Everybody Loves The Marauders II escrita por N_blackie


Capítulo 15
Capítulo 15




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"Des-encontros"

Narrado por: Remus Lupin

Camiseta do Dia: IYou (EuVocê)

Ouvindo: Teenage Dream – Katy Perry

Preciso fazer uma confissão: acho que estou virando lentamente uma líder de torcida. Quero dizer, ainda gosto de mulheres (DORCAS, EU TE AMO!), mas sentado na cama de Emmeline, contando em detalhes de como Fabian pediu a ficha dela, a coisa fica muito mais explícita.

- Mas ele parecia assim, curioso, ansioso, como? – Emme roeu as unhas cor de marcador de texto enquanto se revirava no pufe colorido ao lado da cama.

- Eu achei que ele estava meio envergonhado. – dei de ombros, tentando lembrar como exatamente Fabian estava.

- Você acha que é ele?

- Ótima pergunta, Emme. – franzi a testa e peguei mais um chocolate. Vou acabar que nem Sirius: passando as tardes com uma garota que não é minha namorada comendo doces e tentando afogar mágoas e curiosidades. – Mas fica tranquila, porque eu nem devia ter te contato, viu.

- Ai, Remie, entendi. Você é um doce, viu. Não acredito como eu detestava você!

Sorri quando ela me deu um beijo no nariz, e senti um arrepio estranho percorrer a minha coluna quando ela parou a poucos centímetros de mim, os cabelos louros exalando aquele perfume de flores que me deixa tonto. Seus olhos eram tão azuis quanto o céu lá fora, e eu podia sentir o gosto dela a distância. Por alguma razão, ela mudou. Nossa influência fez bem a personalidade dela, mas não consigo saber até que ponto.

- Amo suas camisetas. – ela riu com leveza, e o nariz dela franziu enquanto abria um sorriso. Eu amo esse sorriso. Enquanto me aproximava dela, a imagem de Dorcas veio à minha cabeça, e foi como se alguém tivesse apedrejado meu coração. Estou confuso. Mortalmente confuso. Me sinto a Leah, sem saber se fico com Luke (antes de saber que ele é meu irmão, claro) ou Han Solo.

- Gente, fiz um lanchinho light pra vocês! – a Sra. Vance gritou do andar debaixo, despertando nós dois do transe. Nem tinha percebido que estava parado a centímetros de distância de Emme, minha mão prendendo o braço dela perto de mim. Limpei a garganta para disfarçar meu embaraço e levantei subitamente, deixando Emme confusa.

- Vamos descer?

- Claro! – ela sorriu ainda um pouco desajeitada, e enquanto descíamos tentei retomar o fio da conversa.

- Mas eu vou entregar o dossiê, de qualquer forma. Por que se eu não der, a sf dá.

- Mas quem confiaria nela?

- Sirius perdeu a reputação por causa dela. – expliquei. Dona Evelin trouxe os sanduíches e sorriu.

- Porque Sirius perdeu a reputação? E quem é SF?

- Essa é uma pergunta que todos se fazem. – caí na risada com Emme.

- Ela é uma blogueira, Mami. – Emme pegou um pedaço de alface e comeu com a ponta dos dedos. – Meio cruel, adora fofocas.

- Ah, no Ensino Médio sempre tem dessas coisas.

- É, mas por mais psicologicamente possível que seja, é incomodo. Ela já disse coisas completamente sem sentido sobre muitos de nós. – e indignei, e Emme concordou com a cabeça, curiosa.

- Eu só gostaria de saber como ela consegue essas informações.

- Ela só pode ser uma de vocês. – Dona Evy ponderou, e Emme virou subitamente para mim.

- VOCÊ!

- É, Em, sou eu, sim. – revirei os olhos, completamente exasperado. – Eu que tenho um blog rosa choque e namoro um dos garotos mais lindos e populares desse mundo!

Acho que ela finalmente caiu em si, e as duas riram.

- Não quis dizer isso, Emmy. – Dona Vance riu alto. – Só acho que ela está no meio de vocês, e nem saber. Às vezes a sigla não significa nada.

- Achamos que fosse o nome dela, sei lá.

- Pode ser, pode não ser.

- Isso torce a nossa mente.

- Sirius que o diga. – Emme gargalhou. A risada dela enche a cozinha com uma velocidade impressionante, me fazendo ficar perdido.

- E ele, onde está agora? – Ela me perguntou, e tentei lembrar onde ele tinha comentado que estaria.

- Acho que ia passar o dia sozinho.

- James estar fora realmente afeta Sirius, não. – Evy piscou para mim como se compreendesse.

- Como a Senhora...

- Remus, querido, Senhora não existe. Roger me disse.

- Anda falando com Roger, Mami? – Emme riu. Franzi a testa, mas Dona Evelin tratou de me cortar.

- Eu saí para jantar com Mere e ele outro dia. – ela sorriu presunçosa, como se soubesse mais do que eu. Isso me irrita muito.

- Ok, ok. Não ia dizer nada.

Ela riu.

- Desculpe. É só que...

- Eles me contaram a história. – ela piscou, e sentou – se à nossa frente. Emme sorriu daquele jeito sonhador e foi lavar a louça, e por um segundo me senti mal, como se estivesse invadindo um momento meio família entre as duas. – Você os conhece a algum tempo, certo?

- Desde antes da Sra. Black...

- Entendi.

- Eu só quero ver James bem, Dona Evelin. – desabafei, impressionado com a facilidade com que essa mulher tem para me deixar a vontade.

- Você tem um coração nobre, Remie. – ela pegou minha mão por cima da mesa e acariciou. – Minha Emme vive falando de como se empenha para ajudá – la.

- Obrigado.

- Agora vamos esquecer sobre isso. Emme me disse que você é ótimo em história.

- Sou!

Uma piscou para a outra. Acho que essa reunião não era só para falar sobre o dossiê, afinal de contas.

Narrado por: Sirius Black

Filme do Momento: Glee

Ouvindo: Start Me Up & Livin on a Prayer – Glee

- Você bem que podia cortar os pulsos, que tal? – Regulus revirou os olhos enquanto passava com um pedaço de bolo na mão. Eu me limitei a rolar os olhos para cima, sem mexer um músculo do sofá. Ele chegou mais perto e apontou para a TV.

- Sério, você está horrível. Tudo isso é falta de James?

- Todo mundo me abandonou. – resmunguei mal humorado. – James está em NYC, Pete está em Dublin, Remus não sai da casa de Dorcas e Emme, Domenico arranjou uma namorada, que, aliás, EU apresentei, Magno me deu folga e Benito prefere sair com as garotas. Você tem novos amigos e papai está dormindo na casa de Meredith porque ela está deprimida. Será que alguém se lembrou de mim?

Ele deu de ombros e saiu. Beleza, menos um. Mudei o canal de novo. Nickelodeon e MTV me lembram de James, Discovery e History me lembram de Remus, canal irlandês me lembra de Pete.

- Sirius?

Meu coração parou de bater. Não porque eu percebi que era a Marlene, mas de susto. Pulei do sofá como se tivesse levado um choque e olhei para trás apavorado, no que Marlene me lançava um olhar muito estranho, meio que uma mistura homogênea de medo e surpresa.

- Oi pra você também.

- Quem foi... – comecei, me arrependendo de não ter feito a barba.

- Regulus estava saindo, bateu na minha porta e avisou que você parecia o cão chupando manga. Isso, com essas palavras.

- Sempre foi gentil.

- Olha, sou obrigada a concordar. O que houve?

- Pra que me arrumar, ninguém me quer. – revirei os olhos no que ela me olhava com pena.

- Ashley te dispensou.

- Mais ou menos. Acordo mútuo, e eu apresentei Domenico a ela. Ficou tão feliz.

Bufei e voltei a ver televisão. Marlene sentou ao meu lado, dando um tapinha no colo. Agradecido por alguém finalmente parar para me escutar, deitei ali e fechei os olhos.

- Só você veio falar comigo. – reclamei. - Meus amigos estão ocupados demais para olhar para mim.

As mãos dela passaram do topo da minha cabeça para a minha testa, de onde ela começou a alisar minha franja para cima. A outra mão foi direto para a parte detrás das minhas orelhas, meu maior ponto fraco.

- Quer fazer alguma coisa?

- Podemos ir ao cinema. – sugeri, pensando no primeiro lugar no qual gostaria de estar com ela.

- Claro. É melhor fazer a barba.

- Aham. – meus olhos começaram a pesar, e logo não me lembrei de nada. No fundo dos meus sonhos eu podia sentir os dedos dela acariciando meus cabelos. Imaginei como seria beijá – la de novo, sentir aquela maciez nos meus, aquele gosto que só ela tinha.

- Marlene. – senti meus lábios se mexendo em meio daquela confusão sonolenta, e ao longe percebi que ela arrepiou. Quase abri os olhos, querendo me forçar a acordar completamente, mas podia ser um sonho, então eu ia parecer muito idiota em de repente me levantar e beijar Marlene.

Sendo um sonho ou não, senti lábios tocarem os meus, num silêncio absoluto e carinhoso, e senti um calafrio percorrer minha espinha, e ao invés de tomar o caminho comum até as minhas pernas parou no peito. Cada movimento curto e minucioso parecia catalisar a reação que levava sangue até meu coração, e comecei lentamente a acordar. Quis corresponder, dizer a ela o quanto seu beijo me fazia bem, me tirava o fôlego, me fazia querer mais. Eu poderia beija – la por horas se ela me desafiasse. O problema era um: eu não sabia se aquilo era um sonho ou não.

Senti as mãos de ela parar de me fazer carinho, e acho que me arrumei meio dormindo, meio acordado. Fui acordar realmente quando, depois de sair do banho com a toalha enrolada na cintura, dei de cara com Marlene sentada na minha cama, segurando meu gibi número duzentos de Batman na mão. Ela estava tão sexy lendo o gibi, sentada de pernas cruzadas e o gibi. Ela e o gibi. Parei no batente e a encarei por um segundo, me esquecendo do quão vulnerável eu estava apenas com aquela toalha.

Ela foi virar a página, e isso desviou sua atenção o suficiente para que ela me notasse. Tentei enrijecer os músculos dos braços o máximo que pude, para que pelo menos ela pusesse ficar embaraçada. Quando nossos olhos se encontraram, ela sorriu.

- É bem melhor do que eu pensei. – ela levantou e riu, olhando sem reserva para meus músculos. Sorri satisfeito. Quem sabe agora ela não se toca de que me ama perdidamente e volta pra mim? – Acho melhor ir logo, os horários do cinema estão difíceis.

- Só vai dizer isso? – me virei chocado enquanto ela seguia para a sala. – É melhor do que eu pensei?

- Tenho um irmão mais velho, Sirius, já vi caras sem camisa demais. – ela riu de longe. – Gosto de você pelo que tem dentro do crânio. Se conseguir passar por cima dos músculos e me mostrar o cérebro que tem, sou sua.

Sou sua. Ela disse isso mesmo? Entrei no quarto rapidamente e me escorei na porta quando fechei. Meu coração acelerou só de pensar nessas palavras. E tudo o que eu preciso é mostrar que sou inteligente? Ah, Marlene, você provocou o nerd errado.

- Vamos?

Ela estava lendo uma das caixas de Mario Galaxy II quando cheguei, e foi com satisfação que percebi que, dessa vez, estava surpresa. Vesti uma das minhas roupas antigas, uma calça jeans meio larga, all star clássico e camisa polo. Penteei os cabelos como costumava fazer, para baixo.

- Puxa vida. – ela ergueu as sobrancelhas. – Não me lembro desse jeito seu...

- Você não me viu nos meus piores momentos. – acompanhei a risada dela, pegando a chave da moto. – A fim de vento nos cabelos?

- Boa pedida.

Tranquei a porta e fomos. Respirei fundo enquanto ela enroscava os braços no meu peito, e só não pude sentir as bochechas dela nas minhas costas por que o capacete a protegia. A noite mais fresca fazia aquele contato tão ridículo parecer uma grande coisa, e lamentei imensamente ter que parar no estacionamento e desgrudar dela.

- Opções? – Marlene olhou o letreiro do cinema com curiosidade, e meus olhos pousaram no cartaz gigante com a estreia de Toy Story. Eu AMO Toy Story.

- TOY STORY! TOY STORY! POR FAVOR, POR FAVOR, POR FAVOR, POR FAVOR, VAMOS, VAMOS VAMOS!

- Ah... Tá legal, Sirius. – ela me olhou como se eu fosse louco, mas começou a rir logo em seguida. – Vamos

- O Andy vai pra faculdade! – reclamei enquanto entrávamos na sala. – PRA FACULDADE, MARLENE!

- Realmente, é algo muito triste...

- EU NÃO VOU ABANDONAR OS MEUS BRINQUEDOS QUANDO EU FOR PRA FACULDADE! – Sentei quase chorando na cadeira. Ai meus pobres nervos.

Quando os trailers começaram, Marlene segurou a minha mão. Tentei não parecer um louco, mas lancei um olhar ou outro na direção dela, até que o filme começou e eu não consegui desgrudar os olhos dele. Quase no fim eu já não enxergava nada, só um borrado estranho por causa das lágrimas. Quando o filme acabou, tentei disfarçar, mas Marlene começou a rir de mim.

- Que bonitinho!

- Não é engraçado. – murchei no lugar enquanto cruzava os braços. O WOODY QUASE FOI QUEIMADO! SABE O QUÃO GRAVE ISSO É?

- Eu sei. Vamos tomar sorvete?

- Vamos...

- Sorvete. – ela completou, e lancei meu olhar de coitado para ela.

- Não estou com tanta fome.

- Eu divido com você. – ela piscou.

Ohoho, Woody, eu amo você, mas Marlene eu quero levar na mochila quando for pra faculdade.


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