Despedidas

O expresso de Hogwarts já começava a apitar quando o grupo chegou para embarcar, acompanhados dos Potter, dos Mckinnon e de Oreon. Rapidamente, os marotos colocaram as malas de todos para dentro do trem, e seguiram de volta para cumprimentar os pais.

Sirius se surpreendeu quando se viu abraçando o pai, que o desejava um bom restante de ano letivo e bons estudos, mas percebeu que gostava desse tipo de atenção.

Os Mckinnon abraçaram Marlene, e Mark sorriu para ela e disse:

- Gostaria de te agradecer, querida.

- Por que, pai?

- Graças a toda essa confusão em volta de você e Sirius, eu conversei com Oreon sobre aquela confusão toda, e percebi que não valeu a pena amargurar tantos anos por isso. Vamos dizer apenas que vou voltar a conversar com ele.

Marlene sorriu radiante para o pai, e viu que a mãe lhe lançou uma piscadela. Na outra parte do grupo, a Sra. Potter abraçava Harry com força.

- Ah, querido, foi muito bom recebê – lo em casa, sabe. Não sei por que, mas gostei muito de você assim que o vi, e não me decepcionou enquanto estivemos juntos, viu?

Harry sorriu para a mulher e a abraçou com força de volta, desejando que o momento nunca acabasse.

- Foi bom conhecê – la, Sra. Potter. – ele disse entre os braços dela, procurando controlar algumas lágrimas, em seguida, os garotos se afastaram e entraram no trem, seguindo para a cabine "reservada" de James, e se acomodaram para se despedirem mais dos pais.

O expresso de Hogwarts começou a se mexer, e Harry se encostou ao acento da cabine, apertando a mão de Ginny.

- Não acredito que acabou.

- É. – suspirou James, e depois agarrou os cabelos – Os N.I.E.M's estão chegando!

- Vou me jogar na torre de astronomia. – Sirius declarou em desespero, e Remus revirou os olhos.

- Porque você e Ron não dão as mãos e pulam de um precipício?

Harry não compreendeu a princípio, mas depois que olhou Ron batendo a testa na porta da cabine riu junto com os outros.

Estavam todos descontraídos jogando xadrez e snap explosivo quando a porta se abriu, revelando um grupo extremamente antipático de sonserinos, liderados por Avery e um garoto de cabelos cor de palha que Harry reconheceu como Barty Crouch Jr.

- Black, queremos falar com você. – anunciou Avery, e Barty sorriu maldosamente. Regulus fez menção de se levantar, mas James respondeu rispidamente antes que ele pudesse ir até lá.

- O que vocês querem? Vai embora, Avery. Regulus está com a gente agora.

- Fiquei sabendo. – resmungou Avery, e Barty estalou os dedos. Atrás dele apareceram Snape e os irmãos Carrow, as varinhas em punho. – Regulus, por favor. Calma, Black, não vamos machucar o seu irmãozinho. Ainda.

Regulus deu uma última olhada para trás, e Sirius manteve a varinha em punho enquanto o som abafado de conversa era escutado do lado de fora. Alguns minutos depois, a porta de abriu novamente, e Avery empurrou Regulus para dentro da cabine.

- É uma pena, Regulus. Estávamos esperando você. Bom, a escolha é sua. Adeus.

O garoto entrou tenso e sentou – se.

- O que eles queriam? – perguntou Remus. Regulus suspirou.

- Me convocar para os Comensais da Morte.

Harry deixou cair o sapo de chocolate na cabeça de Ron que estava sentado no chão, e James franziu a testa.

- Você disse o que?

- Que não, obrigado. Já tenho amigos e acabei de fazer as pazes com papai, não vou arriscar tudo para morrer por Ele.

- Faz bem. – Sirius parabenizou, e jogou uma caixa de feijõezinhos de todos os sabores para ele.

- Eles me perguntaram a mesma coisa no fim das aulas. – Peter comentou, mordendo um sanduíche de verduras que Emmeline preparara para ele.

- Você? – Sirius se surpreendeu.

- É. Acharam que eu podia espionar vocês para eles.

- Você não quis? – perguntou Harry ansiosamente, e Peter negou com a cabeça.

- Vou ser sincero com você, Novato. Por um segundo eu quis aceitar sim. Mas depois pensei em como você e os garotos têm sim legais comigo, e percebi que não valeria a pena largar esse ''novo'' jeito de me tratar. Além do mais, a dieta da Emme é o máximo! Minha mãe comprou uniformes novos para mim.

Harry sentiu Hermione cutucar suas costas, e quando virou viu que a amiga sorria para ele. Ela sussurrou alguma coisa, e Harry pode adivinhar quando fez leitura labial:

- Parabéns.

James sorriu para Peter.

- Desculpe não termos te dado o valor, Wormtail. Se não fosse a ideia do Novato e da Emme de te ajudar, acho que ficaria cego.

- Não tem problema, Prongs. Desde que me ajude a perder mais uns quilos.

James riu, e Emmeline tirou um bolinho da bolsa.

- Tome aqui, Peter. Você mereceu. Só este.

Um largo sorriso se formou nos lábios de Peter quando ele segurou o bolinho nas mãos, e Harry nunca o viu comer um doce tão devagar.

Quando o trem se aproximou da plataforma de Hogwarts todos pegaram suas coisas e desceram. Quando entrou na carruagem acompanhado dos garotos, James perguntou animado a Harry:

- Agora só faltam mais duas horcruxes.

- E Voldemort.

- É. Quando vamos até essa tal caverna?

- O mais rápido possível.

- Espere o jogo, por favor.

Harry riu, pensando na preocupação de James em ganhar o campeonato, e concordou com um aceno.

- Vamos depois do jogo então.

- Meu bolinho acabou! – exclamou Peter, lambendo o restante de chocolate dos dedos. Remus remexeu na bolsa.

- Quer outro?

- Não. – arfou o maroto baixinho – Eu prometi a Emme.

- Vai chamá – la pra sair?

- Depois dos treinos, vou sim. Ela disse que sairia comigo se eu emagrecesse.

- Vai com que roupa? – James perguntou, e Sirius olhou para ele assustado.

- Acho que ele reservou o vestido de baile, Prongs. Deixa disso, cara.

- Estou perguntando! – defendeu – se James, e Harry cortou a discussão:

- Qualquer coisa nós emprestamos algumas coisas. Ouvi falar que as garotas adoram o perfume que Sirius usa.

- Você também? – Sirius disse, se afastando de Harry, que socou o braço do amigo.

- Idiota.

- Remus, me salva. – Sirius pulou para o lado do outro maroto, que se afastou.

- O que você quer? Um abraço? Sai pra lá Sirius, seu cachorro pulguento.

As carruagens frearam diante do castelo, e ninguém entendeu porque Sirius saiu correndo para arrastar Marlene pela mão, ou porque James e Harry estavam dobrados de tanto rir, ou porque Remus deu um tapa na própria testa com a cena.