Família, Amigos e Missões escrita por VanNessinha Mikaelson


Capítulo 4
Capítulo 4. Abismo Flamejante




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  Capítulo 4 – Abismo Flamejante

  O local, coberto de labaredas enormes e de armadilhas que impediam os prisioneiros de abandoná-lo, era, de fato, tudo aquilo que se dizia ser. Poucos metros distante do inferno, se localizava em uma fenda criada por Deus para, originalmente, ter onde prender o rebelde e destrutivo Lúcifer. Agora, porém, servia de cativeiro para dois anjos em especial: Castiel e Miguel.

  O primeiro, soldado destemido e corajoso das hostes celestiais, tentava arquitetar um plano para escapar. Talvez se descobrisse um modo de romper alguns dos selos que trancavam a enorme porta houvesse chances. Mas tudo não passava de mera especulação.

  O segundo, Arcanjo poderoso do Céu, não aceitava estar em um local tão lúgubre, devido à luz que acreditava emanar de si. Tinha em mente sair do buraco, tomar o receptáculo que lhe era de direito: Dean, e matar Sam logo depois. Porque para ele o rapaz era o único culpado de tudo.

  – E então, acha que conseguirá rompê-los? – o líder do exército celeste dirigiu a palavra ao anjo; raras eram as vezes que isso ocorria. Ele Referia-se aos selos.

  – Eu não sei. E mesmo que soubesse, não diria nada a você – a resposta veio dura, carregada de ressentimento.

  – Eu nunca fiz mal algum a você, não entendo por que me trata assim – comentou, com um meio sorriso um tanto sarcástico.

  – Porque fez de tudo para me separar dele – falou, admitindo tamanha amargura.

  – Ah! Finalmente cuspiu as malditas frases! Então quer dizer que se recorda agora? Lembra-se dos momentos que teve com o meu irmãozinho rebelde, não é?

  – Se você vai ficar feliz em ouvir, sim, eu sei de tudo que aconteceu entre nós dois, inclusive de quando o ataquei.

  – Eu lamento por tudo – Miguel tinha um ar sério. – Não ria, eu não minto... – Cass riu.

  – Se realmente sente, por que não impediu a rebelião? Você tinha forças para tal... Ou por que diabos não tirou meu irmão, Kasbeel, que ainda era pequeno, da casa de Zacharias? Você, a bem da verdade, não fez esforço algum pra acabar com essa porcaria toda...

  – Cale essa boca! – exclamou, após dar um forte soco no rosto do anjo. – Você não sabe de nada! E por culpa sua estou aqui! Se não fosse pelos cinco minutos que Dean pediu... As coisas não teriam esse rumo!

  – Não fui eu que o atirei aqui, Miguel. Nem mesmo Sam ou Dean Winchester, se é o que pensa. Mas foi você mesmo, que ficou obcecado pela missão de destruir Lúcifer... – outro soco veio.

  A reação, porém, foi imediata e um tanto vigorosa. Castiel prensou o Arcanjo a uma das paredes flamejantes da jaula. Não foi difícil mantê-lo preso ali. Segurava-o pelos pulsos, enquanto observava a expressão de raiva nos olhos do comandante das hostes celestiais.

  – Não encoste mais um dedo em mim, ok? Não agüento mais lutar toda hora dentro dessa droga... Eu não tenho nada a ver com as escolhas que fez, você não pode me responsabilizar por isso. Se quer atribuir a mim a culpa de ter me deitado com Samael, tudo bem, eu não me arrependo só porque você acha que pode culpabilizar alguém e que não pode assumir os seus erros. Eu falhei, Miguel. Acreditei em vocês, porque são meus irmãos... Vejo que me enganei...

  – Só falta me dizer que não crê mais no Pai, Castiel... Cuidado – contra-argumentou. – Porque eu creio, sou um bom filho...

  – Isso não é da sua conta – murmurou. Em seguida, Cass soltou o Arcanjo. – Deixe-me só agora – e deu as costas a um dos mais poderosos anjos da Criação.

  Desiludido, ferido, quebrado por dentro. Era assim que Castiel se sentia. Ao longe escutava os gritos de diversas almas, que imploravam por socorro. Aquilo era uma tortura bem mais eficaz do que as inúmeras batalhas que travara contra Miguel.

  O tempo, no horrendo abismo, parecia não andar. O desespero tomava conta do anjo, que olhava atônito a expressão fria que os olhos do comandante do exército angelical emanavam. Sim, porque para ele Miguel ainda era o líder das falanges. O respeito, porém, não existia mais. Ali dentro Cass teve de aprender a enfrentá-lo para não ser subjugado. Como não queria ser morto, porque sabia que seria resgatado mais cedo ou mais tarde, usou a prática para adquirir força.

  Os duelos eram constantes, até que um deles fraquejasse. Nos últimos dias, entretanto, o anjo se mantinha distante do oponente. Preferia concentrar as energias em Samael Estrela da Manhã; aquilo lhe trazia esperanças de que conseguiria escapar.

  (..... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .....).

  Em um sobressalto, Lúcifer se levantou da cama. Olhou ao redor, nada vislumbrou. Apenas o escuro do quarto, que estava hermeticamente fechado. Não sabia se tivera um sonho ou uma visão. Tomou-lhe uma sensação de desespero, que concluiu não ser sua. Parou, de pé em frente à janela do quarto. Não tinha coragem suficiente para abri-la; sabia que a luz iria lhe ferir os olhos. Como, entretanto, a sensação opressiva não diminuía, só teve forças para balbuciar um único nome:

  – Castiel.


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Notas finais do capítulo

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