1977 escrita por N_blackie


Capítulo 3
Capítulo 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/107367/chapter/3

O Melhor Primeiro Dia

- Acordando, todo mundo! São sete e meia!

Harry se remexeu na cama, imaginando porque aquela voz tão estranha queria que ele acordasse. Porque acordar? Dormir é tão melhor...

- Se quiserem matar a primeira aula, ótimo! Não vou acordar ninguém!

- Ah, Moony, vai se ferrar.

Como se um raio tivesse atingido sua cabeça, Harry abriu os olhos. Rapidamente procurou pelos óculos, e o dormitório entrou em foco. De pé, perto da porta, Remus de dezessete anos revirava os olhos, enquanto várias cobertas se mexiam nas camas. Harry sentou – se e olhou para o maroto, confuso.

- Que horas são?

- Graças a Merlin, algum de vocês tem juízo. – ele suspirou, aborrecido – São sete e quarenta. Estou descendo, para guardar uns lugares na mesa. Tente acordar o resto. Pode usar água, Sirius fica puto.

Harry sorriu quando a porta se fechou, e olhou em volta. Lentamente, foi até a cama ao lado da sua, e viu um pedaço de cabelo muito ruivo debaixo das cobertas.

- Ron! – chamou, num sussurro. O amigo não se mexeu. Harry olhou em volta novamente, e a varinha em cima da cabeceira chamou sua atenção, enquanto as palavras de Remus ecoavam em sua cabeça: "Pode usar água, Sirius fica puto." Andou até a mesa, pegou a varinha e agitou no ar, murmurando o único feitiço climático que lembrava.

Por um segundo, nada aconteceu. De repente, uma nuvem escura começou a surgir em cima da cama de cada menino, e um raio denunciou o que estava para acontecer. Segurando – se para não rir, Harry sentou na cama para ver o efeito que o feitiço causaria.

James foi o primeiro a por a cabeça para fora das cobertas, assim que o segundo trovão estalou sobre sua cabeça. Confuso, procurou cegamente pelos óculos, e quando colocou – os no rosto, resmungou, saindo da cama antes que começasse a chover:

- Moony, eu odeio você.

- Não foi ele. – Harry riu, um pouco temeroso da reação do maroto. Sonolento, James olhou para ele.

- Então eu odeio você, novato. Agora Sirius vai acordar com a macaca.

Outro trovão estourou, e um garoto que Harry não conhecia apareceu em outra cama.

- Remus precisa ser mais criativo. Não aguento mais acordar na chuva.

- Pra você ver, Frank. – James disse, começando a colocar o uniforme. Os trovões pararam, e Harry viu a chuva começar a descer das nuvens, diretamente na cabeça de Ron, Sirius, Peter e Neville. Rapidamente, Neville saiu da cama, gritando.

- OK, OK, EU JÁ ACORDEI!

Harry explodiu em gargalhadas, e viu que James fez o mesmo. Frank puxou a própria varinha, e fez desaparecer a nuvem das camas, deixando apenas Peter, Sirius e Ron tomando chuva. Alguns segundos depois, um guincho assustado assustou a todos, e Peter escorregou da cama e caiu no chão, com um baque surdo.

Harry começou a suspeitar que Ron e Sirius estavam fingindo que dormiam, porque o som da risada de James era realmente alto, e provavelmente teria acordado a torre toda. Encharcado, Ron levantou – se, e Harry não conseguiu segurar a risada. Surpreso, ouviu – se acompanhar James, em um riso extremamente alto.

Agora, só faltava Sirius. Harry viu o relógio dar oito horas, e a nuvem sobre a cabeça de Sirius se dissipou. Um rosnado alto foi ouvido, e Sirius levantou da cama, com uma expressão de extremo mal humor.

- Quem foi o infeliz? Moony... – ele disse, num sussurro letal. Harry parou de rir, imaginando se Sirius bateria nele.

- Fui eu.

Por um segundo, o silêncio tomou o lugar. Sirius encarou Harry, que deu um sorriso amarelo.

- Achei que fosse Remus. Odeio que molhem meu pijama.

- Erm... Desculpa.

Sirius saltou da cama, e olhou para Harry de soslaio.

- Tudo bem, está perdoado. Hoje.

Depois de alguns segundos se olhando, Harry e Sirius acabaram de se trocar, e os garotos correram para fora da sala comunal, atrasados.

Derraparam em frente à sala de Flitwick, e James abriu a porta lentamente.

Harry sentiu o rosto esquentar quando várias cabeças se viraram para vê – los entrarem na sala. Quando sentaram em uma das fileiras, o Professor disse, com sua voz fininha:

- Hoje eu perdoo vocês, meninos, porque é o primeiro dia. Agora, feitiços simultâneos.

Harry passou a aula de feitiços distraído, absorvendo cada detalhe da personalidade de James e Sirius. Quando o Professor Flitwick mandou todos se separarem em duplas, os dois correram um para o outro, e em poucos minutos as risadas chegaram aos ouvidos de Harry.

No final da aula, Harry correu para alcançar James e Sirius, mas Hermione o deteve.

- Andei falando com as meninas, Harry.

O garoto, que ainda acompanhava os marotos com o olhar, virou – se para ela.

- E...

- Marlene disse que a Corvinal tem um objeto especial.

- E como ela sabe?

- A família inteira dela foi da Corvinal. – Ginny explicou, e Harry percebeu que ela deteve todo o grupo. Luna adiantou – se.

- Eu sempre soube do diadema, só que ninguém me perguntou...

Harry, Ron e Neville viraram – se para Luna, irritados.

- Nunca mencionou diadema nenhum porque não perguntamos?

- Sim! Papai está até fazendo um para mim! Tem algumas ervas num canto e...

- Que seja. – Ron interrompeu. – Qual é a desse diadema, sei lá?

- Bom. – disse Hermione – Marlene disse que desapareceu junto de Rowena Ravenclaw. Está perdido...

Harry teve um súbito pensamento. A Sala Precisa, o manequim num canto, com aquela tiara estranha... O livro. O príncipe...

- Como é o diadema, Luna?

- A descrição que dão dele é de uma tiara bonita, que dava sabedoria a quem a usasse e...

- Hey, Harry, Ron, Neville! – um grito assustou o grupo. James, Sirius e Remus acenavam de longe.

- No dia em que Snape quase me pegou com o livro do príncipe mestiço. – Hermione fez uma careta. – Entrei na sala precisa, querendo um lugar para esconder uma coisa. Num canto da Sala, havia uma cabeça de manequim, e nela havia uma tiara estranha, que eu não dei atenção porque estava com pressa. Será que...

- Alô! Vamos logo, Minerva vai amaldiçoar a gente se chegarmos atrasados de novo! – James gritou novamente.

- Já vamos! – Harry gritou em resposta.

- Temos que ir até a sala precisa, Harry. – Hermione sussurrou rapidamente. Harry olhou para os amigos e com um aceno dispensaram os marotos, dizendo para eles seguirem em frente, e andaram até o sétimo andar. No caminho, Ginny ia comentando sobre as meninas.

- Harry, é impressionante como a sua mãe se parece com você! Não é, Hermione?

A outra soltou um riso baixo e concordou com a cabeça.

- Ela realmente parece você. Fala muito sobre salvar quem ela ama. Ah, e é proibido fazer qualquer menção à James no dormitório. Ela fica irritada na hora.

- Como os dois casaram então? – Ron indignou – se.

Harry deu de ombros.

- Até agora James não falou nada sobre Lily.

- É porque ele não teve tempo. – Luna comentou – Dorcas me disse que ano passado era terrível. Ele não deixava Lily em paz.

- Ah, e Luna e Dorcas agora não se desgrudam, não é, Luna?

Luna corou um pouco, e eles pararam em frente à Sala Precisa.

- Agora, vamos tomar cuidado. Não sei se Voldemort colocou uma maldição no Diadema. – Harry avisou, e os seis passaram pela parede.

- Harry, tem um problema. – Hermione comentou, quando entraram na sala, agora transfigurada em várias pilhas de objetos escondidos.

- O que?

- Como destruímos uma horcrux? Se ela estiver aí, claro.

O silêncio se instaurou, e Harry olhou para o diadema ao longe, equilibrado numa cabeça de manequim. Horcrux. A cobra, o medalhão, o anel, o diadema, a taça, o diário... O diário.

- Quando eu destruí o diário, usei um dente de basilisco.

- Mas, Harry... – Ginny sussurrou, e Harry notou que a ruiva empalidecera. – Estamos em 1977. O basilisco não morreu ainda.

Desapontados, eles saíram da Sala, e correram para Transfiguração, a tempo de encontrar os marotos discutindo com Lily e suas amigas.

- Vai embora, Potter! – Lily falava, irritada. James, esperançoso, bloqueou o caminho dela para a porta da sala de aula.

- Só uma tarde em Hogsmeade, Lily. Só uma e nunca mais te encho o saco.

- Gente, desculpa incomodar... – Hermione começou e a cena parou. – Lily, acha que o Professor Slughorn tem algum dente de basilisco?

Lily olhou confusa para ela.

- Acho que não. Mas porque você quer um dente de basilisco, Hermione?

- É, Hermione. – Harry sussurrou, tenso. – Por quê?

- Por que... hum... nada. Vamos entrar.

Quando Minerva entrou na sala, Harry ouviu Hermione sussurrar.

- Teremos de matar o basilisco, Harry. De novo.

- Acha que é fácil? – Harry disse, irritado.

- Eu sei que é difícil, Harry. Mas precisamos...

- Como vou matar aquela coisa de novo? Não tem Fawkes ou espada dessa vez...

- Ajudamos você...

- Claro, e vocês são petrificados ou morrem. Esquece, vou fazer isso sozinho.

Hermione voltou a olhar para frente, e Harry se pegou refletindo como faria para destruir um bicho gigantesco sem a ajuda de uma espada ou um pássaro que furasse seus olhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "1977" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.