1977 escrita por N_blackie


Capítulo 26
Capítulo 26




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A Briga

Hermione escreveu para os Prewett pedindo o saco com os dentes que havia deixado lá, mas antes que a resposta chegasse os garotos concordaram em revezar o medalhão, para evitar que alguém arrombasse o dormitório dos grifinórios para pegá – lo.

O N.I.E.M's se aproximavam, e estavam todos muito tensos pelos exames. Para piorar, o medalhão começou a deixar todos que o usavam muito irritados, e ninguém ansiava pela sua vez.

O feriado da Páscoa se aproximava, e com ele o último jogo da temporada de quadribol: Grifinória VS. Sonserina. Após um dos treinos finais, James chegou furioso na sala comunal.

- CALE A BOCA, SIRIUS! VOCÊ NÃO É O CAPITÃO!

- Oh, perdão, Vossa Majestade! – ironizou o outro, que carregava o medalhão consigo – Muito conveniente você ficar por aí feito um pavão, fazendo besteiras no time e justificando tudo com esse distintivo idiota que alguém teve a loucura de por no teu peito!

James parecia prestes a bater em Sirius. Harry e os outros jogadores entraram logo atrás. Quando Marlene e o maroto sentaram – se perto dos amigos, Lily perguntou:

- O que aconteceu?

- James fez uma estratégia para os batedores e Sirius contestou. Os dois começaram a se enfrentar e estão até agora. – suspirou Marlene, olhando Sirius dar um empurrão em James.

- CHEGA! – gritou Alice, com as mãos na cintura. James e Sirius pararam de brigar por um segundo, e a garota estendeu a mão aberta para eles.

- O medalhão. Ninguém vai usar essa coisa enquanto jogarem quadribol.

Irritado, Sirius tirou o medalhão do pescoço e jogou no chão, sua expressão mudando repentinamente.

- Ainda vai encher o saco? – James perguntou secamente. Sirius se jogou no sofá.

- Não. Me sinto melhor agora.

Alice colocou no pescoço o medalhão, e todos ficaram em silêncio. Quando estava anoitecendo, Neville pediu o medalhão a Alice, e o colocou no pescoço.

Fabian desceu do dormitório dos garotos e entregou uma sacola a Hermione.

- Chegou agora a pouco, Hermione. – ele disse, sonolento. – Não sei pra quê você precisa deles, mas...

Hermione sorriu e pegou a sacola.

- Ah! Que bom! Obrigada, Fabian!

Todos pararam de estudar e se concentraram em Hermione, que tirava um dente bege de dentro da sacola.

- Pronto, agora me entregue o medalhão, Neville.

Harry olhou para ela.

- Eu vou destruir.

- Porque só você? – perguntou Neville, tirando o medalhão de debaixo da camisa.

- Eu só pedi.

- É sempre você que faz as coisas legais, Harry, já percebeu? – Neville olhou amargurado para o amigo. – Já parou pra pensar que existem outras pessoas nessa história além de você?

- Se quer destruir, destrua.

- Ah, agora é todo amiguinho, né? Na hora de me chamar para fazer as coisas, ninguém faz nada.

- Você estava com Frank e Alice todo o tempo! – indignou – se Harry – Não conseguimos falar com você!

- Gente, por favor... – começou Ginny, mas Harry a interrompeu.

- Ele não vai colocar a culpa em mim!

- Vou sim, porque se você quisesse mesmo mais alguém com você, teria me procurado!

- Agora toda vez que eu quiser achar uma horcrux eu tenho que procurar por você? – ironizou Harry, gargalhando.

- Somos um grupo, caso você não tenha notado. – Neville retrucou rispidamente. – Não somos seus empregados.

- EMPREGADOS? – enfureceu – se Harry, parando diante de Neville.

- EMPREGADOS! VOCÊ NOS TRATA COMO SE FOSSEMOS SÓ OS COADJUVANTES DA GRANDE HISTÓRIA DO MENINO QUE SOBREVIVEU!

- Neville! – exclamou Hermione em tom de censura.

- AH, CALE A BOCA, HERMIONE!

- NÃO MANDE HERMIONE CALAR A BOCA! – Ron levantou – se, irritado. – HARRY SEMPRE CONTOU COM A GENTE PARA AJUDÁ – LO!

- AH, WEASLEY, SE TOCA! DESDE QUANDO ESSE CARA LIGA PRA VOCÊ?

- RON É MEU MELHOR AMIGO, NEVILLE, CALE A BOCA.

- UUH, CALE A BOCA, NEVILLE? SEJA HONESTO CONOSCO PELO MENOS UMA VEZ!

- ME DÁ O MEDALHÃO, VOCÊ NÃO SABE O QUE ESTÁ FALANDO.

- AH, O GAROTINHO SEM PAIS ESTÁ QUERENDO MANDAR EM MIM?

Mas Neville fora longe demais. Harry ficou pálido e sua voz baixou.

- Se os meus pais estão mortos, Longbotton, os seus estão internados.

- Harry! – Hermione gritou.

- NÃO FALE DOS MEUS PAIS, POTTER. – as narinas de Neville se dilataram. – QUANDO VOCÊ NÃO TEM OS SEUS.

Harry se levantou, e puxou a varinha.

- Finite incantatem. – ele sibilou num tom letal, uma expressão de puro ódio em seu rosto.

- O que? – Neville exclamou, quando seus traços começaram a voltar ao normal. Ele parou por um minuto, percebendo a transformação, e então apontou para Harry a varinha.

- Quer estragar tudo? Ótimo. Finite Incantatem.

O raio atingiu Harry em cheio. Como tinha passado muito tempo sem ela, a cicatriz lhe queimou a pele quando voltou. Acabou, pensou ele, o disfarce acabou.

- Harry? – começou Lily, preocupada. Harry ergueu a cabeça, e James soltou um grito, ao olhar uma cópia sua.

- Você...

- James, eu sou eu filho. – Harry suspirou, encarando o rosto amedrontado do maroto. – Meu nome não é Harry Parker. É Harry Potter. Neville se chama Longbotton, porque é filho do Frank.

O silêncio tomou conta do lugar, e James encarou Harry por um minuto. O garoto achou que ele iria fugir, ou se chocar, e se surpreendeu quando o maroto sorriu.

- Eu sabia que você era meu filho. Só podia... Você voa como eu, você pensa como eu penso, você tem uma namorada ruiva, você até dorme como eu durmo!

Ron aproveitou a distração para arrancar o medalhão de Neville, que voltou ao normal subitamente.

- Oh, eu estraguei tudo! – o garoto se arrependeu, e foi consolado por Ginny.

- A gente não devia ter feito o medalhão ficar conosco. Harry, conte tudo.

Harry olhou para Hermione, que acenou com a cabeça.

- As instruções foram claras, Harry. Se descobrirem, devemos contar.

Harry pediu a todos que se sentassem, e colocou o medalhão na mesa que estava no centro do círculo. Olhou para James, Sirius, Remus e Peter, que o encaravam assustados. Olhou para Lily, que sorria carinhosamente para ele, e para Alice, que abraçava Frank, curiosa. Olhou para Emmeline Vance, Dorcas Meadowes e Marlene Mckinnon, três vítimas inocentes da guerra que iria relatar. Limpou a garganta, e sentindo uma dor forte no peito, começou a contar a história do menino que sobreviveu.


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