1977 escrita por N_blackie


Capítulo 25
Capítulo 25




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A Caverna

- O que temos que fazer pra passar? – perguntou Sirius na entrada no buraco, onde a única barreira entre eles e o lago era uma grande parede de pedra. Quando Harry conjurou uma faca, Regulus pegou – a da mão dele.

- Se for sangue, eu tiro.

Harry concordou com a cabeça, e Regulus fez um corte na palma da própria mão, deixando escorrer um pouco na pedra. Enquanto fazia caretas de dor, o garoto riu ironicamente.

- Esse é um dos sangues mais puros da Europa, ahahaha.

Quando passaram pela fenda na parede, o pequeno barco surgiu de dentro do lago, e James arregalou os olhos:

- Não vamos caber dentro dessa coisa minúscula! Vai afundar.

- Ele não mede seu peso, mas seu poder. – lembrou – se Harry, analisando o espaço. – Somos estudantes, não pesamos nada para o barco. Mas no tamanho... Só cabem três de nós aí.

- Eu não vou sentar no colo de ninguém! – exclamou Sirius, se afastando dos outros. Os amigos reviraram os olhos e gritaram em conjunto:

- Cale a boca, Sirius!

O maroto quis se defender, mas foi interrompido.

- Eu, Sirius e Peter ficamos para trás. – falou Ron, olhando para fora da caverna, tenso. – Ficamos de guarda caso algo aconteça.

- Beleza. Se alguma coisa der errado, quero que acendam um fogo nessa caverna, para podermos ir embora, ok?

- AAAH! – gritou James, se afastando rapidamente da borda do lago. – ISSO É UMA MÃO?

Peter guinchou e se afastou na direção de Sirius, assustado.

Regulus foi lentamente até a água, olhando para o que havia dentro. Fascinado, ele tornou a olhar os amigos, um brilho estranho nos olhos.

- São cadáveres. Inferius. Um lago cheio deles.

- É, mas não interessa. Vamos logo. – apressou – se Harry, entrando no barco. James, trêmulo, entrou logo atrás, sendo seguido por Regulus.

O barco deslizou pela água normalmente, e quando atracou os garotos saíram de dentro e escalaram a ilhota rochosa.

- O que é isso? – perguntou James, passando a mão na poção translúcida. Harry olhou para a bacia e conjurou um copo de vidro.

- Vou beber a poção. Não tem outro jeito de avançar. A taça está no fundo disso.

- Podemos fazer a poção desaparecer. – sugeriu Regulus, mas Harry negou com a cabeça.

- Já tentei fazer isso. Agora me escutem: provavelmente eu vou pedir para que vocês parem de me dar a poção, mas não me obedeçam. É o efeito dela, ok?

- Mas... – começou James, preocupado. Harry olhou firmemente para o pai.

- James, por favor. Esqueça que somos amigos por hoje.

O maroto acenou relutantemente com a cabeça, e Harry pegou a taça e mergulhou na poção. Quando engoliu, o líquido queimou sua garganta. Mais um gole, e nada. Após o quinto gole, Harry começou a se sentir tonto, e vagamente percebeu que havia soltado do copo.

- HARRY!

- Saia da frente, mulher. Não precisa morrer, é só me dar o garoto.

- NÃO!

- Saia da frente... Bom, se insiste... AVADA KEDAVRA!

- NÃO! – Harry gritou, e James pegou o copo do chão, tremendo.

- Será que...

- Ele disse que era o efeito, James. – falou Regulus um pouco incerto. Harry se contorcia em desespero no chão, mas nenhum dos garotos disse mais nada, se concentrando em dar a poção ao amigo.

- Por favor, parem! – implorava Harry, e James arregalou os olhos em desespero quando o garoto começou a chorar.

- Me soltem, por favor! Não te fiz nada, Dudley!

Mais um gole, e então Regulus começou a dar a poção. Harry se contorceu e começou a balbuciar. Os dois garotos se entreolharam, e então pularam de susto.

- SIRIUS! – gritou Harry, se arrastando no chão. – SIRIUS! NÃO! VOCÊ O MATOU!

James deixou o copo cair.

- Eu... Eu não quero mais fazer isso. Eu... Regulus, o que esse cara está falando?

- Pai! – Harry chorou, em desespero – Pai, eles mataram o Sirius, pai! Ele quer me pegar, papai.

- Harry, do que está falando? – James perguntou, enquanto Regulus dava mais um gole da poção para ele.

- Meus pais estão mortos, Remus! Sirius está morto, não tenho mais ninguém, Remus! – Harry se contorcia, chorando cada vez mais alto. Regulus viu o medalhão no fundo e tentou pegá – la com a mão, mas uma espécie de barreira de formou, impedindo o garoto de avançar.

- Água! – gritou Harry de repente, parando de chorar. Regulus deu os últimos goles para o amigo e então se debruçou na borda do lago para pegar água.

- Anda, Regulus! – apressou James, segurando Harry nos braços. Ele implorava por água, e Regulus tirou um pouco e deu o copo para James.

- Vamos lá, Novato. Bebe isso logo...

- JAMES! – Regulus gritou desesperado, e James virou – se rapidamente para ver o que estava acontecendo. Um braço pálido puxava Regulus para dentro do lago, e vários outros inferis subiam na rocha. James largou Harry deitado e puxou o outro braço de Regulus.

- SIRIUS! – gritou o maroto, e a voz do amigo ecoou na caverna.

- O QUE FOI?

- COLOQUE FOGO, POR FAVOR!

- AH? OK!

Uma grande onda vermelha passou pelo lago, e James, pegando Harry e seguido por Regulus, andou até o barco. Desesperado e tremendo, Regulus tocou o barco para frente, sentindo o chão tremer sob os cadáveres, que insistiam em querer arrastá – los para as profundezas da água.

Quando o barco finalmente atingiu a outra parte da caverna, Regulus tirou o medalhão do bolso e analisou rapidamente.

- Conseguimos.

- Harry! – Ron exclamou assustado, mas Harry ergueu a mão.

- Calma, Ron. Eu... Eu estou bem. Só meio fraco... Conseguiram?

- Aham. – James disse, preocupado. – Nossa, você falou umas coisas estranhas na ilha, cara.

Harry gelou.

- Estranhas?

- É... Bom, deixa pra lá. Depois resolvemos isso. Vamos voltar.

Carregando Harry, os garotos se juntaram e aparataram. Assim que Hogsmeade apareceu, escura pela noite, os seis foram aos tropeços até a casa dos gritos, Peter na frente para conseguir abaixar o nó.

Os jardins estavam enegrecidos, mas eles conseguiram achar seu caminho até a entrada da escola, se esgueirando até o sétimo andar.

- Como vai voltar, Regulus? – perguntou Sirius ao irmão, que sorriu.

- Relaxe, sei de uma passagem ótima daqui para as masmorras. Fiquem com o medalhão, é arriscado eu levá – lo.

- Boa sorte. – desejou Peter, e a Mulher Gorda olhou o grupo aborrecida.

- Senha? Eu quero dormir, sabem.

- Sol de primavera. – Ron revirou os olhos.

Assim que entraram na sala comunal, deram de cara com os amigos, de pijamas, esperando. Ginny correu para acudir Harry, e Sirius ergueu o medalhão no ar.

- Pronto, agora é só destruir.

Hermione sorriu cansada e subiu para o dormitório das meninas, a fim de pegar os dentes, e Lily perguntou:

- Vocês parecem assustados.

James se jogou no sofá ao lado dela.

- Você não sabe metade, Lil. Harry começou a gritar quando tomou a poção, não é, Novato?

Harry gaguejou ao responder:

- E – eu...

- É. Disse algo sobre o Sirius estar morto, e os pais dele também! Também parecia que estava falando com você, Remus.

- Comigo? Você me conhece do futuro, Harry?

- Gente, tem um problema. – Hermione interrompeu, temerosa. – Eu esqueci os dentes na casa dos Prewett.


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