Everybody Loves The Marauders escrita por N_blackie


Capítulo 6
Episode V




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Episode V

“Novos Vizinhos”

Narrado por: Peter Pettigrew

Primeira Impressão: Dorcas deve ser cega, preciso conhecê-la. Ouvindo: Remus narrando o épico de seu beijo

"Então eu puxei Dorcas para perto de mim, e consegui dar outro beijo nela. Assim, completamente consciente, claro."

"Uau" – Sirius murmurou impressionado, e suspirei enquanto tascava uma boa mordida na minha barra de cereal (que, aliás, é o doce mais deprimente já criado pela humanidade, e o único que Roger me deixa comer).

Quando Remus convocou uma reunião urgente conosco achei que fosse porque a terceira temporada de The Big Bang Theory já estava completa, e meio que me desapontei quando descobri que tinha sido só porque Dorcas beijou Remus.

"Você então é o único de nós que já beijou alguém, Rem!" – James sorriu, arrepiando os cabelos dele. "Isso sim é show!"

Remus ficou vermelho, e não pude deixar de me sentir feliz por ele. Quero dizer, ele realmente é o primeiro de nós a beijar uma garota, e segundo ele foi muito melhor do que qualquer outra coisa que ele já fez. E isso é alguma coisa, considerando que estamos falando de um dos campeões de Mario World.

"Pois é... Hoje tem clube de xadrez, e eu vou poder vê – la de novo."

"Vão se beijar?" perguntou Sirius, interessado.

"Não sei. Espero que sim, porque Marvin vai me matar por eu não ir ao clube de xadrez para falar com o povo de história."

Nós rimos, e ele se virou para James.

"Mas parece que Jim aqui está no caminho, não? Obtive a informação de que as últimas “aulas’’ que você deu para Lily foram sobre coisas diferentes de Física e Química..."

James soltou um barulho esquisito, como se duvidasse seriamente de Remus.

"Cara, ela disse que sou o melhor amigo dela."

"Já é mais progresso do que cinquenta por cento do grupo." tentei encorajá-lo, sorrindo.

"Valeu pelo apoio, Pete, mas ela foi bem específica. Além do mais, tenho amor à minha vida, e ter amor à própria vida significa não tocar na namorada do Nate. Nem mentalmente."

"Vocês estão bem próximos no colégio." Sirius comentou com o que ele pensou que fosse um tom casual, e roubou uma barrinha da minha pilha. James sorriu de um jeito que me assustou, e passou os dedos ansiosamente pelos cabelos só para deixa-los ainda mais em pé.

Grande coisa, não muda nada a situação tensa e desconfortável. Nate surge a cada cinco minutos para me intimidar, e os amigos dela não dispensam esforço nenhum a me fazer sentir completamente deslocado. As pessoas dão oi para ela e fingem que não me veem! – ele suspirou, rolando os olhos. – É como se eu nem existisse.

"Sei como é." ruminei a barrinha já sentindo uma irritação com aquele gosto nojento de banana com mel. "Me sinto sempre assim no vestiário, quando usamos os bancos dos jogadores de futebol para apoiar os chapéus da banda."

"Querem competir?" Sirius riu pelo nariz (péssima ideia, vou lembrar de não pegar outra barrinha de morango...) e puxou um lenço. "Quando Regulus tem ataques de asma e preciso pegar o inalador no quarto do papai, às vezes escuto barulhos horríveis lá dentro. Quero dizer, meu irmão está morrendo sufocado e tudo o que eu escuto é: Oh, Roger."

"Tudo bem, é difícil ficar pior que isso, você ganhou." Todos rimos, e Remus se estirou na própria cama, meio sonhador. "Às vezes também me sinto mal no clube de xadrez..."

Ficamos quietos do nada, e James encarou Remus com sincera preocupação.

"Você faz parte do clube."

"Acreditem em mim, não faz diferença. É muito restrito, e Marvin faz o lugar parecer um santuário, sei lá."

"Ele prefere os corredores com Dorcas." Sirius riu maliciosamente. "Só não me faça ouvir oh, Remus, por favor."

"Idiota, não sou dessa estirpe. Pergunte a James, ele que está antropologicamente envolvido com o cotidiano deles."

"Me deixe fora disso, já é ruim o bastante ver os beijos dos dois toda hora." – James resmungou, puxando a pilha de quadrinhos de Remus para perto. "Sabe do que estão chamando os dois? Nily! E ainda temos treino hoje. Quando na sua casa, Sirius?"

"Daqui a pouco." Sirius consultou o relógio, e senti o estômago reclamar mais um pouco. "Ainda dá tempo de folhear o novo X-Men."

"Logan é um idiota." James comentou algumas páginas depois, fechando a revista do jeito que ele faz quando precisa dizer algo que com certeza vai fazer Sirius querer arrancar os cabelos. "Digo, ele é legal e coisa e tal, mas sinceramente, se eu fosse o Scott, ficaria muito bravo."

"Claro, como ele ousa ficar próximo de uma garota com um namorado fortão. Especialmente ruiva..." ironizou Remus, e Sirius começou a gargalhar.

"Além do mais, seria uma luta idiota entre um cara que solta raios laser contra alguém imortal. Logan ia deixar só os óculos quando acabasse com ele."

"Mas Jean gosta do Scott, ela só pega o Logan em situações adversas."

"Ela é linda."– James suspirou para o desenho de Jean Grey sorrindo. "Ela é ruiva, cara."

"Isso não faz diferença. Por exemplo, eu prefiro morenas, tipo aquela russa que meu pai namorou há uns meses atrás."

"Back in te U.S.S.R…" - cantarolei assim que lembrei daquela namorada do Roger. Ainda acho que era uma espiã, tipo a Viúva Negra.

"Vocês são doentes, todos vocês." Remus guardou os quadrinhos balançando a cabeça, e pude ver em câmera lenta Sirius atirando um exemplar de Batman na direção dele.

"Não se faça de arrogante só porque tem namorada e nós não, seu opressor."

"Dorcas não é minha namorada! Ela é só... Não minha namorada, minha amiga, só que diferente dos padrões."

Ah, Remus.

Narrado por: Sirius Black

Filme do Momento: Rocky Balboa (sério, se tudo der certo vou arranjar uma escadaria e subir. Promessa.)

Ouvindo: Música “animada” do rádio do meu pai.

"Chega de preguiça!" meu pai, de shorts de ginástica, regata azul e apito, batia palmas fervorosamente. "Pode correr que ainda tem o fim!"

O tempo passou voando desde que meu pai decidiu que iria nos ajudar até o treino de verdade, e agora, que estamos correndo pra valer, ele não passa. James, que estava encharcado de suor, já tinha desistido de ajeitar os óculos que ficavam escorrendo pela ponte do nariz e tirou, o que significa que ele estava correndo cegamente, seguindo o que deve parecer um borrão de Peter, que com certeza ia precisar de uma massagem cardíaca em poucos minutos se continuasse a correr. Remus não falava nada, mas tive vontade de rir da cara desesperada que ele fazia cada vez que meu pai dizia “ainda falta vinte minutos, rapazes, vamos lá!”.

Para a sorte geral, Remus tinha clube de xadrez, e por isso conseguiu romper a cadeia e acabar com aquele sacrifício. Como recompensa, meu pai disse que tinha uns biscoitos de chocolate sem recheio, e recolhemos o rádio para subir. Estávamos quase chegando ao elevador quando um caminhão de mudança parou em frente ao prédio, e vimos um carro estacionar atrás.

De dentro dele saiu um cara moreno, e sinceramente fiquei com medo do meu pai quando vi a esposa sair do outro lado.

"Mulherão. – meu pai parou, acompanhando eles entrarem e começarem a conversar com o motorista da mudança.

Resmunguei, puxando o braço dele para longe daquela senhora (senhora sim, mulher casada se chama de senhora...).

"Sirius." – ouvi a voz de James sair muito fina acima dos protestos do meu pai. Revirei os olhos, pronto para justificar a minha atitude, quando percebi a porta de trás abrindo, e fechando.

MINTCH!

"Ah, não." grunhi enquanto via o melhor amigo de Nate ajeitar os fones, olhando com cara de entediado ao redor. James gemeu sofredor ao meu lado, e tive de concordar com o que quer que ele estivesse querendo dizer com aquilo. Ficamos os três ali, eu numa posição estranha que misturava arrastar meu pai e balançar a cabeça, James segurando os lados dos óculos com desespero, e Peter segurando uma barrinha de cereal com a expressão mais azeda que ele conseguia fazer.

Atrás de Mintch, no entanto, veio um alívio momentâneo em forma de garota. Devia ser irmã de Mintch, tinha os mesmos olhos azuis e o nariz parecido, mas era mais parecida mesmo com a mãe. E se meu pai curtiu a Sra. Mckinnon, imagina a filha. Linda mesmo.

"Desistiu de me tirar daqui, né." meu pai zombou de mim, e amarrei a cara enquanto abria espaço para todos entrarem no elevador. Só quando abrimos a porta no andar do meu apartamento, e a porta imediatamente ao lado da nossa estava escancarada, que percebi o que a mudança dos Mckinnon significava, além dos meus futuros problemas cardíacos.

"A Senhora Williams foi embora?"– balbuciei, encarando o interior atolado de caixas onde antigamente havia um soFá com cheiro de pé e mais gatos do que o serviço de saúde autoriza. Odores desagradáveis à parte, ela era realmente chata. Tudo incomodava: o barulho, o silêncio, os ataques de asma que Regulus tinha, meus espirros, as namoradas do meu pai, o barulho das namoradas do meu pai, enfim, qualquer coisa.

Se bem que quando penso em como será ter Mintch morando do outro lado da parede eu quase sinto falta dela...

"Black?"

Falando no demônio, Mintch saiu do outro elevador, baixando os fones para o pescoço e me olhando numa mistura de confusão e ironia. Sorri amarelo, e dei um passo para trás, emparelhando com meu pai.

"Mckinnon!"

Sorri automaticamente por alguns segundos, e senti James e Peter escorregando de um jeito ninja para dentro da minha casa, se livrando do problema e me deixando sozinho com o segundo orc mais irritante do colégio.

"Grandes amigos."

O olhar de Mintch voou de mim para o meu pai, alto e fortão, e dei uma cotovelada nele para começar a intimidação paternal, pra variar. Ele grunhiu de dor, e então limpou a garganta, piscando para mim.

"Hey, novo vizinho! Seu colega, filho?"

Mintch ficou parado, bloqueando a porta do elevador, até que uma voz fina e mal humorada empurrou a madeira nas costas dele, esbravejando através do vidro:

"Seu babaca! Sai da frente, Mintch, me deixa passar!"

Ele abriu passagem, e a irmã dele, Marlene, surgiu carregando mais uma caixa. Meu pai abriu instantaneamente o famoso sorriso dele, e o rosto dela se iluminou, provavelmente contaminado pelo charme irresistível de Roger Black. Ainda olhando para a gente, ela cutucou o braço do irmão, apontando para baixo:

"Anda, o papai tá chamando! Vocês são os vizinhos?"

"Somos" murmurei, enfiando as mãos fundas nos bolsos. Ótima hora, devo estar todo suado e com cara de louco...

"Bem – Vindos." – meu pai sorriu. "Sou Roger e este é Sirius."

"Marlene" ela sorriu largamente, me fazendo sentir ainda mais desconfortável com a minha cara de atleta sem noção. "E este é Mintch, meu irmão."

Olhei para o orc, digo, cara, e ele bufou e entrou no elevador sem dizer mais nada. Marlene sorriu amarelo, e ficamos num silêncio constrangedor por um longo minuto até que meu pai resolveu entrar, acenando casualmente para ela antes de fechar a porta na minha cara.

Quando me vi completamente sozinho com ela comecei a suar ainda mais, e antes que ela pudesse pensar um pouco em como sou estúpido e desajeitado, falei a primeira coisa que consegui pensar:

"Ouvi falar que vai para Stovington depois do verão."

"Sim!" ela pareceu empolgada, o que me deixou bem menos preocupado. "Estou bem ansiosa, é mais perto e Mintch já está lá... Vocês estudam juntos, não?"

"É." respondi depois de refletir um pouco e chegar à conclusão óbvia de que “estudamos, seu irmão me bate todos os dias” não era uma resposta muito boa.

"Está no time?"

"Não... Eu faço o teatro." resmunguei. Marlene franziu a testa.

"O que?"

"Eu canto..." falei o mais discretamente possível. "No teatro, sabe..."

Fiquei esperando pela expressão de desgosto, e logo percebi um enorme sorriso abrindo no seu rosto. Marlene ficou, se isso era possível, mais bonita do que nunca, e cantarolou:

"Attend the tale of Sweeney Todd, his skin was pale and his eye was odd..."

"Você também assiste. Ela sorriu de volta."

"Eu adoro musicais. Faço parte do teatro da escola também!"

"Só não diga isso muito alto." pedi, lançando um olhar para a porta atrás de mim. "Meus amigos não sabem exatamente que eu assisto..."

Marlene só riu, se erguendo nos pés para me beijar na bochecha (primeira garota que faz isso!), e abriu a porta da própria casa.

"Acho que nos vemos no próximo semestre, então." seus olhos muito azuis faiscaram na minha direção. "Até a próxima..."

"Sirius!" completei, sorrindo desajeitado. "Sirius."

"Ok, Sirius. Nos vemos por aí! Quem sabe depois que nos ajustarmos não te convido para vir assistir umas peças comigo."

"Claro!" continuei sorrindo de um jeito provavelmente débil, e entrei de costas no meu apartamento.

Narrado por: Remus Lupin

Camiseta do Dia: Your Favourite Band Sucks (“Sua banda preferida é uma droga”)

Ouvindo O silêncio constrangedor do clube de xadrez.

Depois de sair correndo da casa de Sirius, ainda consegui chegar na escola com tempo suficiente de levar uma bronca e um desafio de Marvin, e já segui direto para os tabuleiros. Consegui, depois de algum esforço (tá bom, foi um esforço desgraçado, mas pelo menos resgatou meu orgulho) ganhar de Marvin, e isso me rendeu, além de algumas palmas discretas e bem esquisitas do resto do pessoal, poder ficar esperando as outras partidas acabarem junto de Kath, que cortava umas figuras coloridas. Enquanto ela sussurrava instruções de como faria para montar uma casinha de boneca usando aquelas figuras, ouvi três batidas na porta, e através do vidro pude ver Dorcas sorrindo e erguendo um Nintendo branco para me mostrar.

Agradeci pela ajuda de Kath, que ficou sorrindo de forma sugestiva enquanto eu saia, e avisei a Marvin que iria ao banheiro para não me incomodarem. Assim que me viu, Dorcas me deu um beijo rápido e que ao mesmo tempo poderia me matar, e abriu uma sala vazia, abrindo espaço para eu entrar.

"Parece nervoso, Rem." ela zombou, e fechei os punhos para não perceber que estava com as mãos suadas.

"Um pouco só." confessei quando ela ergueu uma sobrancelha na minha direção. "Não estou certo do quão correto é a gente estar junto."

Dorcas riu e me beijou de novo, me fazendo esquecer o aspecto técnico da nossa pseudo-relação por alguns minutos. Enquanto me sentia puxado pelo colarinho, cheguei à conclusão de que nunca vou me acostumar a beijar Dorcas, tanto pela sensação maravilhosa que isso dá quanto pela minha completa incompreensão de como uma garota tão bonita, magra e legal possa ter escolhido o clube de estudos de história. E especialmente, escolhido a mim.

Nos separamos ofegantes, e antes que ela começasse a falar de novo, ou pior, me beijasse mais uma vez, me afastei um pouco e disse:

"Sério, precisamos resolver essa situação. Você não é só minha amiga."

"Não." os olhos muito castanhos dela me encaravam com bom humor, muito embora essas perguntas estivessem me deixando cada vez mais encabulado.

"É a minha namorada?" experimentei o som estranho dessa combinação linguística. Dorcas pareceu pensar um pouco.

"Não..."

Do nada, começamos a rir, e acariciei a bochecha dela, sentindo a consistência macia junto dos meus dedos incertos.

"Quer ser?" perguntei, sentindo uma sensação muito próxima do nervoso contorcer meu estômago. Ela continuou com a mesma expressão pensativa, e então enlaçou o meu pescoço.

"Posso pensar nisso?"

"Creio que sim." tentei disfarçar minha decepção com a falta de uma resposta direta, e a puxei mais para perto, encostando nossos lábios.

"É uma ideia interessante, essa sua. Sendo sua namorada, posso me considerar a quase rainha de Roma?"

"Por mim pode chegar à Imperatriz." – sussurrei, sentindo meu coração acelerar. Parece brincadeira que exista uma garota tão parecida comigo.

"Quer me levar até em casa, alteza?" ela perguntou entre risos enquanto saíamos dali, e concordei. Talvez isso ajudasse na minha proposta.

Ela me guiou até a rua dela, passando por vários quarteirões residenciais bem parecidos com o que eu moro. A casa dela não era diferente de qualquer outra, mas para mim pareceu gigante e imponente, com floreiras azuis assustadoras.

"Bom, chegamos." – eu disse, e ela me deu um último beijo. "Não se esqueça de mim."

"Impossível, Rem." ela riu. "Impossível."

Narrado por: James Potter

Meta Atual: Terminar meu tutorial de WoW

Ouvindo: Minha mãe chamar

Estava concentrado nas minhas anotações, tentando ver se conseguia cobrir tudo o que Lily precisaria saber quando ouvi o grito vindo do primeiro andar, me fazendo afastar a cadeira da escrivaninha para perguntar o que era. Assim que virei, no entanto, encontrei Lily parada na beira da minha porta, os olhos vermelhos e chorosos me encarando de um jeito que me fez querer rasgar uma flor. Me levantei, correndo até ela e a segurando pelos ombros.

"Que foi?"

Nunca tinha visto Lily chorar antes, e dessa vez parecia ruim o suficiente para ela nem ter trocado as roupas de dança ainda. Para minha completa surpresa, ela correu até mim, me abraçando com força.

"Desculpa aparecer assim, eu só pensei em você, Jim. Me ajuda?"

Senti como se estivesse sendo socado no estômago (acredite, eu conheço essa sensação), só que de uma forma mais agradável. O cabelo dela era tão brilhante e macio que minha mão escorregava pelos fios enquanto eu acariciava sua cabeça, e o perfume que ela usava era muito bom, me fazendo quase fechar os olhos enquanto a segurava. Meio triste, a afastei de mim, erguendo o queixo dela com a mão para olhar no rosto dela.

"Senta um pouco, vai." disse com a maior calma que consegui reunir, e enfiei a cabeça para fora do quarto. "Mãe! Biscoito e chá!"

"A caminho!" ela gritou de volta, e agradeci mentalmente pela mãe que tenho. Quando voltei a olhar para Lily, ela estava sorrindo levemente, agradecida.

"Agora respira e me diz o que aconteceu." puxei a cadeira para frente dela. Lily fungou um pouco, e entreguei a caixa de lenços que tenho como reserva para Sirius. Ele vai entender.

"Ele foi tão grosso comigo quando disse que estava aprendendo a jogar RGD com vocês... Me disse coisas ho-horríveis! Não pensei em ninguém mais para ir, quero dizer, você é meu melhor amigo, não queria ligar para as meninas..."

Lembra aquela sensação parecida com o soco? Então.

Fiquei num conflito moral comigo mesmo enquanto a via assoar o nariz. Por um lado, ela tinha me pedido ajuda, vindo até a minha casa, falando com a minha mãe, Era talvez a única garota que já iria fazer isso, e para reclamar do namorado dela, um idiota grandalhão que me incomoda desde o jardim de infância. Acabar com o namoro seria fácil, e eu seria vingado, pelo menos em parte.

Mas era isso mesmo que eu queria? Lily parecia tão infeliz, tão desconsolável, que me senti mal de pensar que poderia desfazer o namoro que aparentemente a deixava contente. Então, peguei o caminho difícil, e fiz algo que nunca, nem nos meus pesadelos mais assustadores, pensei que iria fazer: comecei a defender Nate.

"Eu sei que não sou a pessoa mais indicada para tratar de relacionamentos, Lil. "comecei o mais cauteloso possível. "Mas namoros às vezes passam por coisas assim. Brigas..."

Assim como meus pais passaram.

Afastei as lembranças ruins, e tomei as mãos dela nas minhas. "Deve ser isso que está acontecendo."

"Sério?" ela olhou para as nossas mãos, e limpei a garganta enquanto me mantinha a uma distância segura dela. "Não acha que vamos terminar?"

"Não."respondi doloridamente. "Vai ficar tudo bem, ele não quis dizer isso pra você."

Ela sorriu, mas como ainda parecia triste resolvi distraí-la um pouco. Fui até a escrivaninha e puxei o manual.

"Olha aqui." entreguei o papel a ela. "Estava terminando quando chegou, mas acho que tem bastante coisa."

Os olhos dela leram rapidamente o que eu tinha escrito, e os desenhos ao lado.

"Você fez tudo?"

A parte escrita sim. Sirius desenhou.

"Puxa vida." ela pareceu impressionada. "Foi tanto esforço... Obrigada, Jim."

"Não se preocupe com isso." – sorri, feliz por vê-la se animando. – "Mas compre um headset."

"Um o que?"

"Fone com microfone." – corrigi, e mostrei a ela o meu. – "É para poder jogar conosco. Podemos conversar enquanto jogamos, se você não se importar com Sirius gritando e Remus falando coisas aleatórias durante o tempo..."

Ela só riu, e balançou a cabeça.

"Acho que não vou me incomodar com isso." e depois pegou as minhas mãos, apertando. "Você é o garoto mais legal que já conheci, James."

Fiquei em silêncio, com medo de gaguejar ou algo pior por causa da sensação da mão dela na minha. Sorri, e balancei a cabeça.

"Claro que é." Lily riu, e então pareceu lembrar alguma coisa. "Vou dar uma festa na minha casa no último dia de aula, aliás, e queria saber se você e seus amigos me ajudariam com a trilha sonora... Claro que estão convidados, não vou nem perguntar, quero vocês quatro lá."

Não acredito que fomos convidados para uma festa, sem brincadeiras, pegadinhas ou suco. Me apressei a dizer que sim, antes que ela se arrependesse, e já levantei para procurar pelas minhas gavetas.

"Claro que podemos, sim! Acho que tenho um pen drive disponível para boas músicas de dança, também."

"Você é fantástico, Jim. " Lily me abraçou novamente.

Cuidado, James, está se acostumando.


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