Terry entrou em meu campo de visão saltitando em seu uniforme de Cheerio.

            -Olha mamãe! Eu sou uma líder de torcida! Ou um salgadinho... Eu não entendi muito bem o que a Aimee disse.

            Ela estava muito fofinha, as sardinhas emoldurando o grande sorriso branco. Os cachos ruivos estavam presos em um caprichado rabo de cavalo alto.

            -Mamãe né?

            Disse Josh levantando uma sobrancelha. Dei de ombros, e fiquei observando da arquibancada onde estávamos sentados, uma das Cheerios tentar ensinar Teresa Marie a dar uma estrelinha.

            Passaram-se dois meses, e agora estava quase impossível de esconder. Não é toda Cheerio que tem uma barriga de 6 meses para esconder no uniforme e ele começou a ficar bem apertado. Aos poucos, mais pessoas chegaram umas com boas outras com más notícias. Mel, Peg, Ian, Jeb, Saralynn e Roxanne chegaram, com alguns dias de diferença.

            Mel e Peg, com seus sorrisos cúmplices, descobriram minha gravidez no ato, mas acharam “fofinho” que eu quisesse que Jamie fosse um dos primeiros a saber e decidiram me ajudar.

            Era difícil dormir em uma cama de verdade, a alguns centímetros do chão, com estrado e tudo. Além do mais porque ela parecia fria, sem Jamie abraçando minha cintura ou fazendo carinho nos meus cabelos. Passar noites com o braço caído para fora da cama desenhando formas em claro no chão se tornou normal, assim como passá-las passando a mão no espaço vazio da cama.

            Meu quarto dava direto para um céu espetacular, já que a mansão era longe de Albuquerque, e as luzes e poluição da cidade não nos alcançavam.

            Brilha, brilha estrelinha... Eu cantarolava quando a minha porta se abriu com violência. Virei-me na defensiva, agarrando a primeira coisa que vi. O travesseiro. Felizmente não era nenhuma emboscada, era apenas Peg com um sorriso enorme.

            -Ele está aqui.

           -Ele...?

            Soltei o travesseiro e juntas corrermos aos risinhos pela casa escura. Ao chegarmos na porta, Mel estava com um sorriso aberto também, mas só colocou o dedo nos lábios e nos mandou ficar quietas.

            Observamos o carro até eu não agüentar mais e sair da casa. Apontei meus dois indicadores para o carro como se fosse uma arma.

            -Desçam do carro ou eu meto bala!

            Gritei como se fossem um dos filmes policiais da era humana. Jared saiu do carro de mãos levantadas, sorrindo. Baixei as minhas “armas”.

            -Ele está com você?

            -O que você acha?

            Mostrei a língua para ele e me aproximei do carro enquanto ele ia em direção da casa. No meio do caminho ele parou e virou para mim.

            -Serena essa roupinha está...

            -Vai por mim, vai se acostumar...

            Entrei no carro, feliz da vida. Ele finalmente chegara! Eu podia contar meu segredo! Ele estava com um moletom cinza e o capuz cobria-lhe o rosto, que estava virado para a janela. Estava escuro e não havia reflexo, e eu estava louca para ver seus olhos novamente