O Olhar de Um Inimigo escrita por Bellah102
Notas iniciais do capítulo
A explicação de Sery foi inspirada em uma música, chamada Papa don't preach, da Madonna.
#euescutocomoGlee.
POV. Serena
Estava difícil continuar. Fugir me deixara doente, literalmente, o que eu achei estranho já que sempre tive uma saúde de ferro.
Desmaios e vômitos agora eram comuns. Cal quis me levar à estação de Cura mais próxima, mas eu neguei, porque iríamos deixar Teresa Marie sozinha no hotel, e era muito perigoso. Se fosse para eu ir, eu teria que ir sozinha, o que seria perigoso para mim caso eu desmaiasse no meio do caminho.
-Cheguemos a um acordo. Eu fico com Teresa Marie, e você chama um taxi.
-Pai...
-Nem mais uma palavra, sou seu pai, estou preocupado com sua saúde, e você vai. Amanhã de manhã.
-Está bem.
No outro dia eu estava preocupada. Claro que não tinha fundamento essa preocupação, afinal Terry ficaria com Cal, que a protegeria até seu último suspiro e eu era uma alma antes de ser seqüestrada pela resistência.
Mas agora eu me tornara mais humana e tinha preocupações humanas. Abracei Teresa Marie na porta do quarto.
-Se comporta com o vovô, está bem?
-Tá bem. Quando você voltar você vai estar boa, não vai?
-Acho que vou sim.
Lancei mais um olhar para Cal e o abracei.
Na Estação de Cura, eu fui logo atendida, respondi muitas perguntas, e apalpada em lugares desagradáveis, claro que respeitávelmente.
Fiquei desconfortável com o olhar do Curandeiro. Como tinha praticamente virado uma humana e sido adotada pelos humanos, eu tinha me esquecido de como era para mim a sensação de preconceito. De ser olhada de esguelha com medo. Ser rejeitada.
Por fim, com a amabilidade respeitosa e temerosa que sempre me fora dirigida, o Curandeiro me deu a resposta do meu problema. Fiquei assustada e chocada.
-Quanto tempo eu tenho... Até... Você sabe...
-Não sei. Aproximadamente 5 meses, ou menos.
Já no táxi de volta, eu estava tremendo. Como contar para o meu pai? Era impossível de prever como ele ia reagir. Cheguei à frente do hotel e agradeci ao motorista que me dirigiu o mesmo olhar, que todas as almas me dirigiam. Quer dizer, as aculturadas contavam como humanos.
Subi no elevador e apertei o botão do 5° andar. Cheguei ao quarto 506 que era onde estávamos e abri a porta.
Teresa Marie estava desenhando algo na mesa ao lado da TV e Cal supervisionava em pé ao seu lado. Fechei a porta.
-Cheguei.
-Mamãe!
Terry correu até mim e pulou no meu colo. Afaguei seus cachinhos ruivos, me sentando na cama, sentindo-me tonta de repente. Cal sentou do meu lado.
-Está melhor?
Ela perguntou.
-Vou ficar, querida. Porque não vai tomar um banho, para eu e o vovô conversarmos?
-Está bem.
Ela me deu um beijo na testa e desceu do meu colo, indo para o banheiro e ligando o chuveiro. Agradeci por ela não questionar nada, porque eu por ora, eu só podia contar a Cal.
-Como assim vai ficar? Eles não te Curaram?
-Bom... Papai eu sei que vai ficar chateado, porque sou sua garotinha, mas você já deveria saber que não sou um bebê.
-Eu não estou entendendo... O que quer dizer? O que você tem?
-Você me ensinou a diferença entre certo e errado, preciso de sua ajuda, papai, por favor, seja forte. Eu posso ser jovem de coração, mas eu sei o que estou dizendo. Estou numa bagunça terrível, e eu não é talvez. Por favor, papai não critique, estamos com um problemão. Eu vou ter um bebê.
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