8 Cartas para Você escrita por NoOdle


Capítulo 7
7º Capítulo - Borboleta


Notas iniciais do capítulo

Mais um!! Espero que gostem! um beijão :D



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“Oi pai

Estou no hospital, mas acho que saio hoje mais tarde. Sim, estava mal de verdade, mas só fui internada quando desmaiei, na terça feira, tenho apendicite. Ou melhor, tinha apendicite, já retiraram meu apêndice. Não sei pra que existe este órgão! Só para tirar mesmo...

Desculpe a grosseria, estou chateada pelo fato de não ter dado tempo de trabalhar nessa semana e ganhar dinheiro. Fiquei sabendo que Bárbara colocou a janta na mesa depois que vim para cá, mas não sei como.

Olha, não queria falar nada para não te preocupar, mas acho que ela está trabalhando... Inapropriadamente. Assim, fazendo ponto a noite com as outras garotas.

Uma noite eu a vi entrando em um carro de um estranho bem naquela esquina a umas três quadras de casa, onde as mulheres ficam. Tentei conversar com ela, mas Baba negou tudo e ficou no seu canto, fumando um cigarro inteiro.

Um cigarro inteiro! Primeiro de tudo: onde ela conseguiu dinheiro para comprar o cigarro e segundo: ela está fumando de verdade! Antes era só uma brincadeira para se exibir, mas agora... Acho que viciou.

Não sei o que faço, pai. Estou preocupada de verdade.

Se cuide aí, tá bom? Não demore muito, precisamos de você. Eu preciso de você. Estou com saudades.

\t\t\t\t\t\t\t     Para sempre sua Ela”

Isabela arrancou a folha do caderninho, colocando-a em um envelope e grudando o selo. Relaxou no travesseiro, tentando dar sua ultima cochilada em uma cama macia e confortável, com fronha e tudo.

Mas sua enfermeira entrou no pequeno quarto, com alguns objetos esterilizados na mão.

“Boa noite, só vim colocar os novos instrumentos em cima da mesa. Não se incomode comigo, pode voltar a dormir.”

“Não, tudo bem, não estava dormindo mesmo... Você pode me dizer quando vou sair daqui?”

“Sim, tenho essa informação logo aqui na prancheta da sua maca.” A moça disse, olhando em um pequeno papel. “Acho que você será liberada daqui algumas horas. Talvez saia ainda de madrugada!”

Isabela sorriu, deitando. “Ok, muito obrigada.”

“Às ordens!” A enfermeira falou, saindo do quarto. A menina não estava nem mais ouvindo, só prestava atenção em uma borboleta colorida que entrara pela janela.

“Olá, borboletinha... o que está fazendo aqui neste lugar tão sombrio...?” Perguntou, esticando o dedo para a borboleta pousar. Suas asas eram compridas e mudavam de cor toda a hora. Vermelha, laranja, azul, rocha...

“Aposto que está perdida...” Continuava Isabela. “Mas não posso levantar para te ajudar, vai ter que achar sozinha o caminho para casa...” Ela falava, e o animalzinho não respondia, é claro, só ficava andando no dedo da menina, brincando de camaleão.

“Eu sei que é triste, mas é assim... as vezes não tem ninguém para te ajudar a achar o caminho para casa, mas no fim sempre achamos de uma forma ou de outra!” Continuou, trazendo seu dedo para perto do rosto e observando-a de perto. Suas asas violetas batiam, soltando um pozinho que fez a menina espirar e rir. A borboleta saiu voando e saindo pela janela, deixando um ultimo brilho verde para trás, tornando-se livre.

Isabela fechou os olhos, deixando seu sono a levar. Imaginando ser uma borboleta que podia voar, espalhando cores em todo lugar.

Impossível, é claro. Mas o impossível não é inimaginável.

Na verdade, em sua maioria das vezes, o imaginável não é possível.


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Notas finais do capítulo

comentsss? hahaha, até amanhã! *-*