de me sufocar, pelo amor de Deus!

-Não seja mal educada, Renesmee! – Bella repreendeu nossa filha. – Peça desculpas ao seu pai, ele só está preocupado com você.

Com um suspiro frustrado, Renesmee sussurrou. – Sinto muito, papai, eu não quis faltar com o respeito com o senhor.

Assenti satisfeito. – Está tudo bem. – garanti, minha mão buscou a sua acariciando-a levemente. – Agora... Existe alguma coisa que nós precisamos saber?

-Eu estive conversando com uma garota no banheiro, é a aluna nova que todos falam, ela parecia legal e não parecia interessada em fazer amizade com os Cullens como todos nessa escola, ela apenas falou comigo como uma pessoa normal. – Ela deu de ombros. Minha testa franziu. Virei meu rosto em busca da menina nova, como ela poderia ter falado com um Cullen como se fosse uma pessoa comum? Isso não era normal. Além do mais. O que ela poderia ter para conversar com Nessie?

Os pensamentos vis e frívolos dos alunos me incomodavam. Nenhum deles parecia ter a visão da nova aluna, muito embora todos pareciam tê-la como tema de suas variadas conversas. – Quem é...? – perguntei para ninguém, buscando cada vez mais concentrado a imagem dessa tal garota.

-Ah. Lá está ela! – Nessie declarou contente, fitei-a rapidamente para vê-la apontar em determinada direção. No mesmo instante em que percebi quem era a garota, invadi seus pensamentos tentando entender algo que nem mesmo eu sabia o que era.

“Talvez se eu pegar pouco, consiga comer e...” – Sua linha de raciocínio foi interrompida quando Renesmee gritou. – Lucy! – e acenou. A menina virou-se no mesmo instante procurou rapidamente no refeitório o responsável por seu chamado. “Que diabos...?” até que finalmente a garota nova encontrou nossa mesa, petrificando no mesmo instante.

Minha testa se franziu quando a garota começou a ter pensamentos incoerentes. “Ah meu Deus! Ah meu Deus! Eu enlouqueci de vez... Estou completamente louca! Estou alucinando. Oh meu Deus! Eles são uma alucinação, não são? Eles têm que ser. Ah meu Deus. Ah meu Deus! Não pode ser! São... São... São os Cullens!”

Franzi as sobrancelhas, minha postura automaticamente assumindo a posição de ataque. Os pensamentos daquela garota não eram normais, como ela poderia nos conhecer, acabara de chegar a cidade e com certeza jamais havíamos nos encontrado com ela em algum lugar, eu tinha certeza disso. Então por que todo aquele alvoroço mental?

“São todos eles! Edward, Bella, Rosalie, Emmett, Jasper, Alice... Então aquela garota do banheiro que agora está com ele é... Ah meu Deus! É Renesmee Carlie Cullen! Oh meu Deus! Eu estava falando com a filha de Edward Cullen e Bella Swan!”

Me levantei bruscamente derrubando a cadeira em que sentava, meu corpo tremia de apreensão e medo. Como ela sabia nossos nomes? Como ela sabia que Renesmee era filha de Bella e eu? Quem era essa garota? Minha família se levantou, também apreensiva com minha reação explosiva.

-Qual é o problema Edward? – Perguntou Bella, mas eu não respondi, ainda concentrado demais nos pensamentos da garota. Seria ela alguma informante ou brinquedinho dos Volturi para nos espionar?

Eu não sabia dizer, mas uma coisa era certa. Minha família estava em perigo.

“Não são reais... Não são reais... Vampiros não existem. Não existem.”

O terror me tomou, ela não falava como uma suposição e sim com a convicção que éramos o que éramos. Um rosnado alto escapou de meus lábios, eu estava prestes a atacá-la quando senti o poder de Jasper me controlando e os braços de Emmett me segurando. – Controle-se cara! Você está chamando a atenção para nós! – grunhiu Emmett no meu ouvido.

Assim como boa parte do refeitório, a garota também percebeu minha agressividade e começou a recuar lentamente.

“Ai meu Deus! Ele está lendo meus pensamentos! Ai meu Deus! Ele sabe que eu sei! Ele vai me matar! Puta que pariu! Pense em outra coisa, outra coisa, rápido!”

O choque me petrificou momentaneamente. Ela sabia que eu era um leitor de mentes? O medo que atingiu-me foi quase tão intenso quanto das vezes que acreditei que Bella iria morrer. Por todos os deuses, quem era ela? O que ela queria com a minha família?

“Panquecas. Panquecas. Panquecas. Adoro panquecas...” - Mesmo com aquela repetição ridícula, eu podia ver seus pensamentos tomados pelo medo. Ela estava ciente que eu sabia e isso a assustava, ela só não sabia que não a assustava tanto quanto a mim.

Apavorava, ela foi caminhando de costas até bater na parede oposta, quando o fez, o instinto de sobrevivência pareceu acender dentro dela e a garota saiu correndo do refeito, em sua mente eu pude ver que ela ia para o estacionamento, tentando fugir de mim.

Tentei me soltar e segui-la, eu não podia perde-la. – Solte-me! – exigi alterado. Ela estava fugindo!

-Controle-se Edward! – grunhiu Emmett enquanto me arrastava para a outra saída do refeitório. Mesmo sem ver, eu conseguia sentir toda minha família vindo atrás. Eu não tinha muito tempo, precisávamos pegá-la e matá-la o quanto antes. Nosso segredo nunca esteve tão ameaçado quanto agora, mas ainda sim, eu precisava manter as mulheres em segurança. Minha mente começou a traçar freneticamente um plano que conseguisse executar todas as prioridades ao mesmo tempo.

-Qual é o seu problema, cara? – indagou Emmett ao me soltar com agressividade. – Está querendo nos expor? – sua irritação era quase palpável, mas eu não tinha tempo pra isso, precisava avisá-los.

-Ela sabe quem somos! – Declarou com urgência na voz, contudo meu tom não parecia nem de perto igual como quando alguém descobria ou desconfiava. Eu estava aflito, mas antes que alguém pudesse indagar, prosseguiu. – Sabe tudo! O que somos, nossos nomes, nossas reais idades... Tudo!

A postura de todos se tornou apreensiva e urgente. – Ela o que? – perguntou Jasper nervoso.

-Precisamos pegá-la, ela está fugindo! – declarei ignorando a pergunta. – Rosalie, vá direto para o hospital e avise Carlisle, depois vá de encontro com as meninas, diga-lhe para seguir nosso cheiro, Emmett, Jasper e eu vamos caçá-la. Bella, Alice, Esme e Renesmee vão para uma cidade vizinha, não é seguro ficarem em casa. – Os meninos e Rosalie assentiram.

-Eu vou com você... – Começou Bella, mas eu a cortei.

-Não Bella, faça o que estou dizendo. Não sabemos que tipo de ameaça essa garota pode nos oferecer! Além do mais, preciso ir tranquilo que você vai cuidar de Renesmee. – Bella suspirou.

-Está bem.

-Pai, ela não parecia uma má pessoa. – Renesmee começou a falar, mas eu a interrompi.

-Cale-se! Você não faz idéia do perigo que passou hoje! – Ergui minha cabeça com autoridade. - Obviamente você não consegue escolher bem as pessoas que se relaciona.

Ela havia se magoado com minhas palavras, eu sabia que sim, mas eu não tinha cabeça nem tempo para lhe dar com aquilo no momento. – Vamos caçá-la. – declarei e cada um correu para seu canto, sem sabermos o que estava por vir.


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Notas finais do capítulo

O jogo começou, basta apenas saber quem é o gato e quem é o rato.
Espero que tenham gostado!