Everybody Loves The Marauders escrita por N_blackie


Capítulo 7
Episode VI


Notas iniciais do capítulo

"



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Episode VI

“Don’t Stop Believing”

Narrado por: James Potter

Meta Atual: Conseguir Montar primeira playlist para a festa da Lily

Ouvindo: Poker Face – Lady GaGa (sério, não estou brincando)

"Sim." Lily confirmou quando a voz completamente eletrônica dessa Lady qualquer coisa começou a tocar. Estávamos no meu quarto, eu sentado diante do computador resolvendo quais das músicas iriam entrar, e ela deitada na minha cama (não pensem maldades), folheando uma lista que tinha feito.

"Essa mulher parece o Stephen Hawkins." comentei rindo.

"Quem?"

"Esse aqui." peguei um dos vídeos de palestras dele e mostrei, sendo recompensado por uma almofadada cruel.

"Ela não soa desse jeito!"

"Ela é maluca!"procurei pelo nome dela no Google e comecei a passar as imagens. Ela é muito louca!

Mesmo assim, Lily pegou o mouse da minha mão e começou a baixar as músicas. Puxei um dos meus arquivos e comecei a tocar, apontando para a tela.

"Isso sim é uma composição decente."

"Essa é a música de abertura do Mario, Jim."

"Sim! Podemos colocar na festa também, se quiser."

Lily arrancou a capa da minha mão e escondeu embaixo do travesseiro em vez de responder. Revirei os olhos, como ela ousa! As músicas da fase aquática são super dançantes, com o bônus de não terem essas vozes eletrônicas.

"Procure por “Circus” agora, Jim." ela se jogou no meu colchão de novo, e imaginei se seu perfume iria ficar no meu travesseiro.

"Circo?" zombei para disfarçar. "Mario não pode tocar, mas as músicas do número do palhaço tudo bem?"

"Seu tonto, não é Circo, é Circus!"

"E qual a diferença?"

"Ugh, meu deus, James. Procure por Britney Spears, então."

Britney quem? Quando pesquisei pelo nome dela vieram muitas músicas e álbuns, dentre eles esse tal de Circo aí. Dei de ombros e comecei a baixar,

"Chama isso de música? Isso aí faz a Sammus soar como um tenor, fala sério. Certeza de que não prefere o tema de pacman?"

"Idiota" ela revirou os olhos e bateu na minha cabeça com um travesseiro. Assim que consegui recuperar meus óculos rebati, mas ela só riu. Garota estranha.

"Qual o próximo?"

"Kanye West."

"Música africana? Que diversidade, legal."

"Não, James. Ele é americano."

"Kanye?" perguntei cético. "Tem certeza?"

"Você não sabe nada de música, né."

"Não." eu ri ironicamente. "E olha que meu pai trabalha com isso, na MTV." Os olhos dela abriram tanto que achei que fossem explodir.

"ONDE?"

"James! Como assim seu pai trabalha na mtv e você não sabe nada de música?" Lily perguntou com a voz fina de indignação.

"Nunca liguei muito pra essas coisas..." me defendi, rolando a cadeira um pouco para longe dela.

"James, se toca, seu pai tem o emprego mais legal do mundo todo! Podemos visitar algum dia? Onde fica o escritório dele? Será que encontramos alguém famoso por lá?"

"Não fica muito perto... Se você puder pegar um avião até New York..."

"ELE MORA EM NEW YORK?"

"É." por mais legal que fosse ter a admiração dela por alguma coisa, já estava começando a ficar meio preocupado com Lily.

"Céus, Jim, você tem tanta sorte! Tanta sorte."

Tentei não parecer muito arrogante nem nada, e me virei de volta para achar esse tal West, East, sei lá. É, realmente ele não é africano, não acho que tenha desses óculos inúteis (quem foi o gênio que pensou em óculos com aberturas? Que proteção isso dá, me diz?) na África, ou se não esse Kanye ponto-cardeal-qualquer já teria pego alguma doença por exposição ocular excessiva ao sol.

"Isso mesmo, agora pode achar a Madonna? Me diz que pelo menos ela você conhece, Jim."

"Sim, eu conheço a Madonna." resmunguei. "Ela beijou outra mulher, ou foi aquela outra?"

"Isso foi há anos atrás!"

"Não falei que acompanhava o trabalho dela, só que conhecia!" dei de ombros, procurando por links de boa qualidade. Lily deixou a carranca de lado e só sorriu, dando um tapinha solidário nas minhas costas antes de se jogar na minha cama e bocejar.

"Não sei como você consegue ser tão inteligente e ignorante ao mesmo tempo. Pelo menos em música, desculpe a sinceridade."

"Não presto atenção em quem canta as músicas que ouço, só isso." rolei a cadeira mais para perto, e ri.

"Seu pai conhece alguém famoso pessoalmente?"

"Não tenho certeza, mas posso perguntar se quiser muito. Está querendo sair com aquela Lady Hawkins?"

"A voz dela não é do mesmo jeito que a dele, só nessa música." ela gargalhou, jogando outro travesseiro em mim. Desviei, e me aproximei dela, colocando suas pernas (e que pernas, se meu cavalheirismo permite dizer) no meu colo.

"Posso te fazer uma pergunta?" ela murmurou algum tempo depois, e percebi que estava distraído olhando para seu rosto. Balancei a cabeça, limpando a garganta para disfarçar minha cara de bobo.

"Acho que sim, não sei. Que foi?"

"Emme me disse que os meninos não gostam de vocês porque são irritantes. Como se sente?"

"Ah" dei de ombros, desviando o olhar dela. "Acho que já fiquei mais confuso, ainda não sei que fizemos, mas tudo bem."

Lily me encarou enquanto sentava, sem tirar as pernas de cima de mim.

"Vocês deviam reagir, sabe. Dizer a eles pra parar, não sei."

Olhei para o teto, cansado, e pensei se devia contar a ela sobre o pseudo-plano de Roger. Achei melhor não, fazer surpresa para o verão, acho. Mamãe diz que estou melhor de se ver, mas até aí é a minha mãe, né. Se eu tivesse antenas ela pentearia e me diria que eram lindas.

"Quem sabe. Ainda assim, somos amigos agora não é?"

"Sim..."

"Então, não posso bater no seu namorado."

"Ah, isso." ela resmungou.

"Algum problema?"

"Não sei se vamos ficar muito tempo juntos, sei lá. Vocês são bacanas, e quanto mais são legais comigo, mais percebo como Nate consegue ser, ah, bem, um babaca. Lene disse que já tentou falar pro Mintch largar do seu pé, mas ele não para, impossível. Emme também se arrependeu de ter seguido na onda deles, e tudo o mais... Estamos todas um pouco cansadas deles."

Não comentei nada, só fiquei olhando para cima, como se meu lustre fosse muito mais interessante do que qualquer outra coisa. Lily cutucou meus ombros, e quando voltei a olhar para ela, seu rosto estava muito próximo. Um frio imenso desceu pela minha espinha até a barriga, e por um instante achei que ela fosse me beijar. Estremeci por um segundo, até que ela estendeu as mãos e fez algo muito pior: tirou meus óculos.

"Ficou doida?" pisquei, enxergando um monte de borrado ruivo e branco.

"Seus olhos são lindos sem esses." a voz dela saiu pensativa, e seria adorável se eu pudesse enxergar seu rosto. "Quem sabe não poderia, não sei, tentar mudar a armação..."

"Obrigado, mas por enquanto prefiro enxergar, que tal." apontei para o borrão avermelhado, e ouvi Lily soltar uma gargalhada animada.

"Pode ficar com eles, Jim, está apontando pro lado errado!"

Bufei de frustração, e senti o alívio quando ela recolocou meus óculos no lugar. Seu rosto estava tão próximo, e agora tão nítido, que eu poderia contar quantas sardas ela tinha sobre o nariz. Cada uma.

Narrado por: Peter Pettigrew

Primeira Impressão: Devo ter perdido uns bons quilos nessa brincadeira.

Ouvindo: Roger sendo treinador.

Abaixei pela enésima vez em cinco minutos, pegando os pesos como se minha vida dependesse daquilo. Meu rosto pingava, e já estava ruim o suficiente quando Remus arfou ao meu lado:

"Quando isso estiver acabado vou queimar cada um desses com uma lupa."

"Vai precisar de uma lupa de diâmetro considerável, não?" ofeguei a resposta, erguendo duas peças pretas de cinco quilos em cada mão. Remus rosnou enquanto fazia o mesmo com as dele de sete.

"Não vou descansar... Enquanto... Não... Achar... Uma."

Eu quis rir, mas assim que abri um sorriso uma junta estralou e desisti. Devo confessar que achei que esse esquema fosse ser furado, que no fim Roger iria ficar com pena e nos levar de qualquer jeito, não sei. Como me enganei. Primeiro que Roger Black é incapaz de sentir qualquer coisa próximo de compaixão por um semelhante em apuros físicos, e depois que esse esforço, por mais que tenha me feito sentir como um pedaço de bife sendo socado, realmente me fez perder massa. Em dois meses, estou no lucro. Os meninos talvez estejam melhores do que eu, mais fortes, mas eles têm um incentivo maior. Quero dizer, Remus tem Dorcas. Bom, logo vai ter, porque já até falou com os pais (depois que John voltou de Vegas) e vai pedir ela em namoro.

James tem Lily, pelo menos nas fantasias dele, porque enquanto ela for namorada de Nate corremos tanto perigo quanto uma nuvem de krill perto de uma baleia. E Sirius... É, ele não diz nada, mas desde que Mintch se mudou para o apartamento vizinho ele tem sonhado bastante com a irmã Mckinnon, eu acho.

"Anda, Peter!" Roger gritou, confirmando minha avaliação de que ele não tem alma, e parei de devanear. Estamos passando tempo demais na quadra do prédio de Sirius, posso contar as rachaduras novas que aparecem se quiser. Quando tropecei nas calças de novo fiz uma nota mental de comprar roupas novas, se não vou acabar tendo de correr e segurar o cós ao mesmo tempo.

"Pronto, pessoal, muito bom!" Roger apitou, jogando uma garrafa de água para cada um. Bebi como se nunca tivesse visto aquilo na minha vida, e escutei Sirius murmurar o tema de Batman enquanto bebia, como lembrete do porque estávamos fazendo tudo isso. Roger sorriu largo diante da nossa desgraça.

'Vocês estão ótimos, garotada, até o verão vão ver como vai ficar tudo bem.'

Eu e Remus começamos a nos aprontar, já que James e Sirius só iriam treinar no dia seguinte, sabe-se lá por que. (Deve ter algo a ver com Lily e escola). Enquanto saíamos, Remus comentou de uma das novas expansões de The Sims que ele conseguiu, e decidi ir até a casa dele jogar um pouco. Se tem algo que aprendi nesses anos é que não dá pra desperdiçar um pouco de The Sims com Remus, ele é muito bom, e tem dramas potencialmente rentáveis nas suas famílias, se a BBC algum dia conseguir entrar em contato.

Quando entramos o Sr. Lupin estava trabalhando na sala, o que significa que tinham pilhas de tarjas de papel com piadas escritas espalhadas pelo chão. Até tentamos fugir, mas ele saiu correndo e tropeçou em duas poltronas para chegar até nós e dizer:

"Hey, meninos, escutem essa: sabe qual o meu meio de transporte preferido? Escadas rolantes. Porque sabem, elas nunca deixam de te ajudar mesmo quebradas, já que não existe uma escada rolante quebrada, só uma escada rolante que se tornou apenas uma escada!"

Remus soltou uma risada pelo nariz e comecei a rir, menos pela piada e mais pelo entusiasmo de John com a dimensão que seus shows estavam tomando depois da temporada em Vegas, que além de ter rendido uns dólares a mais (quero dizer, ele diz que ganhou nos shows, mas achamos que os cassinos tiveram uma boa participação nesse lucro todo) deixou a moral dele bastante alta, o que significa que as vezes ele aparece para testar piadas na gente, como agora ou na noite do Dungeons and Dragons.

"Essa é boa, pai." Remus incentivou, e John sorriu largamente.

"Valeu, Rem. Opa, calma aí." ele apoiou o papel no balcão e virou Remus pelos ombros para dar uma olhada nele. "É só impressão ou alguém aqui andou malhando?"

"Ugh, é que o Roger está treinando os quatro..." Remus ficou roxo de vergonha, e John começou a rir.

"Roger, eh? Esse cara sempre inventa de querer malhar o traseiro alheio. Tentou comigo uma vez."

"E o que você fez?" perguntei, olhando para a protuberância na barriga do Sr. Lupin.

"Nunca mais."

Narrado por: Remus Lupin

Camiseta do Dia: Barbie’s a B*tch (a Barbie é uma v*aca)

Ouvindo: A música do Criar um Sim

"Sobrenome?" perguntei a Peter, que começou a revirar um livro da minha estante. Decidimos fazer o estilo novela mexicana hoje, e ele vai me ajudar.

"Hum... Williams!"

"Ótimo. Mãe?"

"Romilda!"

"Tá..." olhei de relance para ele, um pouco preocupado. "Pai?"

"Ele pode ser galanteador e trair a Romilda?"

"Claro! O filho vai ser Bob, o adolescente."

"E então ela briga com ele e se separa, levando o filho junto, também..." Peter balbuciava enquanto eu terminava com as características de cada um. É meio patético isso, mas ainda assim podia ser pior.

Assim que conseguimos um lar estável para os Williams, mandei Oliver para o Armazém do Crime. Enquanto confirmava a minha intenção de arranjar um emprego ali, Peter perguntou:

"Acha que Lily e James dariam certo?"

"Seria provável se não fossem as tendências homicidas de Nate... Além do mais, James não é nenhum Oliver, né." ponderei enquanto via meu poderoso sim agarrar mais uma vítima em público.

"Isso lá é verdade, ele quer ser o Flash, mas é só o Aquaman." Pete filosofou. "Sirius está a fim da irmã de Mintch também, como se já não tivéssemos problemas suficientes. A amizade de Lily conosco já traz bastante confusão, se Sirius tentar investir num romance com Mckinnon, não quero nem pensar."

"Podemos pensar positivamente, quem sabe eles não largam da gente se Sirius fizer uma aliança com Mintch?"

"Pode ser, mas não acho que ele aceitaria uma aliança desse jeito."

"Sirius?"

"Mintch!"

Peter deu de ombros e trocamos de lugar, e ele tomou conta da família enquanto eu deitava na cama para conversar. Tendo Mintch como vizinho, é bem provável que Sirius seja morto até o fim do ano... Saltei do colchão, e deitei no chão para fazer alguns abdominais enquanto ouvia o barraco generalizado que Peter/Romilda estava arranjando.

Não que eu seja um viciado em exercício, mas com essa história de tentar conquistar Dorcas eu realmente quero parecer o meu melhor. Não que os treinos normais não estejam surtindo efeito...

Meu pai notou!

Claro que Jim e Sirius conseguem ganhar músculos mais rápido que eu, então os treinos para eles avançam mais depressa. Ainda assim precisamos trabalhar na coragem interna para falar com Nate, de forma que ele entenda. Seria mais fácil convencer um cão.

'Remus, problema, problema, problema..,'

Peter é um retardado mesmo. Pulei de onde estava para conferir a besteira, e vi as cinzas de Bob no chão da casa porque esse idiota esqueceu a churrasqueira ligada perto das mesas, e o moleque era azarado. Trocamos de lugar, e comecei meu trabalho de reverter a confusão que ele criou (os Sims entram em lag quando alguém pega fogo, impressionante), sem muito sucesso.

"Faça uma das amantes do Oliver engravidar. – sugeri, e Pete chamou uma loira para a cada deles."

Narrado por: Sirius Black

Filme do Momento: O Mágico de Oz (não me julguem, é um ótimo filme)

Ouvindo: Oh, Toto, I guess we’re not in Kansas anymore! (“Oh, Toto, acho que não estamos mais em Kansas!”)

Regulus e eu estávamos curtindo o único programa que fazemos juntos quando saltei para a cozinha fazer uma pipoca, já com raiva desse cachorro da Dorothy (e olha que eu sou bastante leniente com cães, mas esse me irrita, cara), quando a campainha tocou.

"Vai atender!" gritei para Regulus, e ele se arrastou até a porta.

"É pra você, dã."

Larguei o pacote no micro-ondas e fui até a porta, torcendo para não ser quem eu pensava que era. Marlene estava com um pote pronto de pipoca, e olhava sorridente para o filme.

"Oz?"

"É... " queria jogar a televisão pela janela.

"Posso?" ela indicou o sofá "Fiz pipoca, podemos ver juntos, que tal."

"Vou pro meu quarto." Regulus soltou uma risadinha, saindo à francesa enquanto, para minha completa incredulidade, ela sentava no nosso sofá. Fiquei o mais longe possível, para evitar futuros problemas.

"Eu sei que é maldade, mas não gosto desse Totó." ela comentou, jogando um punhado de pipoca na boca. Não acreditei no que ouvia, e assenti maravilhado enquanto andava até a mesa de centro para buscar a pipoca, sem encostar um dedo nela.

"Qual é, Sirius? Estou fedendo?" ela revirou os olhos. Paralisei, olhando em volta tentando achar outra saída. Se eu disser que não quero me aproximar porque tenho medo do irmão dela vou parecer um imbecil.

Talvez eu seja um imbecil!

"Você vai rir, é só que eu, bom, não quero irritar o seu irmão." resmunguei, e me encolhi quando Marlene começou a rir muito alto.

"Eu sabia! Deus do céu, eu sabia. Lily contou das surras que Mintch e aqueles babacas que andam com ele vêm dando em vocês!"

"Não é bem assim, a gente só tem se- não é engraçado!" me ofendi quando ela não parava. Lene ficou quieta, e me encarou séria.

"Não estou rindo de você, só da sua cara, calma. Porque não pedem para eles pararem?"

"Não é simples assim. Eles fazem isso desde que me lembro de começar a estudar. Não é como se eu fosse irmã dele, como você, né."

"Bom, hoje você não tem o que ter medo, ele está de castigo, não pode sair."

"Alívio. " comentei sarcasticamente, e ela piscou.

"Isso significa que pode me abraçar, se quiser. Agora era uma boa hora."

Ri meio ansioso, e tremulamente passei os braços pelos ombros dela, sentindo seus cabelos aderirem ao meu peito conforme ela se apoiava em mim. Estava tão distraído que perdi o final do filme, ocupado ensaiando mentalmente algo mais legal do que ‘quer jogar Mario?’ para falar depois.

"Qual o seu musical favorito?" foi a minha brilhante pergunta quando terminou.

"Fantasma da Ópera, e o seu?" ela sorriu, aquelas safiras que ela tem nos olhos faiscando.

"Sweeney Todd."

"Adoro esse." ela sorriu, e decidi continuar nessa linha de assunto.

Vou fazer o teste para o Teatro semana que vem. O remédio está fazendo efeito, acho que não vou mais precisar de tanto cuidado para cantar agora.

"Você canta mesmo? Canta pra mim."

"O que? Travei completamente, gaguejando alguma coisa. Quando eu disse que poderia cantar quis dizer poderia mesmo, talvez, quem sabe!"

"Não sei se consigo, entende." sorri amarelo, mas ela consegue ser teimosa.

"Vamos... Tente algo de Todd, que tal?"

"Não sei..."

"Vamos lá, não vou te julgar."

Limpei a garganta, e me afastei dela para poder tentar ver se saia alguma coisa decente.

"These are my friends... See how they glisten. See this one shine, how he smiles, in the light, my frieeend, my faithful frieend..."

Marlene me encarava em silencio, e terminei ali mesmo, desistindo de fazer o teste.

"É, eu não sei se vou fazer o teste mesmo, não sai muito bem, sei lá..."

"Ficou louco?" ela sorriu. "Você é fantástico!"

Olhei incrédulo para Marlene.

"Está falando sério? Não costumo cantar para ninguém além do meu pai."

"Claro que estou, porque eu mentiria, seu tonto." ela apertou minhas bochechas. "Algum dia vou assistir os seus ensaios, que tal?"

"Que tal?" repeti, sentindo um calor subir até a raiz dos meus cabelos.

"Claro"ela olhou o relógio com frustração. "Droga, tenho que ir. Abre a porta?"

"Claro" repeti de novo, me levantando automaticamente sem acreditar no que tinha acontecido (sem contar da minha integridade física apesar do contato com ela).

"Até os testes então." Marlene parou na soleira, afastando um pouco da minha franja. "É melhor do que pensa, Sirius. Qualquer dia me chame, podemos cantar juntos."

E me deu um beijo na bochecha.


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