Só se ouvia o vento bater em seus ouvidos.

__Qual seu nome moço? –A pequena curiosa perguntava, sem tirar seus olhos dos dele.

__Porque quer saber pequena? Sua mãe não vai brigar de você falar comigo? –Ele a ajudou a se levantar do chão, e de leve limpou a poeira do seu vestidinho.

__Mamãe não chegou ainda, ela disse para mim que iríamos tomar sorvete... –Ela sorria.

__Que bom... –Ele também, ao mesmo tempo reparando nos olhos verdes que a pequena tinha, sem deixar de lembrar-se da sua amada.

__O meu nome é Naomi! –Ela estendia a mão para ele, sem retirar o sorriso do rosto.

__Naomi... –O homem agora estaria surpreso.

__Moço, qual o seu nome? –A pequena segurou em seu casaco, o balançando.

__Bem, seu nome é lindo, o meu não é tão belo assim... –Ele sorria, cada vez mais intrigado com o olhar da pequena, ainda mais pelo nome.

__Fale... O senhor parece comigo não é? O cabelo preto, mamãe me disse uma vez que eu era fruto de um amor impossível... –Ela sorria, sem nem ao menos saber o que estava falando.

Como a vida é misteriosa, cheia de caminhos. Ele viajou o mundo, ligou para os amigos mais próximos dela, perguntou para familiares, todos, até chegar à Nova York, com a esperança de encontrá-la, veio ate ele essa pequena criança, do nada, de súbito, a criança tão próxima a ele, sentindo em seu sorriso algo que o faltava, era como se ela tivesse o chamado.

__Naomi... –Ele se agachou perante a pequena sorridente.__Esse nome, já foi muito especial para mim sabia?

A pequena se pôs a vê-lo, aqueles olhos tristes que estavam diante dos seus.

__Como? –Ela perguntava.

__Naomi! Menina! –A professora vinha correndo pelo portão, e ao vê-la com aquele homem já lhes chamou a atenção.__Licença! Senhor!

Ela veio correndo ate eles.

A pequena olhou para ela com raiva. E o homem a olhou sorridente.

__Peguei ela, logo correria para rua...

Ao ver que ele era de bem, a professora também cumprimentou sorridente.

__Obrigada... Agora vamos Naomi! Sua mãe esta para chegar! –Ela repreendia a pequena.

__Não! Quero ficar com ele! –Ela então se desprendeu das mãos da senhora, e correu para os braços do Moço que acabara de conhecer.

Ele nada fez, somente sentiu o abraço forte da menina, que para ele olhava, quase implorando para saber o seu nome.

__Naomi!

__Tudo bem... –Ele a impediu de machucá-la.

__Qual seu nome moço?! –A pequena agora quase chorando lhe perguntou, com medo de ter que deixá-lo.

__Sasuke... –Ele não teve escolha em dizer.

Ela sorria para ele, e agora na sua altura, ambos se olhavam, ele agachado a sua frente, e ela sorrindo para ele. Uma menina deveria ter medo de estranhos, deveria correr deles, e um homem não daria tal atenção a uma criança que esbarrou no mesmo, mais eles, afinal, eram mais do que simples conhecidos e o coração simplesmente dizia isso.

__Você é narigudo... –Ele colocou a mão em seu rosto, sorrindo.

__Você é muito linda Naomi...

Ela corava.

A professora ficou atenta a tudo, e logo vendo tamanha afeição perguntou.

__Você conhece ela moço?

__Eu? Bem... –Ele se levantou.__Não, simplesmente ela me lembra alguém especial...

A professora então nada fez nem disse, mal entendia o que isso significava.

Enquanto isso, Sakura se encaminhava no carro, sentindo aquele mesmo aperto no coração, e logo sentindo a mesma emoção de antes.

Ela não sabia se sorria ou chorava.

Flashback Sakura.

Três messes antes da traição.

Chegávamos de uma noite fria e chuvosa em Tóquio. Abríamos a porta da nossa humilde casa, olhávamos tudo, abraçados, estávamos ambos molhados, afinal, chovia muito.

Ele me carregou no colo, ate o quarto.

__Estou com sono... –Eu resmunguei de olhos levemente fechados.

__Você esta linda... –Ele disse, ao me beijar no rosto.

__Faz cócegas... –Eu gemia risadinhas.

Ele logo retirou os meus sapatos, massageando os meus pés, agora tão cansados.

__Você tem os pés mais sexy que eu já vi... –Ele ironizava sorrindo.

Eu ria ao ouvi-lo.

__Por acaso já viu outros a não ser o meu, mocinho?! –Eu sorria.

Ele se calou, me olhou nos olhos. Estávamos na cama. Ele ali, e eu aqui, era um passo para um beijo.

Ele chegava mais perto, e me beijavam, os pés, a barriga, ate mesmo o pescoço, os seios, até chegar à boca.

__Você esta linda... –Ele repetia em meus ouvidos.

__Eu te amo, somente isso... –Eu sussurrava algo maior.

Logo seus olhos encontraram os meus, ele estava ao meu lado, eu podia sentir seu respirar, seu ar quente, seu calor, ate mesmo sua barba mal feita.

__Eu amo ainda mais...

Ao ouvir isso, senti minha blusa descendo, suas mãos percorrendo o meu corpo, eu sentia o seu toque quente e áspero, me fazendo arrepiar toda.

Eu sorria.

__Mais uma noite como as outras? –Eu perguntei, ao segurar sua mão.

Ele sabia o que aquele olhar significava, pois há muito tempo eu falava de ter filhos, mais ele dizia que esperaríamos o casamento. Mais ele me amava, e eu a ele, sabíamos que nos desejávamos, e estava a um passo de nos casarmos, já havíamos ate mesmo marcado o dia do jantar em família, juntos para sempre.

__Não... –Ele respondeu.

Meu coração parou.

Ele levou suas mãos no meu rosto, colocando os cabelos rosados e suados para trás das minhas orelhas.

__Quero ter um filho com você...

Meu coração disparou.

__Agora quero que seja puro, quero fazer isso para tentar, pois eu te amo, quero que você carregue algo meu para esse mundo, algo meu e seu que nunca será esquecido... Um filho com quem mais amo, é um sonho...

Eu o ouvia quase em lagrimas, ao senti-lo tão perto.

__Então, quer ser minha para sempre? Já estamos quase casados, pode não dar certo, mais vamos tentar de novo e de novo, minha esposa...

Uma pequena lagrima escorrera, ele me chamara de esposa.

__Eu te amo, amo, amo, amo...

Logo o beijei, um beijo ardente que o puxou para mim.

Sentindo seu toque, seu calor, eu o amava demais para poder descrever.

Ele tirou a minha blusa, me deixando completamente nua, beijou todo o meu corpo. Eu estava nas nuvens ao tê-lo ali comigo, e logo completamente nua em seus braços, eu era um brinquedo, deixada a se levar pelo prazer, pelo desejo, eu sentia ele no meu corpo, sentia-me totalmente dele.

Quando amanheceu. Eu olhava para o teto, imaginando ser o céu, ele ao meu lado, ainda dormindo, com os braços envoltos ao meu corpo ainda nu ao seu lado. Eu estava em estase, depois de uma noite daquelas, uma noite que faria de mim a mulher mais feliz do mundo.

Teria dado certo.

Fim do Flashback.

Ela chorava, enquanto esperava o sinal abrir, lembrando do amor que teria vivido com ele, sentido o aperto no coração mais uma vez.

__Naomi... –Ela sussurrou, enxugando as lagrimas.

Logo.

__Moço, espera a mamãe aqui comigo...

__Eu estou com ela a um tempão, a mãe com certeza se atrasou, ela trabalho no jornal sabe... –A professora falava.

Ele sentia a menina segurar forte em seu casaco, com medo de que ele fosse embora.

__Naomi... –Ele olhava para pequena, sorridente, ao brincar com seu casaco cheio de tiras.

Então se lembrava de onde ouvira este nome.

Flashback Sasuke.

Tomávamos café da manha, no dia seguinte a nossa noite de amor. Ela vestida com meu roupão, era tentador olhá-la, pois ela ainda estava nua por baixo.

__Vem aqui... –Eu a puxava em meus braços.

Ela caia sorridente.

__Você é um amor... –Ela levou suas mãos em meu rosto.

Eu sabia que ela me amava de mais, por isso ficaria ao seu lado, todos os dias e todas as horas.

Eu a abracei, deixando o roupão levemente cair.

__E se der certo, amor? –Ela perguntava meio que assustada.

__Naomi... –Eu disse ao olhá-la em meus braços e ver o quanto uma mulher poderia se apaixonar, eu dependia dela, mesmo não admitindo a mim mesmo, ela se tornara minha vida.

__O que amor? –Ela se levanta um pouco, não entendeu o significado deste nome.

O café borbulhava na chama.

__Esse é o nome se for mulher...

Ela logo entendeu tudo, e eu vi o sorriso que se fez em seu rosto.

__E se for homem levara o meu... –Eu sorria.

__Amor... –Ela levou as mãos ao rosto.__Nossa, que lindo...

Então me abraçou.

Logo a cadeira cairá para traz.

__Amor, vamos cair! –Ela sorria em meus braços.

__Você pulou em cima de mim... –Eu sorria para ela, logo estávamos no chão, com pingos de chá e torradas em nossas roupas, o roupão completamente desamarrado, mais isso não importava, pois estava somente eu e ela, vivendo a emoção de escolher pequenos nomes sem nem ao menos saber o que aconteceria daí para frente.

Eu havia lhe beijado ali mesmo, suja ou não suja de chá ou melecada de manteiga, ela era linda.

Fim do Flashback.

__Senhor... Responda! –A professora exclamava.

__Ah! Que demora não é! –Ele meio que se assustava com tudo aquilo, do nada as lembranças mais intimas, mais preciosas e mais encantadoras refletiram em sua mente, ao ver aquela simples criança.

__Moço, minha mamãe tem os mesmo olhos que os meus... –Ela sorria, ao puxar seu casaco.

Sasuke estava confuso, assustado, ao ouvi-la falando.

O dia estava acabando, e ele ali sem saber para onde ir.

Seu destino estaria preso, suas pernas o impediam de andar.

Enquanto isso.

Sakura chegava próximo a escola, agora ela podia ver o portão adiante. Ela respirava fundo.

__Chega de lembranças ridículas... –Ela levava à mão a cabeça, enxugando as pequenas gotas de suor.

Virando a curva, lá estava a escola.

Naomi pulava na frente do moço, que agora estaria assustado. A professora olhava tudo, sem entender.

Sasuke sentia aquele aperto, era tudo tão rápido, ele sentia raiva, revolta, afinal ele não traria sua amada, foi armação, mais de quem tivera sido, quem fora a maldição em sua vida, a pessoa capaz de contratar uma prostitua, e insinuar uma traição, para estragar a vida de uma mulher tão meiga e gentil como ela, e a vida de um futuro casal feliz.

Ela descera do carro, fechava a porta, guardava as chaves, ainda sentindo uma forte dor de cabeça, tivera então de ir buscar sua filha.

__Vou embora, agora... Tchau... –Ele tentava sair, mais a pequena segurava em seu casaco.

__Não... Moço espera...!! –Ela gritava.

__O moço esta sentindo dor de cabeça meu Anjinho, ate mais... –Ele tentava se despedir.

No fundo queria ficar.

__Moço, espera...

Ela o puxava.

__Por favor! –Ela estava perdendo as forças.

__Olha lá Naomi sua mamãe chegou! –A professora gritava.

Naomi se virou de súbito.

__Mamãe! –E então gritou, abrindo um sorriso em seu rosto.

Logo ele também fizera o mesmo, se virou para ver...

E ela mal via a figura ao lado da filha de costas.

Quando ele se virou, e a viu, ela também reconhecera os olhos, os cabelos, a boca, ele não mudara. Sem acreditar.

O silencio se fez no ar, enquanto Naomi corria para mãe, os dois se olhavam, sem palavras, o mundo se fechou em seus olhos cruzados, somente ele e ela, tantos anos depois.

__Sasuke...

__Sakura...

__Mamãe!

Continua...